Este capítulo é um pouco maior, pois é o final. Não sabia o título que colocaria, mas como falaria da última parte do plano da Tata, resolvi deixar assim. Infelizmente sou péssima em títulos, fazer o que? Bom, me despeço e agradeço a compreensão.

Ah, sim! Não é segredo que CVZ não é meu, apenas a Catarina, mas podem usar, desde que me peçam! Agora continuem se emocionando!


CAPÍTULO 12 – EXECUÇÃO PARTE FINAL

Depois de algum tempo, Ikky e Catarina já estão no último ano do 2º grau. Seya, Shiryu, Hyoga e Shun estão no penúltimo. Apesar do esforço de Aioria e de outros cavaleiros, não foi possível curar Seya, que ainda está em uma cadeira de rodas. Ele demonstra tanta alegria que os seus amigos já se acostumaram com a situação.

Ikky e Catarina sempre estudam e fazem os trabalhos escolares juntos, pelo menos é o que dizem. Shun e Hyoga ficam apostando a data do casamento dos dois pombinhos. Shiryu e Shunrei já oficializaram o seu namoro. Hyoga anda saindo com Eiri e Shun está namorando June. Quanto ao casal Seya e Saori...

A cena mostra Saori empurrando Seya em seu jardim. Ela pára em frente a uma árvore frondosa e relativamente alta.

- Lembra-se dela? – Saori pergunta se aproximando sozinha da árvore.

- Hã? – Seya não entende.

- Você a replantou antes de ir para a Grécia. Ela tinha caído depois de uma tempestade, mas você não queria que a árvore morresse. – Saori diz lembrando.

- Ah sim! Eu corri até o Tatsumi e pedi que fizesse alguma coisa. Ele não quis me ouvir e eu corri para falar contigo, apesar de saber que não adiantaria. Você riu e disse que todos morrem um dia. Fiquei com tanta raiva que a replantei com as minhas mãos. – Seya sorri e olha para as mãos – Na verdade, ainda não sei como consegui fazer isso naquela idade. Não imaginei que ela sobrevivesse, ainda mais que ficasse tão bonita!

- Ela deve ter percebido o amor que depositou em seu gesto. Aquela foi a primeira vez que percebi algo diferente, embora não pudesse aceitar. Fiquei impressionada e admirada com esse gesto, mas você era apenas um órfão e eu era a neta de Mitsumasa Kido. Não daria certo, então passei a ter raiva de você como nunca senti antes. – Saori fala cabisbaixa.

- O que quer dizer com "não daria certo"? E por que ficou com raiva de mim? – Seya pergunta confuso.

Saori vai para trás do rapaz, que é obrigado a mover a cadeira para acompanhá-la. O problema é que era difícil mover uma cadeira de rodas naquele lugar, mesmo com a prática que ele já havia adquirido.

- Seya, o que estou tentando dizer é que eu te amo, sempre te amei, mas meu orgulho me impedia de assumir isso. – Ela diz voltando-se para ele.

- E por que está dizendo isso agora? – ele abaixa a cabeça, passa as mãos nas pernas e fala – É melhor não dizer o que já sei!

- Não foi por isso! – Saori esbraveja. – Não tenho pena de você e não me sinto culpada pelo fato de você estar paralítico! Eu queria dizer antes, mas temia a sua reação. Sabia que diria isso ou me acusaria por qualquer outro motivo, mas não agüento mais vê-lo na minha frente e na minha casa todos os dias e não poder tocá-lo, falar que te amo. – Saori praticamente cai de joelhos em frente ao rapaz – Seya, quando pensei que fosse perdê-lo para sempre, entendi os meus sentimentos e percebi que não posso mais viver sem você, meu amor!

- Saori, me desculpe, acho que sou um bobo mesmo! Me perdoa? – ele diz colocando as mãos nos ombros dela.

Saori sorri, senta no colo de Seya e o beija. Eles ficam trocando caricias e juras de amor ali até ouvir o barulho de um trovão. Eles percebem que as nuvens chegam a estar pretas de tão carregadas.

- Vamos, temos que voltar antes da chuva! – Saori começa a empurrar a cadeira.

- Droga! Estava tão bom... – Seya comenta, ajudando a mover-se.

A chuva começa quando eles estão no meio do caminho e mais parece que são jogados baldes de água sobre eles, de tão forte que é (a chuva). Fica cada vez mais difícil fazer a cadeira mover-se na grama molhada, que já está juntando lama e sujando os dois. Apesar de tudo, eles riem da situação. Shiryu vem correndo ao encontro deles, sendo seguido por Shun e Hyoga.

