Primeiro eu gostaria de pedir desculpas pela demora. O motivo é um só: eu travei.

Conseguia escrever qualquer coisa que não fosse o final de Quatro estações. Jung explica!

Depois eu queria agradecer muito a quem mandou review e a quem mesmo sem mandar me acompanhou até aqui. Espero que tenham gostado. As 138 reviews até agora me fazem pensar que sim, e me deixam muito feliz. :))

É repetitivo, mas eu tenho de fazer de novo: Ptyx, eu agradeço você por tantas coisas que nem dá para enumerar. Você é a uma pessoa maravilhosa.

E Lili, eu escrevo melhor se a gente joga ping-pong.

Lilibeth: Esse capítulo é em grande parte inspirado nas nossas seções de ping-pong, e você sabe bem quais, rs. Obrigado pelo carinho, pela paciência, e pelos reviews.

Youko Julia Yagami: o me bata, por favor! :) Que bom que você gostou.

Kirina-Li: Eu acho que ninguém consegue ficar realmente indiferente ao carinho de duas pessoas que se amam, e Severus e Harry aprenderam muito um com o outro e deixaram seu relacionamento crescer. Suas reviews são adoráveis.

Paulinha: O George foi fazer o convite sozinho, mas a festa era armação dos dois. Eu adoro quando o Lupin fica malcriado. Quanto ao duplo sentido na frase sobre a saliência da Minerva, o Snape insinuou realmente, mas se é verdade é melhor perguntar para o Dumbledore. Eu também adoraria acordar numa ilhota ...

Sophie Sasdelle: Brigado. Ai o Remus e o Draco e seus dilemas....

Maki: Brigado.

Ptyx: Você que é um sonho lindo

Draco: Infelizmente esse foi o capítulo que mais demorou.

Fabi-Chan: O Remus e o Draco não estão nem aí para a opinião dos outros, são bem mais tranqüilos que o Snape e estão bem menos em evidência que o Harry.

bekMalfoy: primeiro brigado pelos elogios. Eu e Remus concordamos com você, mas não se preocupe o Remus vai sr gentil

Serim: Reviews como o seu me deixam muito feliz. Brigado, do fundo do coração.

Bárbara G: Eu também adoro quando o Snape consegue se soltar.

Li Morgan: Ando sorrindo na frente do micro por causa de reviews como o seu. Brigado.

Elnara: espero que você tenha continuado gostando.

Viviane Valar: O Draco às vezes me surpreende também.

E chega de falação e vamos ao que interessa.

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Parte IV – Verão

Sol Quente na Pele

Capítulo XVII – Quatro Estações.

País de Gales 01/08/1999

Draco Malfoy:

Viro-me na cama com a intenção de abraçar Remus, mas não o encontro. Passo a mão pelos lençóis, e o lado dele está frio, indicando que se levantou há algum tempo. Pego o relógio de pulso dele na cabeceira. Passam alguns minutos das sete horas. Cedo demais. Abraço o travesseiro dele, e sentindo o cheiro de Remus volto a dormir.

Quando acordo novamente já são quase dez horas. Levanto-me sem pressa e ainda levo algum tempo no chuveiro antes de descer para o café da manhã. A casa está vazia, não vejo sinal de Remus em lugar nenhum. Na mesa da cozinha, apenas chá frio.

Droga. Onde ele se meteu?

Ainda não há motivo para pânico. Ele se levantou há mais ou menos quatro horas, não tomou café e nem mexeu em nada pela casa. Deve ter saído assim que acordou. São só quatro horas de caminhada, já fizemos isso antes. Então por que eu estou querendo chamar os aurores?

Respiro fundo três vezes tentando me acalmar.

Remus já saiu para longas caminhadas, tanto comigo, quanto sozinho. Mas ele sempre avisa. Aconteceu alguma coisa com ele!

Tento controlar o pânico crescente, mas está cada vez mais difícil.

A última Lua Cheia foi difícil para Remus. Ele demorou a se recuperar dos efeitos, mais do que o normal. Ele tem andado calado, fechado dentro de casa. Remus não é assim. E se ele foi andar e teve algum acidente?

