Promessa & confissão
Por Dana Norram
Aquelas mesmas pequenas gotas haviam se transformado numa forte tempestade que açoitava o castelo de Hogwarts. O grande calor que imperara durante todo dia era o motivo aparente, mas o que deveria ser apenas uma rápida chuva de verão acabou perdurando madrugada adentro, quando todos no castelo já dormiam a sono alto.
No dormitório do 7º ano da Grifinória, porém, o jovem Remus Lupin ainda se mantinha acordado, totalmente envolto em seus pensamentos.
Então Sirius tem ciúmes de mim... - ele se permitiu um sorriso constrangido. - Jamais imaginaria uma coisa assim... eu sequer converso com Severus... Sirius tem cada idéia... - dessa vez Remus riu um pouco alto - Nunca que eu deixaria de ser amigo deles por causa uma bobagem dessas... poxa, justamente eu... que sempre gostei tanto de Sirius.
Remus arregalou os olhos na escuridão.
Como que é? - ele perguntou-se sobressaltado, seu coração batendo com força - Eu disse que... que gosto de Sirius?
Fechou os olhos balançando a cabeça.
Claro que gosto... afinal Sirius é meu AMIGO.
Abriu-os outra vez, sabendo que havia algo errado com aquela última palavra.
Por que estou tendo essas idéias agora?
Fechou-os novamente e a primeira imagem que veio foi de Sirius lhe abraçando na enfermaria. Sentiu um friozinho na barriga e seu rosto ficou vermelho.
Que está acontecendo? - indagou-se, agora com severidade. Remus não estava gostando nem um pouco do rumo que suas idéias estavam tomando...
O rosto de Sirius não parava de surgir do nada, mesmo agora com os olhos abertos, como se uma foto dele tivesse sido fixada bem ali na sua frente.
Lembrou-se da primeira vez que ele lhe abraçara sem motivo aparente, ali mesmo no quarto, há cerca de dois meses. Lembrou-se também que ambos acabaram caindo juntos sobre cama de Sirius. Seu rosto ficou ainda mais quente ao se recordar deste pequeno detalhe. Sentiu que a gola do pijama estava sufocando-o e até pensou em tirar a camisa, mas não se mexeu.
Por que isso está me preocupando tanto...?
Conhecia Sirius desde que ele tinha apenas onze anos. E durante um bom tempo fora reservado com relação ao amigo, afinal Sirius e James sempre foram mais ligados um com o outro. Sobrando então Peter, por quem Remus acabou desenvolvendo um grande afeto e também um certo senso de proteção. O principal motivo disto era que Sirius adorava fazer brincadeiras de mau gosto com o pobre do Peter.
Eu ficava muito irritado com ele naquelas vezes...
Remus apoiou a cabeça num dos braços e fitou o teto de sua cama de dossel, ainda pensando em Sirius.
Mas isso só durou até que...
Até o dia que Sirius descobriu sobre o Lobisomem.
Remus podia se lembrar com clareza do medo que tomara conta de si... quando Sirius e James o encostaram contra a parede para que ele admitisse a verdade... Para que admitisse que era um monstro. Tampouco se esquecera da vontade que sentira de chorar, achando que os amigos não queiram vê-lo nunca mais.
Mas Sirius me abraçou... e eu me acalmei... aquele foi o primeiro abraço que ele me deu... mas aquele foi um abraço de amigo.
Isso significava o quê? - Remus não pode deixar de se perguntar - Que os últimos não tinham sido abraços de amigo?
Que idéia! - disse para si, um pouco zangado por estar pensando aquelas coisas a sobre seu amigo Sirius. Ele que sempre fora um amigo tão valoroso, sempre o respeitara e agora... Remus ficava com aquelas idéias estranhas sobre ele.
Mas o que será que ele diria se soubesse que eu gosto dele? - Remus colocou uma mão sobre a boca, horrorizado com o que acabara de pensar...
Com o que acabara de admitir.
Não pode ser verdade...
