Quando penso no cabelo da menina, lembro da Tomoyo, a amiga da Sakura, do desenho.

Sinto pelas propostas de nome, nenhuma delas realmente me animou, mais tarde assistindo animes eu encontrei os nomes certos.


RIOS VERMELHOS: ERDROMSROM

CAPÍTULO 10 – Filhos do inverno.

Draco olhava ainda um tanto atordoado as duas crianças se afastarem com o dinheiro, o garoto devagar contando as moedas e a menina na frente já grudada no balcão de doces.

A menina era um assombro... muito branca, olhos verdes muito puxados e longos cabelos negros lisos mas que terminavam em cachos, parecia uma linda boneca de porcelana... o garoto era um Harry em miniatura sem cicatriz e óculos com olhos um pouco menos puxados que os da irmã, mas muito sério.

-Harry é pai.- Murmurou ao sentar.

-Ora... vejo que seu raciocínio afiado está voltando.- disse Hermione.

Draco estreitou os olhos e a observou. Hermione tinha uma das vestes brancas do St´Mungus, seus cabelos cheios estavam presos num rabo de cavalo solto, e um pequeno óculos de armação fina estava escorregando para a ponta do nariz...

-Que diabos...- Murmurou se dando por vencido esfregando os olhos e se encostando-se à cadeira.-O que houve afinal?

-Bom, melhor esperarmos um pouco... -disse Hermione olhando os dois retornarem.

-MIONE!- disse a menina com um sorriso enfiando um copo descartável café espumante na frente de Hermione.

-E o do TIO Draco?-Hermione sorriu.

-Que desperdício...- murmurou o garoto enquanto a irmã puxava de sua mão o copo descartável e colocava na frente de Draco.

-Eu não bebo café...

-Eu sei.. é chá.- disse a garota sorrindo.-Earl Gray.

Draco piscou e olhou para Hermione.

-A batida foi feia.- disse passando a mão na cabeça levemente doída.

-Cara, ele é um babaca.- Murmurou o garoto.

-Deixa eu apresentar os dois fofos aqui.

-Tia Mione...- o garoto murmurou desanimado ao ser puxado num abraço por Hermione.

A garota não disse nada porque estava com a boca cheia de um bolo especial de chocolate.

-Esse é o TIO Draco.- ela disse olhando para Draco.

-Você está se divertindo...- Draco murmurou.

-Sem dúvida.- Hermione sorriu.-Essa aqui é Danielle.

A menina, não sorriu... se jogou pra cima lhe dando um abraço apertado.

-OI TIO!

-Ah... er... olá.

-Bebe o chá...-ela disse oferecendo o copo de novo para ele.

-E esse rapaz é...Mikael.

O garoto lhe fuzilou com o olhar, desconcertando-o.

-Oi...

-Humpf.-O menino apenas virou o rosto.

Certo... Potter tinha uma filha doida... e um filho... esquisito... certo... Quando ia abrir a boca para perguntar quem era a mãe, apesar de tê-la visto berrar no corredor, e não acreditava nisto... muito menos ao ver o tamanho das crianças, o garoto sorriu imensamente e apontou a porta oposta a que tinham entrado... e para onde havia virado o rosto.

-Gin!

A menina pulou do seu colo e berrou.

-GIN!

Draco olhou o motivo da felicidade dos fedelhos e seu queixo quase caiu, na verdade, havia mesmo aberto a boca...

Era uma mulher, não muito alta, elegantemente vestida, com um conjunto azul coberto por uma veste negra que tirava os óculos escuros e sorrira...

Linda... maravilhosa, ruiva até nas sobrancelhas e Weasley até a última maldita sarda!

-Onde estão meus amores? Sofrendo nas garras de tia Mione de novo?

-É... a tia Mione é MÁ!- sorriu a menina que já abraçara a ruiva pela cintura.

-Ei! Nada de mais bolo pra você mocinha!-Disse Hermione.

O garoto tinha apenas estendido os braços e Gina o abraçou, apertando o e falando algo para ele, ele respondeu mas o fato de Danielle e Hermione estarem "discutindo" novas e improváveis futuras rodadas de bolo o fizeram incapaz de escutar. O garoto saiu correndo para pedir algo enquanto Ginevra Weasley sentava-se com um olhar estranho a seu lado.

