----Nota da Autora---

POR FAVOR, LEIAM ISSO COM MUITA ATENÇÃO!!!


Devido a alguns probleminhas com a fic, eu fui obrigada a ficar muito tempo, como vocês perceberam, sem postar a continuação. Mas é que eu cheguei a um ponto no quarto capítulo, que era crítico, e eu não conseguia sair dali! Ficou algo muito fechado, como uma porta trancada com uma chave no chão, mas que não pertence àquela porta.

Portanto, eu decidi REESCREVER A WALK TO REMEMBER. Esta versão, as coisas ficarão mais claras e sem furos (sim, havia furos na outra versão).

Só lembrando, que a idéia é exatamente a mesma, não mudando muito o início. Mas o fim e o meio, irão mudar... para melhor... Eu decidi inserir o Hao,que na antiga versão, não apareceria....

Espero a compreensão de todos, e breve volto com a continuação.

Shamanikiss,

Brass

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A Walk To Remember
Um Passo para Lembrar

"Para alma que sabe
De onde vem e para onde vai
Não há desafio capaz
De solapar a sua paz."

(Paro Cecilia - Alquimia da Alma, 1999)

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O aeroporto estava muito cheio. Era fim de ano, e as pessoas estavam viajando para aproveitar melhor as férias. Naquele dia, receberiam a chegada do menino chinês. Mas iriam perder alguém, em troca. Anna vestia sua roupa de frio e Yoh a acompanhava. Manta os viu se aproximarem.

-Anna.

Disse o pequeno, se reverenciando a eles. Corresponderam do mesmo jeito. Manta falou algo mais, mas parecia impossível ouví-lo. Anna, tanto quanto Yoh, estava muito nervosa. Viram o anão se afastar corredo, e seguiram-no com silêncio. As pessoas pouco a pouco sumiam, e se viram perdidos em outro salão deserto. Somente eles, Manta e Yohmei. Reverenciaram-se.

-Anna. Você tem certeza de que quer fazer isso? Você sabe que pode não volt-

-Hai. - Respondeu o quanto antes. A frieza não se desvincilhou dela durante os quatros anos que se passaram.

Yohmei fechou os olhos. U silêncio desagradável se formou lá. Yoh assistia a tudo calado. Não queria interferir. Era o melhor para Anna. Queria poder estar ao lado dela, quando isso acontecese. Mas não poderia. Teria de estar o mais longe possível. Yohmei se dirigiu a Yoh.

-Você não quer vir conosco? Ainda dá tempo.

Yoh abriu a boca para responder. Essa poderia ser sua última oportunidade. Anna se adiantou.

-Ele não quer ir.

-Não irei argumentar suas decisões Anna. Sei que você tem um espírito forte, mas também é humana. Talvez ele devesse ir. Talvez isso a dê mais forças para continuar.

Ninguém se atreveu a responder. Yoh fechou sua boca, perebendo que não conseguiria dizer o quanto queria ir. Yohmei percebeu o desconforto entre os dois. Abandonou o salão junto de Manta, deixando-os a sós.

Silêncio novamente.

-Jii-san tem razão. Eu deveria ir. - Ela negou com a cabeça.

-Fique e continue treinando. Quando eu voltar, quero vê-lo mais forte.

-Ficarei. - Suspirou.

-Eu vou... Eu vou voltar.

Silêncio.

Anna sabia que não voltaria. E Yoh percebeu seu pensamento. Só de olhá-la nos olhos, percebeu que ela não voltaria. Que aquela seria sua despedida.

Afastou-se. Anna não queria mais ficar perto dele. Andou até o final do corredor comprido e entrou no avião, que Yoh podia ver pela janela do aeroporto. Era um dos jatos que Manta gentilmente ofreceu a eles. Lá dentro, viu Anna se sentar na janela, olhando-o. Ao seu lado estava Kino e no banco de trás estavam Yohmei e Keiko.

Uma mão tocou seu ombro, e assustou-se, a princípio. Virou-se, vendo um antigo amigo. Sorriu, mas ele não fez o mesmo.

-Daijoubu. Sempre que ficamos forte perdemos algo valioso. É a lei da natureza, não pode mudá-la. Você salvou o mundo doseu irmão. Foi forte o suficiente para fazer isso. - Ren explicava, com receio de que Yoh não entenderia se falasse apenas a primeira frase. - Mas tem de perder algo valioso em troca.

Yoh sorriu, fechou os olhos. E voltou à expressão de tristeza anterior. Saiu andando, deixou Ren para trás, que o seguia com o olhar.

-Então a natureza é injusta. - Yoh não parou de andar para poder falar. Movido pela curiosidade, Ren quase correu até o amigo, aproximando-se para ouvir melhor o que ele murmurava, com o rosto escondido. - Sou um fraco sem a Anna.

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A Walk To Remember

Um Passo para Lembrar

Chapter 1 - Farewell

1 ano depois

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Voltou à superfície da água e repirou ofegante. Nadou com todas as forças até a margem.

