Piratas Não Amam

cap.1 - Yo Ho Ho e uma garrafa de rum!

França, Setembro de 1862

O sol descia através do céu rubro que lentamente tomava as cores púrpuras do crepúsculo, se escondendo no mar. As nuvens dissipando-se iam com o movimento do vento soprando, esfriando o ar ao redor. Aos poucos subia a lua cheia acompanhada por brilhantes estrelas, iniciando um espetáculo de dar inveja ao astro-rei.

Na casa dos Higurashi, a noite não estava menos silenciosa. O vento balançava levemente as flores no jardim. O Sr. e a Sra. Higurashi estavam em mais uma festa da elite. Os criados já haviam se retirado para seus aposentos e todas as luzes estavam apagadas.

Todas, com exceção de uma no terceiro andar. A luz do quarto de Kagome, a caçula dos Higurashi.

O quarto tinha as paredes em uma cor azul-marinho, o teto imitava o céu estrelado lá fora. Uma enorme cama estilo dossel estava no centro do quarto, com colchas e lençóis da mesma cor da parede.

Um enorme armário e uma escrivaninha, ambos de carvalho escuro, completavam o ambiente. Algumas velas eram a única iluminação presente ali.

As duas irmãs estavam sentadas na enorme cama da mais nova. Kagome, com treze anos e Rin, com dezesseis. Aquela seria uma conversa definitiva, as duas sabiam. Talvez a última conversa fraterna que teriam.

"Kagome... hoje eu vou fugir com Sesshoumaru." Disse Rin, a calma na sua voz em contraste com a tensão no ambiente.

"Eu... eu já imaginava, minha irmã. Só não imaginava que seria tão... cedo." Respondeu Kagome.

"Eu não agüento mais a pressão de nossos pais. Eu amo Sesshoumaru, é com ele que quero terminar meus dias." Disse a mais velha, acariciando o cabelo da caçula, que a abraçou.

"Mana... Eu te amo muito. Sentirei sua falta, mas quero que seja feliz. Você não será feliz sem Sesshoumaru, eu sei." Kagome tinha lágrimas nos olhos.

"Se ele não fosse pirata... talvez mamãe e papai aprovassem nossa união. Mas eu o amo como ele é." Explicou Rin.

"Mas foi pelo pirata que você se apaixonou, querida." Disse Kagome sorrindo. Rin retribuiu o sorriso, mas quando ia falar, ouviram barulhos.

"Chegaram." Foi tudo o que disse antes de correr escadas abaixo.

Lá, encontraram uma cena surpreendente. De um lado estavam os pais das meninas, expressões horrorizadas estampadas em suas faces. Do outro, Sesshoumaru e alguns piratas, todos empunhando espadas.

"Rin..." Sesshoumaru sussurrou. Ela olhou para ele e sorriu.

"Não! Não deixarei que leve a minha menina, escutou bem pirata? Não deixarei!" Gritava o Sr. Higurashi.

"Kagome..." A menina tirou os olhos da cena diante de si para olhar para a irmã. "Não me esquecerei de você nunca, irmãzinha. Não me esqueça também." Rin tirou uma corrente do bolso e colocou no pescoço da caçula. O pingente era um coração.

"Que lindo, mana." Kagome respondeu.

"Vê aqui? Nossos nomes estão gravados."Era verdade. De um lado Belle Lune, o apelido de Rin, que significa bela lua. E do outro Petit Perle , o apelido de Kagome, que significa pequena pérola. " É para você sempre me manter em seu coração."

"Eu manterei. Desejo-lhe sorte." Disse Kagome.

"Rin, não temos mais tempo!" Gritou Sesshoumaru. Seus homens lutavam contra os guardas de Higurashi.

"Kagome, se algum dia se meter em problemas com piratas, basta uma palavra para salvá-la." Rin inclinou-se para o ouvido da menina e sussurrou algo inaudível.

"Eu direi, Belle Lune" Disse Kagome chorando.

"Nós nos veremos de novo, Petit Perle" respondeu Rin.

Rin saiu correndo na direção de Sesshoumaru, que a agarrou pela cintura e correu porta afora. Kagome correu atrás, mas parou na porta, lágrimas escorrendo pela face.

"Não te esquecerei." Sussurrou para o vento.

