Capítulo 7

N/A: Bem, finalmente chegamos ao final. Queria agradecer a todas as pessoas que conseguiram chegar até aqui. Espero que tenham gostado e obrigado pelos comentários de vocês. Foram muito importantes para mim.

Queria também deixar um grande beijo para Lisa, Lain, Centaura, Maya, Nikari, Vivica e Nanda. Muito obrigado pelo apoio, gurias! Espero não decepcionar vocês neste último capítulo.

Buenas, vamos à fic. Boa leitura e espero que gostem.

Bjks, Caileach.

Neville parecia prestes a ter um colapso nervoso, o que Rony achou que seria justificável se ele soubesse onde estava amarrando seu burro. Como tinha certeza que Neville não sabia pois, caso contrário, era óbvio que não estaria naqueles trajes juntamente com Astrid, sentiu-se um tanto enfadado. O que estaria passando pela cabeça de Neville? Que justamente agora que se via livre daquela víbora ele ia reclamar por ser traído? Estava mais era dando graças a Deus! Quem sabe assim Astrid lhe dava o tão sonhado divórcio.

- Olha, Rony! – Neville, tremendo, tentava falar. Claro que numa situação normal ele não teria ficado assustado por Rony o ter flagrado com Astrid afinal, ele sabia que Rony a havia largado para ficar com Hermione. Porém suas experiências com maridos traídos o pegando em flagrante e desprevenido eram inúmeras e tão traumáticas que acabou reagindo por instinto em vez de usar a razão. – Eu sei que parece, mas não é o que está parecendo. A gente estava apenas... apenas...

Mas antes que ele conseguisse arrumar uma desculpa esfarrapada que fosse, Rony não se agüentou e caiu na risada. Riu com gosto. Como poderia não rir? Sua tão querida e dedicada mulher acabara de atar a corda com a qual ela mesma se enforcaria. Era um flagrante. Não havia lei que o obrigasse a ficar casado com ela depois disso. Acabara de flagrar a senhora Ronald Weasley, em trajes mínimos, com Neville Longbottom. Ela mesma cavara o buraco onde iria se enterrar. E Neville preocupado com sua reação! Poderia beijar-lhe a testa pois ele acabara de assinar sua carta de alforria. Cada vez que tentava parar de rir para dizer a Astrid que agora que a tinha pegado em flagrante ela teria que lhe dar o divórcio, olhava dela para Neville e tinha outro ataque de riso. Não conseguia parar. Era bom demais para ser verdade.

- É sério! É sério! – insistia Neville. – Não é o que está parecendo. É só que...

Mas Neville nunca chegou a precisar usar a desculpa esfarrapada que conseguira inventar durante o ataque de riso de Rony, por que Astrid passou na sua frente de dedo em riste.

- Como não é o que está parecendo? – ela gritou, brandindo aquele dedo ora para Neville, ora para Rony. – É o que está parecendo sim. É bem isto! E, quer saber, foi ótimo! Eu devia ter feito isso antes! E pode tirar este sorriso da cara que não vai ser por isso que eu vou te dar o divórcio! - E, dizendo isto, ela voltou para o quarto de Neville onde, aparentemente, estava vestindo suas roupas. – Pode ir embora se quiser. Eu não ligo. Mas divórcio nem pensar. Eu sou capaz de amputar as duas mãos antes de assinar!

Rony não teve dúvidas disso. Não demorou muito e ela voltou do quarto, com a roupa toda amarrotada.

- Eu vim até aqui para achar você e o levar de volta. – ela falou. – Foi uma verdadeira odisséia, mas teve seu lado bom. – nesse momento ela olhou para Neville com um sorrisinho maroto. – E o lado bom é que eu descobri que a vida é bela e que eu não quero mais ficar amarrada a você. Não é incrível?

- Se você não quer mais ficar amarrada a mim, por que não me dá o divórcio e casa com outro? – Rony falou, começando a se sentir desesperançado. Ela abriu um sorriso de orelha a orelha.

- Por que Senhora Ronald Weasley para mim está ótimo. Não sou mais solteira e também não sou divorciada. Além do que eu não quero me casar com mais ninguém. Eu quero curtir a vida. E espero que você não a decepcione também. – ela apontou para Hermione com a cabeça e então se dirigiu a ela. – Francamente, você teria feito melhor negócio se tivesse escolhido o Neville! Passou anos com ele debaixo do mesmo teto e não sabe o que perdeu. – ela olhou para Neville novamente e sorriu. Dirigiu-se até ele e lhe deu um beijo rápido na bochecha. – Adeus, querido. Eu prometo que te mandarei uma coruja. Precisamos combinar de nos encontrarmos outras vezes!