Subiu. Apoiou-se numa árvore que estava ali. Apoiou-se sobre os joelhos, deixando que a água escorrese pelo seu corpo nu e pelas asas molhadas e fechadas.

Respirou. Viu que ninguém a perseguia, abriu as lindas asas de anjo. Queria voar para o mais longe possível naquele momento. Entretanto, uma seta azul-escarlate cruzou o lago e atingiu-a, manchando as penas intensas com sangue.

Não sentia dor. Olhou assustada para trás e tentou correr, ofegante pela fuga.

Tomava pausas, para respirar e conseguir correr ao mesmo tempo. Parecia que a qualquer momento eles iriam puxar seu pé, mas isso não aconteceu. Correu para o fim da floresta, mas sentiu algo estranho quando passou as últimas árvores. Isso obrigou-a a parar de correr imediatamente.

Levantou as mãos, abrindo-as e fechando-as. Piscou. Baixou-as novamente. Sentia que não voltariam a perseguí-la. Havia ultrapassado a última barreira. Sabia bem que eles não a perseguiriam ali fora. Acabriam como ela.

Cada um paga por seus pecados. Anjos pecam. Ela pecou. Teria de pagar por isso. Sua justiça já fora feita. Condenada. Não via. Não viu mais nada a partir daquele momento. Estava numa escuridão profunda.

Sim, Deus lhe tirara o dom da visão no momento em passou pela última barreira.

Não tinha mais escolha alguma. Tinha que sair dali. Não poderia mais voltar para junto dos anjos. Agora era tarde demais. Diferente da floeresta, que estava negra pela noite, ali estava claro. Ea dia ainda. Olhou para um lado. Não viu. Mas o som da água correndo era audível. Sm, lembrara agora que viu um rio ali antes de sair da foresta assustadora. Se lembrava bem, do outr lado haviam casa. Fileiras de casas.

A presença estava ali. Aquela presença de humanos. No entanto, uma parecia vazia. Sentia que já passaram pessoas por ali, mas no momento estava vazia. Por hora, não teria escolha. Suspirou fundo, deixando que suas asas a conduzissem para para lá.

Era bem grande. Ficaria por algum tempo. Precisava descansar. Até o pôr-do-sol prometeu que sairia.

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Caminhou pelas ruas ao pôr-do-sol. Os carros pssavam na direção contrária. Ele olhava fixamente para a calçada, segurando a grande mochila laranja nas costas com uma mão. Depois de uma meia hora de caminhada, ele chegou em casa. Abriu o portão com chave e entrou fechando a porta atrás de si, com um suspiro.

Olhou para frente, se assustou. Viu uma garota de frente para o muro da casa. Sentada, de belas asas brancas e cabelo louro até a cintura. Abraçada a um joelho, enquanto o outro permanecia esticado. A garota virou a cabeça lentamente, até chegar a encará-lo, com olhos negros. Voltou a fitar o muro.

Uma pena de sua asa caiu, sendo levada pelo vento. Yoh jogou a mochila no chão.

-Você... - O anjo olhou-o curiosa. Por um momento, teve receio de que ele falou com ela. Fechou os olhos, apenas escutando sua voz. - Você mora aqui? - A pergunta saiu receosa.

O anjo voltou a fitá-lo. Percebeu que suas suspeitas batiam. Ele falara com ela. Queria se levantar, fugir.

-Iie.

-Então-

-Eu já estou saindo, tá legal? -O anjo se levantou, ainda de frente para o muro e sendo vista de perfil pelo garoto. - Só queria me recuperar.

"Recuperar..." Essa palavra gritou na mente de Yoh.

-Tudo bem, se está machucada, pode ficar. - O garoto se arriscou a se aproximar. Queria vê-la melhor.

-Estou bem! - Virou-se inteira para ele.

Yoh não conseguiu desviar os olhos de seu rosto. Todo seu corpo emitia um brilho. Uma luz branca que a envolvia. Seus cabelos ficavam lindos daquele jeito. Seus olhos negros contrastavam muito bem com a brilho que emanada do corpo dela. As curvas eram magníficas, como via Yoh.

O anjo sentiu que ele prestava muita atenção, e ficou com raiva. Virou-se de costas, assim, ele não a veria mais. Um silêncio se formou e ela cruzou os braços, abrindo graciosamente as asas.

-Você não precisa ir agora.

-E por que eu deveria ficar? - Era impressionante. Até na personalidade, o anjo era parecido com Anna.

-Bom, você... Você está ferida. Entre.

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Yoh olhava para o nada enquanto bebia um chocolate quente. Ouviu uns barulhos na escada e se virou, olhando para o anjo, agora sem as asas. Sorriu.

-Eu disse que esta roupa caberia em você. - Ela entrou na cozinha, caindo de joelhos no chão, de olhos fechados, então se ajeitou e se sentou no mesmo lugar.

-Alguém morava aqui com você? Alguma mulher? Ou você é tarado e cara-de-pau o suficiente para comprar roupas de mulher sem mais nem menos?