- Onde estavam? Vão acabar pegando um resfriado! Shiryu diz como se desse bronca.

- Depois explicamos. Me ajude a sair daqui, pois a cadeira atolou. – Seya fala com alegria.

Enquanto Shiryu pega Seya no colo, Hyoga fala:

- Saori, é melhor entrar, nós cuidamos de Seya.

- Tudo bem! – A moça sorri e corre em direção à mansão.

Logo todos estão em casa, sujos e encharcados. Seya ainda está nos braços de Shiryu.

- Acho que não vai dar para usar isso por um bom tempo. – Shun diz apontando para a cadeira de rodas, que estava suja e encharcada,

- Tudo bem, não é a única. – Seya diz sorrindo.

- De qualquer forma, acho melhor você tomar um banho agora. – Shiryu diz, levando-o para o banheiro.

- Nossa! Foram nadar? Se bem que estão muito sujos para ter saído da piscina. – Catarina brinca ao ver o estado de Saori, Shun e Hyoga.

- Bem que soube que pato gostasse de água. – Ikky ri de Hyoga.

- Ikky? – Saori sensura.

- O que foi Saori! – ele responde com tom de desdém.

- Vai providenciar outra cadeira de rodas para o Seya, que a dele ficou em estado lastimável – Saori aponta a cadeira de rodas num canto da sala.

- E por que eu? – Ikky pergunta.

- Os outros precisam tomar banho e colocar roupas secas. Ah sim! Seya está tomando banho. Leve até o banheiro dele, entendido? (1) – Saori fala como um general.

Ikky acaba obedecendo, já que Tata o puxa dali. Logo depois de todos estarem secos e limpos, resolvem ficar na sala conversando.

- Preparados para a formatura? – Seya pergunta.

- Acho que sim. – Catarina responde timidamente.

- Como o tempo passa! Ano que vem já estarei na faculdade. Parece que foi ontem que recomeçamos a estudar. – Ikky fala.

- O que pretende fazer, mana? – Hyoga pergunta.

- Como assim? – Catarina questiona.

- Você tem que escolher uma carreira, algo para fazer. Pode ser Medicina, Direito, Informática, enfim, várias coisas. – Shun comenta.

- Eu não sei. Não conheço muito disso, vocês sabem. Se puder, pretendo estudar algo no ramo de história antiga. Adoro conhecer novas culturas, tradições e até as lendas de outros povos. E você Ikky, o que vai fazer? – Catarina tenta escapar.

- Penso em fazer algo na área de biologia, mas ainda não decidi. – Ikky fala.

- Biologia? Com este seu jeitinho, achei que fosse se tornar psicólogo. É sempre tão compreensivo e amistoso... – Hyoga provoca.

- O que foi, quer experimentar o meu Golpe Fantasma? – Ikky parte para cima dele.

- Alexei, provoque-o novamente e eu lhe mando para o Saara! – Catarina ameaça.

- Mas lá é muito quente, eu não vou resistir. Por favor! – Hyoga suplica, entrando na brincadeira.

- Ih! O pato de deu mal! – Ikky ri.

- Ikky Amamya, - ela se vira para ele – quer passar uma temporada com os esquimós? Vejo que precisa esfriar a cabeça... – Catarina faz cara de assassina.

A paz é restaurada e a própria Catarina ri da atitude que acabou de tomar.

- Se soubesse que havia um jeito tão fácil de aquietar esses dois... – Shun cochicha no ouvido de Seya, que ri.

Naquela tarde, porém, Ikky sente-se mal e vai para o quarto. Catarina percebe que ele está lá há muito tempo e se preocupa. Ao entrar no quarto, ela vê Ikky encolhido na cama, se aproxima e percebe que ele está tremendo e suando. Neste momento, ela decide verificar a temperatura e percebe que ele está com febre.

- Vou buscar ajuda, não se preocupe! – Catarina fala pegando a mão de Ikky.

- Fique aqui, por favor! – pede o cavaleiro segurando a mão dela.

- Ikky... – Ela se volta para ele e fica ao seu lado.

À noite, quando os rapazes vão dormir, vêem Ikky deitado em sua cama e Catarina deitada ao lado, dormindo no peito dele.

- O que significa isso? – Hyoga se irrita.

- Calma Hyoga, deve haver alguma explicação. – diz Seya, tentando acalma-lo.

Com o barulho, Ikky acaba acordando.

