N/A: A minha mais nova fic! Espero que gostem!

Disclaimer: Alguns personagens são meus, mas a maioria é da JK. E também há muitas "homenagens" aos meus seriados favoritos: ER, Cold Case e Without a Trace. Talvez referencias a outros também.

Resumo: Uma detetive, uma medi-bruxa e uma funcionária do Ministério acham muito insatisfatória a versão de Cornélio Fudge para o incidente no Departamento de Mistérios. Resolvem investigar por conta própria a misteriosa vítima, sem saber que uma simples investigação pode mudar suas vidas para sempre. Pós Ordem da Fênix. Contem spoilers!

No Escuro

Prólogo

A detetive Elizabeth Rush fora chamada às pressas. A cena do crime, se é que podia ser chamada assim, estava toda demarcada com uma fita isolante amarela, bem parecida com a que os trouxas usavam. Ela apresentou suas credenciais a um dos guardas responsáveis, e ele rapidamente retirou o feitiço para a detetive pudesse entrar.

Não havia nada ali, ela bem sabia. Era ridículo que tivesse sido chamada para aquele caso. Pura burocracia. Havia sinais de grande luta, mas isso ela já sabia. Já tinha sido informada de tudo o que tinha acontecido naquele local. Crianças, alunos de Hogwarts, tinham estado naquela área proibida para a grande maioria dos bruxos, atraídos por Comensais da Morte. Por sorte, aurores tinham chegado a tempo e compraram a briga. Muitos Comensais haviam sido pegos, nenhum auror havia morrido. A não ser um, que era exatamente o motivo de ela estar ali.

A cena do crime, no Departamento de Mistérios, era apenas aquela sala que mais parecia um auditório, e aquele arco de pedra antigo, rachado, fechado por um véu preto. Olhando ao redor, ela avistou um dos aurores que tinham participado da batalha. Ele era negro e careca, e usava um único brinco de ouro na orelha. Se aproximou do homem, que a olhou desconfiado.

- Você é Quim Shacklebolt?

- Sim, eu mesmo.

- Sou a detetive Lily Rush, Homicídios. Entendo que você esteve aqui durante a luta.

- Sim. Homicídios está no caso? Mas todos já sabem quem é o assassino.

- Sim, Bellatriz Lestrange. O que não sabemos, pois ninguém soube nos informar, é quem era a vitima.

- Ah, por isso que está aqui.

Lily percebeu que Shacklebolt não gostara dela, ou pelo menos, não gostara da idéia de gente investigando aquele crime.

- Senhor Shacklebolt, o que você sabe sobre a vitima?

- Já disse, ninguém sabe de nada. Era um auror jovem, tinha se juntado a nós naquele mesmo dia.

- E como ele era fisicamente?

- Era bem novo, devia ter uns vinte e três anos. Loiro, olhos claros. Não reparei muito nele, estávamos todos ocupados, detetive Rush.

Ela notou o tom sarcástico na voz dele, mas em vez de retrucar, perguntou:

- Não foram nem apresentados e mesmo assim já foram designados juntos a uma missão perigosa?

- Era uma emergência, detetive. Não havia tempo para apresentações.

- É incrível que em tempos de guerra você confie em estranhos.

- Ele era um auror como nós, não havia motivos para não confiar.

- Certo. Obrigada pelo seu tempo, senhor Shacklebolt.

- De nada, detetive Rush.

Lily se afastou, certa de que o auror escondia alguma coisa. Sua função ali era apenas recolher informações e preencher um relatório. Já recebera ordens de deixar aquele caso de lado, mas ela era curiosa demais para isso. Havia algo de muito podre naquilo tudo, e ela não descansaria enquanto não descobrisse o que era.


Ela detestava seu emprego. Quando estava em Hogwarts, seu sonho era ser auror, e quase conseguira, não fosse uma nota péssima nos NIEMs em Transfiguração. A matéria da professora McGonnagal sempre tinha sido a pior. Ela era boa em todo o resto, até mesmo em Poções do temido professor Snape.

