Dust in the Wind

- Então não há mal nisso... Não é? – Aquele sorriso malicioso não enganava Shaka... Máscara não queria apenas companhia... Mas estranhamente o loiro aceitou o convite, acompanhando o italiano para o segundo andar da Casa.

Virgem seguiu o italiano, notando como o segundo andar da Casa de Câncer era diferente do primeiro. Ele sentia um inexplicável frio na barriga ao se aproximar daquele outro cavaleiro, mais velho, mais alto, mais forte... Era melhor parar de pensar nessas coisas, ele queria apenas companhia.

- Quer beber algo? – Máscara sorriu e sentou-se no sofá, indicando que o loiro fizesse o mesmo.

- Não, obrigado, estou bem. – Mentira. Estava um calor insuportável entre suas pernas e o canceriano parecia perceber aquilo.

- Estou vendo... Você nem consegue parar quieto.

- Me chamou aqui para zoar com a minha cara? – Mas que cara chato, ia ficar falando todos seus defeitos, inclusive sua falta de capacidade de controlar aquela excitação?

- Não, Shaka... Só estava sem sono e achei que você pudesse me distrair... – O virginiano não notou o duplo sentido daquele comentário, apenas deu de ombros e sorriu um pouco.

- De fato também estou sem sono, mas como eu poderia distraí-lo? – Essa sua inocência mataria o outro, mas ainda era cedo para isso.

- Hum... Me conte como foi. – Ele respondeu simplesmente, com aquele sorriso malicioso brilhando em seu rosto.

- Como foi o quê?

- Vocês não estavam na casa de Peixes? Eu vi quando o ariano desceu as escadas... Ele estava muito alterado. – Aquele sorriso, ele simplesmente não deixava o rosto moreno de Máscara, continuava a provocar Shaka.

- Mu... Hum... Não sei o que houve, ele saiu correndo... Mas Aioria tinha ido atrás dele. – Era visível sua preocupação com o amigo, mas agora já estava tendo outros planos para a noite. Aquele italiano só de bermuda chegava a ser indecente no modo de sorrir e adorável no modo de falar... O virginiano controlava menos ainda a excitação em seu corpo.

- O que houve foi que a sua idéia de destraumatizar o garoto foi a pior que já ouvi na vida. – Máscara riu, deixando o loiro piscando confuso ainda.

- O que quer dizer com isso?

- Ora Shaka... Pense um pouco... Mu tinha trauma de ser tocado por alguém porque foi estuprado. E qual foi sua idéia? Fazer com que ele visse duas outras pessoas transando e quem você escolheu para isso? Shura! – O canceriano deu um tapa na própria testa ainda rindo. – Shura e Afrodite... – Ele negava com a cabeça e sorria ainda, deixando o outro ainda mais confuso. – Shaka, se uma pessoa tem trauma de toques o melhor a se fazer é mostrar que o toque não machuca... E qual a melhor forma de fazer isso, loiro?

Shaka pensou durante um tempo, apenas fitando bobamente o rosto do outro cavaleiro. Qual seria a melhor maneira de mostrar a Mu que um toque simples não o machucaria? Virgem olhou em volta, fitou as próprias mãos e então seus olhos se arregalaram, ele abriu a boca num som mudo e voltou a olhar Máscara que ainda ria.

- Isso mesmo... Não se mostra a ele fazendo com que assista a duas pessoas se tocando e sim tocando ele. Deixando que ele toque alguém... Foi isso que Aioria deve ter feito e pelo que eu pude ver funcionou muito bem. – Câncer sentou-se mais perto de Shaka e olhou dentro dos olhos azuis deste. – Vocês são realmente muito imaturos ainda, o próprio Afrodite ainda é. Vocês nem sabem o que é sexo... Mal fizeram algumas vezes e se acham os detentores da verdade.

- Eu não me acho o detentor da verdade! – Shaka se indignou, fez uma cara feia e cruzou os braços. Ele não se achava nada daquilo que o outro dissera. – E você? É você quem se acha o detentor da verdade só porque é mais velho... Acha sempre que sabe mais do que a gente.