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Kagome acordou com a luz do sol lhe atingindo suavemente o rosto de traços delicados, fazendo seus límpidos olhos azuis se abrirem lentamente pelo contato. Olhou em volta e se viu no jardim... Estivera sonhando novamente. Lembrava claramente do sonho. Depois de três anos... Por que sonhei com aquela noite novamente?O que isso quer dizer?

O sol ainda começava a iluminar o céu, o que indicava que ainda era cedo. Uma vela apagada jazia esquecida ao lado da menina, um livro de romance pousava em seu colo. Amor Pirata era o nome. Desde a partida de Rin, Kagome passara a ler muito sobre piratas.

"Eu adormeci... passei a noite inteira aqui?" Ela sussurrou.

Talvez o sonho fosse por causa do casamento que seus pais haviam arranjado para ela. Talvez estivesse se comparando inconscientemente com Rin.

Flashback

"Kagome, querida. Venha aqui." Disse sua mãe, quando Kagome entrou no quarto depois de ter sido chamada por uma das empregadas.

"Mandou chamar-me, mãe?" Ela perguntou.

"Sim. Eu e seu pai temos uma notícia maravilhosa para te dar." Ela disse com o habitual sorriso sereno em sua face.

O homem de cabelos grisalhos ao seu lado resolveu se pronunciar.

"Isso mesmo. Você se casará com o Comodoro Kouga Ookami. Não é maravilhoso?" Ele disse, para o choque de Kagome. Como assim, casar?

Não, é terrível! Como podem fazer isso com sua própria filha? Sua mente exclamava, mas sua obediência falou mais forte. Queria reclamar, xingar, negar ser controlada, mas seu corpo não a obedecia, apenas a fazia inclinar sua cabeça em um sinal de submissão.

"Maravilhoso." Ela respondeu pasma.

"Não está feliz, querida?." Perguntou a mãe.

Feliz? Por vocês destruírem a minha vida? Sua mente gritava. "É claro, mamãe. Felicíssima." Ela mentiu. "Com licença, vou me retirar." E saiu do quarto.

Fim do Flashback

E agora teria que viajar para a Inglaterra, para encontrar seu "noivo". Por quê o folgado não ia para a França mesmo, que era onde ela morava? Mas não... Agora tinha que pegar um navio esquisito e ir para a Inglaterra.

Maldita hora em que nasci em uma família tão tradicional, que preza mais a aparência e pureza da linhagem do que a felicidade das próprias filhas. Pensou ela. Amava seus pais, verdade. Mas eles se deixavam levar muito pela reputação na alta sociedade. Tudo aquilo era pelo status de Kouga.

A honra de casar bem uma filha era mais importante que deixá-la casar por amor e ser feliz.

Amor é para tolos, Kagome. Os pais sempre diziam. Melhor calar um sentimento tolo e passageiro como o amor, do que abrir mão de um futuro estável, onde você não precisa sentir, mas seguir a razão.

Dizem que o amor é cego, mas sem dúvida sempre viu onde havia mais dinheiro. Ela lembrou de um ditado, sarcástica. Esse fora feito para os pais dela.

"Sou mesmo uma covarde... Rin nunca se submeteria a essa situação. Mas desde que ela partiu, meus pais começaram a me controlar mais. O que posso fazer, se obediência é o que devo a eles?" Ela sussurrou.

Ela já não possuía mais liberdade. Desde aquela noite fatídica seus pais temiam que ela também pudesse seguir os passos de sua irmã, reprimindo-a assim, impedindo-a de ficar sozinha.

Os traços da existência de Rin naquela casa já não mais existiam. Suas coisas foram jogadas fora, as lembranças de sua querida irmã foram esquecidas e nem mais seu nome podia ser citado entre as paredes ornamentadas daquele lar. A única lembrança que tinha dela era o pingente de coração.

Kagome tocou o pingente inconscientemente. Ah, Rin. Sinto tanto a sua falta. Está viva? Está bem? Está feliz? Por quê não escreve? Queria tanto saber de você... Kagome pensava.

"Lady Kagome. A carruagem que a levará ao porto a espera na porta." Disse uma criada que chegara.

"Obrigada pelo aviso, Hitomi. Minhas malas estão lá?" Perguntou.

"Sim, mademoiselle." Respondeu Hitomi.

"Pois bem. Diga que vou apenas trocar de roupa e estarei lá, por favor." Ela pediu, levantando-se e começando a se retirar para seu quarto.

"Sim, mademoiselle." Hitomi foi andando em direção à carruagem.