-Se não é Draco doninha quicante Malfoy...

-Eu devo merecer isso, embora não lembre o motivo, mas meu dia está suficientemente estranho... continue Weasley...- disse com um sinal de dispensa com a mão.

-Como está tudo?- perguntou Hermione.

-Um inferno, os urubus do profeta já tinham caído em cima quando cheguei... foi feio... treze trouxas feridos, o que aquela descerebrada estava fazendo?

Hermione deu um olhar para o lado de Danielle que voltou a comer o bolo e Mikael que chegou colocando outro copo de café em frente a Gina que o puxou para o colo.., mas ele se torceu e fugiu para buscar uma cadeira na mesa ao lado.

-Bom... só sei que estava um inferno... cadê o peste do pai de vocês?-Gina perguntou olhando a garota.

-Brigando com a Cho.-disse Mikael.

-Pra variar...- Disse Danielle.

-Tia Mione não deixou a gente ver...

-Foi divertido da última vez...

-É... papai deixou a Cho com os cabelos verdes lembra...

-Bem feito.

-Não falem assim da sua mãe...- disse Hermione.

Os dois fizeram caretas.

-Meu Deus Mione, você os deixou juntos?-Disse Gina olhando para trás preocupadamente como se pudesse ver o casal.

-Cho Chang é a mãe de vocês?- Draco perguntou.

-É...- Murmurou o Garoto puxando um pedaço de chocolate do bolo da irmã.

Hermione lhe deu um olhar frio, e Draco compreendeu que não era boa hora para falar de família...

-E como VOCÊ veio parar aqui?- Gina se virou em sua direção.

-Sou uma vítima inocente dos acontecimentos.

Gina se afogou com o café. Limpou a roupa com a varinha ainda se afogando em riso.

-Conta outra Malfoy...

-Como está meu amor?- a voz rouca veio sem ser notada.

Draco observou Harry beijar a testa da filha que sorriu.

-Chocolate Mione... Meu Deus... mocinha, nem pense em aprontar.- Ele disse pegando um pedaço de chocolate exatamente como o filho.

Danielle apenas sorriu para o pai.

-Como está filho?- Harry se agachou do lado de Mikael.

O garoto o abraçou e disse algo no ouvido de Harry que fechou os olhos e acariciou os cabelos negros.

-Essa sensação ruim vai passar... Mione, vamos embora... alguém aqui vai precisar dormir...

-Eu posso ficar acordado ainda!- disse o menino se desencostando indignado.

-Quem disse que eu estava falando de você?- Harry deu um falso murro no ombro do filho.

-Não vamos voltar com a mãe?- Perguntou Danielle.

Draco notou o tom forçado que ela disse mãe.

-Hum... só se quiserem...- Harry disse dissimulado.

-Casa! CASA! VAMOS PRA CASA!- Berrou o menino finalmente em um tom feliz.

-Então terminem de comer... e vamos!- Disse Harry sentando ao ver o garoto finalmente se animar o suficiente para disputar mais bolo com a irmã.

Hermione disse séria olhando para Harry.

-Espero que você não tenha feito estragos no hospital, não quero ter que fazer um relatório...

-Não, só vai haver umas reclamações quanto aos gritos, mas depois que eu usei um silenciador nela...

-Harry...- Hermione gemeu.

-Espere o pessoal do diário aparecer aqui...

-E como foi lá?- Harry sorriu para Gina.

-Chato... chato... chato... Ron me deu uma mão, mas sabe como é...- Gina deu de ombros.-Isso vai para os advogados?

-Com certeza...- Harry disse com um suspiro enfiando os dois ombros na mesa e então olhando para Draco com um ar surpreso.- Como você veio parar aqui?

-COMO ASSIM! Você ativou uma chave de portal no escritório! Você me transportou ilegalmente! Na verdade transportou nós dois!-Arregalou os olhos para o outro que lhe apontou a varinha.

-Silencia... sinceramente, não tô com saco para gritos agora...