- Hum... Confesso que me acho mais sabido que vocês. – O italiano sorriu e tirou uma mecha loira que caía sobre o rosto do outro. – Mas eu sei mais do que vocês, eu vivi mais, tive mais experiências... – Ele aproximou o rosto do outro... Shaka mal se movia, estava um pouco nervoso com aquela aproximação. – E com certeza fiz mais sexo que vocês na vida. – A voz do canceriano era baixa, quase um sussurro, fazendo o olhar do loiro se prender em seus lábios avermelhados. – Entende, loiro? – Ele aumentou subitamente o tom de voz e se afastou sabendo que o peixe estava fisgado.

- Eu... Eu... – Estava desprovido de fala, que situação!

- Hum... E se queria mostrar a Mu como seria o sexo, Shura não era a melhor escolha, concorda? – Isso era uma verdade, por que diabos escolhera aquele espanhol? Shaka sabia muito bem que Shura era descontrolado e gostava de um sexo mais pesado, bem como o próprio Afrodite, mas se não eles, quem?

- Bem... Se não fossem os dois, quem seriam? – Finalmente recuperara o dom de falar, o italiano já estava se divertindo muito com aquilo.

- Não sei, por que não você?

- Eu? Eu não! – Virgem sentiu seu rosto ficar imediatamente rubro, principalmente quando viu aquele sorriso sincero no rosto do outro, não era malícia, nem escárnio, como o de sempre, era um sorriso de compreensão, de entendimento e cumplicidade. – Por que está me olhando assim?

- Por que está nervoso? – Por que ele tinha que responder a uma pergunta com outra ainda mais difícil? O virginiano não conseguia desviar o olhar e nem tampouco fazer seu rosto voltar à cor pálida de sempre.

- Não estou nervoso...

- Está sim... – Máscara puxou o queixo de Shaka com uma das mãos, aproximando os lábios, mas sem tocá-los. – Por que o nervosismo, loiro? Você não é superior às coisas carnais? Não seria um ser puro... e inocente? – A outra mão daquele tarado subia por sua coxa, acariciando a parte interna, levantando sua túnica branca.

- Eu... Eu... Eu... – "Fale outra palavra, idiota!" – Eu não estou... Ahn... – Shaka tentou controlar, mas o gemido foi involuntário e escapou de seus lábios para arrancar um sorriso do outro cavaleiro.

- Ah loiro, desse jeito você não convence nem àquele ariano ingênuo. – O italiano se divertia com aquela brincadeira, sua excitação já estava bem evidente, assim como a do indiano. – Eu vou te mostrar coisas que Afrodite ainda não pode te ensinar, loirinho... – Seus lábios tocaram os de Shaka, fazendo o loiro arregalar os olhos, surpreso com o beijo.

Virgem não pôde se afastar, não tinha forças para protestar porque todo o seu corpo armava um complô contra sua mente, obedecendo ao cortejo do canceriano. Seu sexo endurecia, seus olhos se fechavam, suas pernas se abriam e sua boca dava passagem à língua quente e insistente que procurava a sua. Era uma boca diferente, mais quente que a do pisciano, mais experiente e mais dominadora. O indiano podia sentir seu lábio inferior ser mordido de leve, sua língua sugada com uma volúpia que o Cavaleiro de Peixes ainda não possuía, mas que aquele cavaleiro mais velho tinha de sobra.

E enquanto Shaka se perdia em suas dúvidas infantis, Máscara da Morte aproveitava sua hesitação para comandar a situação e roubar a sanidade daquele loirinho inocente. Câncer se utilizava de todos os truques que aprendera com servas, amazonas e até cavaleiros mais velhos que ele. Usava tudo que sabia para deixar o loiro pronto para não ter forças para recusar seu convite indecente. E ele provocava, sabia disso... Sabia do poder que exercia sobre aquele corpinho menor que o seu, sabia do calor que o outro não podia suportar. Mas o italiano só parou quando sentiu que Shaka ficava sem ar.

- Essa é só a primeira... – Shaka estava sem fôlego, encarava o outro como se ele tivesse lhe contado algo absurdo sobre a vida... Algo, absurdo e delicioso, que o deixara com ainda menos controle sobre si.

- Ahn... – Pensou em responder alguma coisa, mas não havia o que ser dito, aquela mão ainda estava entre suas pernas, apertando uma de suas coxas, mais ainda sem tocar seu membro inchado.

