Disclaimer: Os personagens de Harry Potter não me pertencem.


ECO


"A Ninfa Eco, por amor a Narciso, se autodestruiu. E Narciso, por amor a si mesmo, se consumiu pela paixão do próprio reflexo."


Na minha família, sempre nos ensinaram que o Natal era uma época para fracos. Diziam que só os fracos perdiam seu tempo saindo à procura de presentes e que só os fracos concordavam em gastar seu precioso ouro com os outros.

De modo que jamais havia ganhado qualquer coisa além de puxões de orelha nessa data. Tampouco Regulus. Apenas recebíamos a corrente de prata com o B dos Black talhado nela, quando completávamos cinco anos, e isso era tudo.

Quando criança, jamais entendi o porquê de termos festas tão luxuosas se o Natal, uma festa tipicamente cristã, era considerado uma futilidade.

Lembro que Walburga passava dias decidindo a decoração perfeita. Maltratava os elfos domésticos sem dó até atingir seus objetivos.

A lista de convidados era composta pela elite da sociedade. O Ministro da Magia, geralmente um dos primeiros a confirmar sua presença, desdobrava-se em sorrisos para a matriarca da família, minha mãe, porque sempre havia se sentido atraído por ela, a despeito do seu humor seco e do seu desprezo pelos mais fracos.

As cortinas, geralmente em tons escuros, eram substituídas por veludos verdes. Os vasos se encham de rosas.

A árvore de Natal, montada ao pé da escada, era alta o suficiente para se tornar inesquecível. Eu passava horas observando os elfos domésticos, sob a insuportável supervisão de tia Elladora, em seu tedioso serviço de montá-la.

Os laços de seda eram vermelhos como o sangue e as bolinhas coloridas variavam entre verde e vinho, tão brilhantes que se podia enxergar o próprio nariz refletido nelas. O anjo dourado, ouro maciço, era posto na ponta pelo feitiço de levitação do meu pai e a família sempre se juntava para vê-lo colocá-lo lá em cima, como se aquele fosse nosso único esforço para aparentar proximidade.

Ainda hoje tenho certeza de que jamais vi decoração tão fantástica. Afinal, os Black sempre fizeram questão de serem perfeitos.

Quando perguntava ao tio Alphard o motivo de festejarmos o Natal, uma data oficialmente desprezada pelos meus pais, ele ria e explicava que era puro interesse comercial. Na época, eu era ingênuo e não fui capaz de entender tal esclarecimento. Foi questão de crescer um pouco mais, porém, para perceber que o único intuito daquela reunião era elevar ainda mais a boa fama da nossa família. Não fiquei necessariamente desapontado. O Natal, embora certamente tivesse a decoração mais bonita, era apenas mais uma data festiva dentre as tantas outras datas festivas do nosso calendário (as famílias ricas têm o hábito de comemorar amiúde).

Na véspera, Walburga nos mandava para o banheiro na companhia dos elfos domésticos, os responsáveis por nossa higiene, que nos lavavam com afinco. Saíamos do banho com a pele irritada pela esfregação constante. Ao voltarmos para o quarto, ela estava lá, sentada sobre a poltrona, a mesma expressão austera de sempre. E, com impaciência e rispidez, nos enfiava dentro das vestes engomadas, feitas sob medida a cada novo ano, empurrando-nos para frente do espelho a fim de arrumar nossos cabelos molhados com um feitiço.

Em qualquer que fosse a ocasião, ela sempre fazia questão de ver tanto eu como Regulus usando a corrente de prata dos Black.

Apesar de, depois de velha, ter ficado insuportável, nas suas épocas de glória, descia as escadas principais, quando a sala já estava cheia, como se estivesse pisando nas nuvens, os pés, dentro de sapatos de salto alto, pisando elegantemente sobre o tapete vermelho dos degraus que jamais se enrugava.