- Pessoal? Eu posso explicar!– Ikky se defende.

- Espero que sim! – Hyoga resmunga.

Catarina também acorda, mas como está na beirada da cama, acaba caindo no chão.

- Tata? – todos gritam.

- Maninho? Pessoal? Não é o que estão pensando! – Diz a garota se levantando.

- O que aconteceu? – Pergunta Shun.

- Quando cheguei, o Ikky ardia em febre. Pensei em buscar ajuda, mas ele pediu que eu ficasse e não pude resistir. Senti o corpo de Ikky muito gelado e a febre aumentava, mesmo colocando cobertores. Então tirei a maioria dos cobertores e deitei em cima dele, aumentando levemente meu cosmo para aquece-lo – Catarina conclui.

- E como não percebemos? – Hyoga desconfia.

- Devido ao duro treinamento que recebi, posso alcançar o sétimo sentido sem que o meu adversário consiga perceber o meu poder. – Catarina responde.

- Pode ser verdade. Lembram da batalha das 12 casas? Não sentimos a presença do Aldebaran. – Seya comenta.

A essa altura, Shun já havia conferido se o irmão tinha febre e fala:

- Ikky está bem! Ainda tem um pouco de febre, mas nada preocupante. Vamos esquecer isso e dormir? Amanhã tem aula cedo.

Os dias passam e fica por isso mesmo. Quase um mês depois, numa noite de lua cheia, Catarina se dirige à Seya e pergunta:

- Está pronto?

- Pra quê? – Pergunta o rapaz confuso.

- Voltar a andar. – Ela fala seriamente, mas tem um sorriso de canto de boca.

- Vai usar a tele cinese e controlar as pernas dele? – Shun pergunta, entrando no que pensava ser uma brincadeira.

- Fala sério, Tata! Nem com a união dos cavaleiros... – Ikky falava, mas pára ao ver e sentir a garota elevando o seu cosmo.

- O que pretende fazer? – Seya se assusta.

Neste momento, todos percebem o quão divino é o poder dela. É muito maior do que poderiam imaginar. É tão elevado quanto o de Hades, embora Ikky acredite que ela não esteja mostrando todo o seu poder.

- Usarei uma técnica que aprendi com Apolo, não tema! Levei anos para conseguir aprende-la e domina-la e agora acho que já estou pronta. – Catarina explica confiante.

Catarina começa a direcionar uma grande quantidade de energia em Seya. Inicialmente pode-se ver uma tonalidade branca, que depois muda para amarelo e passa a mudar de cor, como se estivessem presenciando uma sessão de cromoterapia. A luz da lua faz com que a técnica fique ainda mais bonita e impressionante. Depois de algum tempo, ela cai lentamente de joelhos e é acudida por Hyoga.

- O que diz Seya? – Catarina pergunta sorrindo.

- Não pode ser, estou sentindo! As minhas pernas elas... – Seya fala emocionado.

Ele consegue mover as pernas para espanto de todos, mas se desequilibra ao tentar dar um passo e Shiryu o segura.

- Não funcionou! – Ela entristece.

- O que fez, minha irmã? – Hyoga pergunta emocionado.

- Curei as lesões internas dele e achei que havia curado as pernas também. Ele deveria estar andando normalmente, mas acho que fracassei! – Catarina deixa uma lágrima cair de seu olho e desmaia.

- Tata? Tataaaaaa! – Hyoga se desespera.

- Tata, o que fez! Não precisava arriscar a sua vida por mim. Eu estava feliz!– Seya fala.

- A Catarina não viveria em paz se não o fizesse, Seya. – Ikky diz seguro, pois a conhece muito bem.

Felizmente, Catarina acorda 3 dias depois, extremamente fraca. Ela olha para o lado e vê Ikky sentado em uma cadeira, ao lado da cama.

- Ikky? – Ela chama.

- Tata, Finalmente acordou! Fiquei muito preocupado. – Ikky fala passando a mão no rosto dela.

- Não morreria assim. Só um idiota morre com sua própria técnica. Ainda mais quando não se usa todo o poder! – Ela fala com dificuldade, mas sorri cinicamente ao terminar a frase.

- Shh! Não fale ainda. Precisa descansar! – Ikky acaricia os cabelos dela. Com um doce sorriso nunca antes presenciado, ele fala – Não tem como engana-la, mesmo! Mesmo estando sem forças, você notou que eu já sabia sobre o seu verdadeiro poder.

- Verdade, e sei que não falou nada a ninguém, é por isso que eu te amo, Ikky! – Ela declara.

