Nota da Autora: Yep, yep... Fazia tempo que eu não escrevia algo (novo) sobre Rin e Sesshoumaru, e resolvi escrever este songfic enquanto não sai mais capítulos de "Um caminho para dois". A música foi escolhida quando eu ganhei o single de Inuyasha do grupo DAT em lugar do single do DAI com a música "Fukai Mori" (sorriso sem graça), uma pequena confusão feita por meu otou-sama... Mas eu gostei da música, embora ela não seja do meu estilo favorito, e achei que combinava bastante com esse casal.

Espero que gostem! Se o considerarem digno de um comentário, ficarei muito feliz em recebê-lo!

Nota em maio de 2005: por causa de mais uma regra estúpida do site, tive que retirar a letra da música que acompanha este songfic. Porém, a versão sem censura existe em outro site - ver profile.

Itazura na kisu

(Beijo Travesso)

Para Rin-chan, minha querida amiguinha que me atura horas na net e me obriga a escrever he... er... quer dizer... haikai (poesia japonesa) sobre esse casal! Rin-chan, espero que goste (o maldito site non permite que eu mostre, mas estou mandando um beijo)!

Música: "Itazura na kisu", do grupo Day After Tomorrow.

-Acorde, menina atrapalhada! – Jaken gritou no ouvido de Rin enquanto esta dormia nas costas de Ah-Un – Acorde, vamos!

A garota, agora com 18 anos, pegou a bainha da espada dela e jogou-a na cabeça do youkai e voltou a dormir, cobrindo a cabeça com um pedaço de pano.

-Rin, sua garotinha humana inútil... – Jaken rangeu os dentes – ACORDE! HOJE É "O" DIA!

-É HOJE! – ela caiu das costas de Ah-Un e saiu correndo em direção a um lago próximo de onde estavam – POR QUE NÃO ME ACORDOU ANTES, JAKEN?

Jaken apenas resmungou alguma coisa, aproximando-se da garota, esta lavando o rosto para tirar o sono, lavando também os pés.

-Eu tentei acordar três vezes... Este Jaken recebeu um tapa, um palavrão e agora uma bainha – mostrou o objeto que catara do chão, fazendo a garota corar – como resposta. Não como dizer que este Jaken não tentou acordá-la.

-Ora... – ela escondeu o rosto vermelho quando o secou com um pano que Jaken a estendera, dando um sorriso quando ficou seco – Será que dá tempo para eu tomar um banho?

-Mas nós precisamos estar aqui antes de Sesshoumaru-sama voltar! – ele protestou – Não temos a manhã toda, Rin!

O youkai parou de falar e deu um berro ao ver a garota tirando o kimono para banhar-se no lago como se fosse a coisa mais natural do mundo tomar banho na frente de alguém.

-Ah, como a água tá boa... – ela falou, deixando o corpo debaixo d'água até o pescoço – Ai, ai... Ah, Jaken...

-H-Hai? – ele balbuciou.

-Se não sair agora, eu vou contar a Sesshoumaru-sama quando ele voltar. – ela falou numa voz sombria e com os olhos estreitados.

Jaken saiu dali rapidinho, segurando firmemente o bastão de Duas Cabeças.

A garota encostou-se numa pedra e fechou os olhos.

O aniversário de trezentos e tantos anos de Sesshoumaru seria no outro dia, e como o jovem lorde estava fora e só voltaria ao final do dia, Rin e Jaken combinaram de sair em busca de um presente ao mestre.

Algo que agradasse ao demônio era difícil de ser encontrado, mas...

Rin sorriu de orelha-a-orelha. O que ela não faria para agradar o lorde que amava?

Deu um suspiro apaixonado.

-Opa... – ela terminou de banhar-se, mas, ao levantar-se, percebeu que a roupa dela estava longe.

Rin gritou por Jaken e este apareceu com os olhos tapados por uma das mãos.

-S-Sim, Rin-chan? – ele falou, cautelosamente.

-Pode trazer a minha roupa? O outro kimono está sujo...