E, dizendo isto, ela piscou o olho e saiu do apartamento rebolando, deixando Neville vermelho como um tomate. Ele não sabia onde se enfiar.

Neville desejou que o chão se abrisse sob seus pés e o engolisse ali mesmo. Não tinha cara para encarar Rony e Hermione. Nunca passara tanta vergonha na vida. Bem, talvez excetuando as aulas de poções e alguns humilhantes estuporamentos pela PMM. Mas encarar Rony e Hermione naquele momento estava sendo bastante difícil. Não conseguiria encarar Rony depois de ter dormido com a mulher dele, mesmo que sua reação não tivesse sido das piores. Tampouco poderia encarar Hermione depois de ter sido pego naqueles trajes, afinal não era o descarado do Malfoy, e ter colocado o cadáver da síndica na cama dela.

A síndica! Subitamente Neville sentiu o pânico apoderar-se de si novamente. Não queria nem ver quando Hermione visse o cadáver da velha em baixo de seus lençóis. E por onde andaria o infeliz do Malfoy numa hora daquelas?

Draco abraçou Gina e riu como um louco. Os dois riam como loucos. Haviam acabado de comprar as passagens para o paraíso que buscavam.

Mais uma vez havia sido idéia dela. E idéia brilhante, diga-se de passagem.

- Por que em vez de viajarmos como bruxos não viajamos como trouxas? – ela lhe dissera, ainda no Noitebus. – O Ministério jamais lembraria de te procurar num aeroporto trouxa, por exemplo. Não esperam que um Malfoy viaje como um trouxa. Por que eles podem muito bem estar te vigiando.

A idéia fora inusitada, mas era uma possibilidade. Nunca antes houvera lhe passado pela cabeça viajar como um trouxa, mas não queria arriscar ser atacado pelos homens do ministério e forçado a receber sua intimação. Tinha certeza que eles lhe lembrariam que não poderia deixar o país. O resultado disso foi que acatou a idéia, achando-a maravilhosa.

Acabaram por descer do Noitebus no Beco Diagonal, de onde foram até o Gringotes para trocar o dinheiro por moeda trouxa. Saíram de lá pelo Caldeirão Furado e ganharam as ruas de Londres, onde pegaram um táxi até o aeroporto. Faltava decidir para onde ir.

A escolha foi dele e ela adorou. Quem poderia esperar, afinal? Seria esperado que um Malfoy fugisse para a Suíça ou outro país europeu onde pudesse se esconder. Nunca para onde iriam. Talvez fosse para onde Neville fugiria, levando em consideração suas tendências um tanto "comunistas", como diziam os bruxos mais velhos.

Draco ria de se estourar. Mandaria uma coruja para Neville quando chegassem, mas infelizmente não poderia dizer onde estariam. Tinha certeza que se Neville soubesse morreria de inveja. Porém a lembrança de Neville o fez lembrar que a síndica ainda estava na cama de Hermione. Como será que Neville resolveria aquilo sozinho?

Mas não teve muito tempo para pensar. Gina o beijou e o puxou.

- Se apresse. Nosso vôo está saindo.

Ainda rindo ele pegou a mão dela e os dois correram para onde sairia o avião rumo a Havana, Cuba.

"Um Malfoy em Havana, quem poderia esperar?" ele pensou ao sentar-se em sua poltrona e segurar a mão dela, ainda rindo de se acabar. "Como será que o Longbottom vai se arranjar quando a Granger encontrar a síndica morta na cama dela?"

- Bem, acho que eu devo uma explicação! – falou Neville, muito constrangido. Rony sorriu:

- Para mim você não deve explicação nenhuma! Não tenho nada que ver com a vida daquela mulher. Talvez você deva uma explicação à Mione pela bagunça do apartamento. A única explicação que eu quero é: o que o Malfoy estava fazendo com minha irmã?

- Ehr... Acho que não poderei responder isto. Na última vez que vi o Malfoy ele estava sendo espancado pela Gina na cama da Hermione.

- O quê? – Hermione gritou. – Na minha cama? Por quê na minha cama?

Neville não sabia o que responder. Se contasse a verdade corria o risco de ser ele mesmo espancado por Hermione. Achou melhor mudar de assunto.

- E o que vocês vieram fazer aqui? Pelo que estou sabendo vocês tinham ido embora juntos.

- A Mione veio buscar as coisas dela. – respondeu Rony. Hermione assentiu com a cabeça e dirigiu-se a seu quarto. Apavorado, Neville mais que depressa meteu-se na frente da porta.

- Para quê o incomodo, Hermione? – falou com um sorriso amarelo. – Era só ter mandado uma coruja e eu despacharia tudo para você. Inclusive o Bichento. Por quê vocês não vão embora e eu mando entregar tudo amanhã? É só deixar o endereço.