- Tata? – Ikky se emociona e a beija.

Seya vê a cena e resolve sair sem ser notado, mas a roda da cadeira acaba fazendo barulho quando ele se move.

- Seya! – Tata chama. – Quero falar... com ele.

- Seya, entre, por favor! – Ikky pede, quase ordenando é verdade.

- Não queria atrapalhar. Desculpa! – Ele diz entrando.

- Ainda não pode andar? Sou um fracasso mesmo! – Catarina desabafa.

- Não fale assim! – Seya quase grita. – É verdade que ainda preciso da cadeira para me locomover, mas logo estarei em pé, graças a você! – Seya sorri maliciosamente, olha para Ikky e pede. – Ikky, me ajude aqui!

Ikky entende o que ele quer, pois Seya se coloca há alguns passos da cama e move as pernas, no intuito de alcançar o chão. Assim que Seya fica em pé, Ikky se coloca atrás dele, servindo de apoio. Ikky segura as mãos de Seya, fazendo com que seus braços sirvam como uma espécie de corrimão para o amigo que ainda tem dificuldades para manter-se em pé. Seya dá 4 passos, desequilibra e Ikky o impede de cair. Olhando a moça na cama, Seya se levanta e novamente começa a caminhar. Desta vez ele consegue dar 10 passos e chega ao lado da cadeira onde Ikky estava sentado. Pégaso se solta de Ikky, dá 2 passos sozinho e senta-se na cadeira, ainda com um pouco de dificuldade para equilibrar-se e apesar do cansaço, se mostra feliz.

- Seya? – ela não sabe o que dizer, como agir.

- Tata, escute, eu lhe prometo que no dia da sua formatura, estarei andando e lhe aplaudirei em pé, com muito orgulho. – Seya fala segurando a mão dela.

- Meu plano estará completo nesse dia. A última fase era fazê-lo voltar a andar normalmente. – Catarina fala, mas começa a tossir devido ao seu cansaço.

- Tata? – Ikky corre até ela.

- Descanse e recupere-se logo, amiga! – Seya diz sorrindo.

Como o prometido, Seya já estava em pé no dia da formatura do casal. Na opinião de todos, foi linda! Seya fez questão de aplaudir de pé quando a garota recebeu seu diploma.

- Parabéns! Você mereceu. – Seya diz a abraçando.

- Minha namorada é demais, não é mesmo? – Ikky fala abraçando Tata pela cintura.

- Ikky! – A moça o recrimina sorrindo. Ela olha para Seya, que está em pé ao seu lado e pergunta – Como está evoluindo?

- Ainda tenho dificuldades para correr e ficar muito tempo em pé, mesmo recebendo a ajuda dos meus amigos na minha recuperação, mas é questão de tempo até estar totalmente recuperado. Estou muito feliz, mesmo assim, principalmente por que sei o quanto foi difícil chegar aqui, se não fosse você, não sei o que teria acontecido. – Seya fala.

- Seya, você é sempre tão otimista? – Catarina pergunta.

- Nem sempre! Há alguns meses atrás tinha certeza de que ficaria paralítico para sempre. É que depois de tudo o que vivi, aprendi que temos que aceitar o nosso destino e viver da melhor forma possível, mesmo por que não sabemos quando será o nosso último dia. – ele suspira, sorri alegremente e fala – O importante é que estamos aqui e hoje vou até dançar com a Saori.

- Que bom! Espero que sejam tão felizes quanto nós. – Catarina abraça fortemente Ikky.

Eles voltam à mesa onde estavam Saori, Shiryu e Shunrei sentados. Na mesa ao lado, estavam Shun, June, Hyoga, Eiri, Seika e Aioros (2) A festa estava muito agitada e todos acabaram se empolgando. Seya chegou a cair na tentativa de fazer um movimento mais brusco, mas foi o primeiro a rir e falou:

- Acho que ainda não estou bom para isso. Preciso de mais treino.

Todos riram e comemoraram o início de uma nova era de paz, alegria, felicidade e amor!

FIM


(1) Sei que parece exagero alguém ter seu próprio banheiro, mas é preciso ter certas adaptações para um deficiente físico.

(2) Seika e Aioros estavam tendo uma amizade colorida, como falavam.

Terminou, que pena! (ou será graças à Zeus?) De qualquer forma, não foi nada traumatizante e pretendo escrever quando tiver tempo. Hehehe estudar em período integral é difícil, não dá tempo nem para respirar. Mas estou feliz. Foi um grande aprendizado.