O medo de ser deixado, de Remus ter se cansado de mim, começa a crescer na minha mente. É obvio que Remus não me deixaria assim.

Reconhecimento aéreo!

Claro. É o melhor jeito de encontrá-lo.

Pego minha vassoura no depósito e decolo. Vou até o alto da colina; de lá posso ver a estrada até a aldeia trouxa. Nenhum sinal. Desço até o platô no fundo da casa; de lá eu avisto o lago. Claro. O lago. O primeiro lugar onde eu deveria ter procurado.

A certeza de que Remus está lá em baixo, e que está bem, se mistura à urgência que sinto de encontrá-lo.

De longe, vejo Remus sentado debaixo do salgueiro fitando o lago. Ele sempre me diz que eu deveria ver o lago no verão, mas com toda a confusão de fotografar os outros Lobisomens, o início do nosso relacionamento e tudo mais, nós não viemos ao lago ainda. Realmente o lago está lindo.

Quando me aproximo do chão, Remus volta-se para mim e observa meu pouso com um meio sorriso. Desço devagar até pousar a poucos passos do salgueiro.

Ele está bem! Graças a qualquer deus exótico que me ame: ele está bem.

-Que diabos deu na sua cabeça, Remus? Eu acordo cedo e você saiu; volto a dormir, porque afinal de contas eu suponho que você tenha algum bom senso. E quando eu acordo você sumiu. Nenhum bilhete, nada. Você não estava bem até ontem, e se tivesse acontecido alguma coisa com você? – Eu raramente falo muito, isso só acontece quando Remus me deixa nervoso. Só ele tem esse dom. – Quer me matar de preocupação? Você não faz idéia das insanidades que me passaram pela cabeça enquanto pensava no que poderia ter lhe acontecido!

A medida que eu vou falando, descontroladamente, Remus se levanta e me abraça. No instante em que faço uma pausa para recuperar o fôlego, ele me beija.

Certo, ele pode me silenciar assim. Mas só de vez em quando.

Quando separa os lábios dos meus, Remus está sério.

-Sinto muito se preocupei você, Draco. Na realidade eu perdi a noção da hora.

-Eu é que fiquei meio ... preocupado demais. Bobagem. Dei um surto.

Nunca fiquei tão sem graça na minha vida. Eu agi como uma velha histérica.

-Estava resolvendo umas coisas na minha cabeça, Draco.

Remus senta-se novamente apoiado no salgueiro e me faz sentar entre suas pernas, reclinado em seu peito. Giro um pouco o corpo para poder ver seu rosto. Ele toca minha face antes de voltar a falar:

-Eu fiquei pensando no quanto é pesado para você viver com um lobisomem. Eu tent...

-Remus....

Tento interrompê-lo, preocupado com o rumo da fala dele, mas ele não deixa.

-Espera, Draco. Deixe-me falar. Eu não consigo sequer imaginar o que você passa enquanto eu me transformo. Eu... ah Draco, você é tão jovem!

Eu estou ficando gelado de medo do que vem aí. Não. Eu não quero perder Remus. Faço menção de levantar, e ele me detém.

-Eu amo você, Draco. Mas...

-Mas vai me deixar – eu não me contenho mais e o interrompo.

-Não! Não, Draco. Não é nada disso, meu amor. – Ele me abraça forte, como se tivesse medo de me perder. –Não vou deixar você nunca. Eu estava tentando lhe dizer que, por mais irracional que seja, eu me sinto culpado por abandonar você na Lua Cheia e que, apesar de amar você demais, eu precisei de algum tempo discutindo comigo mesmo para me forçar a deixar nas suas mãos a decisão de como lidar com isso.

-Seu idiota – eu o xingo, antes de beijá-lo.

Na verdade eu agarro Remus. Só a idéia de que ele não me quisesse mais me deixou em pânico, então eu o beijo com fúria.

Exploro a boca dele com a língua, e, lentamente, o faço reclinar-se na grama deitando-me por cima dele. Remus... ah, ele é tão doce, tão forte. Meu Lobo louco e imprevisível. Afasto-me para contemplar o rosto dele.

