Cap. 24: Do outro lado do véu.

Fawkes, Luz, escuro, rosto embaçado, voz, escuro.

Sirius se encontrava inconsciente na ala hospitalar de Hogwarts. Estava com um rosto pálido e cansado. Dumbledore se encontrava pacientemente ao lado da maca esperando que Sirius acordasse.

Sirius foi despertando lentamente se sentindo muito fraco e confuso.

- Cadê?... O que? – Procurou Sirius com os olhos.

- Olá Sirius, seja bem vindo de volta. – Disse alegremente Dumbledore. – Eu entendo que você esteja muito confuso, a experiência que você passou não é fácil. Aliás, nenhuma experiência sua é fácil não é?

Sirius olhou atordoadamente para Dumbledore ainda sem entender direito o que estava acontecendo.

- Bem eu vou lhe explicar! Você Sirius, como deve se lembrar caiu no véu da morte, de onde, você não deveria ter sobrevivido. Se não fosse pelo espelho que você carrega. Ele foi maravilhosamente bem enfeitiçado por você e pelo Tiago pra que realmente em circunstancia nenhuma deixasse de funcionar. Quando Bellatrix lançou o feitiço em você, e o feriu, muito levemente é claro, mas feriu, de alguma maneira fascinante fez com que você se ligasse ao espelho pelas partículas de sangue, e como o espelho estava ligado a um outro espelho do lado de fora do véu fez com que você reagisse, quando Harry, que tem o mesmo sangue da pessoa que enfeitiçou o outro espelho, o chamou fez você acordar e se encontrar num lugar estranho, vazio, isso porque você estava vivo num lugar de mortos, se estivesse morto também, provavelmente, e isso eu só posso imaginar, teria visto muitas outras pessoas lá com você, todas mortas é claro.

A cabeça de Sirius continuava confusa, embora é claro, ele estivesse se lembrando de tudo que aconteceu, mas no momento, ele ainda não encontrava o que dizer.

- Isso, Sirius, foi a dois anos, se você tivesse sido descoberto a algumas semanas teria encontrado Harry terminando o seu 7º ano. Infelizmente você só foi descoberto agora.

- Como? – Finalmente Sirius pareceu ter encontrado uma palavra.

- Harry guardou durante todo esse tempo o espelho que você deu a ele, embora estivesse quebrado, ele permaneceu guardado no fundo do baú, e agora a pouco tempo o Elfo Dobby achou o espelho e resolveu concertar para devolver inteiro ao Harry, foi ai que umas coisas estranhas começaram a acontecer, o espelho começava a ficar escuro e refletir uns vultos difusos. Dobby achou estranho e trouxe o espelho até mim. Que consegui entender o que estava havendo. Infelizmente, demorei um pouco mais de tempo pra pensar em como tirar você de lá com vida, afinal, lá dentro você permaneceu conservado, mas, sendo tirado bruscamente de lá, trazido de volta a sua realidade, se o fato de que fazia dois anos aqui que você não comia nada não o matasse, o choque o mataria.

E foi aí que apareceu Fawkes, perfeita, ela poderia perfeitamente entrar no véu, renascer de novo, te pegar, e te trazer pra fora em segurança, ela lhe protegeu contra o choque de sair do véu de um instante pra outro, e as suas lágrimas serviram pra trazer você com vida até os aurores que foram até lá, para que estes conseguissem te dar uma poção revitalizadora e te trazerem até aqui.

Sirius abaixou a cabeça, refletiu por um instante pensando em tudo que havia acontecido, e ouvido, e percebeu uma coisa.

- Foi Snape que fez a poção?

- Sim, foi Snape. – Respondeu Dumbledore rindo. – Bom, já que você se recuperou totalmente eu vou me retirar, e, eu recomendo a você que descanse, você precisa recuperar as energias certo? Isso é muito importante Sirius, não seja negligente nesse assunto, você precisa tomar as poções sem reclamar, mesmo que elas tenham sido feitas pelo Snape, e precisa descansar está certo?

- Certo, já vi que Snape vai poder ter muita diversão as minhas custas. E professor, quanto ao Harry...

- Ele será informado no seu devido tempo. Não se preocupe, ele está muito bem, e aliás, também precisa de descanso, ele passou por boas provas esse ano, você será informado de tudo, agora, descanse. – Falou Dumbledore com firmeza.

Passado 4 meses.

- Eu acho que já posso sair daqui Professor! Já descansei bastante, já estou me alimentando normalmente, e ainda estou tomando aquela droga de poção! Por favor me deixe ir! – Sirius reclamava a Dumbledore mais uma vez.

Sirius ainda se encontrava na ala hospitalar, mas dessa vez não estava mais sozinho, Tonks, Remo, Rony, Hermione e Harry estavam com ele.

- Sirius o fato de você conseguir fazer uma caminhada pelos jardins sem ficar tonto não quer dizer que você está pronto pra andar livremente pela rua. - Falou Dumbledore.