- Não precisa dizer nada, loiro... Um bom aluno não contesta o que o professor ensina, ele apenas... Obedece. – Máscara sorriu malicioso e sua mão tocou o volume que esticava o pano da cueca do outro. Massageou aquela área sensível, encarando o loiro nos olhos, não porque este queria, mas sim porque o indiano não conseguia quebrar o contato visual.

- Ahn... Máscara... Eu... Hum... – As palavras pareciam entalar na garganta, impossíveis de serem proferidas. E enquanto seu cérebro tentava resistir à tentação, aquela mão entrou por dentro de sua cueca, tocando o volume crescente que se escondia lá dentro.

Shaka tentou afastá-lo, resistir, mas nada surtia efeito, seu corpo não respondia à mente. O canceriano ainda se aproveitava da falta de controle do loiro e puxava aquela cuequinha branca, revelando o prazer do outro sem pudor algum para seu próprio deleite.

- Hum, loiro... Até que você é bem gostosinho. – Sem aviso prévio ele se levantou, deixando Shaka sem ação, enquanto se ajoelhava e abria suas pernas.

- O que...? – Virgem ainda tentou protestar de alguma forma, fechando as pernas, mas o outro cavaleiro apenas o olhava com aquele sorriso malicioso e suas fortes mãos o impediam de tentar se recompor.

- Calma, loirinho... A lição está só começando. – Máscara se colocou entre as pernas do outro e voltou a puxá-lo para um beijo, menos delicado dessa vez, fazendo questão de deixá-lo sem fôlego mais rapidamente. – Sua boca é doce... Como eu esperava...

Shaka deixou um sorriso transparecer... Então ele estivera pensando sobre como seria beijá-lo? Sobre como seria o sabor de sua boca... Ah, mas ele também sonhara. Por vezes Shaka se pegou pensando sobre como seria beijar aquela boca, tocar aquele corpo forte e perfeito... E agora tudo se realizava e a resposta era apenas uma a todas as suas perguntas: maravilhoso.

- Doce como a de uma criança... – Máscara puxou a cueca do outro com rapidez, sem dar tempo a ele de pensar, afinal a intenção era exatamente não deixá-lo pensar.

- Eu... Não sou criança. – Shaka se remexeu no sofá abrindo mais as pernas, conforme a mão quente do italiano subia novamente por entre suas coxas, causando arrepios deliciosos.

Máscara levantou a túnica do loiro com uma das mãos enquanto a outra, entre as pernas dele, procurava apertar aquelas nádegas macias que tanto quisera. Sem pudor algum ele enfiou um dedo dentro do loiro e sorriu daquele jeito pervertido, sabendo que do jeito que o tocava era impossível ao indiano resistir.

- Não é criança? – Não... Ele sabia que aquele cavaleiro a sua frente não era uma criança, mas ainda era muito ingênuo. A brincadeira seria mais interessante, é claro.

- Não... Hum... – Virgem sentiu sua pele pegando fogo, não podia mais controlar nem os gemidos.

- Então vou te mostrar uma coisa que aquele sueco faz muito mal ainda... – O italiano enfiou outro dedo dentro dele, movendo os dois rapidamente. De repente ele pára, toca o indiano bem fundo, em um ponto que o faz arquear as cotas.

- Aaahn... – Shaka tentou ver o que o outro fazia para deixá-lo naquele estado, totalmente entregue aos dedos que o violavam, mas só o que conseguia ver era aquele sorriso e o brilho daqueles olhos azuis profundos.

- Ele não faz isso com você, faz, loiro? – Virgem não respondeu.

Os dois dedos continuavam seu trabalho pervertido de tocar o loiro e fazê-lo gemer, como se fosse um brinquedinho nas mãos daquele outro cavaleiro. Um brinquedinho que deveria deixar seu dono satisfeito ao fim da brincadeira. Estranhamente aquilo não deixava o loiro descontente, mas o deixava ainda mais excitado. Afrodite não faria jamais isso, provavelmente nem sabia como fazer, mas Máscara da Morte parecia um mestre naquilo.

- Hum... – Shaka apertou os olhos, tentando esquecer aquele sorriso maldoso que não saía dos lábios do outro. Mas mesmo vendo o escuro de seus olhos fechados podia vislumbrar a luz daquele estúpido sorriso, que o deixava tremendo. Sim, ele tremia agora, tremia com o calor do outro, com os dedos o tocando, com o sorriso. Achou que seria impossível resistir ao forte choque que percorria seu corpo, fazendo os gemidos escaparem involuntariamente.