-Não, minha esposa morava aqui comigo, mas ela morreu há um ano. - Enfim, ela abriu os olhos negros, mas ficou a fitar o chão.

-Você tinha uma esposa? Quantos anos você tem?

-Dezenove.

-Sua família é tradicional, certo?

-Sim.

-Como ela morreu?

-Câncer de colo de útero.

-... Você vive sozinho agora?

-Tenho muitos amigos.

-Bom para você. - Ela se levantou e andou até a mesa, sentando-se, sem mostrar alguma feição no rosto. Yoh bebeu mais um pouco, olhando-a. Ela não parava de fitar o chão. Tinha uma cara de brava, naquele momento, jurou ser a Anna.

-Er... - Falou sem jeito. - Não quero te ofender, mas você é cega, não é?

-Sim. - Sua voz não se alterou. Mais uma vez, o silêncio se fez constante naquela sala.

-Deve ser muito triste não poder ver. É horrível não poder ver o mundo que Deus nos deu. - Ela entristeceu, olhando para a mesa.

-Mesmo que pudesse ver algo, não veria o mundo que Deus nos deu.

-Como assim?

-Este não o mundo que Deus deu. É o mundo corrompido que os humanos formaram. É poluido. É feio. É desagradável. É horrível de se viver.

-Talvez... - Sorriu. - O anjo se alterou. Zangou-se de vez. Firou-o, mas não conseguiu ver. Ele se remexeu com o olhar raivoso dela.

-Você é muito tapado! Qual o seu problema?

-Nenhum, eu espero.

-...

Yoh finalemnte notou algo que brilhava no pulso de angely. Havia visto antes, mas não tinha se interessado em saber o que era. Mesmo depois de tomar banho, não o tirou. Parecia um brecelete.

-O que é isso? - Ele perguntou apontando para o braço dela, mas lembrou-se que ela não podia ver. - Esse... Bracelete?

O anjo olhou para o braço, onde lembrava trazer seu bracelete há tempos. Claro, como poderia se esquecer? Era cega a partir de hoje. Não conseguia ler, o que ali estava escrito. Mas leu como se pudesse ver.

-Angely. Esse é o meu nome. Quando eu virei anjo, me deram esse nome.

-Está dizendo que... Seu nome era outro antes?

-Sim. Mas eu...não me lembro de nada. Somente de... - Angely fechou os olhos, apoiando a testa na mão, em cima da mesa. Mesmo fechados, suas pálpebras se mechiam perturbadoramente. - De um home.

-Um... - Piscou. - Homem?

-É... - Abriu os olhos. - Um homem alto, de cabelos scuros. Ele me disse que era meu criador, e eu o chamava de Deus. Ainal, o único que pode criar anjos é Deus. - Suspirou, fazendo uma longa pausa. - E um outro anjo também. Só que menor que ele. Batia nos joelhos. Eu me lembro do anjo ser vermelho e que sua mão eram duas garras, como as de escorpiões. - Mais uma vez, fechou os olhos, pensando em como descrevê-lo. Não havia como fazer isso. Sentiu a mão de Yoh em seu ombro, abrindo os olhos rapidamente, assustada. Fitou-o.

-Não faça força pra lembrar dele. Com o tempo, você vai recordar melhor.

Ela abanou a cabeça.

-A probabilidade, é que eu vá perder cada vez mais as memórias.

Silêncio. Dessa vez, mais duradouro.

-Mudando de assunto, pelo que eu saiba, os anjos não podem sair do paraíso. Por que você está aqui, então?

-Estou aqui por que fugi do paraíso.

-O que? Você fugiu?! - Espantou-se.

-Sim. A vida como um anjo é muito chata e difícil. Eu quis fugir, e como punição por atravessar a fronteira dos mortais, eu fiquei cega, e sinto cansaço e dores, exceto as físicas... Quase como um vivo.

-Entendí... Você é muito parecida com a minha esposa, Anna.

-Você acha? Não me lembro de ninguém com esse nome no paraíso. Ela ainda deve estar aqui na terra...

-Não, ela sumiu. Não deixou rastro algum aqui na terra.

-Talvez então... - Susopirou. Não deveria alegrar o coitado, deizedno q sua esposa poderia estar viva. Ele mesmo confirmou o contrário. - Você ainda não me disse seu nome.

-Yoh. Asakura Yoh. - Por um segundo, Angely sentiu a cabeça doer um pouco e por isso piscou o olho violentamente.

-O que foi? Está se sentindo mal?

-Não, estou melhor agora. - Yoh sorriu.

-Eu estava pensando. O que você acha de eu te ajudar a recuperar a memória?

-Acha que vai conseguir? Isso faz parte da magia de Deus. Você não pode contra ele. - Yoh se levantou, espreguiçando-se com um enrome sorriso.

-Talvez. Mas não custa tentar.

-Definitivamente, você é tapado.

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Espero que tenham gostado do primeiro capítulo remake. Eu quero que vocês postem, viu? O cap 2 tá quase pronto, só falta o finalzinho!!!

Shamanikiss,

Brass