- Mas Professor, e seu eu prometer tomar a poção todos os dias, me alimentar bem, e dormir cedo todos os dias como se fosse uma criança o Sr. me deixa sair?

- Sirius eu não confio em deixar você sozinho! Eu preferiria que você ficasse em companhia de alguém, de preferencia alguém com conhecimento em remédios...

Sirius abriu a boca para reclamar mais uma vez quando de repente se lembrou de alguma coisa que poderia ser muito útil.

- Eu poderia fazer isso! – Falou Sirius com um sorriso maroto.

Dumbledore olhou um pouco descrente para a promessa de Sirius.

- Como assim? – Perguntou Alvo.

- Bom, o Sr. disse que eu poderia ficar...han, sozinho se eu ficasse na observação de alguém especializado. Não é?

- Sim. – Falou Dumbledore ainda confuso.

- Bom, eu conheço alguém, sabe, uma ex. aluna de Hogwarts, Melanie OHara, ela trabalhou durante um tempo no St. Mungus. Eu poderia ficar na observação dela, o que o Sr. acha? – Completou Sirius com um sorriso maroto maior ainda.

Remo era o único que entendeu profundamente o que Sirius queria dizer, e olhou pra ele com um sorriso divertido, enquanto o resto parecia ainda um pouco confuso. Menos Dumbledore que começava a entender.

- Entendo... Bom! Se é assim, está bem Sirius. Eu te dou permissão.

N º 715, Beco Diagonal.

Esse era o endereço de Mel atualmente. Sirius guardou o papel no bolso, estacionou a sua moto voadora que havia recuperado e se dirigiu ao endereço.

Como sentiu saudades daquele lugar. Muita coisa havia mudado, muitas lojas novas, e muitas velhas com caras novas.

Sirius não conseguia entender o que Mel ainda fazia ali. O Sr. Harries não poderia estar vivo ainda, então, o que ela poderia ainda estar fazendo pelo beco?

Sirius parou em frente a antiga loja do Sr. Harries, que agora se chamava O vôo do clássico . Estava quase saindo de frente da vitrine quando viu quem estava lá dentro.

Os cabelos estavam mais compridos, um pouco mais ondulados, parecia um pouco mais alta, mas com certeza era Mel.

Sirius entrou na loja silenciosamente e falou por trás de Mel que estava de costas pra ele.

- Sabe, sempre me perguntei o que sentiria quando a visse de novo.

O que ele não esperava era receber um tapa de volta.

- Engraçado, nunca pensei que fosse dor. – Falou Sirius com a mão na bochecha.

- Sirius! – Exclamou Mel assustada. – Me perdoe, eu não sabia que era você! Eu pensei que fosse o idiota do meu marido!

De repente Sirius esqueceu completamente da dor. Marido?

- Marido? Mel! Você casou? – Falou espantado.

- É, eu me casei, mas já me descasei não se preocupe, era um idiota! Não sei o que me deu na cabeça quando casei com ele! Nosso casamento só durou 5 anos. – Disse Mel puxando uma cadeira pra Sirius se sentar.

- Quando você se casou? – Perguntou Sirius se sentando.

- Um ano depois que você foi preso. Mas, eu não aguentei ele muito tempo. Ele foi um paciente meu lá no St. Mungus.

- Hum...bom, porque você ia receber ele com um tapa?

- Há, de vez em quando ele me procura quando tá se sentindo sozinho, sempre todo educadinho, com flores, e essas conversinhas chatas, já estou cheia, e, bom, acho que eu também não estou num bom dia.

- Sabe você, você não parece nem um pouco surpresa em me ver sabe?

- Há, Remo me contou que tinham descoberto que você estava vivo, e que iam tirar você do véu. E quando você saiu, ele disse que talvez, bom, você pudesse vir me ver.

- Hum, você continua amiguinha do Remo é? – Perguntou Sirius um pouco sério.

- Sim, ele, foi meu amigo todo esse tempo sabe? E, quando você foi preso, nós ficamos bem mais unidos, e mesmo quando ele se mudou pra Escócia nós sempre trocávamos cartas. Mas só como amigos. – Acrescentou Mel.

- Sei, - Disse Sirius bem mais animado. – Então, o que você faz por aqui ainda? Comprou a loja do velh.. Sr. Harries?

- O velho, como você ia dizendo, me deixou a loja de herança.

- O que? Mas, você não era nada dele. – Falou surpreso.

- Mas eu trabalhei quase minha vida toda pra ele, quando ele morreu, um tempo depois que você foi preso, ele decidiu e recompensar por toda a dedicação, ele não tinha nenhum parente, e, ele amava essa loja, então, ele deixou pra mim, e, eu não pude abandonar, então eu cuido dela até hoje e moro da casa que era dele, que fica aqui em cima da loja. Mas eu ainda trabalho no St. Mungus, antes só aos fins de semana, mas depois que as coisas se agitaram eu comecei a trabalhar pela manhã de novo. Mas agora as coisas se resolveram, ainda bem.