- E nem poderia... Mas eu vou te mostrar muita coisa que ele não faz e que eu faço muito bem. – Que convencido... Como Shaka, a reencarnação de Buda, podia se render aquele homem pretensioso e convencido que se dizia muito bom na arte do sexo? O que ele sabia sobre sexo afinal?

- Aaahn... Hum... – Sua fala interrompida só tornava as coisas mais saborosas para o outro, só tornava a ele mais obediente e submisso. Mas aqueles dedos o levavam a loucura e Shaka começava a pressentir o orgasmo.

- Ainda não, loirinho. – Câncer segurou firme na base daquele membro inchado, impedindo o orgasmo. – Você vai gozar com outra coisa dentro de você, mas agora não. – Era cedo para acabar com a brincadeira, por isso Máscara retirou seus dedos de dentro do outro, puxando a cintura de Shaka, fazendo-o escorregar as costas pelo sofá e deixar o membro a uma altura considerável, abaixo do rosto do outro.

- Hum... Mas... Eu quero... Hum... – Aquela dor característica de ter sido impedido de gozar, aquela agonia proeminente que o fazia suar frio de expectativa. Mas o canceriano não se importava com aquela agonia.

- Eu vou te deixar desesperado antes... – Aquilo era algum tipo de brincadeira de mau gosto? Só poderia... Shaka já estava desesperado, será que Máscara não via isso em seus olhos?

- Ahn... Não... Por favor... – O loiro tentou segurar aquela mão que o apertava, mas agora a boca do canceriano seguia uma trilha molhada pela sua virilha, lambendo a base de seu membro inchando e agoniado. – Ahn...

Shaka se remexeu, fitou atentamente aquele par de olhos frios e maliciosos que o observavam como em uma zombaria muda por causa de seu desespero. Mas não importava agora, só importava o prazer que aquela boca o estava fazendo sentir toda vez que envolvia seu membro e o sugava o suficiente para que ele ainda quisesse mais, mesmo depois do italiano ter se afastado.

- Hum, você tem um gosto bom loirinho...

- Você... Ahn... Eu... Hum... – O que mesmo queria dizer? Havia alguma coisa que pudesse diminuir seu desespero? Talvez se aquela mão o soltasse e aquela boca voltasse...

- Você ainda vai esquecer que um dia esteve com Afrodite, não vai? – Pretensioso. Mas estava certo, Shaka iria esquecer, porque aquilo era muito melhor. – Ele não serve pra você e você não serve para ele. – Ele já sabia disso, ninguém precisava falar, mas insistia naquilo por algum motivo que ainda não sabia.

O canceriano esqueceu o membro que pulsava entre seus dedos, estava na hora de algo mais divertido. Ele puxou o loiro pela túnica e o beijou novamente. Shaka sentiu-se tonto, tudo girava, estava quente... Tentou segurar-se a algo, mas suas mãos não o obedeciam, tudo que tinha em mente desaparecia com a facilidade com que a água escorre pelas mãos abertas. Sua cabeça não pensava, seu cérebro parecia ter entrado em uma greve absurda e eterna, pois não conseguia lembrar-se de já ter pensado um dia e nem tinha expectativas de pensar novamente.

Máscara passou uma das mãos por baixo do loiro, apertando uma das nádegas deste. Depois ergueu o corpo, com aquele sorriso pervertido iluminando o rosto, estendeu a mão e chamou-o, mas Shaka mal conseguia levantar um dedo.

- Vem, loiro... Se você ficar aí não vai ter o que espera... – Ele continuava com a mão estendida, esperando que Virgem aceitasse.

Mas o indiano lutava uma batalha interna, tentando levantar o braço. Seus membros pesavam mais do que nunca, sentia o prazer consumi-lo só com aquele sorriso do outro. Mexeu os dedos da mão direita, levantou-a o suficiente para tocar as pontas dos dedos do italiano.

- Está sem forças? – Máscara parecia agora ter um pouco de compaixão com o estado lamentável que Shaka se encontrava, segurou a mão do loiro e passando um dos braços por baixo dos joelhos deste, pegou-o no colo. – Não se preocupe, vai ficar pior que isso... – Ele sorriu sarcástico e pervertido, levando Shaka pelo corredor.

