NA: Finalmente, depois de mais de 1 ano sendo planejado, escrito, corrigido, deixado de lado e, finalmente retomado, entrego a todos uma das fics que mais me orgulho de ter escrito. Comecei essa fic enquanto ainda escrevia Sol e Lua, logo nos primeiros capítulos desta. A verdade é que o casal incomum, a razão de ser uma fic "curta" e, claro, com os marotos, fez com que essa fosse uma fic extremamente simples (e deliciosa) de ser escrita (bem, pelo menos até metade dela). A história já estava tão detalhadamente elaborada, que só tive que conseguir passar tudo para o papel. E aqui está.

Confesso que ainda não acabei de escrever tudo. Agora mesmo estou no início do cap. 13. Sendo que a fic termina com 19 capítulos, mais o epílogo que já foi escrito. Por isso não há perigo de não saber o que escrever para terminá-la. A única dificuldade que ainda pode ocorrer é a mesma que me fez pará-la , temporariamente, no capítulo 10: bloqueio criativo. Mas como tenho tido sorte, aproveito para escrever o máximo que eu posso, para não perder o pique. E, se Deus quiser, termino a fic antes das minhas aulas começarem (que é daqui a pouco mais de 1 semana).

Esses primeiros capítulos serão postados de 1 a 2 vezes por semana. Isso me dará todo o tempo para terminá-la, revisá-la e fazer as alterações que forem preciso fazer... (só espero que não tenha muitas alterações).

Aproveito a última deixa para dar agradecimentos à minha amiga, sister, pré-beta, Blackstar (ou B, para os amigos). Ela que re-acendeu a minha paixão por fics, e que nunca me deixou desistir de nenhum dos meus escritos. O outro agradecimento vai à todos os leitores fieis das minhas fics... Espero que essa fic possa agradá-los. E que vocês deixem passar a tradução mal-feita do poema inicial...

Para Sempre

"What was the start of all this?
Qual foi o início de tudo isso?

When did the cogs of fate begin to turn?
Quando as engrenagens do destino começaram a girar?

Perhaps it is impossible to grasp that answer now,
Talvez seja impossível nos agarramos a uma resposta, agora,

From deep within the flow of time.
Dentro da própria correnteza do tempo.

But for a certanty, back then
Mas com certeza, naquela época

We loved so many yet hated so much
Nós amamos tantos, e ainda odiamos demais

We hurt others and were hurt ourselves.
Nós machucamos outros e fomos machucados nós mesmos.

Yet even then we ran like the Wind
Mas até mesmo naquela época nós corremos como o vento

Whilst our laughter echoed
Enquanto nossas risadas ecoavam

Under cerulean skies..."
Sob o céu azul

(Chrono Cross)

1. Viagem no tempo

"Maldito!".

Hermione entrou vermelha na sala comunal da Grifinória. Para seu alívio, o local estava vazio. Pelo visto, ela havia sido a primeira a sair da mesa do jantar. Com raiva, ela se jogou no primeiro sofá a sua frente e ficou observando o fogo que crepitava na lareira acesa. "Droga, droga, droga!". Ela lembrava dos minutos anteriores, enquanto ela estava sentada a mesa da Grifinória, jantando com seus amigos e namorado, ouvindo as conversas horríveis dos garotos. "Pff... preferia não ter um namorado se fosse assim.".

Ela soltou um muxoxo, irritada. "Por que todo garoto de 17 anos adora o mesmo papo sobre garotas??? E por que o maldito do MEU namorado tinha que entrar na onda dos outros garotos?"

Seus pensamentos foram interrompidos pelo barulho do retrato abrindo. "Só espero que não seja o cretino... ou ele vai ver só...". Para sua sorte, era Gina que entrava toda cautelosa e sem jeito.

- Mione? Está tudo bem?

Hermione soltou outro muxoxo irritado antes de se virar para a amiga.

- O que você acha, Gina? Você estava sentada do meu lado quando SEU irmão começou a dizer todas aquelas coisas...

Gina corou um pouco e se sentou ao lado de Hermione, que encolheu os pés, dando lugar para a outra garota.

- Bem... Rony ficou se sentindo péssimo depois que você saiu da mesa daquela maneira... Harry deu uma bronca nele... Eu o impedi de vir até aqui... Imaginei que se vocês dois se falassem agora, ia sair briga de novo...