O youkai revirou os olhos. Felizmente ele tinha a vista tapada e ela não pôde ver aquilo. Jaken deu as costas e foi procurar a roupa da jovem protegida do mestre dele enquanto escutava-a cantar alguma daquelas músicas que ela sempre compõe para Sesshoumaru.

-Jaken-sama... – ela começou.

-H-Hai...? – ele falou quando, novamente com os olhos tapados, entregou a roupa a ela. Rin pegou e murmurou um agradecimento e enxugou-se para vestir o kimono.

-Eu estava pensando em comprar uma bainha nova... O que acha?

-Bainha nova? Pra Tenseiga?

-Tenseiga já tem uma bainha especial, baka... – ela falou, revirando os olhos enquanto terminava de enxugar-se – Estava pensando em uma bainha para Toukijin. Há uma vila que fabrica bainhas próxima daqui... Nosso lorde vai gostar! – ela completou, sorrindo para si mesma.

-Nosso lorde não aceitaria presentes feitos por humanos.– Jaken continuava de costas – Eu estava pensando numa armadura nova. A de Sesshoumaru-sama é a mesma desde que ele enfrentava aquele youkai desprezível do Naraku. Além do mais, é bem mais fácil conseguir uma armadura nova numa vila de youkai que uma bainha numa de humanos inúteis.

-Uma bainha!

-Uma armadura!

-Bainha!

-Armadura!

-Bainha!

Jaken virou-se para bater nela com o bastão e arregalou os olhos ao ver que Rin ainda não tinha se vestido. A garota lançou-lhe um olhar furioso e uma veia saltou da testa dela.

-HENTAI! – ela gritou, colocando um pano em frente ao corpo e dando uma surra nele.


-Eu já pedi desculpas... – massageando um galo e tentando não mexer demais a boca com os dentes quebrados e cheia de feridas.

-Cala a boca! – Rin seguia na frente, ajeitando as mangas do kimono. Depois testou as sandálias, batendo-as no chão e arrumou o laço na cabeça. O cabelo estava solto e apenas uma mecha estava presa com um laço fino – Youkai no hentai...

-Não conte a Sesshoumaru-sama... – ele se lamentava – Rin-sama não faria isso, né?

-Espero que ele descubra e te dê uma surra que faça a sua cor mudar pra roxo. – ela ergueu a cabeça e colocou os braços dentro do kimono, recomeçando a andar depois de ter parado para terminar de arrumar-se – Vamos à vila de humanos para comprar a bainha. Acho que temos dinheiro pra isso, né? – ela parou de andar de novo e olhou Jaken.

-Vamos ver... – ele falou, abrindo uma pequena sacola de couro. De lá saiu um mosquito, que pousou no nariz de Rin.

Uma gota surgiu no rosto dos dois.

-Jaken-sama... – ela murmurou, desconsoladamente.

-Que tal encomendarmos uma bainha, daí, na hora de pagar, a gente mata o homem que a fez e voltamos para o acampamento?

Outra veia saltou no rosto de Rin e ela fechou o punho, batendo nele de novo.

-Os deuses não permitem isso, baka! – ela gritou, pegando as rédeas de Ah-Un – Fale isso de novo, aí sim eu contarei a Sesshoumaru-sama o que você fez hoje de manhã!

-O que eu fiz? – ele tentou se defender – Foi você quem se trocou na minha frente!

-Jaken! – ela gritou, sentindo o rosto corar furiosamente e fechando de novo o punho. Ao ver aquilo, Jaken afastou-se por precaução.

-Parecida com o nosso lorde... Trata os amigos da mesma forma que os inimigos... Que menina violenta... – ele resmungava.

Rin deu um sorriso e saltou nas costas de Ah-Un, sentindo o vento passar-lhe pelo rosto e deixar a pele gelada. Deu uma exclamação de alegria quando percebeu que ganhara altura.

-Espere, Rin! – Jaken gritou do chão, correndo desesperado como se pudesse alcançá-la – Espere, garota!