Lembrou-se da voz de Sirius, lhe dizendo que tinha "sim" ciúmes dele, então sentiu calor outra vez. E por mais que quisesse não pode reprimir um sorriso.
De toda forma era estranhamente bom saber daquilo. Talvez fosse uma pista? Uma vez lera numa revista trouxa, que Lily trouxera de casa, que o ciúme desde que não obsessivo geralmente significava... amor.
Amor...? - a palavra martelou-lhe na cabeça por alguns segundos de forma quase dolorosa. Amor? Ora, Remus J. Lupin... isso é SÉRIO? Realmente... amor? Tem certeza do que está pensando?
Remus não tinha. Bem... tinha e não tinha. Ah... estava confuso!
Mas se não fosse amor... - ele pensou por alguns segundos, tentando analisar a situação friamente, ignorando o calor que não parava de lhe subir pelo corpo - O quê era toda aquela irritação sempre que via Sirius de gracinhas com alguma garota? E quando as meninas lhe pediam para passar bilhetinhos para Sirius... que curiosamente às vezes ele simplesmente esquecia-se de entregar? Não era ciúmes? E quanto àquilo que sentia toda vez que Sirius arranjava desculpas para abraçá-lo? Não ia negar que gostava do frio que lhe subia na espinha, ia? E daquela vez que adormecera recostado em Almofadinhas, lá na Casa dos Gritos? Não ficou todo vermelho, quando percebeu o que tinha feito?
Oh Merlin... Acho que tenho um problema... - ele fechou os olhos castanhos, descrente com a própria constatação.
A chuva lá fora continuava forte, abafando os roncos de seus amigos e companheiros de quarto.
Sirius está aqui do lado... e dormindo feito pedra por culpa do Severus...
Mas por que estava pensando nisso agora? Como se fizesse alguma diferença... Sirius estar ou não acordado... jamais teria coragem de ir até a cama dele... e... e... enfim...
Não estou gostando nada disso - murmurou baixinho para si, fechando os olhos, suas mãos inconscientemente desabotoando a camisa de seu pijama.
Um... dois, três... quatro botões e ele já podia sentir seus dedos deslizarem sobre o próprio peito. É o calor... está chovendo, mas ainda está abafado... é por isso que desabotoei a camisa do meu pijama.. SÓ por isso...
Realmente ainda estava abafado, de modo que Remus também se viu repentinamente chutando os lençóis que cobriam suas pernas.
- Ah...
Suas mãos correram para a calça do pijama, e Remus sentindo o rosto ainda mais quente, jogou a cabeça um pouco para trás e respirou fundo.
O quê estou fazendo...?
Enfiou uma das mãos dentro da calça, se tocando. Sentiu um calorzinho suave e prazeroso no baixo ventre, ao mesmo tempo em que suas bochechas queimaram de pudor.
Sirius... e se Sirius me tocasse assim...? E se ele me tocasse... aqui?
Na mesma hora, Remus baniu esse pensamento da cabeça, enrubescendo ainda mais. Porém, suas mãos continuaram tocando-o ali, e ele precisou fazer forças para reprimir um gemido.
É bom... é bom... eu queria que Sirius...
Será que era tão difícil parar de fazer o que estava fazendo, será que era tão difícil parar de pensar em Sirius? As mãos de Remus já não lhe obedeciam mais... Elas desciam, subiam e acariciavam... tocavam sem parar... sobre o peito desnudado, por dentro da calça, apertando um mamilo entre os dedos...
- Sirius...
Então Remus ouviu um ruído.
Arregalou os olhos, ficando totalmente imóvel, o coração batendo feito louco dentro do peito. Foi um trovão?
Por favor... por favor, que tenha sido um trovão...
Mas não era um trovão. Eram passos, e Remus gelou.
Rapidamente usou as mãos para puxar o lençol até seu pescoço e ficou quietinho, tentando respirar mais devagar, mas era impossível. Seu coração acelerado e seu sexo latejando dentro da roupa faziam-no suar frio e querer se tocar, mas conseguiu permanecer imóvel. Por quanto tempo ele não sabia dizer.
Alguém andava pelo quarto.