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A cabine do capitão era a maior do navio Tessaiga. Tinha dois compartimentos, uma sala, com uma mesa e quatro cadeiras de carvalho e um sofá muito retalhado. Uma porta levava ao quarto, que tinha apenas uma cama de casal, um armário e uma escrivaninha.

Nessa escrivaninha, estava sentado um homem. Tinha longos cabelos prateados e olhos dourados normalmente atentos, mas que agora estavam distraídos, enquanto ele pensava.

Inuyasha tomou mais um gole de seu rum. Estava pensando no último saque que haviam feito. Olhou em volta. Havia montes de moedas de ouro e objetos valiosos. E no convés ainda havia roupas caras, jóias, comidas deliciosas, vinho e rum. Tinham conseguido muita coisa, verdade. Mas tivera que encarar seu arquiinimigo mais uma vez.

Kouga Ookami. Ou melhor, Comodoro Ookami... Quem diria... Kouga virara um imbecil de uniforme. Nem se parecia com o garoto que brigava com ele o tempo todo. Deu uma risada sarcástica. Não que tenhamos parado de brigar, é claro.

E isso era verdade. Continuavam brigando muito. Mas agora Kouga estava na Marinha Britânica e Inuyasha era um pirata. Quando se encontravam, era briga certa.

Não fora um encontro muito duradouro. Logo Inuyasha tivera que correr, pois seu navio, Tessaiga, já estava partindo e os reforços da Marinha estavam chegando.

Não que estivesse com medo, mas já conseguira o que queria, não? Afinal, não era chamado de Demônio dos Mares por ser um medroso. Não era temido por todos os marinheiros por fugir de uma briga. Não tinha conquistado os sete mares por negar uma luta ao rival por recear uma derrota.

Seus pensamentos foram interrompidos quando Miroku entrou na cabine.

"Capitão!" Ele exclamou arfando. Inuyasha levantou a sobrancelha. Devia ser importante, Miroku nunca perdia a postura. A não ser quando estava perto de alguma mulher, é claro. Mas esse era outro caso, para outra hora.

"O que houve, Miroku? Diga logo, está me atrapalhando." Ele rosnou. Não que Miroku estivesse intimidado. Na verdade ele era um dos poucos daquele navio que não o temiam, senão de todos os Sete Mares. Mas ele gostava de pensar que sim.

"É uma informação preciosa, senhor. Asseguro-lhe que não vai perder seu tempo. Tem a ver com Ookami." Ele disse, num fôlego só. A citação do nome fez afastar a atenção que mantinha no copo de rum e levantar os olhos para encarar o pirata.

"Diga logo, homem!" Ele retrucou nervoso.

"O Comodoro vai se casar..." Miroku começou, percebendo a cara assustada de Inuyasha, continuou. "... e a noiva está num navio da França para a Inglaterra nesse exato momento."

"Interessante... o lobinho está se amarrando. Nós vamos pegar esse navio, Miroku. E nós vamos pegar essa garota." Ele sussurrou, com a mão no queixo e olhando para o chão, em uma posição pensativa.

Levantou a cabeça de repente, tinha um olhar determinado. "Diga à tripulação que se prepare e que levantem as velas da Tessaiga! Nós estamos zarpando para encontrar a noivinha do lobo!" E assim foi feito.

A Tessaiga se preparava para mais um ataque. Mas, desta vez, havia questões pessoais no meio também e Inuyasha sabia disso...

Mas ele não se importava nem um pouco. Se fosse uma maneira de irritar Ookami, ele estava dentro.

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A carruagem chegou ao porto em alguns minutos. O sol estava na metade do céu, indicando que o horário era meio-dia, quando o movimento e comércio nas docas eram mais intensos.

Quando Kagome desceu da carruagem, pôde comprovar. Pessoas correndo, carrinhos de mão sendo guiados e animais sendo puxados. Se ela não estivesse rumando para seu trágico destino, teria achado a idéia de viajar pelos mares muito excitante.

Kagome subiu no navio britânico. O nome Justiceiro estava pintado no casco da embarcação. Suspirou desanimada. Onde estava o seu justiceiro quando precisava dele? Teria que se casar com o pomposo Comodoro Ookami, querendo ou não. Era seu dever obedecer ao pai. E quando se casasse, ao esposo.

Esposo... Dá-me até nojo de pensar. Fez uma cara feia, mas logo a desfez. Não podia demonstrar seu desprezo.