- Quanta gentileza, Neville! – ela respondeu, estranhando a tão repentina preocupação do amigo. – Mas não precisa se incomodar. Já que estou aqui eu mesma pego.

- Não, não! – Neville parecia novamente à beira de um colapso nervoso. – Vocês deveriam comemorar seu reencontro em vez de se preocupar com coisas sem importância!

- Nós comemoraremos depois de pegar minhas coisas, Neville! – Hermione quase gritou, tentando afastá-lo da porta. Mas não havia jeito de fazê-lo arredar o pé dali.

- Para que se preocupar com banalidades? Vão viver o amor de vocês e deixem o resto comigo! – ele ainda insistiu, o que deixou Hermione furiosa. Coisa boa não estava acontecendo. Ou ele ou Draco ou ambos haviam aprontado uma bem grande daquela vez. E no quarto dela. Não tinha certeza se queria ver o que Neville tanto tentava esconder, mas precisava entrar naquele quarto e não seria Neville quem a iria impedir.

- Por que você não quer que eu entre no meu quarto, Neville? – perguntou, ameaçadoramente. O rapaz engoliu em seco.

- Impressão sua!

- Então quer me dar licença?

- Não!

- O que?

- Não!

- Por que não?

- Por que tem uma garota dormindo aí dentro.

- O que? – Hermione brandiu, furiosa. – Que diabos faz uma garota dormindo aí dentro? Ao que me consta tanto você quanto o Malfoy já estavam muito bem acompanhados quando eu cheguei. De onde surgiu esta garota?

- Ela já estava aí antes da Gina e da Astrid chegaram.

- "Amiguinha" tua ou do Malfoy?

- Dos dois!

- Neville!

- Olha, olha, olha aí! – gritou Rony. – Olha só aonde a idiota da minha irmã foi se meter. Pervertido! O Malfoy é um pervertido! E a cretina da Gina fugiu com o pervertido do Malfoy! Eu o matarei se ele aprontar qualquer uma para a minha irmã!

- Não, não! Não é o que vocês estão pensando! – gritou Neville vendo que a emenda saíra pior que o soneto. Rony parecia prestes a pegá-lo pelos colarinhos.

- Neville! – ele falou, entredentes. – Da última vez que você me disse isso era exatamente o que nós estávamos pensando.

- Mas desta vez é diferente!

- Seja o que for, não me interessa! – falou Hermione, irritada. – Eu vou entrar aí agora e tirar as minhas coisas! Eu podia esperar isso do Malfoy, Neville, mas nunca de você! Que falta de consideração! Poderiam, pelo menos, ter esperado eu tirar minhas coisas antes de transformar meu quarto em motel.

"Em motel não, mas em necrotério sim..." Neville pensou, mas achou melhor manter a boca fechada. Precisava impedir Hermione de entrar naquele quarto. E depois precisaria dar um jeito de se livrar da síndica sozinho. A questão era como faria isso. Poderia matar o infeliz do Malfoy com as próprias mão. O inferno seria pouco para aquele crápula. "Que ódio do Malfoy!"

Hermione mais uma vez tentou empurrá-lo da porta e não conseguiu.

- Você vai sair daí por bem, Neville?

- Ah, mas você não vai gostar do que vai ver aí dentro! – ele falou, sentindo-se vencido. Seria impossível impedi-la de passar.

- Não me importa! – ela disse, finalmente conseguindo afastá-lo da porta.

- Depois não diga que não lhe avisei! – ele respondeu cabisbaixo, conformado, dando-lhe passagem.

Ela foi logo acendendo a luz do quarto. Exceto pelo volume imóvel embaixo de suas cobertas bagunçadas, todo o resto estava no lugar. Quase suspirou aliviada. Quase, pois no momento em que ia suspirar aliviada percebeu que o que quer que fosse que estivesse embaixo de suas cobertas não estava respirando. E Bichento estava dormindo ao lado da cama, quando o normal seria estar arisco por algum estranho estar no quarto dela. Havia algo muito errado por ali!

Hermione foi se aproximando devagar. Sabia que Rony e Neville a observavam da porta, mas não podia ver suas expressões. Quando chegou ao pé da cama agarrou as cobertas bagunçadas e as arrancou de todo.

Seus olhos não podiam acreditar no que estavam vendo. Olhou para Neville, sem saber o que dizer. Neville também parecia não saber o que dizer. Foi Rony quem quebrou o silêncio:

- Uma velha? E trouxa? E ainda por cima morta? Que diabos andou acontecendo por aqui?