Virgem sentiu-se ser carregado no colo, circundou o pescoço do outro com os braços, abrindo os olhos para constatar que Máscara o levava pelo corredor da casa. Estava ficando mais quente, seu corpo suava e tremia, esperando pelo alívio que tardaria a vir. Sentiu-se ser colocado em um lugar macio, a cama dele... A cama larga de casal, com lençóis brancos de algodão macio. Aquele cheiro... O cheiro do italiano se impregnava pelas fronhas, pelos lençóis, aquele cheiro delicioso, cítrico, quente, seco. Não o cheiro de menino que Afrodite tinha... Cheiro de homem.

Máscara apoiou o loiro na cama com uma delicadeza fora do comum, viu que ele olhava em volta, curiosamente querendo fazer sua mente entender onde estava. Sorriu. Aquele anjinho era mesmo uma gracinha. O canceriano se ajoelhou entre as pernas do indiano e depois se debruçou sobre ele, encarando-o de perto.

- Você está na minha cama. – Ele sussurrou baixinho, chamando a atenção do virginiano que virou o rosto para encará-lo.

- Cama? – Shaka repetiu baixinho, notando o olhar predador sobre si e aquele sorriso malicioso. Como nunca tinha reparado no outro antes? Aquele moreno perfeito estava o tempo todo ali no Santuário e ele nem sequer o havia notado.

Virgem passou as mãos pela cama depois as levou até os braços do outro, tocando-o, sentindo a pele morena e quente se arrepiar sob seus dedos. Um sorriso adornou seus lábios, queria estar ali, tinha certeza que de nada se arrependeria. Fechou os olhos novamente, suspirando baixinho, sentindo o calor do outro passar por sua pele, arrepiar sua espinha.

- Sim... Cama. – Ele murmurou, puxando sua túnica, abrindo-a e expondo o peito alvo, os músculos definidos por debaixo daquela pele tão clara. Shaka deixou um gemido baixinho escapar pelos lábios entreabertos, o que fez Câncer sorrir novamente. – Você sabe o que vamos fazer, não sabe, loiro? – Sentiu mais um arrepio quando os lábios quentes tocaram seu pescoço, num beijo cheio de luxuria.

- Você vai... Me possuir? – Perguntou incerto da resposta que deveria ter dado. Mas aquele italiano não o levara até ali para conversar, disso ele sabia.

- Sim... Eu vou te possuir... – Ele respondeu dentro de seu ouvido, outro arrepio. Aquela língua safada lambeu dentro de sua orelha, provocando outro gemido.

- Ahn... – Shaka arqueou as costas, gemeu novamente e puxou os cabelos azulados do outro, encarando seus olhos frios e quentes ao mesmo tempo. – Hum... – O que mesmo ele iria dizer? Perder a fala assim completamente estava se tornando comum. Em vez de dizer qualquer coisa, o indiano simplesmente gemeu novamente e Máscara sorriu satisfeito com aquilo.

- Queria dizer alguma coisa, anjinho? – Ele sorriu sarcástico, brincando com a limitação do loiro, mas este apenas sacudiu a cabeça em uma negativa, nada do que dissesse faria algum efeito. – Ótimo.

Máscara fixou o olhar no corpo esguio do outro, admirando cada detalhe. A pele era tão branca quanto leite, sem marca alguma, nenhum defeito, só a maciez alva se estendendo por todo o corpo daquele anjo. O peito subia e descia numa cadência calma e controlada, os mamilos rosados estavam eriçados pela excitação, deixando-o ainda mais perfeito. Os cabelos eram dourados como o sol e se espalhavam pela cama e pelo peito claro, em ondas sensuais e inocentes ao mesmo tempo.

Shaka estava com os lábios rubros entreabertos, respirando pausadamente, deixando a cena ainda mais sensual. O olhar do canceriano ainda ficou preso por instantes nas duas safiras azuis que o observavam, aquele brilho turvo de excitação transparecendo em meio ao azul claro. Para completar a perfeição do quadro ele tinha as pernas abertas, deixando que o italiano visse tudo o que queria, a entrada rosada e apertada se contraindo de expectativa, o membro rígido, pulsando no baixo ventre do virginiano. Tudo perfeito.