Ele tem uma expressão de amor tão intenso que faz alguma coisa encaixar-se dentro de minha alma. Eu não tenho mais medo, de nada.

Giro o corpo, deixando-o por cima de mim.

-Remus, me faz seu. Agora. Aqui.

Ele me olha, surpreso.

-Draco! Tem certeza?

-Sim. Eu quero sentir você dentro de mim. Eu preciso, Remus.

Remus Lupin:

Minha respiração falha quando Draco me pede para possuí-lo. A expressão de entrega e desejo dele me mostra que ele está falando sério.

-Draco! Tem certeza?

-Sim. – Uma leve tensão na voz dele é a única indicação de seu nervosismo. - Eu quero sentir você dentro de mim. Eu preciso, Remus.

Beijo ternamente sua testa, suas pálpebras, a ponta do seu nariz, seus lábios. Ele se posiciona debaixo de mim, mas não será assim, de qualquer jeito, que as coisas vão acontecer. Eu quero dar prazer a ele, tanto quanto a mim.

Ergo-me e o faço vir comigo até longe da árvore. Ele me olha intrigado, e eu o abraço.

-Raízes de árvore, Draco. Poderiam machucar suas costas.

Ele sorri, embaraçado por não ter pensado nisso. Ele fica lindo assim!

Por um instante, o tempo pára. Posso sentir o pulsar da natureza em harmonia com nossos corações. O pequeno vale, entre as altas colinas galesas, se torna território sagrado. A própria luz assume tons mágicos. Serenidade e paixão em um só momento. E nós dois parados frente a frente no epicentro de toda essa Magia.

Quando me movo, o tempo volta a correr.

Tiro a capa leve com que saí de casa ao amanhecer e, com um gesto de varinha, estendo-a na grama. Draco morde levemente os lábios.

Ainda olhando nos olhos dele, aponto a varinha na direção de nossa casa e convoco um frasco que comprei há alguns dias.

Draco me olha em expectativa; ele está nervoso. É como se fosse a primeira vez dele. Na realidade é a primeira vez. Fisicamente seu corpo foi reconstruído; e emocionalmente... bem, ele nunca fez amor.

Eu o beijo. Coloco todo meu amor nesse beijo. Deslizo uma mão pelas costas dele; a outra mergulha nos seus cabelos de seda. Ele geme e corresponde ao beijo com igual intensidade. Sua língua e a minha fazem uma dança erótica em nossas bocas, nossas respirações se aceleram, e quando ele geme, eu gemo junto.

Nos separamos, sem fôlego. Ele atira a cabeça para trás, expondo o pescoço, quando começo a desabotoar sua veste. Irresistível! Mordo o pescoço dele, e Draco geme, excitado. Tiro sua veste e o abraço apertado, e beijo novamente a boca que me enlouquece. A sensação da pele dele nas minhas mãos é deliciosa.

-Draco... ah... eu quero você tanto.

Ele sorri, entre orgulhoso, excitado e assustado.

Beijo seu pescoço, seu peito, seus ombros. Deslizo a mão pelo seu peito e belisco um mamilo, primeiro de leve, depois com um pouco mais de força, fazendo-o gemer. Ele leva as mãos aos botões da minha veste, mas eu as afasto.

-Ainda não, Draco.

O protesto morre nos lábios dele no instante em que toco sua ereção ainda por sobre a cueca. Eu o provoco até ele ser obrigado a se apoiar em mim. Eu o beijo de novo. Ele me abraça, e eu puxo seu quadril de encontro ao meu. Mesmo através da minha veste, ele pode sentir nossas ereções se encontrando.

-Remus... – Ele me olha atordoado.

Desabotôo minha veste ante o olhar fascinado dele. Quando a deixo cair ele toca meu peito como se fosse a primeira vez que me visse.

Beijo-lhe a boca de leve e vou descendo os lábios pelo seu corpo: pescoço, ombro, peito. Enquanto isso, vou me ajoelhando na frente dele sem deixar de tocá-lo com mãos e lábios. Desço sua cueca e tomo entre os lábios a ponta de seu pênis totalmente ereto. Draco está trêmulo de desejo.