Hermione não respondeu nada, mas pelo olhar da garota, Gina percebeu que tinha feito a coisa certa. Não queria ver a amiga brigando de novo com seu irmão. Fazia pouco mais de um ano que eles estavam namorando... e durante esse tempo, parecia que nada havia mudado naquela "amizade competitiva" entre os dois. Sempre havia discussões e brigas... mas Gina também sabia que os dois realmente se importavam um com o outro.

Gina olhou para a amiga preocupada e depois para a janela. O sol já havia se posto, mas ainda deixava uns últimos traços de luminosidade de fim de tarde. Gina se levantou e ofereceu sua mão para Hermione.

- Vamos, Mione... Eu vou pegar a Firebolt do Harry... e você, a Nimbus do Rony... nós vamos voar um pouco...

Hermione relutou um pouco, olhando desconfiada para a amiga. Gina explicou.

- Eu vivo fazendo isso quando o Harry me tira do sério. É bom para expulsar a raiva... pensar em outra coisa além desses garotos complicados...

Gina sorriu, seguida por Hermione que se levantou. As duas garotas correram pela escada do dormitório masculino e desceram logo depois, cada uma carregando uma vassoura. Minutos depois, as duas estavam sobrevoando o campo de quadribol.

- Gina! Por que você nunca me disse que isso era tão bom?

Hermione, pela primeira vez em toda a vida, conseguia se divertir montada numa vassoura. Pela primeira vez ela deixava de lado todo o cuidado e precaução e voava livremente. Rápida, cheia de manobras, alto, rindo. Gina voava pouco abaixo da amiga, rindo com ela, mas sem deixar de ficar um pouco preocupada.

- Mione! Não tão alto!

A garota olhou para baixo para responder à Gina, mas num movimento um pouco brusco demais. Ela sentiu o vento gelado batendo em seu rosto e pode ouvir a voz de Gina gritando seu nome. Num movimento desesperado ela se agarrou às próprias vestes, sentindo uma corrente entre seus dedos. No momento seguinte, um borrão de cores e formas e a sensação de que estava caindo para trás. Essas foram as últimas sensações de Hermione antes dela perder completamente a consciência.


1977 - Campo de Quadribol de Hogwart

- Tiago, Sirius e Remo!!! Está começando a escurecer!!!!

Remo Lupin sobrevoava os três aros, ignorando o grito da garota na arquibancada. Sirius Black mantinha a goles debaixo do braço enquanto voava a toda velocidade na direção do amigo. Tiago Potter voava ao lado do garoto, tentando roubar a goles, em vão. Com um movimento um pouco mais brusco, Sirius lançou a bola em direção ao um dos aros, não dando a chance para que Remo pudesse defender. Sirius deu uma pirueta no ar antes da garota na arquibancada gritar novamente.

- Ok, gente! 15 gols do Sirius! Vocês não acham que já treinaram demais hoje, não?

Dessa vez o grito veio seguido de uma voz chiada resmungando.

- É! Está frio aqui embaixo!!! E ficar parado olhando vocês jogarem não ajuda a esquentar nada!

Sirius, Remo e Tiago desceram para o meio do campo, onde Lílian e Pedro já estavam esperando. Tiago abraçou a garota, dando um beijo no seu rosto. Sirius jogou a goles para Pedro segurar.

- Ninguém te obrigou a vir junto, Rabicho...

- Eu vim dar uma força moral, ora... Nosso próximo jogo contra a Sonserina vai ser dos grandes... e se você e o Pontas não jogarem com tudo, a Grifinória pode dizer adeus à vitória no campeonato das casas... Graças às nossas "brincadeiras", Sonserina nos ultrapassou na contagem.

- Ok... ok...

Sirius começava a andar de volta para o castelo, ignorando completamente tudo o que o outro garoto falava. Pedro olhou bravo para as costas do amigo, mas não falou nada e começou a andar também. Remo balançou a cabeça negativamente, mas com um sorriso no rosto, ao ver os amigos indo em direção ao castelo.