Embora geralmente me divertisse com os preparativos, a verdade é que tais festas, com um contingente formado majoritariamente por adultos, sempre se provavam ser absolutamente tediosas. Eu passava quase todo o tempo todo sentado em uma das poltronas mais afastadas, entediado, irritado e sonolento, porque mamãe não permitia que subíssemos para o quarto antes que todos os visitantes se fossem – era uma questão de educação, sempre dizia. Até o dia em que conheci Bellatrix, minha prima.

Tínhamos por volta de seis ou sete anos quando eu a vi pela primeira vez.

Naquela época, Bellatrix morava na França, em Paris, e raramente vinha para Londres. Minha tia Druella, mãe dela, era francesa e passava grande parte do ano na casa de veraneio, mesmo nos dias mais frios. Seu sotaque inicialmente era carregado, mas sumiu com o passar do tempo.

Tínhamos a mesma idade. Cada traço do seu rosto parecia ter sido divinamente colocado. Eu a achava tão linda que a sensação às vezes parecia machucar, deixando-me sem ar.

Seus cabelos eram negros, as pontas virando em pequenos cachos que sumiram quando cresceu, e os olhos tinham uma cor ônix intensa parecia arder como fogo, nunca deixando de brilhar. As bochechas coradas, o nariz arrebitado e os lábios rosados fechavam o cortejo perfeito e eram motivo de orgulho para meu tio, que se gabava da beleza das três filhas.

A verdade é que Narcissa provavelmente era ainda mais bonita, com seu rosto angelical e seus cabelos loiros, mas Bellatrix sempre fora a mais espirituosa de todas elas. Conseqüentemente, a mais atraente. Pelo menos para mim.

Na noite em que a conheci, ela usava um vestido preto de mangas compridas e em seu pescoço havia o mesmo medalhão que havia no meu, o símbolo dos Black. Sentada sobre uma das poltronas perto da escada, parecia distante e indiferente a toda agitação que havia à sua volta, perfeitamente intocável.

Acho que já estava a encarando há alguns minutos quando Regulus, ao meu lado, enfim percebeu o motivo do meu súbito silêncio.

"É Bellatrix, nossa prima." Ele comentou, tentando sem sucesso afrouxar o nó da gravata. Distraído, baixou a cabeça para focar a atenção no procedimento (era inútil, pois nossas vestes sempre eram assentadas por magia, a fim de impedir que nos livrássemos dos paletós e coletes, destruindo assim a perfeita imagem que Walburga gostava que tivéssemos). "Mamãe disse que ela é... Você sabe, excêntrica. Danação... Maldita gravata!... Não tentaria conversar com ela se fosse você."

Excêntrica?, repeti mentalmente, em dúvida. Excêntricos eram todos aqueles que duvidavam da sanidade de Bellatrix.

Lembro-me que, alguns anos depois, nas vezes em que ela vinha passar as férias na Mansão Black, no Largo Grimmauld, passávamos madrugadas inteiras atirados sobre o tapete da biblioteca, em frente à lareira, lendo os livros de magia que existiam por lá.

Embora parecesse estar em outro mundo, o que acontecia ao seu redor nunca lhe escapava. Nunca descobri como ela conseguia fazer aquilo.

"Ora, duvido que ela vá pular no meu pescoço." Zombei, achando graça das palavras de Regulus. Afinal, já estava acostumado a ignorar as reprimendas e comentários de Walburga. Ela tinha o desagradável costume de falar mal (em alto e bom som e repetidas vezes) daqueles que a desagradavam e dificilmente os próprios parentes conseguiam escapar daquela enxurrada de comentários. Mesmo Andrômeda, a quieta, educada e perfeita filha de Druella, nunca havia escapado de recriminações sobre sua "personalidade desagradável" – e nem é necessário acrescentar, é claro, todo o discurso de "eu já sabia" que persistiu durante meses após sua fuga.

"Não me refiro a esse tipo de doença mental, idiota." Regulus revirou os olhos, crispando os lábios. "Mas mesmo Narcissa concorda que Bellatrix é alguém que com quem não é possível ter um relacionamento adequado. Como eu disse, uma pessoa excêntrica."