- Como pode existir no mundo alguém assim tão perfeito quanto você? – Ele sussurrou mais para si mesmo do que para que o indiano o respondesse.

- Eu não sou perfeito... – Mesmo assim ele respondeu e Máscara sorriu negando com a cabeça. Aquele anjo caído não tinha noção ainda de toda a perfeição existente em si.

O italiano percorreu cada curva do corpo do virginiano com a língua e os lábios, dando leves mordidas vez por outra, vendo a pele alva se avermelhar instantaneamente. Sugou os mamilos com uma experiência adquirida com muita prática e passou a lamber os músculos do abdome levemente definido. Ele tinha aquele gosto doce no corpo inteiro e o cheiro de sândalo impregnado na pele, deixando-a ainda mais apetitosa.

Os lábios quentes chegaram a sua virilha, Shaka arqueou as costas e abriu mais as pernas, deixando espaço o suficiente para o outro enlouquecê-lo por completo. E Máscara da Morte não o decepcionou, chupou a pele sensível, descendo a língua até a fenda entre as nádegas, lambendo tudo por onde passava.

Mas Shaka já gemia e arfava descontrolado, aquela tortura o levava a limites antes jamais transpassados ou sequer imaginados. Seu rosto corado e os lábios avermelhados falavam por si só, porém o indiano ainda tentou protestar com palavras.

- Por favor... Hum... Eu... Não agüento... – Máscara parou o que fazia, sua língua já atingia a entradinha rosada, quando levantou o rosto encarando os olhos azuis do loiro.

- O que foi? – Sarcasticamente ele sorriu, como se não adivinhasse porque Shaka estava desesperado.

- Eu quero... Gozar. – Disse por entre os gemidos, esticando as mãos para puxar os cabelos azulados do outro, que sorria descaradamente.

- Mas já? – Como se fosse possível resistir a tanta tortura sexual.

- Sim.

Câncer sorriu mais uma vez e ergueu o corpo, deitando por cima de Shaka, mas apoiado nos cotovelos para não incomodá-lo com seu peso. Beijou levemente os lábios rubros do indiano e levou dois dedos a sua boca, chupando-os.

Shaka ficou corado de imediato, vendo o canceriano chupar dois dedos, sem tirar os olhos dos seus. Aqueles dedos foram levados até sua entrada, estirando lentamente seus músculos. Teve que se remexer, estava um pouco desconfortável, porém ele já o tocava naquele ponto que faria tudo ficar mais gostoso. O indiano abriu mais as pernas e gemeu baixinho, virando o rosto para o lado.

- Você fica lindo, corado desse jeito. – Virgem virou o rosto novamente para encará-lo e se deparou com um sorriso lindo adornando o rosto masculino e moreno de Máscara da Morte. Talvez ele até tenha suspirado ao vê-lo tão lindo daquele jeito, mas não teve tempo para pensar nisso, pois os dedos o abandonaram deixando a sensação peculiar de vazio.

Shaka acompanhou os movimentos do outro com os olhos, esperando por uma sugestão do que deveria fazer. Máscara deitou-se ao seu lado e sorriu passando a mão pelo próprio peito, sentindo o calor da própria pele. O indiano lambeu os lábios involuntariamente, diante da visão arrebatadora que tinha. A mão que o italiano usava para acariciar seu peito parou no cós da bermuda que usava, ele passou um dedo por baixo do elástico, mas não puxou a roupa para baixo.

- Quer que eu tire? – A pergunta veio de repente, mas o loiro não perdeu tempo em afirmar com a cabeça, sem desviar os olhos da mão que descia a bermuda, deixando que ele visse os primeiros pelinhos que apareciam pelo baixo ventre do outro.

Shaka controlou a respiração ao ver a bermuda descendo, desnudando o outro cavaleiro, deixando que ele tivesse a visão completa daquele membro enorme e rígido, pulsando de expectativa e as coxas grossas um pouco abertas. Teve que morder os lábios para não gemer com aquilo. Máscara da Morte tinha um corpo perfeito, quente, moreno, musculoso... Tão diferente de Afrodite. O indiano não conseguia parar de comparar as duas belezas distintas em sua cabeça.

- O que foi? – Ele perguntou como se não soubesse o efeito que causava nos outros com aquele corpo.