Eu o deito sobre minha capa estendida na grama e, livrando-me da última peça de roupa, inclino-me sobre ele.

-Eu amo você, Draco.

Recebo um sorriso trêmulo de volta.

-E eu você, Remus.

-Tem certeza de que quer isso, Draco?

-Toda certeza do mundo.

-Eu vou ser gentil, meu amor.

-Eu sei. Eu confio em você, Lobo.

Pego o frasco prateado que eu evocara antes e espalho o lubrificante em meus dedos.

-Se eu fizer alguma coisa que você não goste, me fale, Draco.

Ele concorda com um gesto de cabeça. Começo, suavemente, a acariciar sua entradinha.

Ele prende o fôlego e contrai o corpo.

Eu o beijo. E, a medida que deslizo a ponta da língua pelo contorno de seus lábios, afago com a ponta do dedo seu períneo. Draco suspira, e eu o sinto relaxar aos poucos. Volto a circular sua entradinha; dessa vez ele deixa.

Interrompo o beijo e enfio a ponta do dedo dentro dele. Draco abre os olhos e me olha assustado. Pressiono o dedo um pouco mais, e ele geme, segurando-se no meu ombro. Draco fecha os olhos com uma expressão de prazer no rosto; eu enfio o resto do dedo e começo a movimentá-lo um pouco dentro dele.

Suas mãos apertam meu ombro com força à medida que aumento a velocidade.

Eu tiro o dedo, e Draco protesta. Mas geme, satisfeito, quando introduzo dois.

-Remus! Ah... Remus.... isso é bom...

Ele está gostando, e se entregando às sensações. Oh Hécate, ele é tão lindo.

Contorno um de seus mamilos com a língua. Passo a usar três dedos para estimulá-lo. Ele estranha um pouco, mas logo se acostuma e já começa a mover os quadris no ritmo da minha mão. Isso está me enlouquecendo.

Ele está pronto, e eu também

Tiro os dedos. Draco geme um protesto que eu silencio com beijos. Sento-me sobre os calcanhares e espalho lubrificante no meu pênis. Draco tem os lábios entreabertos e a respiração falha.

Eu o faço abrir as pernas e me ajoelho entre elas. Draco me olha nos olhos.

Passo as pernas dele em torno da minha cintura, erguendo o quadril dele até a posição certa. Entro só um pouquinho dentro dele e paro, deixando-o acostumar-se.

A sensação de, enfim, estar dentro do meu amor quase me faz gozar. Controlo-me com esforço. Eu me movo entrando e saindo de Draco, penetrando mais fundo a cada movimento. Eu o seguro pelos quadris e dou uma estocada mais forte; estou todo dentro dele. Ele solta um grito de espanto e prazer. Atingi sua próstata. Paro um instante assim, e volto a me mover dentro dele.

Draco se contorce de prazer. Nossos gemidos soam despudorados pelo vale. Eu tomo o pênis dele na mão e o masturbo no ritmo com que me movo dentro dele.

-Remus... assim eu vou ... oh Merlin! – Ele está perto do orgasmo.

Começo a me mover de forma a atingir o pontinho que o enlouquece de prazer a cada estocada.

-Goza para mim, Draco.

E eu sinto o gozo dele se espalhando em minha mão e as contrações do corpo dele me fazem segui-lo imediatamente. Sinto meu sêmen derramar-se dentro dele.

Desabamos juntos. O corpo suado dele cola-se ao meu, e sua respiração descompassada tem o ritmo da minha.

Ele me abraça, e eu enrosco uma perna em torno dele.

Levamos algum tempo para conseguir normalizar a respiração. Draco tem os olhos quase fechados quando sussurra, como se fosse para ele mesmo:

-Nunca pensei que pudesse ser tão bom.

Eu o vejo adormecer serenamente, e fecho os olhos me entregando ao sono.

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Londres 11/09/1999

Remus Lupin:

Arthur e Molly entram escoltando Charles, enquanto Andrômeda Tonks e o marido trazem a filha pela mão. O salão está repleto de convidados, que em sua grande maioria lutaram ao lado do jovem casal contra as forças de Voldemort. Quando Charles e Tonks se encontram na frente dos convidados trocam um sorriso cheio de amor e entrelaçam os dedos.