Eu rolei os olhos, sem me deixar convencer.

Mesmo naquela época eu já estava suficientemente habituado às excentricidades da própria família Black para me preocupar com algo que não fosse terrivelmente chocante ou desagradável. A convivência com as deturpadas pessoas daquela casa me transformou num verdadeiro cético e era preciso muito para me perturbar.

"Não sei se você reparou, Regulus, mas não existe exatamente alguém que possa ser considerado normal em nossa família." Comentei, passando a mão pelos cabelos. Meus olhos inconscientemente seguiram, nada discretos, para o chapéu da tia Elladora, onde uma cobra de verdade, colada por um feitiço de fixação, mostrava a língua aos demais visitantes. Tão chamativo e tão desnecessário, como de hábito.

"Papai é bem normal pra mim, se você quer saber." Regulus deu de ombros, parando um elfo doméstico, que servia de garçom, para pegar um copo de coquetel de frutas. Ele tomou um gole, pensativo.

Eu me lembro de ter revirado os olhos outra vez e ficado calado.

Meu pai não era, aliás, nunca havia sido normal. Talvez, se comparado às insanidades de Walburga, ele fosse, de certo modo, considerado menos perturbado. Porém sei que havia algo de errado com sua personalidade e temperamento. E, ainda hoje, tenho certeza de que confiar nos meus instintos e aprender a me virar sozinho foi o melhor a se fazer.

Sempre que seus olhos negros estavam sobre os meus, observando-me, sentia que estava sendo desafiado a expor minhas verdadeiras opiniões sem medo de lidar com as críticas que viriam. Contudo, mesmo me provocando, mesmo me compelindo a agir como bem entendesse, nunca vocalizava suas verdadeiras intenções. Para qualquer outra pessoa que o olhasse, seus orbes eram frios como o gelo. Apesar disso, era como se, de alguma maneira, ele tivesse o absoluto poder de me controlar, utilizar meu temperamento explosivo para aborrecer Walburga. Eu o detestava por aquilo, porque sabia que não conseguiria vencer.

E, sem perceber, sempre acabava fazendo o que ele queria.

Desde pequeno tive certeza de que eles, meus pais, jamais haviam se dado bem. Walburga tinha preferência absoluta por Regulus – e, consequentemente, desprezo por mim –, o que acredito que se dava ao fato de ser a imagem cuspida e escarrada de Órion Black, o homem com quem havia sido obrigada a se casar para manter a pureza do sangue. Papai, no entanto, parecia sempre ter preferido a mim. Não sei bem o porquê, já que às vezes parecia que ele nunca tinha direcionado um segundo olhar para meu rosto em todos os anos em que passei dentro daquela casa. Mas, afinal, foi ele quem me ensinou a ser rebelde do jeito que sou.

Como patriarca da família, sempre manteve a pose de superior, indiferente aos sentimentos e a tudo que estava acontecendo ao seu redor. Ocasionalmente parecia estar fora de si, os olhos vazios e a expressão distante, e não me lembro de tê-lo visto aumentando a voz alguma vez, pelo menos não na minha frente. E era sempre assim. Ele falava, como se estivesse mandando que um elfo trouxesse seu jornal, e todos acatavam, porque não conseguiam contestar. Parecia um imperador com pleno controle do seu império e súditos. Nós, é claro, éramos os vassalos.

Ele tinha uma fixação estranha por ver os outros sofrendo. Era como uma doença.

Geralmente no inverno, gritos de dor vinham do andar inferior da casa, do porão ao qual nenhum de nós tinha acesso. Às vezes as vítimas eram os elfos, noutras humanos, e até os animais não saíam impunes, em falta de opções melhores. Nunca vi, porque poderosos feitiços bloqueavam o lugar, mas eu escutava. Ah, como escutava. E não era POR questão da falta de um feitiço de abafamento de som. Ele deixava os gritos ecoarem pelos corredores à noite, como se estivessem saindo das paredes. Sussurros, murmúrios, risadas e então gritos, gritos e mais gritos novamente. Eles não se calavam. Era assustador.