-Olha a boca na frente das crianças!- disse Gina cotucando o moreno.

-Papai tem uma boca suja!-disse a menina apontando o dedo para o pai.

-Tem que ficar de castigo...- disse o menino sorrindo.

-CASTIGO! CASTIGO!

-Certo, sem mais bolo pra vocês... por ficarem berrando na frente do pai de vocês.- Disse Harry puxando o prato com um fim de bolo...

-Ah, papai mau!- disse a menina fazendo bico.

-Papai é muito mau...- disse o menino passando a mão na cabeça da irmã como se a consolasse.

Se Draco não estivesse furioso por estar sendo tratado como peça da mobília, teria achado a cena engraçada, Harry pegou o garfo e comeu um pedaço de bolo... mas Draco não achou graça alguma, estava ocupado tentando fazer um "finite incantatem" não verbal mirando a própria garganta.

-Harry... não faça isso...- disse Hermione em censura.

-Hum... meu bolo...- fungou Danielle.

-Como assim seu bolo?- rosnou o irmão.

Harry apenas apontou com o garfo para os dois, olhou para Hermione e sorriu.

-Pare de provocar...-Disse Gina pegando o garfo e bolo.

-A Gina é má.- Hary disse olhando para ela que furava o bolo com o garfo irritada.

-Gina é má! Gina é má!- Repetiram os dois gêmeos.

-Você é pior que as crianças, Pelos Deuses, Harry...- ela rosnou.

Draco bateu com a mão no tampo da mesa.

-Quê?

Ele estreitou os olhos e apontou para a garganta, Harry olhou a varinha na sua mão e foi Hermione que gemeu.

-Malfoy... você não tentou um finite não verbal tentou?

Draco baixou os ombros e olhou desolado para a outra.

Gina começou a rir... Hermione fungou e olhou para Harry.

-Desfaça...

-Eu não, vai por mim, ele fica melhor assim!

-Harry Potter!

-Ah, Mione... só um pouquinho.

-Só um pouquinho... Só um pouquinho!- repetiram os gêmeos.

Draco estava começando a achar que Potter criando filhos era uma forma certeira de gerar pestes.


O garoto fora esperto e agarrara a mão da Weasley na hora de desaparatar, A menina agarrou a sua, mas como não podia leva-lo se conformou em segurar a mão dela também, Harry lhe deu uma agarrada firme no braço e então a maldita sensação de aparatação acompanhada foi intensa.

Era uma sala.

Ampla e iluminada, de aparência bem moderna.

-Vamos na piscina!- berrou a menina.

-Nada disso os dois!- Harry falou alto e sério.- Os dois vão subir... ir ao banheiro, ir deitar e tirar um cochilo, chamo os dois na hora do lanche.- Disse Harry que o largara e já ia na direção das escadas tangendo os dois pequenos.

-Venha Malfoy, eu desfaço esse feitiço, mesmo concordando com o Harry.- disse Gina.

Draco a olhou e ela a levou até ao sofá embutido na meia parede curva em frente à lareira ampla.

-Esse feitiço ele aprimorou nas constantes discussões com Cho, ele descobriu que uma troca de vogal amplia a intensidade do feitiço. – Ela puxou a varinha.-Fini!

-Posso falar agora? Perfeito!- disse se pondo de pé.- Agora aquele peste e suas metades vão ouvir alguns...

-Eu não quero usar o feitiço, mas poxa... Harry estava com a razão mesmo!- ela disse irritada.-Senta!- ela puxou-o pelas vestes.

-Quem é você para me mandar sentar Weasley?

-Ginevra lembra?- ela apontou a varinha no nariz de Draco.- Sou muito melhor que na época de Hogwarts mesmo sendo repórter minha mira é uma das melhores!

-Você trabalha no Profeta?

-No Pasquim!

-HÁ HÁ, Nossa Weasley, fiquei emocionado!

-O Pasquim é a mídia bruxa de maior circulação do Reino Unido...- ela rosnou indo em direção ao pequeno bar.- Só porque não exportamos para o outro lado do oceano não quer dizer que não somos bons!- ela pegou uma garrafa.

-Só falta dizer que a Lovegood...- Draco ficou quieto ao olhar dela- Não quero saber.