Sinto Draco segurar minha mão, e o olho, emocionado. Ele disfarça um pouco, mas também está tocado.

Foi-se toda a solidão que eu carregava na alma. Como se um vento bom de outono a tivesse levado, minha tristeza não está mais aqui.

Severus Snape:

A funcionária do Ministério inicia a cerimônia de casamento.

Se esses dois tiverem filhos tão impulsivos como o pai e tão desastrados como a mãe, Minerva terá problemas, porque eles certamente serão da Grifinória. Salazar me proteja e impeça que eles venham para a Sonserina.

Quando o oficiante faz perguntas tradicionais sobre se os noivos estão cientes do grande ato de Magia que irão realizar agora, sinto Harry recostar a cabeça no meu ombro.

Meu menino. Meu amor.

Sinto-me com se minha alma tivesse esperado por um longo inverno até chegar a hora de encontrar Harry. O tempo de espera acabou. É tempo de viver.

Harry Potter:

Encosto a cabeça no ombro de Severus e, por um instante, imagino que eu gostaria de uma cerimônia assim para nós dois.

Não existe, na tradição bruxa, casamento gay. É uma pena.

O sr. e a sra. Weasley erguem a varinha para abençoar os noivos; depois é a vez da sra. Tonks e do marido. Sem varinha, ele ergue a mão em um gesto de benção mais antigo que o tempo. Essa magia qualquer trouxa pode ter, abençoar aqueles que ama.

Olho para Severus, e ele ergue as sobrancelhas para mim. Não há sarcasmo no gesto, só uma leve ironia que me aquece.

O que eu e Severus temos nasceu com raízes fortes, vai durar para sempre. Nem tudo são flores na nossa vida, mas nunca fui tão feliz.

Dou um leve beijo nos lábios dele. Vai ser o escândalo da festa!

Draco Malfoy:

Os parentes dos noivos devem lançar seus feitiços protetores agora. O bando ruivo levanta-se, puxando a Granger e o Harry junto. Sem pensar, eu me ergo. Tonks é minha prima, e ... ah droga! Eu quero fazer isso.

Minha tia me sorri. Isso aquece minha alma quase tanto quanto a mão de Remus segurando a minha.

Depois de lançar meu feitiço protetor, sento-me ao lado dele com uma emoção diferente no peito. Eu estou feliz. Independentemente de tudo o que eu e Remus temos, eu estou feliz.

Enquanto os recém-casados saem pelo corredor central, sob uma chuva de flores que os convidados projetam das pontas das varinhas, eu decido: eu e Remus teremos uma cerimônia assim. Não está nas leis e tradições? Eu inicio uma nova tradição e faço a lei ser mudada.

Um calor bom aquece minha alma.

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Londres 18/09/1999

Remus Lupin:

O primeiro exemplar do livro está nas minhas mãos. Eu e Draco estamos sentados no escritório do editor folheando o livro. Draco, sentado ao meu lado, tenta manter a pose, mas está tão feliz quanto eu mesmo.

Gutenberg, o meu editor, está empolgado, acredita no livro e nas repercussões que ele pode ter. Falamos sobre isso, apesar da minha evidente falta de concentração na conversa. É fantástico ter meu livro nas mãos.

Então Gutenberg se vira para Draco com uma proposta:

-Já pensou, meu jovem, em fazer um livro de fotos?

-Um livro de fotos? – Draco analisa a idéia por alguns segundos. – Seria muito interessante, sr. Gutenberg. O que exatamente o senhor propõe?

Draco Malfoy:

Vou fazer um livro de fotos.

E consegui bastante liberdade para escolher os temas e as fotos. Isso vai ser ótimo.

Remus me apóia totalmente. Quando saímos da sala do Gutenberg, ele está quase tão entusiasmado quanto eu.

Tudo isso, o livro dele, o meu projeto, nosso relacionamento, tudo, enfim, merece uma comemoração. Aparatamos direto no apartamento. Enquanto eu pego o champanhe, Remus envia uma coruja para Harry e Severus.