Mas... quem?
Um raio cortou o céu lá fora, iluminando rapidamente o redondo dormitório do 7º ano. Remus viu uma sombra disforme parada próxima a sua cortina e soltou um grito estrangulado.
Silêncio.
Com o coração ainda mais acelerado, Remus perguntava-se se gritara tão alto quanto pensou que gritara.
- Remus...?
A cortina de sua cama foi afastada e Remus sentou-se rapidamente, puxando o lençol até seu queixo num sinal defensivo.
Era Sirius. Como se tivesse se materializado de seus devassos pensamentos. Outro raio iluminou fracamente o ambiente e Remus correu os olhos arregalados sobre o tórax mais forte dele, também desnudado. Tinha quase certeza de que haviam colocado Sirius na cama, mais cedo, completamente vestido.
- Sirius, é você? - ele fingiu sonolência, coçando os olhos.
- Eu te assustei? Foi por isso que gritou...?
Remus inspirou fundo, as batidas de seu coração ainda rápidas.
- Eu... eu ouvi passos, aí os trovões... o raio... bem, esqueça... já passou.
Sirius sentou-se na cama, ao lado de Remus. O rapaz de cabelos castanhos sentiu o calor daquela proximidade e agradeceu aos céus por estar escuro e Sirius não poder ver seu rosto rubro, nem suas mãos trêmulas.
- Acordei ainda pouco... achei que tinha ouvido meu nome...
- Ah, isso fui eu quem... - então se calou, abismado demais para acreditar no que acabara de dizer. Na verdade xingou-se intimamente. Como podia ser tão estúpido?
- Foi você quem me chamou?
Remus ficou mudo, as batidas agora mais fortes. Sirius com certeza ouviria... Perceberia caso seu coração continuasse batendo daquela maneira.
- Eu... eu quero dizer...
- Você estava tendo um pesadelo, Aluado?
Não... pelo apelido não... assim Sirius só piora as coisas...
- É! - apressou-se em mentir - Mas já estou melhor... pode voltar pra sua cama, Sirius...
- OK... então você já está calmo? - Sirius estendeu o braço e tocou nas mãos de Remus - Aluado! Você está tremendo...
Remus fechou os olhos. Agora estava tudo perdido... Outro maldito raio... e dessa vez Sirius estava olhando diretamente para ele.
Ele vai ver... vai ver que estou vermelho... Oh céus... Sirius vai descobrir tudo...
- Você está quente... - ele tocou no rosto de Remus, e deslizou as costas da mão sobre a face lisa - Tem certeza de que está se sentindo bem?
- Tenho sim, Sirius...
Ele também estendeu a mão, a fim de tocar no ombro do amigo, e garantir-lhe de que tudo estava bem. Empurrou-o timidamente, mas quando fez isso deixou o lençol cair sobre seu colo, ao mesmo tempo em que um novo raio, bem mais forte que os anteriores iluminou quase todo quarto.
Os olhos de Sirius rapidamente correram para o peito de Remus, cuja camisa aberta deixava aparecer os mamilos rosados e ligeiramente eretos. Depois para seu baixo ventre, onde havia um pequeno volume que nem mesmo o lençol pode esconder.
Com o rosto em chamas, Remus amaldiçoou-se. Tentou virar-se para o outro lado, para que Sirius não visse a sua vergonha, para que Sirius não descobrisse a verdade...
- Aluado? - a voz de Sirius lhe chamou, enquanto ambas as mãos lhe seguraram firmemente nos ombros, impedindo-o de virar o corpo e o rosto para longe - Ei, olhe pra mim, por favor...
Tremendo de medo, de vergonha, de excitação, Remus levantou o rosto corado para Sirius... ou foi puxado por ele? Não sabia dizer.
Os raios incessantes, acompanhados dos trovões lá foram isolavam os dois do resto do mundo, com os altos estrondos. E ao mesmo tempo iluminava um pouco mais o ambiente, mesmo que em curtos intervalos os jovens ficassem numa escuridão quase que completa.