-É minha chefe e eleita a terceira mulher mais importante da nossa comunidade, depois da Mione.- disse a ruiva voltando.

-Eu bati mesmo a cabeça como muita força, eu morri?- perguntou para o ar, se encostando no sofá e escorregando um pouco.

Gina parou na frente de Draco e o olhou friamente, ergueu a taça com o que parecia ser vinho e disse baixo ameaçadoramente.

-Não sei se você correu, ou ele lhe trouxe, mas escute bem...- ela se curvou sobre ele.- A segunda em comando nessa casa sou eu... entende? Cho é passado e você, deve continuar um passado ainda mais remoto.

Draco levantou a sobrancelha.

-Na pior das hipóteses que você seja mais um dos passatempos dele.

Virou-se em direção a escada.

-Vou ver as crianças... ou o pai, não sei quem faz mais bagunça...

Draco se deixou escorregar mais um pouco... impressão ou tinha acabado de receber uma ameaça? Ou melhor, um belo passa-fora? Olhou acima da lareira uma vassoura muito conhecida, mas muito danificada, descansando como um velho troféu, se aproximou e pode ver diversas ranhuras, como se a mesma tivesse sido parte de uma batalha.

"Firebolt"

-Ora...- disse olhando a vassoura.

Pelo jeito aquele pedaço de madeira estava danificado demais para voar, mas Potter a guardava, mesmo assim.

Olhou devagar em volta, atrás dele pela parte envidraçada da parede onde estava o sofá podia ver algo como um jardim de inverno... o lugar era grande, não como fora a mansão da sua família ou Hogwarts, mas era uma casa bem grande.

Era desafiadoramente clara.

Estava sozinho...

Se sentia amarguradamente perdido.


Harry encostou a cabeça no batente da porta, olhando os dois filhos estendidos nas camas, finalmente vencidos pela exaustão, e claro, um leve feitiço de relaxamento não verbal do pai, suspirou passando a mão nos olhos... queria tanto que tudo não os atingisse, tudo que desejara aos seus é que não passassem pelo que passara e no fim...

Uma mão fez carinho nos seus cabelos.

-Está pensando besteira não está?

-Mikael estava muito abalado.

-É um menino forte como você.

-Eu imagino como deve ter sido para ele estar assim...- engoliu o nó na garganta com dificuldade.

-Você não tem culpa.

-Eu sou uma droga de pai, Gina...

-Você é bom... talvez agora se puder ficar mesmo com eles...

-Minha vida é uma zona... não é?

-Bebe.- ela lhe passou a taça.- Falando em Zona e o loiro no térreo?

Harry fez uma careta.

-Giny...

-Só perguntei... não tem que declarar quando se entra com animais no país?

-Giny.- Harry suspirou.- Foi realmente um acidente, ele trabalha como auror nos EUA… o caso era dele.

-Nossa que coincidência...- ela pegou a taça.

-Acha que meus incríveis poderes de insanidade maligna chegam até o outro lado do oceano?- Ele sorriu.

-Não me venha com essa carinha de pelúcio que viu ouro...

-Eu sou inocente...

-Não faça bico... ah, você é mesmo pior que as crianças...- Ela lhe deu um beijo de leve e o empurrou.- Eu vou me trocar e daí podemos conversar...

-Acho que vou fazer uma ligação para Gringottes... aposto que o velho duende vai adorar finalmente encontrar o herdeiro dos Malfoy.

-Harry...- Gina o olhou já a uns cinco passos dele.- Eles detestam perder dinheiro lembra?

-Eu sei... por que acha que quero ser o primeiro a dar a notícia?

-Pior que as crianças...- ela disse numa censura.- O vinho!

-Meu.- Harry disse descendo as escadas e lhe fazendo um brinde.

Gina fez uma careta.

No quarto os dois irmãos se aconchegaram mais um no outro e no mesmo momento uma estranha brisa pôs em movimento os cinco sininhos de vidro que estavam postos nos cantos e no centro do quarto...

Mikael resmungou.


No próximo capítulo a verdade sobre o "casamento" de Harry e os trigêmeos... sim TRI...