-Já vai! – ela gritou, estendendo a mão para que ele pudesse agarrá-la.

Quando Jaken subiu nas costas do youkai de duas cabeças, Rin tomou as rédeas e foi em direção da vila de humanos.


-Fique quieto, Jaken, pelos deuses... – Rin murmurava.

Depois que chegaram a um mercado, Jaken fora atacado por ser confundido com um youkai extremamente perigoso, e os dois fugiram dali quando perceberam que seriam perseguidos pelos aldeões. Ah-Un estava na floresta, mas agora não sabiam em qual das quatro direções estavam.

-Eles ainda estão aí? – ele perguntou num sussurro, escondido na barra do kimono, evitando o máximo possível olhar para cima enquanto Rin andava discretamente em direção à saída leste. Já tinham olhado nos outros três lados, e rezavam aos deuses mais piedosos para que encontrassem logo o youkai para irem embora dali.

-Maldita hora que aceitei vir a uma vila de humanos para comprar uma bainha... – ele resmungou.

-Quieto! – ela falou num tom mais alto, chamando a atenção de algumas pessoas. Para disfarçar, ela começou a cantar – "Tão quieto... lá-lá-lá-lá..."

Deu um suspiro quando percebeu que as pessoas se afastaram e voltaram a fazer as coisas de antes.

-Já estamos perto? – ele perguntou de novo.

-Cala a boca... – ela murmurou entre os dentes – Já estou vendo a saída, baka... E não ouse olhar pra cima, ou não viverá mais que dois dias porque eu vou contar a Sesshoumaru-sama.

Rin não pôde ver, mas uma cor azulada passou pelo rosto do youkai sapo.

Quando passaram pelos portões, Rin acenou para os guardas e foi em direção da floresta, afastando-se dali o mais rápido possível. Ao perceber que já estava longe da vista de outros humanos, ela abaixou a sombrinha de bambu que usava e levantou a barra do kimono.

-Saia, Jaken.

-Aye, aye... – ele falou, dando um longo suspiro.

-Pra onde vamos agora? – ela perguntou, andando em direção a Ah-Un, que estava comendo grama a poucos metros de onde estavam.

-Que tal ver a armadura? – ele sugeriu, pulando nas costas do youkai – Aceite minha sugestão, humana, e vamos arranjar uma bela armadura para nosso lorde.

Rin chorava em cascata ao ter que admitir que a idéia de Jaken era melhor que a dela.


-Já dá pra sair? – Rin perguntou num tom furioso a Jaken, escondida no alto de uma árvore.

-Be-Bem... – ele falou, olhando ao redor – Acho que não tem perigo, pirr... quer dizer, Rin-sama.

Era bom mesmo que ele a tratasse daquele modo. Depois de forçá-la a entrar na vila de youkai-tachi, Rin foi atacada por milhares de monstros que queriam devorá-la quando perceberam que ela possuía sangue humano. Jaken a salvou de todos usando o fogo do bastão de Duas Cabeças. No entanto, a roupa que ela usava também ficou destruída por causa das chamas, e Jaken teve que fazer o possível para arrumar um kimono novo para ela, além de salvá-la de mais youkai's. Ou faria isso ou perderia mais tarde a cabeça por um único golpe de Sesshoumaru.

-Arranjou a minha roupa? – ela perguntou.

-A-Aqui está... – ele estendeu a roupa quando ela saltou da árvore.

Rin só não se machucou demais porque recebera um certo treinamento de Sesshoumaru. Sabia usar espadas e adagas, entretanto, o combate que travara fora real demais, com muitos outros oponentes, enquanto que estava acostumada a ter como único combatente Sesshoumaru... embora ele a tratasse como outro qualquer numa luta.

A garota pegou a roupa e foi para trás de um arbusto, notando os detalhes dela. Um kimono branco com detalhes de galhos de cerejeiras. Era bem simples e bonito, e era incrível Jaken ter conseguido escolher algo bonito, pois geralmente era ela quem escolhia as roupas.