Só conseguiam ouvir um ao outro por estarem tão próximos. As respirações dos amigos nas camas ao lado tornaram-se totalmente inaudíveis, mas nenhum dos dois se importou realmente com aquilo.
- Tem algo que você queira me dizer... qualquer coisa, hein?
Ele está lendo minha mente... só pode ser isso... ele sabe de tudo... ele nunca mais vai querer falar comigo... Sirius...
- Eu não posso, Sirius... por favor...
Sirius desceu uma das mãos pelo peito de Remus, que sentiu um arrepio.
Por quê? Por que ele está fazendo isso...?
Então, talvez percebendo o que fazia, Sirius parou, sem contudo remover a mão dali.
- Desculpe... - ele murmurou sem saber ao certo o que dizer - Eu... acho que estou perdendo o controle...
Remus olhou para Sirius, sem entender o significado de suas palavras... sem entender o significado de suas ações...
Por quê? Por que isso?
Olhou nos olhos negros dele e outra vez o calor no corpo. A respiração ficou mais e mais rasa... Sirius ia perceber isso...
- Seu coração... está batendo tão rápido, Aluado... - Disse ele, sentindo-o debaixo de sua mão - Isso é por minha causa... é por mim?
Por que continuar mentindo?
Remus assentiu com a cabeça, desviando os olhos outra vez. Derrotado.
- Era tudo que eu queria saber...
............ o quê?
Sirius segurou com firmeza em seu queixo, forçando Remus a encará-lo, porém antes mesmo que seus olhos se encontrassem, os lábios já tinham se tocado.
Novo silêncio. Parecia que até a tempestade respeitara aquele momento. Nenhum trovão para incomodar os dois jovens que compartilhavam algo tão precioso e único.
Remus, de olhos fechados, sentiu a pressão dos lábios de Sirius sobre seus. Então uma mão grossa o puxar pela cintura para mais perto, num movimento já tão conhecido. Uma outra mão soltou seu queixo, deslizando sobre sua pele com as pontas dos dedos, enquanto seus lábios eram delicadamente tocados com os de Sirius, que apesar da pressão não parecia ter pressa... não parecia querer acabar com aquilo tão rápido...
Dedos ágeis lhe fizeram carinhos na nuca, fazendo os pequenos fios se arrepiarem. Então finalmente pode sentir a língua de Sirius tentar forçar a passagem entre seus lábios cerrados. Ele ainda inclinou ligeiramente a cabeça para o lado, tentando procurar uma posição melhor, e com um leve aperto na nuca, Sirius fez com que Remus entreabrisse os lábios, enfiando a língua úmida e experiente naquela boca pequena, delicada... inexplorada.
Se arrepiando, Remus tocou com sua língua na de Sirius, não muito certo do que fazer, deixando que ele conduzisse aquele beijo. Deixou que ele deslizasse a língua de encontro com a sua, se arrepiando. Gemeu quando ele usou os dentes para mordiscar seu lábio inferior.
Sirius...
As mãos de Remus subiram pelo peito de Sirius, que puxou o rapaz de cabelos castanhos para mais perto, a mão que estava na cintura então se enfiando no cós das calças de seu pijama.
Sirius apartou o beijo, e Remus ofegou completamente sem ar, mas não teve muito tempo para repor as forças. Sentiu Sirius enfiar os dedos nos seus cabelos e puxá-lo para um novo beijo. Desta vez mais profundo e seguro.
Como é macio... os lábios dele... as mãos dele... diga que não é sonho...
Então notou que Sirius agora usava ambas as mãos para fazer o tecido do pijama deslizar por seus ombros, respirou fundo quando ele soltou seus lábios, e arfou em surpresa quando um beijo úmido foi depositado em seu pescoço desprotegido.
- Ah...
A camisa de Remus terminou de ser removida, finalmente esquecida nalgum canto da cama. Começou a sentir as mãos grandes e fortes de Sirius lhe acariciarem os mamilos de leve, depois segurá-los entre os dentes com força e chupá-los durante quase um minuto, enquanto se retorcia debaixo do peso dele.