Tudo para enlouquecer Walburga.

Ela nunca comentou nada ou reclamou de alguma coisa, mas, com o tempo, sua pele parecia ficar quase translúcida de tão pálida e o rosto abatido parecia envelhecer cada dia um ano. Seus olhos eram pavorosos, porque emitiam um terror quase palpável. Parecia uma alma penada ou um espírito agourento. Não gostava de encará-la, porque sentia que ia ser tragado pela sua agonia.

De madrugada, ela punha o chambre e vagava pelos corredores da casa, seus passos fazendo o assoalho ranger. Caminhava sem rumo, abraçando o próprio corpo, e parecia distante, quase morta. Eu e Regulus poderíamos gritar nos seus ouvidos que ela não escutaria uma palavra do que havíamos dito. Acho que Walburga não era simplesmente louca, mas sucumbiu ao terror que era ser obrigada a escutar aqueles gritos durante todas as noites, enquanto papai protegia meu quarto e o de Regulus com feitiços abafadores de som.

E ela se tornou insana aos poucos, sua demência refletindo na aparência e no brilho maníaco dos olhos.

"O que você disser, Regulus." Resmunguei, sem querer discutir, pois sabia que ele nunca havia enxergado a loucura dos Black da mesma maneira que eu.

Meus olhos se voltaram então para Bellatrix. Minha atenção seguiu de uma das suas mãos, que segurava a taça de prata apoiada sobre a guarda da poltrona, até a ponta do nariz, artisticamente arrebitado. Sim, sim. Até quando criança aquela personificação das trevas era linda. Aterrorizantemente linda.

"Você ainda não desistiu dela, Sirius?" Regulus também se virou para observá-la, apertando seu copo entre os dedos.

Não sei ao certo como Regulus se sentia em relação à Bellatrix. Talvez ele a amasse ou talvez sentisse ódio por ela. Nunca entendi ao certo a estranha obsessão que havia refletida em seus olhos. Estou certo, porém, de que toda aquela fixação nunca foi um segredo. Foi por isso que ele se juntou aos Comensais da Morte. E foi por isso que ele morreu nas mãos de Voldemort, afinal. Por ela.

"Obviamente que não. Talvez devêssemos tentar fazer amizade."

"Você está louco? Desde quando um Black tenta "fazer amizade"?" Ele debochou, com um sorrisinho sarcástico.

Sim, Regulus estava certo. Nós não éramos (tampouco precisávamos ser) sociáveis o bastante para fazer amizade com as pessoas à nossa volta. Ou elas se curvavam para nós, a família principal, ou continuavam distantes, porque jamais nos rebaixaríamos a ponto de tentar uma aproximação. E não era diferente com Bellatrix. Se ela quisesse, era ela quem deveria vir.

Walburga, que acreditava ser o epicentro do mundo moderno, sempre havia dito que não devíamos tentar ganhar a afeição de ninguém.

Mas, naquele momento, eu achei estranho o fato dela jamais ter comentado sobre as três filhas da nossa tia francesa. Aliás, nem sequer sobre a tia francesa. E a mulher era de uma das famílias mais nobres da França. O que tornava os motivos daquele silêncio ainda estranhamente perturbadores.

Quando éramos pequenos, ela adorava contar histórias sobre os grandes acertos e os grandes terrores protagonizados pelos Black. Podia discorrer por horas sobre as linhagens que inicialmente haviam se juntado para formar um dos sangues azuis mais nobres da Europa. Hoje, por exemplo, eu ainda me lembro das principais origens da família Black. Sei explicar com precisão histórica e sem titubear o passado de cada um dos nossos mais importantes parentes, porque eram coisas que escutava todas as noites antes de dormir.