E então, com seu sonho arruinado, Josephine Montgomery, conhecida somente como Jo, tinha ido trabalhar no Ministério. Tinha conseguido um emprego na chatíssima área de Mau Uso dos Artefatos Trouxas, ganhava uma miséria e só conseguia se sustentar por que, alem de dividir o aluguel e as despesas de seu apartamento com outras duas amigas, tinham ainda uma pequena herança deixada por seus pais.

Já estava com vinte e oito anos, e fazia seu trabalho com tanta vontade que nunca tinha conseguido uma promoção. Seu chefe, Arthur Weasley, era um homem com quem ela se dava bem, apesar de nunca terem conversado direito. Sabia que o chefe também não ganhava lá aquelas coisas, e não poderia exigir um aumento. Naquele dia, o referido chefe estava de licença. Ela ficara sabendo através de Lily, uma de suas colegas de quarto, que crianças tinham sofrido um acidente dentro do Departamento de Mistérios, e duas dessas crianças eram filhas de Arthur.

Também já estava sabendo, através do Profeta Diário, que o Ministério da Magia finalmente resolvera aceitar a volta de Lorde Voldemort. Ela nunca acreditara numa só palavra que o Ministro Cornélio Fudge tinha dito para desacreditar Alvo Dumbledore. Talvez por ser tão mal remunerada trabalhando no Ministério, detestava Fudge e acreditara nas palavras de Dumbledore e do menino Potter desde o começo, apesar de nunca ter declarado abertamente seu apoio. Ela não gostava do emprego, mas não podia perdê-lo. Contentara-se em ficar esperando o idiota do Ministro ver a razão, como finalmente tinha acontecido.

- Olá, Jo.

Ela ergueu a cabeça e viu Amy Bishop, a moça que trabalhava na mesa ao lado, sorrindo.

- Quer ir comer alguma coisa?

- Claro, vamos.

As duas saíram dali quase voando, satisfeitas por estarem livres daquele cubículo. Amy levava debaixo do braço um exemplar do Profeta, que Jo pediu pra ver assim que as duas se sentaram, no refeitório do Ministério.

- Agora o Profeta parece muito preocupado em fazer as pazes com Harry Potter e Dumbledore. – comentou Jo, lendo as manchetes da primeira página.

- O que diz aí? Ainda não tive tempo de ler.

- Ah, você sabe. Avisos para todos ficarem atentos, Comensais vistos em tal lugar, Sirius Black em outro, o de sempre.

- Onde Black está agora?

- Mongólia. Francamente, ainda não acredito nesse jornal. Acho que Sirius Black nunca saiu da Inglaterra e acho também acho que... Ah, finalmente uma matéria interessante! – ela exclamou, interrompendo a linha de raciocínio anterior.

- O que foi? Algo bom?

- Maravilhoso! Não sei como não fomos informadas ainda! Fudge vai renunciar ao posto de Ministro amanhã!

Amy arrancou o jornal das mãos da amiga, dando gritinhos de alegria. Leu a manchete atentamente, enquanto Jo esperava com um sorriso idiota no rosto. Seus olhos azuis brilhavam.

- O novo Ministro ainda não foi anunciado, mas qualquer um é melhor que Fudge. – disse Amy. – E aqui diz também que Fudge parece um tanto desesperado para sair do país. Vai morar na França.

- Ah, esse é o nosso dia!

Amy pousou o jornal na mesa, e Jo o pegou novamente. Foi direto para a ultima página, a única que ainda não tinha passado os olhos.

- Hum, mais uma notinha sobre aquele incidente no Departamento de Mistérios. Diz que ainda não sabem quem era o auror morto, e que Lily foi chamada para cobrir o caso.

- Lily é a detetive que mora com você?