Não importa o quanto despreze seu marido, Kagome. Sorria sempre. Uma dama não faria diferente. Lembranças das falas de sua mãe vieram à mente.

Sim, mamãe. Não se preocupe. Kagome lembrava como respondera, inclusive do suspiro que dera.

Não suspire. Damas não suspiram. A mãe dera uma bronca... Só por um suspiro!

Mães... Pensou ela.

"Levantar velas! Vamos homens, sem preguiça!" Um marinheiro gritando tirou Kagome de seus pensamentos.

"Senhorita, tenho ordens de seu noivo para levá-la à cabine e que permaneça lá durante a viagem." Disse o capitão, chegando perto dela.

Kagome quase suspirou, mas lembrou que a mãe a mataria se pudesse ouvir.

"Tudo bem, senhor. Eu te acompanho." Ele a guiou até a cabine. Kagome entrou e viu que, apesar de pequeno, o cômodo parecia bem confortável.

Havia um pequeno sofá num canto e uma mesa com quatro cadeiras no centro. Ela percebeu duas portas adjacentes à sala. Abriu uma delas, presumindo que fosse o banheiro. Havia uma banheira vazia e uma bacia para lavar as mãos.

Mas o que intrigou Kagome foi um vaso de porcelana, que não tinha flores. Virou-se para o capitão.

"Senhor, por quê esse vaso não tem flores?" Perguntou.

"Ora, senhorita. Porque... Isso não é um vaso de flores... É um urinol." Ele respondeu, tentando não rir. Rir da noiva do Comodoro Kouga não ia ser nada saudável. Não para quem queria fazer boa impressão para o homem.

"Oh." Foi tudo o que Kagome conseguiu dizer, já que estava muito ocupada tentando esconder a face ruborizada.

Saiu do banheiro, entrando na sala novamente. Foi até a outra porta e abriu-a. Aquele era o quarto. Tinha uma cama enorme no meio do recinto e como ela não fazia menção de deslizar, Kagome presumiu que fosse pregada no chão. Havia também um armário e uma escrivaninha. Suas malas já estavam lá, ao lado da cama.

"Vou deixá-la sozinha agora, senhorita. Precisa de mais alguma coisa?" O capitão perguntou.

"Só gostaria que enviasse minha criada para me ajudar. Isso é tudo, obrigada, capitão." Ela disse sorrindo e o homem fechou a porta.

Kagome caiu cansada na cama. Não queria pensar em nada agora, apenas dormir. Mas não conseguiu evitar imaginar como seria sua vida casada com alguém que não amava. Foi pensando nisso que adormeceu, mas não antes de deixar escapar duas lágrimas no canto dos olhos azuis.

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Era noite e a lua cheia brilhava no céu. O único barulho que se podia ouvir eram as oscilações da água contra o casco do navio e o vento.

As velas da Tessaiga estavam abaixadas e por causa da escuridão, seria impossível ver a embarcação de mais de cinco metros de distância.

Inuyasha observou enquanto sua tripulação preparava o golpe. O barco da Marinha Britânica estava se aproximando.

Estava muito satisfeito com a habilidade de seus homens para ficarem calados. Sorriu maliciosamente. Essa noite seria divertida.

Quando o Justiceiro chegou perto da Tessaiga e os marinheiros perceberam a presença inimiga, os piratas já estavam pulando no navio. Jogavam ganchos e cordas, prendendo as duas embarcações. Homens de aparência grotesca, que não tomavam banho há meses, deslizavam por essas cordas, com as espadas presas entre os dentes.

"Homens! Peguem tudo o que quiserem! Mas eu quero essa garota viva!" Ele gritou. Os piratas começaram a lutar com os marinheiros, mas eram com certeza muito mais habilidosos, logo, tinham a vantagem.

Inuyasha fincou a espada em alguns dos oficiais, abrindo caminho para seus homens. O capitão do Justiceiro não estava em lugar nenhum à vista. Covarde. Pensou Inuyasha.

Muitos marinheiros caíam ao chão, mortos. Com mais habilidade, os piratas enfrentavam seus adversários com grande destreza e agilidade. Não haviam feridos entre eles, pelo menos nada grave.

Não muito longe dali, uma garota acordava, sem saber o motivo de tanto barulho.

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Kagome olhou em volta, sem entender direito de onde vinha tanto barulho. Ainda estava meio sonolenta, mas logo foi despertando completamente.