Os Black sempre foram uma família sangue puro, provavelmente desde que se sabia existir a magia. Nossa descendência era uma das mais nobres de que se tinha consciência. Mesmo depois de anos, seus ascendentes continuavam a ser os mais puros, porque a prepotência não lhes permitia misturar seu valoroso sangue azul com a funesta e manchada reputação das demais famílias, que em algum ponto de sua história haviam tido miscigenação com trouxas. De modo que, resumidos à vontade de continuarem legítimos aos olhos da magia, estendiam-se só com aqueles que tinham origens confiáveis. Eu jamais poderia me esquecer disso. Nossa história era marcada pelas faces do medo, poder, incesto e luxúria.

Hoje, talvez muita gente se pergunte o porquê de a família Black ter desencadeado o banho de sangue que a deixou quase escassa.

Recheada de aterrorizantes histórias de insanidade, nossa biografia era traçada por mortes, traições, mentiras e trapaças. Embora muitos clamassem (e ansiassem desesperadamente) pela glória obtida através da união com nossa família, não era surpresa que, apesar disso, nós pudéssemos ser considerados maculados e imundos. Carregávamos tantos pecados que era muito provável que, como diziam as lendas, tivéssemos despertado a ira dos deuses, que pareciam ter nos amaldiçoado.

Jamais houve alguma linhagem dos Black que não fosse marcada por figuras alucinadas que cometeram as piores atrocidades.

Amaldiçoados, o fim do sobrenome Black ficou comigo, dado insano, e se difundiu o pensamento de que, dentre os valorosos Black, haveria sempre loucos, suicidas, incestuosos, traidores, gananciosos, corrompidos, mulheres de má fama, que trariam a vergonha para a família e dilacerariam mais ainda os laços com o puro divino do sangue azul.

"Vamos ser sinceros, pirralho: como sempre, essa festa está exigindo o máximo da minha paciência. Talvez eu deva bancar o papel de idiota e tentar conhecer Bellatrix. Qualquer coisa que me afaste desse tédio mortal é bem-vinda." Eu dei de ombros. Estava aborrecido e não conseguia me contentar com o fato de ter aquela garota na minha família. Ela era tão assustadoramente linda que realmente me assustava.

Mas eu sabia que não ia lá e Regulus também sabia.

Ele riu, balbuciando uma frase ininteligível, e se levantou para fazer alguma coisa, sumindo por entre a multidão de visitantes desconhecidos.

Eu suspirei, passando a mão pelos cabelos, e decidi, contrariando as ordens explícitas, subir para o quarto.

Batendo a porta, caí na cama, sobre a colcha, e fechei os olhos. Foi questão de segundos até desabar num sono profundo.

Não, a verdade é que, embora quisesse, não falei com Bellatrix naquela noite. Deixei que meus pensamentos vagassem para o infinito e mais distante, mantendo os pensamentos bem ocupados até desistir da ideia de conhecê-la. No meu íntimo, desejei não vê-la nunca mais, porque sabia que não conseguiria esquecer seu rosto. E tudo correu bem, até entramos em Hogwarts.

Essa foi a primeira vez que me encontrei com Bellatrix. E uma única vez foi suficiente para gravar na memória os traços do seu rosto pálido, seus cabelos negros sedosos e os olhos brilhantes.

Com o passar dos anos, mesmo sem querer, eu me dei conta de que conhecia aquele corpo traidor muito melhor do que gostaria – ou do que seria saudável. Jamais quis recordar do que já havia virado passado. Mas era impossível. Eu sentia o cheiro dela nas minhas vestes, no corredor, na mesa, nos quartos, em cada lugar onde havíamos nos encontrado e isso me enlouquecia.

Naquela festa de Natal, foi a primeira vez que me encontrei com Bellatrix. Não teria aparecido se soubesse das dores que ela me traria no futuro.

Quando os Potter morreram, eu prometi que iria esquecer.

Mas por mais que eu tente...

Jamais consegui.