Aliás, onde e como ele arranjou aquilo...?

-Nee, Jaken-sama... – ela falou de onde estava escondida – Onde arranjou esta roupa?

-Oh... – ele demorou a responder.

-Onde, Jaken? – ela atirou a adaga nele, que fincou numa árvore próxima.

-Na-naquela vila! – gaguejou ao ver Rin sair de trás das árvores, já vestida – Veio com o guarda-chuva de bambu!

-Você roubou! – a garota o sacudiu pelo pescoço – Seu sapo miserável, eu vou contar a Sesshoumaru-sama sobre isso!

-I-Iie! Eu paguei pro velho antes dele começar a gritar que eu era um youkai! – ele falou quando ela parou de agitá-lo.

-Queiram os deuses que esteja falando a verdade... Meu lorde não permitiria que eu usasse uma roupa roubada.

-Aye, Rin-sama, aye...

-Vamos, Jaken-sama. Já terminei. – Rin passou a mão pelos cabelos para tirá-los de dentro do kimono, ajeitando novamente as sandálias ao batê-las no chão com o pé – O que faremos agora?

-Já está tarde... – ele falou – Vamos ter que voltar ao acampamento.

Os olhos de Rin se arregalaram.

-Mas... e o presente para nosso lorde? O aniversário dele é amanhã, Jaken!

-Aye... Disso eu sei.

-Mas... – Rin não sabia o que dizer.

-Vamos voltar ao acampamento. Sesshoumaru-sama voltará para nos pegar ainda esta noite.

O youkai pulou nas costas de Ah-Un e Rin também subiu.

Enquanto voavam, a garota pensava, com pesar, que o dia tinha sido desperdiçado. Poderia estar treinando para receber um elogio de Sesshoumaru, poderia estar fazendo músicas para ele, poderia estar passeando...

Seria tão decepcionante quando ele soubesse o que aconteceu. Rin pensara naquele presente com tanto carinho, e ficaria feliz se desse para arranjar uma armadura também.

Os dois estavam com fome e cansados de tanta correria, mas continuaram voando até o acampamento para esperar pela chegada do mestre.

Quando finalmente chegaram, os dois desceram das costas de Ah-Un e foram procurar algo para comer.

Embora Jaken estivesse conversando sobre diversos outros assuntos, Rin apenas pensava em Sesshoumaru. Planejara fazer do dia seguinte um dia inesquecível, dando a ele um presente que fizesse-o lembrar-se dela.

Do mesmo jeito que ela gostava de pensar nele.

Depois de comerem, os três foram a um campo para passar a noite, lugar escolhido por Rin depois de quase tentar surrar Jaken.

No campo, Ah-Un deitou-se no chão e Jaken encostou-se nele para dormir. Estava anoitecendo, e Rin apreciou o pôr-do-sol daquela época de guerras com muita tranqüilidade. Gostava de estar viva, de cantar, de ter companhia, de colher flores...

Falando nisso...

Pegou algumas flores do chão e começou a brincar com algumas, até que, depois de escolher a dedo algumas, resolveu fazer uma coroa. Gostava de fazer aquilo quando criança, mas o tempo escasso de quando a pessoa se torna adulta a impediu que fizesse mais delas.

Terminou a coroa e olhou o céu, notando que já surgiam algumas estrelas. A lua também aparecia, fazendo-a lembrar-se de Sesshoumaru.

Onde estaria ele? Será que voltaria logo? Tinha certeza de que ele estava bem, afinal aquele era Sesshoumaru, lorde das Terras do Oeste.

Rin uniu as pernas e abraçou-as com um das mãos, segurando a coroa com a outra.

Sim, ela gostava da companhia dele, e deles – Ah-Un e Jaken – também, mesmo não sendo da mesma raça. Youkai's não eram tão perigosos quanto humanos, pelo menos Sesshoumaru não era perigoso pra ela.

-Sesshoumaru-sama... – ela murmurou, jogando-se no chão, ainda segurando a coroa.