- Puxa, quem diria. Sabe, depois de todos esses anos, eu finalmente posso entender como era o Sr. Harries, queria ter sido mais amigável na época que trabalhava pra ele.

- É, ele gostava de você, achava que você tinha muita fibra. Ele comentou isso quando você foi embora.

- Eu sinto por ter deixado vocês.

- Há, Sirius tudo bem. Você era um garoto. Eu devi ter entendido você melhor.

- Não, eu mereci o esporro, me fez ver muitas coisas que eu não via.

Os dois ficaram um pouco em silêncio sem saber o que dizer, quando Sirius viu uma coisa que conhecia.

- Ei, aquela é a caixinha de música que eu fiz pra você? – Disse Sirius se levantando e indo até a estante.

- É, eu quase quebrei uma vez, por acidente sabe, mas, ela resistiu, como uma verdadeira Fênix!

Sirius teve a impressão que o acidente que quase quebrara a caixinha não tinha sido um acidente, mas não comentou nada, e se lembrou de uma coisa que queria a tempo perguntar.

- Mel, porque você chorou quando eu te dei essa caixinha?

- Há... er... – Sirius observou Mel ficar corada e escondeu um sorriso. – Bom, é que, naquele dia, eu percebi que, eu...estava apaixonada por você e, eu não queria me apaixonar porque você nunca dava bola pra essas menininhas que ficavam suspirando por você pelos cantos então, eu me desesperei, mas você era tão, encantador que eu, não aguentei. E me apaixonei.

Sirius observou Mel durante um tempo e compreendeu muitas coisas.

- E, foi por isso que você molhou meu traje no baile de formatura, você chorou...

- É, e achei que eu ia terminar Hogwarts, e qualquer chance que eu poderia ter com você ainda, acabariam. – Confirmou Mel ainda corada.

- E, o motivo de você estar corada, e porque você ainda gosta de mim? – Sirius observou Mel ficar ainda mais corada.

- HÁ.. o que te faz pensar isso? Sabe Sirius o tempo passou, as coisas mudam.

- É, mas eu ainda continuo bonitão né? – Falou pretensioso.

- Há! E convencido também! Sirius você não pode voltar aqui e achar que eu continuo a mesma que...

Sirius não deixou que Mel continuasse, e a beijou.

E somente depois de uns bons minutos Sirius falou de novo.

- Sabe, eu não sei se você continua a mesma, porque eu não conheci você tão bem quanto eu queria ter conhecido porque, estava bancando o rebelde, como muitos me disseram. Mas, eu penso que ainda tenho muito tempo pra conhecer não é? Afinal, eu, pelo menos posso dizer que não mudei muito, e você, bom, você continua corando quando eu te elogio, continua com olhos doces e brilhantes, um sorriso que faz você ficar até mais animado, e... continua baixinha.

- Baixinha! Eu tenho 1,73! Você é que é enorme!

Mel não reclamou mais naquele momento pois Sirius a beijou de novo. E naquele dia Mel fechou a loja mais cedo. E Sirius não descansou tanto quanto prometeu que ia descansar.

Então, o que posso dizer? Viva a vida, mas saiba viver. Aproveite cada momento, cada palavra.

Saiba escolher entre o certo e o errado, e assuma as consequências dos seus atos, mas sem deixa de ser feliz. Não importa quanto tempo você vai viver, e sim como vai viver. É o que você faz com a vida que determina quem você é.

Comemore os acertos, aprenda com os erros, ria nas felicidades, chore nas tristezas, ame e procure ser amado. Pelos amigos, pela família, mulher, homem, e saiba aproveitar cada momento de alegria, pois cada um é único, dê valor a todos, pois você não sabe até quando eles vão durar.

Todos os momentos, todas as lembranças, todas as pessoas, vitorias, derrotas, perdas, ganhos, tristezas e alegrias, tudo isso faz parte de viver. As vezes viver pode ser doloroso, outras vezes e lindo, na maioria das vezes os dois. Mas tudo isso faz parte da grande dadiva, que é a vida.

Fim

N/A: Bom gente, finalmente está aqui, prontinha! Demorou mas foi, tomara que ainda tenha alguém ai que esteja disposto a continuar lendo. Eu realmente tive problemas, mas a maior parte já foi resolvido, e eu decidi que ou eu terminava essa fic agora, ou desistia dela, e ela me deu trabalho demais pra que eu desistisse, além disso, e minha primeira fic e eu acho ela super fofa, tomara que vocês gostem, por favor me perdoem pela demora, eu garanto a vocês que se fosse por minha vontade ela estaria pronta e muito tempo viu?Espero que gostem e comentem Please! Adoro vocês, meeeeeeeesmo! E por favor COMEEEENTEM, vcs fazem uma autora muito feliz.

Milhões de beijos.

E...até qualquer dia quem sabe...

Beijos.