Minutos depois, Harry sai da lareira, avisando que Severus está em Hogwarts, mas que ele já mandou avisá-lo de que o livro ficou pronto.

Remus ainda está servindo uma taça para Harry quando Ronald Weasley e a Granger saem da lareira.

-Parabéns, Remus – o ruivo praticamente berra ao entrar.

-Harry nos avisou. – A Granger tem um pouco mais de educação. – Posso vê-lo?

Ela se atira sobre o livro que Remus lhe estende sorridente e se esquece do mundo. Parece que vieram para ficar. Aos poucos, o apartamento vai se enchendo de conhecidos. A rede de informações está mais eficiente hoje do que durante a guerra contra o Lord das Trevas. Eu, que pretendia namorar Remus a tarde toda, me vejo no meio de uma festa improvisada.

Em algum momento da tarde, surpreendo-me ao me sentir realmente descontraído na companhia de Harry e de Gina Weasley, mas o choque maior vem da Granger. Ela pára do meu lado, com um exemplar do livro na mão e o rosto muito sério:

-Malfoy, as fotos do livro são inigualáveis. Você está de parabéns, assim como Remus.

Estou chocado com isso. Completamente chocado. E, claro, tenho mais classe do que o namoradinho dela, que abre a boca de espanto e não consegue mais fechar.

-Obrigado, Granger. Fico feliz que tenha gostado. – O mais interessante é que isso é verdade.

Remus Lupin:

A expressão de Draco durante a tarde variou de choque a conformismo e diversão. Nem sempre nessa seqüência.

Quando a casa enfim esvaziou e conseguimos dar um jeito no caos resultante da invasão de nossos amigos, já era hora de jantar. Depois de comer nossa refeição improvisada, eu me enfiei no chuveiro, enquanto Draco dava um jeito na cozinha.

Quando saí do banho, Draco avisou:

-Vou ficar na banheira por horas. Estou exausto.

Ele ainda precisa se acostumar com muita gente em volta.

Aproveito e vou para o quarto que foi dele e eu transformei em escritório, para olhar o livro com mais calma.

No console da lareira, as fotos acenam para mim antes de ir dormir. Só Sirius fica acordado.

Largo o livro e pego a foto.

"Obrigado, amigo. Por ter me entendido quando eu precisei." Como se ouvisse meus pensamentos, a foto me sorri de volta. Pego o álbum que ele fez e, devagar, revejo as fotos onde aparecemos juntos e que Sirius colecionou nesse álbum. "Meu amigo, meu irmão!" Já passei muitas horas melancólicas vendo essas fotos ou cismando sozinho. Hoje não. Hoje minha saudade não me fere, tornou-se uma lembrança boa. "Almofadinhas, nunca vou esquecer você, nunca vou deixar de querer que você estivesse aqui. Mas agora eu lembro de você em paz." Talvez nunca perca também o hábito de conversar em pensamento com ele.

Guardo minhas recordações na estante e me inclino sobre o livro para vê-lo novamente.

Em pé, de costas para porta, estou tão distraído que não vejo Draco entrar. Só o percebo quando ele me abraça por trás e fala baixinho no meu ouvido:

-Você fica muito sexy nessa posição.

Draco Malfoy:

Saio do banho enrolado em uma toalha e, antes mesmo de me enxugar, procuro por Remus. Vou encontrá-lo no escritório, de costas para a porta, debruçado sobre a escrivaninha, totalmente concentrado no livro. Fico observando a visão maravilhosa do traseiro de Remus.

Delicioso, o meu lobo. Ainda mais assim, nessa posição, e usando apenas a calça do pijama.

Olho para as fotos no console já quase todas adormecidas; só o safado do Black que me olha como um ar divertido, como se me incentivasse a fazer o que eu tenho em mente. Ele já viu algumas cenas bem quentes entre mim e Remus no dia que eu esqueci de virar as fotos para a parede. Todos os outros se retiraram, só ele ficou de espectador. E foi um espetáculo e tanto.

Volto a admirar Remus. É tentação demais!