- Ela mesma. Outra coisa muito estranha. Como é que não sabem quem era o auror? Muito mal contada essa história.

- Alguém já te disse que você é desconfiada demais?


Aquele dia parecia interminável. Era de noite, e ela estava dando plantão há quase doze horas. Estava acostumada, mas naquele dia em particular, sentia-se muito cansada. Levou a mão esquerda aos olhos castanhos e os esfregou, tentando afastar o sono.

Por sorte, o Hospital St Mungus não estava muito movimentado naquele dia. Podia até tentar dar uma dormida em uma das macas sem que ninguém notasse. E mesmo que notasse, ninguém diria nada. Ela, Abigail Lockhart, era uma das melhores e mais confiáveis medi-bruxas do local. Deitou-se em um leito vazio e fechou os olhos por alguns segundos, até que ouviu uma das medi-bruxas chamar:

- Abby!

Ela se levantou bufando. Olhou para os lados e viu a doutora Elizabeth Corday a olhando, com um ar divertido. Gostava da doutora Corday, era uma de suas melhores amigas ali dentro.

- O que foi, Lizzie?

- Preciso de você aqui. Temos uma auror machucada, e querem sigilo absoluto sobre a estadia dela.

Abby e Elizabeth se encaminharam em direção ao auror que preenchia os papeis de admissão.

- Olá, senhor Lupin, certo? – disse Elizabeth, oferecendo a mão.

- Sim, Remus Lupin. – ele respondeu, apertando a mão das duas.

- Sou a doutora Elizabeth Corday, e essa é a doutora Abigail Lockhart. Foi você que trouxe a auror machucada?

- Sim, Ninfadora Tonks.

Ele terminou de preencher a papelada e entregou para a recepcionista com um sorriso. Depois, os três se encaminharam para onde Tonks tinha sido colocada. Elizabeth e Abby examinaram a paciente enquanto faziam perguntas.

- O que aconteceu? – perguntou Abby.

- Uma luta no Ministério. Foi atingida por vários feitiços.

- Sabe dizer quais são?

- Não. Também participei da luta e não vi quando ela foi atingida.

As duas terminaram de procurar por mais machucados em Tonks, e Elizabeth disse:

- Ela vai precisar fazer alguns exames. Pode demorar um pouco.

- Venha, senhor Lupin, eu o levarei até a sala de espera. – disse Abby, abrindo a porta.

Os dois saíram, e Lupin parecia muito abatido. Abby se perguntou se ele tinha alguma relação com a auror. E só então registrou o que ele tinha dito dentro da sala de exames.

- Luta no Ministério?

- Sim, aurores e Comensais. – ele respondeu, fitando a medi-bruxa.

- Embaixo do nariz de Fudge? Então ele agora vai ter que admitir que Dumbledore está certo! – ela exclamou, e logo depois tapou a boca com as mãos.

Ele sorriu para ela.

- Também estou do lado de Dumbledore. Não se preocupe.

- Ah, como é que as pessoas acreditam em Fudge e não em Dumbledore? Não pude apoiá-lo para não perder o emprego, mas estava do lado do diretor.

- Que bom. É bom termos gente aliada aqui em St Mungus. Doutora Lockhart, como você deve saber, queremos sigilo sobre a estadia de Ninfadora Tonks aqui. Pelo menos até a notícia sobre o incidente no Ministério vazar.

- Claro, eu entendo. Ninguém vai saber.

Lily chegou em casa por volta das seis da tarde, com uma pasta debaixo do braço. Era tudo o que tinha conseguido coletar sobre o crime no Departamento de Mistérios. Ela já tinha feito o relatório, e fechado o caso. Ninguém precisava ficar sabendo que ela continuaria investigando até achar a vítima. Detestava historias mal contadas.

Encontrou Jo sentada no sofá, olhando atentamente um exemplar do Profeta Diário.

- Oi, Jo.

- Ei, Lil. Chegou cedo.