Tiago e Lílian iam abraçados, rindo e conversando baixo entre eles, pouco atrás de Pedro e Sirius, que conversavam normalmente. Mas algo a sua frente, acima dos seus amigos, chamou a atenção de Remo nesse momento. Alguma coisa parecia estar caindo do céu, o que foi logo confirmado ao ouvirem o barulho de algo pesado caindo no chão, com violência. O grupo parou de conversar e correu em direção ao objeto estranho caído não muito longe dali. Cinco pares de olhos se arregalaram enquanto Lílian colocava a mão na frente da boca, em assombro, e murmurava um "Meu Deus...".

Na frente dos garotos, havia uma garota caída. Ela não parecia nada bem. Pedro começou a tremer enquanto Lílian escondia o rosto no peito de Tiago e Sirius se aproximava do corpo imóvel no chão.

- Ela não está mo-mo-morta, está? Almofadinhas?

- Não...

O garoto disse, aliviado, agachando-se ao lado da garota e percebendo a respiração ritmada dela.

- Só inconsciente. E possivelmente com alguns machucados mais graves. É melhor a gente levar ela para a Madame Pomfrey logo.

Dizendo isso, ele passou um dos braços por baixo de suas pernas e outro abaixo da cabeça dela, a erguendo. A garota tinha longos cabelos castanhos, ligeiramente revoltados. Mas não revoltados o suficiente para esconder um corte feio em sua testa, que sangrava.

- Rápido mesmo...

Sirius murmurou, enquanto começava a andar o mais depressa possível para o colégio, carregando a garota caída em seus braços. Tiago seguia o amigo, com Lílian logo ao seu lado, olhando preocupada para a garota. Pedro ainda tremia levemente, mas seguiu os amigos a uma pequena distância. Todos estavam preocupados com a estranha que caíra do céu, e ninguém estava prestando atenção ao último dos marotos.

Remo ainda estava parado perto do local da queda. Mas seus olhos estavam fixos num ponto um pouco distante dali. Devagar, ele se aproximou de algo que parecia brilhar no chão. Ele se agachou e puxou a corrente caída na grama. E pendurada na corrente, algo que lhe parecia estranhamente familiar. Antes que os amigos dessem por sua falta, ele se levantou e correu novamente para o castelo, guardando o achado nas vestes, curioso.

Hermione sentia o mundo rodar a sua volta. Ela estava de olhos fechados, e tudo o que ela via era escuridão. Mas ainda assim, ela sentia que estava se movendo. "Estranho", ela pensou, antes de tentar abrir os olhos. Os sentidos começavam a voltar a ela, e a sensação de que estava sendo carregada era agora perceptível. Ela abriu levemente os olhos, para ver o rosto de um jovem. Ele não estava olhando para ela, parecendo mais preocupado com o caminho que estava fazendo. Ela piscou.

- Ahn... quem é você?

O garoto parou, assustado, olhando para ela. O movimento quase fez ele perder o equilíbrio e a derrubar no chão. Quase, felizmente para ela. Hermione percebeu que havia outras pessoas a sua volta, pois assim que o garoto parou, vários rostos atrás dele surgiram, curiosos.

- Meu nome é Sirius Black. Você está bem?

Hermione parou para analisar a pergunta e uma possível resposta. Ela se sentia estranha, sendo carregada daquele jeito por alguém que ela nunca tinha visto na vida. Tirando isso e a confusão que ela sentia, estava tudo bem.

- Sim. Acho... - ela sentiu seu rosto corando - Será que você poderia me colocar no chão? Acho que consigo andar por mim mesma...

Sirius pareceu relutante, mas devagar ele desceu a garota, deixando-a se apoiar no seu braço até que ela tivesse certeza de que conseguiria ficar em pé sozinha. Mas assim que ela soltou o braço dele, ela levou a mão à cabeça, sentindo uma dor terrível. Isso fez com que ela perdesse um pouco o equilíbrio, caindo nos braços de Remo.

Sirius balançou a cabeça negativamente, enquanto pegava a garota novamente. Remo, sem jeito, ajudou o amigo a levantar novamente a garota. E assim que ela estava nos braços de Sirius, Remo levou a mão até o rosto dela, limpando o sangue que escorria.

- Acho melhor te carregar até a enfermaria...

Hermione sentiu o desejo de negar, mas a dor tomava toda a sua vontade. A única coisa que ela queria agora era tirar aquela dor terrível de sua cabeça. Ela fechou os olhos, e antes de perder novamente a consciência ela sentiu uma mão quente e leve passando pelo seu rosto.

Continua...