- Hum... – Shaka não respondeu, esticou a mão tocando o peito do outro com leveza. – Posso? – Diante de uma afirmativa o loiro percorreu os dedos pelos músculos do outro até suas mãos pousarem na virilha do canceriano. O loiro o olhou com dúvidas novamente.

- Pode me tocar onde quiser. – Máscara ainda sorriu novamente, trazendo a mão do loiro até seu membro, quente e rígido, que pulsou feliz quando Shaka o segurou com firmeza.

- Ahn... – Ele desviou os olhos azuis para o membro que tinha entre a mão. Como era grande... Shura também era assim, pensou consigo. Tocou a fenda na ponta com um dedo, vendo que o outro desistia de controlar um gemido de prazer. – Máscara... Eu... Como consegue me deixar assim? – Apontou o próprio baixo ventre que pulsava tão intensamente, que Shaka achou que iria gozar só de ver o outro.

- Experiência, loiro. Eu disse que ia te ensinar coisas que Afrodite ainda nem aprendeu. – Ele sorriu novamente e retirou a mão do virginiano de seu sexo, deitando novamente entre as pernas abertas deste.

Shaka sentia-se estremecer com o toque quente do corpo de Máscara da Morte sobre o seu. Arrepios deliciosos percorriam sua espinha enquanto as mãos do outro tocavam suas coxas para abri-las mais. Sentiu o membro rígido tocar sua entrada, quente... Um gemido involuntário escapando pelos lábios, suas mãos procuraram tocar a pele morena do outro, pedindo um apoio.

O canceriano sorriu, levantou o corpo, encarando o loiro de cima. Sorriu. Ele queria aquilo há muito tempo e achou que demoraria a convencer o outro, mas foi fácil, adorável. Agora Shaka abria mais as pernas esperando ser possuído por ele. E ele não o desapontaria. Fez o virginiano flexionar os joelhos e com uma das mãos levantou uma das pernas dele, segurando o próprio membro com a outra. Outro sorriso. Sua ereção rompia as barreiras impostas pelo corpo do indiano, lentamente.

- Aaahn... Dói... – Shaka apertou os olhos, sentindo os gemidos mais altos rasgarem sua garganta como aquele membro enorme rasgava sua entrada. Era dolorido, porém já sentia que o prazer não tardaria a enlouquecê-lo novamente.

O italiano sentia o corpo do outro se fechar em volta de sua ereção e ele próprio já deixava alguns gemidos escaparem à medida que o loiro se contraía e gemia, se excitando com a penetração. Máscara podia vislumbrar um brilho azul transparecer por entre as pálpebras semicerradas de Shaka, o loiro estava mais ofegante, mas não tirava os olhos da figura que o penetrava.

Shaka podia sentir cada músculo se estirar, dando passagem ao outro. Mas cada resquício daquela dor incômoda estava se tornando prazer pouco a pouco, não era momento de pensar. O indiano não controlava mais os gemidos e um grito irrompeu por sua boca quando as estocadas começaram, secas, curtas a princípio, deliciosas. O canceriano ainda segurava uma de suas pernas, facilitando a penetração, enquanto a outra mão dele, estava em sua cintura. Shaka notou o olhar insistente sobre si e abriu os olhos, sorrindo e se agarrando aos lençóis da cama.

Máscara sentia que rasgava o corpo do outro, talvez pudesse fazer mais devagar, afinal parecia que o loiro não estava acostumado àquilo. Mas quando o virginiano abriu os olhos e sorriu seu coração falhou uma batida, aquele safado estava adorando, então daria a ele o que queria. Aumentou as estocadas de ritmo e ouviu um gemido delicioso abandonar aquela boquinha vermelha.

- Você gosta, loiro? – Que pergunta idiota, Shaka pensou consigo. – Eu sabia que você gostava de ser comido... – As estocadas ficaram mais fortes e o calor já se tornava insuportável, assim como os gemidos que arranhavam sua garganta e tornavam mais difícil sua respiração.

- Uhum... – Por que se deu ao trabalho de responder? Só Zeus sabia! Ou talvez nem ele.