A força que fazia para não gemer mais alto era quase dolorosa, embora o barulho dos trovões pudesse encobrir qualquer som que saísse dali.
Sirius não parou de acariciá-lo em nenhum momento, as mãos de Remus segurando em seus ombros, num desamparo quase que total.
- Remus - ele ouviu a voz de Sirius e abriu os olhos, tontos de paixão - você tem certeza de que quer?
- Eu... - ele ouviu sua própria voz responder, embora não soubesse de onde tirara forças para falar - ... eu quero sim, Sirius...
O rapaz de cabelos negros engoliu em seco, deslumbrado demais com a imagem de Remus embaixo de si, os lábios entreabertos, o olhar quase implorando.
Remus arfou ao sentir Sirius deslizar uma mão sobre a calça de seu pijama, e então lhe acariciar o membro endurecido por cima do tecido fino. Gemeu baixinho e fechou os olhos castanhos segurando um punhado de lençol nas mãos, enquanto seu corpo tremia. Sirius, não satisfeito de ficar por cima da calça, enfiou os dedos por dentro da roupa de baixo, tocando a pele quente daquela região, escutando outro gemido escapar dos lábios do menino menor.
Sem saber exatamente o que fazia, Remus ergueu o quadril ajudando Sirius a puxar suas calças e todo resto, agora totalmente nu diante dele. Sentiu seu rosto corar, mas estava escuro, e não pode notar quando a mão de Sirius chegou novamente junto de seu membro ereto e começou a masturbá-lo, terminando aquilo que ele mesmo começara anteriormente.
Sua respiração mais uma vez tornou-se rasa e desigual, acompanhando os movimentos que Sirius fazia em seu sexo, os olhos abrindo e fechando conforme aquela mão habilidosa o tocava, acariciando-o hora com os dedos soltos, hora com a mão fechada. Seus lábios murmuravam palavras pedintes, implorando que Sirius fosse mais rápido.
Parecendo ter entendido suas súplicas, Sirius aumentou o ritmo, bombeando com mais força e, para total surpresa de Remus, abaixando a cabeça e lambendo o membro latejante.
Remus quase engasgou ao sentir Sirius lhe tocando daquele jeito, a boca dele o envolvendo completamente, com tamanha ânsia e vontade, deslizando a língua ao redor da pele sensível que havia na extremidade. Não teve escolha a não ser morder com força um travesseiro, pois sabia que ia gritar.
Sentiu exaurir-se dentro da boca de Sirius, que engoliu tudo, aproveitando para umedecer seus dedos e então com cuidado, esfregá-los entre as nádegas do frágil rapaz. Remus, ainda anestesiado pelo enorme prazer que acabara de sentir, deixou que Sirius afastasse suas pernas, e começasse a enfiar um dedo em sua intimidade. Na verdade sentiu uma nova onda de prazer com aquele carinho quase bruto, e deixou outro gemido baixo escapar.
Talvez incentivado por aquele gemido de seu - agora - amante ou talvez por que não agüentasse mais conter a própria excitação, Sirius tirou o dedo de dentro de Remus, que soltou um muxoxo, e rapidamente desfez-se do que restava de suas roupas.
Remus abriu os olhos, e na penumbra de sua cama viu Sirius se acariciar por alguns segundos, e pelo som calculou que ele usava os mesmos dedos úmidos. Seu rosto ficou em chamas ao imaginar o que estava por vir. Sentiu duas mãos firmes afastarem suas pernas ainda mais, deixando seu sexo, que já ficava outra vez ereto, a mostra, bem como sua pequena entrada, onde Sirius novamente enfiou um dedo.
Desta vez, porém, uma pontada dolorida fez com que Remus tentasse fechar as pernas, mas Sirius impediu-o.
- Relaxe... só dói um pouquinho... relaxe...
Sirius foi introduzindo desta vez bem devagar, começando a acariciar o sexo de Remus outra vez, para que ele se acalmasse. Suspirando alto, e em seguida gemendo, Remus entreabriu as pernas o mais que pode, e deixou que um segundo dedo fosse introduzido. Sirius começou a movimentá-los dentro de Remus, alargando sua intimidade, fazendo o jovem Grifinório morder o lábio inferior tamanho o prazer que lhe assaltava.