- Foi um acidente. – suspirou Neville. – Eu juro. Vamos para a sala. Eu prepararei um café e explicarei o que houve. Não suporto ficar perto disto aí! – ele apontou para a velha.

- O maldito avental! – esbravejou Hermione. – Eu tinha certeza que alguma coisa ainda ia acontecer por causa daquela porcaria.

- O que você e o Malfoy têm na cabeça, Neville? – falou Rony, tentando abafar o riso. Era impossível não rir daquilo tudo. – Por que toda esta confusão? Não seria muito mais simples apenas levar a velha para o apartamento dela?

- Alguém poderia ver!

- Mania de perseguição do infeliz do Malfoy, Neville.

- Eu não devia, Neville, mas vou ajudar você! – falou Hermione. – Rony, não podemos usar magia fora do apartamento, então não poderemos aparatar no apartamento da síndica. Nesse caso o Neville vai procurar as chaves do apartamento na roupa dela. Eu irei na frente, apagando as luzes e conferindo se não tem ninguém e vocês dois vêm atrás trazendo o cadáver. Nós a largaremos na cozinha e quando a encontrarem acharão que foi enfarto. E nem me olhe com esta cara, Neville! Você teve a capacidade de levá-la, juntamente com o cretino do Malfoy, até a minha cama então vai ter a capacidade de revirar os bolsos dela.

Muito a contragosto, Neville obedeceu. O que poderia fazer? Rony e Hermione estavam lhe fazendo um favor e não tinha do que reclamar. Muito melhor que usar magia negra ou sair com um cadáver enrolado num tapete no ombro.

Por incrível que pareça, tudo correu bem. Ele e Rony levaram a velha pelo corredor escuro, seguindo apenas os passos de Hermione em sua frente. Ela abrira a porta silenciosamente e eles depositaram a velha no chão da cozinha. Depois Hermione certificou-se de botar a chave na fechadura pelo lado de dentro e de fechar a porta depois de saírem.

Voltaram pelo mesmo corredor escuro. Ao chegarem em seu apartamento, Neville, juntamente com Rony, ajudou Hermione arrumar suas coisas. Ouvindo todo o grau de desaforos dela. E as risadas dele.

Apesar de tudo Hermione não parecia muito chateada. Estava feliz como há tempos ele não a via. E sabia que Rony era o principal responsável pela drástica mudança no humor da amiga.

Os dois deixaram o apartamento felizes, com a certeza de uma vida longa e feliz em comum. "Um papel não trará nossa felicidade, Rony!" ele ouvira Hermione dizer quando Rony reclamara por Astrid não ter lhe dado o divórcio. E teve certeza que ela tinha razão. Eles haviam sido feitos um para o outro.

Naquela noite foi dormir desejando saber se em algum lugar haveria uma pessoa feita só para ele. Afinal, Hermione e Draco haviam se arranjado. Apenas ele era o único largado daquele apartamento. Galinhagem também cansava, talvez estivesse na hora de encontrar a pessoa certa. Uma vez, quando ainda estava em Hogwarts, ele achou ter encontrado a pessoa certa, mas depois percebeu que as coisas nunca eram tão fáceis. Ou talvez as coisas fossem fáceis e as pessoas é que gostavam de torná-las difíceis. Talvez bastasse que as pessoas quisessem tornar as coisas fáceis.

.::FIM::.

Acordou babando de sono, com a campainha tocando. Só poderia ser o infeliz do Malfoy que esquecera a chave. Resolvido a dar um chá de espera no colega, Neville virou para o lado e voltou a dormir. Mas a campainha soou novamente e Neville lembrou que Draco também havia ido embora.

Levantou-se, a contragosto, e foi arrastando os pés até a porta da frente, esfregando os olhos. Não tinha idéia de que horas eram, mas devia ser cedo.

Abriu a porta disposto a dar um esporro no engraçadinho que inventara de tirá-lo da cama àquela hora (que ele não sabia qual era).

O engraçadinho em questão carregava um pesado malão e tinha cabelos loiros que lhe chegavam à cintura.

Neville coçou os olhos novamente. Era ela! E estava ali! Ainda estaria dormindo?

- Luna? – ele falou, incrédulo. Ela lhe devolveu um sorriso tímido. Era ela mesma. Sua Luna!

- Olá, Neville! – Luna Lovegood falou, ainda sustentando o sorriso tímido nos lábios. - O professor Snape recebeu uma coruja do Malfoy informando que iria sumir por uns tempos e que o quarto dele aqui estaria vago. E então o professor Flitwick me enviou para cá. Havia tempos que eu esperava esta vaga. Você se importa de dividir o apartamento comigo também?

- Que é isso? Será uma honra! – Neville respondeu com um sorriso safado. Afinal, sempre gostara de loiras.