Malditos marinheiros... Tinham que acordá-la justo naquela hora? Custei a dormir depois de ficar tanto tempo enjoada... Malditos... Espere só até eu descobrir o que está havendo.

Resolveu investigar. Levantou devagar e colocou um roupão sobre a camisola branca, amarrando bem apertado. Nunca se sabia o que viria pela frente, não é mesmo?

Abriu a porta do quarto devagar, sendo surpreendida por dois piratas de costas para ela, catando algumas das coisas de valor que podiam achar.

Eles não me viram ainda. Pensou ela enquanto tentava fechar a porta o mais devagar possível, mas não conseguiu. A porta rangeu e os homens se viraram. Kagome se assustou ao vê-los de frente. São youkais.

Eles avançaram na direção dela e antes que Kagome pudesse fazer alguma coisa eles a prenderam contra a parede.

"Ora, ora... veja só, Manten, o que temos aqui?" Disse o primeiro, o mais humano.

"Parece que pegamos uma pequena sereia, Hiten... hohoho." Disse o outro, o assustador, com cara de sapo.

"O que nós vamos fazer com ela? Tão bonita para ser desperdiçada..." Disse Hiten, levando a mão ao laço do roupão de Kagome.

"Tem razão, muito bonita." Concordou Manten, acariciando o rosto dela e sorrindo maliciosamente. Kagome não sabia o que fazer. A única coisa que pôde pensar foi no que Rin lhe dissera, antes de fugir com Sesshoumaru.

Kagome, se algum dia se meter em problemas com piratas, basta uma palavra para salvá-la.

"Parlamentação!" Ela gritou. Os dois olharam para ela surpresos.

"O que foi que disse?" Perguntou Manten.

"Parlamentação. Significa que vocês não podem tocar em mim e têm que me levar para ver seu capitão." Ela explicou tremendo.

"Eu sei o que é isso! Mas quem você pensa que é..." Começou Manten, mas Hiten o interrompeu.

"Deixe, Manten. Se ela quer ver o capitão, nós a levamos para ver o capitão." Disse Hiten sorrindo sinistramente.

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Kagome foi jogada no chão do navio pirata. Já não bastava os malditos terem carregado-a até ali, tinham que jogá-la no chão também? Havia percebido vários corpos no convés do Justiceiro quando estava sendo puxada. Não identificou nenhum deles como o do capitão. Será que tinha sumido?

Ouviu um pigarreio, e levantou os olhos para um homem muito bonito. Ele tinha cabelos prateados até a cintura, olhos dourados expressivos, um corpo bem trabalhado e o mais fofo, duas orelhinhas caninas no topo da cabeça, mas é claro que aquilo não quebrava o visual sexy dele, só melhorava. Mas o que é que estou fazendo? Admirando meu possível assassino? Ela se censurou mentalmente.

"Ela pediu a parlamentação, capitão!" Disse Hiten. Inuyasha levantou as sobrancelhas para a mulher.

"Eu não sei como você sabe sobre a parlamentação, nem me interessa. Você é a noiva de Kouga Ookami? È tudo o que preciso saber." Disse Inuyasha.

"Todo mundo tem um carma na vida, não é mesmo?" Ela replicou calmamente, contrariando a tensão que realmente sentia.

Inuyasha achou estranha a melancolia que aquela frase continha, mas deixou passar.

"Levem-na para a minha cabine." Ordenou ele e um pirata obedeceu prontamente, levantando Kagome do chão. Kagome levantou os olhos azuis de encontro com os dourados de Inuyasha e ele se assustou com a determinação neles, mas não reagiu.

"Não pense que me assusta, senhor pirata." Ela disse, frisando o 'senhor'. "Já conheci poodles mais assustadores que você." E com isso o pirata a carregou para a cabine do capitão.

Linda. Simplesmente linda. Inuyasha pensou, sem perceber o que realmente se passava na sua mente. Parece uma deusa, uma sereia.

Com isso, seguiu pelo mesmo caminho que a ninfa morena havia sido levada momentos antes.

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Sim, sim! Aqui estou eu com meu orgulho de ficwriter! É PNA chegando para vocês, galera! pulando

I'm SO excited! Espero muito dessa fic. Espero que vocês tenham gostado deste primeiro capítulo, hein?

Obrigada à Tici, pela revisão, Sofy e Artis, minhas parceiras no crime! Que me deram muitas dicas e só fizeram desta fic melhor. Obrigada, meninas!

Bjks,

Bella