- Trouxe comida.

- "timo. Vamos esperar a Abby e então comeremos.

Lily foi até a cozinha e pegou duas garrafinhas de cerveja amanteigada. Entregou uma para a amiga e sentou-se ao lado dela.

- O que está lendo de tão interessante?

- Ah, uma notinha sobre o incidente no Departamento de Mistérios. Aqui diz que você fechou o relatório ontem.

- Fechei.

Ouviram um clique e olharam para a porta. Abby chegara, parecendo cansada. Jogou-se na poltrona da sala e Lily foi buscar uma cerveja pra ela.

- Outro plantão ruim? – perguntou Jo.

- É sempre cansativo. Estou morrendo de fome, tem alguma coisa aí?

- Lily trouxe pizza.

A detetive, que voltara com a cerveja da amiga, pegou três pratos e talheres, e Jo colocou a pizza em cima da mesinha de centro. Jo retomou o papo.

- Lil, você estava dizendo sobre o incidente no Ministério.

- Ah, é mesmo. É ridículo, sabem. Como é que não sabem quem é a vítima?

- Pensei a mesma coisa quando li sobre o caso. O que você vai fazer?

- Tive que entregar o relatório e arquivar o caso, por ordens dos superiores.

- Mas você, sendo quem é, não vai descansar. – disse Abby, rindo.

- Claro que não. Vou descobrir quem era a vítima.

- Talvez eu possa te ajudar. Três dias atrás, na noite do incidente, uma auror chegou lá, inconsciente. Eu tratei dela. O outro auror, que estava com ela, disse que eles tinham estado na luta do Ministério. Pediu sigilo até a história vazar. Bom, vazou, eu posso contar a vocês agora. Se quiser, posso tentar perguntar algumas coisas para a auror, ela ainda está internada.

- E Arthur Weasley é meu chefe, e dois de seus filhos estavam naquele dia. Posso tentar arrancar alguma coisa dele também. – disse Jo.

As três se olharam e sorriram.

- Está bem. Vamos descobrir o que está acontecendo. – disse Lily, triunfante.

Agora tinha duas aliadas. Repassaram toda a conversa que Lily tivera com Quim Shacklebolt, e Abby deu o nome da auror que estava em St Mungus e do auror que a acompanhava. Jo só escutou, mas no dia seguinte já tentaria conversar com o chefe.

Descobririam quem era a vitima, custasse o que custasse.

Continua...

N/A: Gostaram? Esse prólogo era pra ser bem menor, mas no fim saiu desse jeito? Deu pra entender bem o que está acontecendo, que época é, quem é a vítima e tudo o mais? Agora, as explicações:

Sobre a detetive Rush: É a minha homenagem a um seriado que gosto muito, Cold Case. O nome da personagem principal é Lily Rush, e não Elizabeth Rush, então eu coloquei nome Elizabeth e apelido Lily. E sim, ela se apresenta como Lily, porque não gosta muito de Elizabeth.

Sobre a medi-bruxa Lockhart: Outra homenagem, dessa vez à ER. Eu nem gosto taaanto assim da Abby em ER, mas o nome é legal demais pra ser desperdiçado. Assim como a amiga dela, a doutora Elizabeth Corday. Mas da Lizzie Corday eu gosto muito.

Apenas os nomes foram usados, as personalidades são minhas... Se é que alguma personalidade já apareceu nesse prólogo. Quanto a esse prólogo: a intenção era concentrar apenas na personagem principal, mas as duas melhores amigas dela, como vão ter um papel fundamental na trama, acabaram aparecendo também. Então fica a curiosidade: qual das três é a personagem principal? Será que alguém vai acertar?

Espero que vocês tenham gostado desse prólogo, que serviu apenas para situar vocês.

O próximo capítulo ainda nem começou a ser escrito, então não sei quando poderei postar...

De qualquer maneira, espero reviews!

Beijinhos!