Máscara sorriu maravilhado com a entrega daquele loirinho pervertido, que tentava abrir ainda mais as pernas. O membro, inchado, pulsava descontrolado, louco pelo alívio que vinha rompendo os nervos naquele corpo alvo, que se avermelhava com o tesão. O canceriano se enfiou com mais força, todos os seus músculos se retesaram, desenhando aquele corpo forte, que já era perfeito antes.

Shaka lambeu os lábios, era demais para qualquer sanidade poder vislumbrar aquele corpo moreno musculoso o possuindo com aquela força e com aquele tesão. Sentiu seu corpo explodir em um orgasmo devastador, que o fez arquear as costas, gemer mais alto, puxar os lençóis... Era mais do que seu corpo podia agüentar.

O italiano não conseguiu se conter por muito tempo diante daquela visão, já estava agüentando tempo demais. Seus nervos iam decretar greve se ele não se rendesse àquela visão perfeita e angelical. Seu corpo vibrava inteiro, com aquele orgasmo forte, que ainda o contrariava, deixando gemidos altos escaparem.

-Ahn... Loiro... Você... Me enlouquece... Ahn... – O canceriano deitou-se por cima do outro, sentindo o cheirinho de sândalo misturar-se com o suor quente. Shaka o abraçou e ficou quieto, controlando sua respiração.

Mas Virgem foi vencido pelo sono e seus olhos se fecharam, seu corpo amoleceu nos braços de Máscara, que ainda ficou o observando por instantes. Instantes eternos que passaram em poucos minutos... Como poeira no vento.

"I close my eyes
Only for a moment,
And the moment's gone.
All my dreams,
Pass before my eyes, a curiousity."

Eu fecho meus olhos,

Apenas por um momento

E o momento desaparece

Todos os meus sonhos

Passam na frente dos meus olhos, uma curiosidade.

"Dust in the wind,
All they are is dust in the wind."

Poeira no vento,
Tudo o que eles são é poeira no vento
.

"Same old song,
Just a drop of water in an endless sea.
All we do
Crumbles to the ground,
Though we refuse to see."

A mesma velha música,
Apenas uma gota de água num mar sem fim.
Tudo o que nós fazemos

Despedaça-se no chão,

Embora nos recusemos a enxergar.

"Dust in the wind,
All we are is dust in the wind. "

Poeira no vento,
Tudo o que eles são é poeira no vento
.

"Don't hang on,
Nothing lasts forever
But the earth and sky.
It slips away,
And all your money
Won't another minute buy."

Não se segure,

Nada dura para sempre

A não ser a terra e o céu.
Deslizam para fora

E todo o seu dinheiro

Não vai comprar mais um minuto.

"Dust in the wind,
All we are is dust in the wind.
Dust in the wind,
Everything is dust in the wind."

Poeira no vento,
Tudo o que somos é poeira no vento.
Poeira no vento,
Todas as coisas são poeira no vento.

-Hum... Eu sei que um dia isso não vai passar de mais uma noite em sua vida... Mas eu quero pensar que fui importante pra você, Shaka. – Máscara beijou os lábios rubros por uma última vez antes de se entregar ao sono também.

FIM!

N/A: Agora sim é o fim! O fim da fic de Mu e Aioria! To triste... Foi uma das fics que mais gostei de escrever! Mas precisava acabar... E aí está a última parte, meio comprida... Mas eu queria um lemon especial pro loiro! XD

Comentários:

Milhões de obrigadas pra todas vocês que comentaram e acompanharam a fic até o fim! Brigada por terem gostado e esperado pacientemente esse bônus! Espero ter atendido às expectativas de cada uma! Valeu pelos reviews e a quem achou o lemon de Mu e Aioria fofo... (eu tb achei!)

Kamus e Milo infelizmente não ficam juntos, pois o pato mata o Kamus... Mas tudo bem, ele volta depois! XD

Mu merecia aquele tapa! Aioria tinha razão, mas tb não foi culpa do Muzinhu e ele nem sabia, né! Mas deu tudo certo!

Agora me digam o que acharam do meu bônus feito pra escandalizar (como disse a Mo-chan)! Eu gostei... (modesta, não?) XD Me falem o que acharam e um beijão bem grande pra vcs!

Ps: Antes que eu me esqueça... A música é Dust in The Wind, do Scorpions. (todo o mérito vai pra Ilia-chan! Ela quem escolheu a música! Brigada, amiga!)