Normalmente ele já teria me percebido. Instintos de lobo. Mas hoje ele está concentrado e não sente a minha aproximação.

Eu o abraço por trás, roçando meu pênis semi-ereto no seu quadril e, aproximando a boca da sua orelha, falo bem baixinho:

-Você fica muito sexy nessa posição.

-Draco!

-Psiu. Fica quietinho, meu amor. - Eu nunca possuí Remus, mas hoje eu o quero. Eu sei que ele aguardava por isso tanto quanto eu.

Ele respira fundo e, apoiando as mãos na escrivaninha, se entrega.

Olho para Black na fotografia. Hoje não tem espetáculo, primo. Hoje Remus é só meu. Com um gesto de varinha, ponho as fotos viradas para parede e volto a me dedicar totalmente ao meu lobo.

Desço a mão pelo peito nu dele, me detendo um instante só nos mamilos; beijo-lhe a nuca, fazendo-o gemer e se contorcer. Minha mão atinge o cós da calça. Grande Merlin, eu já estou totalmente ereto, e Remus move os quadris sensualmente de encontro ao meu corpo.

Desamarro o pijama dele e me descolo do corpo de Remus o suficiente para a calça cair ao chão.

-Sabe, Lobo, eu adoro seu hábito de dormir sem cueca.

Ele joga a cabeça para trás, apoiando-se no meu peito, enquanto eu pego o pau dele e começo a masturbá-lo devagarinho.

-Ahhhh Draco!

Com a outra mão, solto a toalha. Remus geme ao sentir minha ereção encostando-se a ele.

Beijo o pescoço de Remus e desço a língua pela sua coluna, fazendo-o arfar e gemer. Eu conheço seus pontos fracos, meu amor.

Mordo sua bunda, e Remus solta um som rouco, meio gemido, meio rosnado. Afasto as nádegas dele e passo a língua entre elas. Sinto o corpo de Remus tremendo de tesão; mesmo assim continuo, penetro-o com a língua, e ele geme incoerências.

Convoco o lubrificante e substituo a língua pelos dedos devidamente lubrificados. Com meus dedos preparando seu corpo, eu volto a beijá-lo no pescoço. Ele se inclina mais sobre a mesa, e eu roço a ponta do meu pênis na sua entrada.

Remus ergue os quadris se oferecendo para mim. Oh Merlin! Eu amo tanto esse homem, tão generoso, tão lindo e tão delicioso.

Introduzo só a pontinha. A sensação é enlouquecedora. Ele é tão apertado em volta do meu pênis, tão quente.

Remus move o quadril, fazendo-me aprofundar a penetração. Ele está impaciente, e eu também.

Seguro-o pelos quadris e, com uma estocada, penetro-o mais profundamente. Remus geme e se move comigo. Nossos gemidos se misturam, meu suor escorre pelo corpo dele e quando, enfim, estou todo dentro dele, eu paro por um instante.

Ahhhh, isso é a perfeição.

Volto a masturbar Remus no mesmo ritmo em que me movo dentro dele. Remus se entrega completamente em minhas mãos. O prazer que sinto misturado à essa entrega traz lágrimas aos meus olhos. Estou quase chorando quando sinto que meu orgasmo se aproxima. Mordo o ombro de Remus, e ele chama meu nome. A voz dele é rouca, e eu sinto que seu pênis já pulsa na minha mão.

Vem tudo junto, o orgasmo dele, meu gozo e minhas lágrimas.

Quando o furacão de sensações passa, ficamos nós dois. E isso me basta.

Saio dele devagar, sem soltá-lo. Não confio em minhas pernas. Nem nas dele.

Remus se volta e me abraça. Seca minhas lágrimas sem perguntar nada.

-Draco, eu sou seu. Para sempre, meu amor.– Ele me conduz gentilmente até o sofá, onde nos sentamos abraçados. - Meu amor é seu, meu corpo, minha alma.

Eu olho dentro dos olhos de Remus. E me vejo lá dentro. Estou livre. Totalmente livre. Ele me ama e, assim, me faz mais forte e mais livre. Merlin! É assim também o meu amor por Remus.