Quando um terceiro dentro foi enfiado de uma só vez dentro de si, Remus não pode conter quase um gritinho, que foi rapidamente abafado pela própria mão que ele colocou sobre a boca. Sirius, porém, sem tirar os dedos de Remus, ainda movimentado-os puxando e enfiando sem parar, tentou se apoiar em cima do menino menor e sorriu-lhe.
- É bom ouvir seus gemidos, Aluado, não tente impedi-los...
Então tirou a mão da boca, e tocou na face de Sirius, notando que já estava coberta de uma fina camada de suor. Ele mais uma vez alargou sua entrada, esticando os dedos que mantinha ali dentro, já não agüentava mais, o prazer era enorme e era tão intenso...
- Sirius... ah, Sirius...
Tentou puxá-lo para si com as pernas, mas Sirius ficou firme no mesmo lugar, e enfiou os dedos ainda mais uma vez dentro de Remus, cujo os gemidos eram constantes, mesmo que Sirius agora estivesse parado, sem mover um único músculo. Ele ergueu um pouco o corpo e retirou os dedos, arrancando murmúrios de reclamação de Remus.
A cama rangeu ligeiramente quando Sirius ajoelhou-se entre as pernas magras. Remus sentiu que Sirius o tocava rapidamente, tentando enfiar os braços por debaixo de seus joelhos de modo que ergueu um pouco o corpo, tentando ajudá-lo naquela tarefa. Quando finalmente conseguiu, Sirius puxou Remus de encontro a seu membro, então se abaixando, entrou nele de uma só vez.
O alto grito de Remus foi abafado por um trovão, e Sirius assustado, com medo que o tivesse ferido, tentou sair de dentro dele mas Remus não deixou, segurando com firmeza entre suas pernas.
- Sirius... por favor... continue...
Sirius soltou-lhe as pernas, que rapidamente abraçaram-no pela cintura, e apoiando-se contra o peito dele, passou os braços por debaixo de Remus, puxando para um beijo. Remus de olhos fechados, entreabriu os lábios, recebendo a língua de Sirius, que buscava a sua com carinho.
Ficaram se beijando por algum tempo, se abraçando. Repentinamente Sirius apartou, e encarou Remus, que reparou naqueles olhos negros e brilhantes, repletos de algo que ele não pode identificar apenas como desejo, luxúria ou mesmo paixão... era algo maior... algo mais importante.
Então Sirius começou a se movimentar dentro dele, e Remus apenas cerrou os olhos, apertando com força as pernas ao redor de Sirius. Uma leve dor o incomodando, mas fez força para não deixar isso transparecer.
Logo passou. Conforme Sirius entrava e saía, os movimentos precisos e calculados faziam Remus passar a murmurar única e exclusivamente palavras de prazer, exigindo repentinamente os lábios de Sirius sobre os seus, tentando abafar os gemidos que ficavam cada vez mais altos.
- Remus... Aluado, meu Aluado... eu quero sentir você... assim... isso...
Sorriu devido as palavras possessivas de Sirius. Queria que sempre fosse assim, que Sirius sempre o quisesse, que Sirius dissesse que ele era só dele... Ergueu a cabeça, tocando com seus lábios nos de Sirius, colocando a língua pra fora e lambendo o rosto suado do rapaz. Sentiu-o entrar e sair dentro de si, sentiu que não ia mais agüentar, que a qualquer minuto desmaiaria de prazer, que morreria... Aquilo era muito mais intenso do que os toques anteriores de Sirius...
- Sirius... eu não sei se agüento...
- Aluado... você está tão lindo... é tão bom fazer amor com você...
Fazer amor. Remus sorriu, repleto de felicidade.
Era aquilo que estavam fazendo mesmo, ou era só modo de dizer da parte Sirius?