Algum tempo depois, adormeceu.


Aquilo era tão quente... Era diferente do frio que sentia nos pés por estar dormindo num campo aberto. Mas... por que estava quente?

Rin abriu os olhos lentamente e encontrou o rosto sério de Sesshoumaru.

-Sesshou... maru-sama? – ela balbuciou, esfregando os olhos. Arregalou-os quando percebeu que ele a estava abraçando. Ele estava sentado e ela, no colo dele.

-Você estava com frio. – ele explicou quando notou o espanto dela – Apenas quis aquecer.

-Oh...

-Eu cheguei há algumas horas. Daqui a pouco amanhecerá e poderemos partir. – Sesshoumaru falou, mantendo a expressão mais sem emoção possível.

-Verdade? – ela falou, lembrando-se de algo importante – Se meu lorde diz que já vai amanhecer, então quer dizer que...

Rin deu uma longa pausa e Sesshoumaru ergueu um das sobrancelhas, esperando pacientemente pela sentença completa dela.

-Meu lorde faz aniversário hoje! – ela falou, alegremente.

Sesshoumaru não falou nada.

-Jaken-sama contou-me que é aniversário de nosso lorde, então decidimos sair e arrumar algo para dar a Sesshoumaru-sama, mas...

Sesshoumaru notou que ela mordeu os lábios e baixou o rosto.

-Jaken por acaso não colocou você em perigo, não? – ele perguntou, mantendo o rosto impassível mesmo percebendo que a garota suara frio e dera um sorriso sem graça quando escutou a pergunta – E que roupa é essa?

-Na verdade... – ela começou, mas parou de falar ao ver a coroa de flores jogada próxima deles. Ela esticou o braço e pegou-a, ajeitando-a habilmente por estar com algumas flores tortas.

Sesshoumaru não escondeu a surpresa quando Rin sentou-se e ficara sobre os joelhos para colocar a coroa na cabeça dele. Diante do olhar espantado dele, Rin fechou os olhos e sorriu, dizendo:

-Omedetou, Sesshoumaru-sama.

Um minuto de silêncio se seguiu, mas Sesshoumaru logo o quebrou quando a linha dos lábios formou um meio-sorriso.

-Isto não fará que este Sesshoumaru esqueça da pergunta que fez. Aquele Jaken colocou a Rin em perigo?

-Oh... – ela continuava de joelhos olhando para ele, enquanto que o jovem lorde demônio estava sentado – Rin não quer preocupar Sesshoumaru-sama... E Jaken-sama também a protegeu...

-Este Sesshoumaru não gosta de saber que o que pertence a ele sofreu algum perigo. Se Jaken deixou que Rin ficasse em perigo ou fosse ferida, deverá pagar depois.

Rin ponderou sobre o que ele disse. O que pertence a ele... Pertence a ele... Então...!

-E não entendi direito, mas agradeço a preocupação do meu lorde.

-Não há nada difícil para você compreender. Este Sesshoumaru importar-se muito com tudo que pertence a ele e que tudo fique bem e seguro.

-Pertencer a Sesshoumaru-sama? – ela mudou o ângulo do rosto e depois deu um sorriso – Se Rin-chan é de Sesshoumaru-sama, então Sesshoumaru-sama é de Rin-chan.

O lorde fez um "sim" com a cabeça.

Rin sorriu ainda mais e aproximou-se dele, surpreendendo o youkai ao pressionar levemente os lábios rosados nos dele.

-Arigatou... Por tudo. – ela falou depois que separou o rosto.

Ficaram calados por algum tempo, até que Rin levantou-se e esfregou os joelhos, limpando as folhas e flores que estavam coladas no kimono. Percebeu que Sesshoumaru se levantara também, mas estava parado e olhando-a fixamente. A garota tencionava virar-se quando falou:

-Vou acordar Jaken-sama para podermos partir!

O youkai agarrou o pulso dela e a fez virar-se para olhá-lo.