Entrelaço minha mão à dele.

-Eu quero você por inteiro, Remus. E sou inteiramente seu. Para sempre.

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Hogsmeade 21/09/1999

Harry Potter:

Acordo assustado de um pesadelo. São cada vez mais raros, mas ainda ocorrem. Severus me puxa para junto dele e me abraça, esperando até que eu me acalme.

-Tudo bem, Harry?

Faço que sim com a cabeça. Severus está aqui. Isso é o que me importa. Se não estiver tudo perfeito, nós dois podemos achar o caminho.

-Quer um chá?

Faço que não com a cabeça.

-Água?

-Não. Quero beijo.

Severus suspira profundamente:

-Acho que posso suportar isso.

Ele me beija, a princípio doce e suavemente. Eu o provoco com a língua, e o beijo ganha intensidade, paixão.

Ele me deita na cama e desliza a mão pelo meu corpo, então Severus fala no meu ouvido o que eu mais gosto escutar:

-Eu amo você, Harry James Potter.

Severus Snape:

Quase dois anos juntos e fazer amor com Harry ainda me emociona.

Eu sei como ele gosta de ser tocado, e me esmero em descobrir novas formas de fazê-lo. Ele goza antes de mim, seu sêmen se espalha entre nossos corpos, e ele segura minha cabeça entre suas mãos até que sua respiração volte ao normal.

Volto a me mover dentro dele, que generosamente se move junto.

-Eu te amo, Severus. Muito. Demais.

É ouvindo suas juras de amor que eu gozo.

Meu menino me segura, não permitindo que eu saia de dentro dele até que minha respiração se acalme. Só então ele me deixa soltá-lo, e ficamos os dois nos olhando nos olhos por um tempo até ele adormecer.

Dos muitos pequenos hábitos de Harry, esse é um dos que mais gosto: mal ele adormece, ele traz a cabeça para o meu ombro e me abraça. Eu durmo melhor com ele nos meus braços.

Draco Malfoy:

Faz um ano que eu vim viver com Remus. Ou quatro estações, como ele diz.

Eu trazia o inferno na alma, e ele tinha a dele mergulhada na tristeza.

Um ano. Quatro estações. Um ciclo apenas, e tudo é tão diferente.

Fico na janela olhando a Lua quase cheia sobre a Londres trouxa enquanto Remus dorme em nossa cama.

Nossa cama, nossa casa, nosso apartamento, nossa vida. Nós!

O livro dele é um sucesso, o meu também será. Fizemos história, meu amor, e faremos de novo.

As próximas noites serão difíceis. Sempre é difícil ver quem a gente ama sofrer. E será assim por toda a vida. Busco forças na minha alma, no nosso amor e na serenidade dele. Mergulhar na minha mente e meditar um pouco também ajuda.

Respiro fundo e, quase sem esforço, me vejo no pico nevado onde converso comigo mesmo.

Quando torno a abrir os olhos, vejo Remus encostado na parede ao meu lado, sorrindo.

Remus Lupin:

Draco, meu jovem e intenso amante. Meu amor, que eu esperei tanto tempo para encontrar. Tão forte à sua própria maneira. Tão lindo de tantas maneiras diferentes.

-Vem para a cama – eu chamo.

Ele me estende a mão e se deixa conduzir.

Nos aninhamos na cama.

-Logo já vai ser outra Lua Cheia, Draco.

-E nós vamos vencê-la, Remus.

-Eu sei.

Hécate generosa, obrigado. Obrigado por Draco em minha vida. Vela por Sirius onde ele estiver, e dê a ele o meu amor, que hoje é como deveria ter sido desde o início. Um amor de irmão.

-O que você tem, Remus? – Draco pergunta diante do sorriso bobo que sei que se estampa em meu rosto.

-Eu tenho você, e uma enorme vontade de viver.

Eu o aninho em meus braços para dormir. Ele desce a mão pelo meu corpo, meio sonolento.

-Remus.

-Hum?

-Amanhã começa outro ciclo.

Sorrio, feliz, diante da idéia de mais quatro estações com Draco.

FIM.