Ele amava, sabia que amava o amigo de cabelos negros, de olhos brilhantes e sorriso maroto. Sabia que ansiara pro aqueles beijos, por aqueles toques... por tudo... Se ao menos Sirius sentisse o mesmo... seria diferente...
Sirius então repentinamente parou de se mexer, e encarou o menino embaixo de si. Uma gota de suor escorreu de seu rosto e caiu nos lábios de Remus, que lambeu a gota, sentindo o sabor de Sirius nela. Viu-o sorrir com aquele seu gesto e abaixar o rosto. Imaginando que ele ia dar-lhe um novo beijo nos lábios, Remus os entreabriu, mas Sirius desviou-se enfiando o rosto na curva de seu pescoço e sussurrando-lhe junto ao ouvido.
- Eu amo você, Aluado.
Era bom demais para ser verdade - Remus não pode deixar de pensar - enquanto quase rasgava os lençóis entre os dedos, devido a força que os puxava, seu íntimo inflando-se de alegria. Sirius disse que o amava, o seu Sirius disse que o amava.
O rapaz voltou a movimentar-se, dando estocadas mais fortes e mais profundas, os olhos fechados e os lábios também soltando gemidos constantes, embora um pouco mais contidos do que ao de Remus. Diminuiu o ritmo, ao mesmo tempo em que Remus alcançou o limite pela 2º vez, embaixo de seu corpo. Sorriu satisfeito em proporcionar aquele prazer a Remus, que gemeu mais alto ao sentir uma umidade escorrer entre suas pernas.
Sirius olhou para baixo, procurando na face de Remus todo o prazer que sentia, e quando olhou naqueles olhos castanhos, notou com uma ponta de culpa, que escorriam lágrimas deles.
- Aluado... o que foi? Eu... te machuquei...?
Remus ergueu uma mão e tocou de leve na face dele, tirando alguns fios de cabelo que grudavam ali por causa do suor. Sorria, pura e simplesmente.
Sirius sorriu de volta, um pouco confuso, mas aliviado em ver que não tinha machucado Remus. Deixou que ele tirasse os fios de cabelo de seus olhos, gostando bastante do contato dos dedos finos e trêmulos contra sua pele quente, de sentir a hesitação em cada toque.
- Eu queria ter feito isso antes... - Disse Sirius deitando a cabeça no peito de Remus que começou a acariciar-lhe os cabelos. - Mas eu sempre tive medo que você me esnobasse... eu sabia que não agüentaria, Aluado.
- Eu também... só não tinha coragem de admitir - ele riu-se - Perdemos tanto tempo por bobagem!
Sirius levantou a cabeça e fitou os olhos castanhos de Remus.
- Isso não vai mais acontecer, Aluado... a partir de hoje sempre que tivermos algo de importante para dizer um ao outro nos diremos... sem rodeios... de acordo?
Remus fez que 'sim' com a cabeça e sorriu. - Isso é uma promessa? - perguntou enquanto Sirius ainda o encarava.
- É - respondeu Sirius firmemente - Eu prometo.
Lupin sorriu radiante.
- Eu prometo também.
Sirius abaixou o rosto e deu um pequeno beijo nos lábios de Remus. Então se deitou ao seu lado o abraçando. Em questão de poucos minutos ambos adormeceram, suas respirações pesadas e satisfeitas acompanhadas do barulho da chuva.
Fim
Harry Potter e seus personagens pertencem à J.K. Rowling e Warner Bros.
Mas esta fanfic me pertence e eu vou azarar aquele que se meter a besta de copiá-la, ao ainda, postá-la em algum lugar sem minha prévia autorização. Gostou? Quer colocar no seu site? Blog? Fórum? Deixe uma review ou mande uma mensagem privada. Plágio é crime.
Fic originalmente escrita em Agosto de 2003.
NdA. Gente... acho que eu desaprendi escrever PWP. Acreditam se quiserem mas a idéia original desse fanfic, era que fosse apenas a 2º parte... e nem era para ter tanta coisa assim, era para ser só sexo!! Eu não sei mais fazer fanfic sem história! Vou me matar! *Dana tenta se enforcar com o fio do mouse*