-Este Sesshoumaru ainda não... agradeceu pelo... presente... que Rin deu a ele.

-Oh... – ela olhou a coroa e deu um sorriso – Rin-chan já está feliz por Sesshoumaru-sama ter aceitado.

-Então deixe-me agradecê-la melhor.

Tocando no queixo dela, Sesshoumaru trouxe o rosto dela para perto do dele e entreabriu-os, pressionando os lábios nos dela e tocando o interior aveludado com a língua. Sentiu a garota prender a respiração durante alguns segundos, mas depois notou que ela relaxara, permitindo que o beijo durasse mais alguns minutos.

Quando os rostos se separaram, Rin piscou algumas vezes ante o rosto impassível do lorde e depois falou, sorrindo:

-De nada, Sesshoumaru-sama.


Três anos depois:

Rin apreciava a vista da janela do castelo das Terras do Oeste. Já anoitecia e logo depois Sesshoumaru subiria para encontrá-la e...

Passou a mão no pescoço, tocando na marca que tinha nele.

Sesshoumaru e ela haviam casado naquele dia, e ele explicou que aquela marca a tinha tornado imortal. Era algo um tanto quanto inacreditável, mas se Sesshoumaru dizia aquilo, então era verdade. O jovem lorde nunca cometia erros.

E a noite estava chegando e depois...

Ficou vermelha e começou a soltar um monte de exclamações de alegria.

-Kyaa! – ela ergueu os braços.

Aquela seria a primeira noite.

Recuperou a compostura. Agora era uma lady, e precisava manter uma certa... pose. Se bem que manter a seriedade era algo que ela quase nunca conseguia. Estava sempre sorrindo, brincando, desafiando Jaken... Era melhor ser extrovertida, era melhor ser ela mesma.

-Rin. – escutou Sesshoumaru falar quando entrou no aposento em que ela estava.

-Ah, Sesshoumaru-sama!

Esperou que o lorde se aproximasse dela, não saindo de perto da janela.

-Apreciando a vista de nosso quarto? – ele perguntou, observando as primeiras estrelas surgirem.

-Hai! – ela deu um sorriso – Ah... mas ainda estou pensando nisto aqui... – ela passou a mão no pescoço – Quer dizer que agora eu viverei pra sempre com Sesshoumaru-sama?

O youkai confirmou com a cabeça, fazendo Rin notar que os olhos dourados estavam mais serenos que nunca.

-Sugoi, sugoi! – ela exclamou – Poderei viver pra sempre com Sesshoumaru-sama!

-Deve saber que isso foi necessário... Youkai-tachi e humanos vivem idades diferentes... E este Sesshoumaru não gostaria que algo tão precioso quanto a Rin dele sofresse com isso.

-Oh...

-Está feliz, minha lady?

-Hai! – ela moveu a cabeça para enfatizar o "sim", voltando a apreciar a vista – Isto tudo é maravilhoso... E ainda nem acredito que está acontecendo.

Sesshoumaru afastou-se dela e Rin continuou olhando a paisagem agora estrelada, escutando-o falar:

-Então este Sesshoumaru precisa fazer com que lady Rin acredite.

É... Depois de tantos anos juntos, Rin finalmente o tinha e ele tinha a ela. Não se preocuparia mais com a morte, em ter que separar-se dele e nem saber que ele poderia viver centenas de anos mais sem ela. Não se preocuparia mais em envelhecer, em ter que...

-Rin. – escutou de novo Sesshoumaru falar.

-Hai? – ela virou-se, corando ao ver que ele estava com o robe aberto e sentado na cama do aposento.

-Você não quer me deixar esperando, quer? – o lorde perguntou, dando um sorriso que a garota julgou ser malicioso.

Rin deu um sorriso, fechou rapidamente a janela e correu até a cama, jogando-se nos braços dele.

Oshimai.

(Fim)


Nota final da autora

Tenho certeza de que serei amaldiçoada por alguém por causa desse final... (sorrindo malignamente para Rin).