Assassinato No Expresso de Hogwarts

Um Pequeno Inconveniente

Capítulo 2

Um pequeno inconveniente

- E então, Remo? Achou mais alguma passagem? Hogwarts já está ficando segura demais! Se Dumbledore acabar com as passagens secretas...

- Fica tranqüilo, Sirius! Dumbledore desconhece essas passagens!

- Sei não... Do jeito que aquele velho é... Ele guarda muitos segredos!

- E agora temos um rival - intrometeu Pettigrew. - Hercule Poirot.

- Aquele velho detetive? Ah... Corta essa!

- Dumbledore o chamou a Hogwarts para resolver algo relacionado à segurança da escola!

- Ah... Pedro, você é paranóico demais! Você é muito burro - disse Sirius Black.

- Vocês ainda vão ver...Chamando-me de burro...Um dia serei poderoso, serei!

- Disse algo, Pedro? - disse Tiago, que até o momento estava ocupado lendo.

- Eu? Nada!

- Mas eu acho que... Sério... Ele tem razão. - disse Remo - E o Filch já sabe do mapa... Eu o ouvi falando sobre o nosso mapa outro dia enquanto estava com a Arabella... Temos que ter mais cuidado!

- Até você, Remo? Você anda demais com o Pedro...

- E... ei! Pera ai! - disse Pettigrew. - O que você estava fazendo quando escutou isso?

Lupin ficou totalmente vermelho:

- Eu? Nada... Só tava andando por aí...

- Sei... Admirando Arabella de novo?

- Ei... Tiago! - disse Remo, tentando desviar de assunto. - Que livro é esse que você está lendo?

- Ah... Nada. - Potter escondeu o livro rapidamente. Ele estava totalmente envergonhado.

- Francamente... - disse Sirius, tomando o livro de Tiago. - "Poemas de Amor"?

- Ei! Me devolve! - Tiago ruborizou ainda mais. Esses marotos...

--*--

- Arabella...

- Ah... Lilly? - Figg parecia ter sido acordada de um sonho. Ela observava os marotos. Eles estavam sentados em uma mesa, do outro lado do carro-restaurante.

- Observando Remo como sempre?

- Ah... Não, que isso!

- Sei... Arabella, Arabella... Você não me engana!

- Tá bom, vai...Eu estava olhando pra ele... - ela fez uma pausa, ainda observando-o - Só não entendo como às vezes ele é tão... Estranho!

- Realmente... Também reparei isso...

- Eu não compreendo!

- Muito menos eu.

- Mas eu ainda descobrirei!

--*--

- Esses sangues-ruins!

- Hogwarts deveria ser restrita aos sangues-puros! É impressionante a quantidade de trouxas dessa escola. - Rita Skeeter pronunciou a palavra "trouxas" bem forte, e com desdém.

- Concordo com você, Skeeter!

- Sabe, Lúcio... Isso daria uma boa matéria! - Rita era editora de um jornal que circulava em Hogwarts. Os leitores eram, em sua grande maioria, Sonserinos. Skeeter escrevia muito bem. Mesmo tratando de assuntos polêmicos, fazendo matérias sensacionalistas, ela escrevia bem.

- Concordo!

Vez ou outra era vista conversando com Malfoy, grande admirador de suas matérias. Admiração que causava ciúmes de Narcisa Dragomiroff.

- Lúcio... - Narcisa chegara, acabando com a conversa dos dois.

- Narcisa, o que você quer?

- Lúcio meu bem, sabe o que é?

- Diga... - Rita Skeeter se afastou dando mais privacidade para o casal falar.

- Eu estava pensando e... Você não acha que pode ser muito cedo para nós pensarmos em casamento?

-Cedo? Narcisa! Não acha que já está na hora de pensarmos em casamento? E nos casarmos? - disse Lúcio, impaciente e com raiva.

-Esta vendo, Lúcio Malfoy? Você que se casar comigo apenas para preservar o sangue-puro na sua família, não é mesmo?! Exatamente por isso que eu não quero me casar com você. Até você me convencer de que este casamento irá acontecer por causa do nosso amor!

- Narcisa... - Lúcio ficou mais impaciente. - Eu... Eu estou me casando com você por amor, sim! Você não confia em mim?

-Claro que eu confio! Mas ultimamente Lú, eu não sei, parece que você está me usando...

- Eu!? Usando-te??? Narcisa, como você poderia ter uma idéia dessas?

- Me desculpe, meu amor. Realmente eu não sei de onde tirei esta idéia!

- É bom mesmo! Vamos acabar com este assunto logo antes que você me venha com mais besteiras...

Narcisa se afastou de Lúcio totalmente nervosa. Não deixou transparecer isso para ele, mas era assim que ela estava se sentindo. 'Como pode? Simplesmente não dá para acreditar em Lúcio! Não consigo imaginar que ele realmente me ama... Mas por um certo lado, até que amo ele...'

--*--

- Eu não acredito! Mais essa agora! Meu deus, quem entende as mulheres? - disse Lúcio Malfoy, entrando em seu vagão-dormitório que era compartilhado com Severo Snape.

- O que aconteceu, Malfoy?

- Eu não tinha percebido você aí meu amigo! Você não vai acreditar... A Narcisa acabou de me pedir para adiar o nosso casamento!

- Adiar? O casamento de vocês? Mas e aí, o que foi que você disse a ela?

- O óbvio: que ela estava ficando louca e que eu não concordo nem um pouco com esta idéia!

- Lúcio, o que você pretende fazer se ela continuar com esta idéia?

- Acho que serei forçado a usar o feitiço Império nela! - Snape olhou para o amigo com uma cara assustada.

- O feitiço Imperio? Você não acha que está forçando demais não?!

- Não sei o que te faz pensar assim Severo. Logo você que acabou de ser iniciado como Comensal da Morte!

Snape parou para pensar. Ele estava se iniciando como Comensal da Morte... Era como Lúcio sempre dizia, ter de agüentar ver milhares de pessoas sendo torturadas e até, ele próprio, torturá- las e matá-las... Ele não sabia se iria agüentar isso tudo. Lúcio saiu do aposento, fazendo bastante barulho, o que tirou isso da mente de Severo.

--*--

Malfoy percorreu o trem em busca de Crabbe e Goyle. Acabou por encontrá-los no carro-restaurante.

- Vocês dois... Comendo novamente!

- Uhn... - Hector Crabbe tentava falar com a boca cheia. Vendo que não conseguia, de tão cheia que estava sua boca, terminou de mastigar, engoliu e aí sim começou a falar - Só estávamos fazendo um lanche!

- É... É! Era só um lanchinho! - disse Nott.

- Vamos... Andem! Levantem! - Os dois levantaram, seguindo a ordem de Lúcio. - Sigam-me!

- O que será que ele vai nos mandar fazer agora... - cochichou Crabbe, para Goyle.

- Eu não sei, mas eu não agüento mais ele nos dando ordens! - cochichou Goyle em resposta.

- Do que é que vocês dois estão se queixando afinal?

- Nada - disse Goyle e enfiando mais um pão na boca.

- Pelo amor de Deus! Parem de comer durante um segundo! Vocês me enjoam! - disse Lúcio

- Não temos culpa se sentimos fome o tempo todo! - reclamou Crabbe.

- Como ousa? Realmente hoje não é meu dia! Primeiro Narcisa, depois Severo e agora vocês dois me desrespeitando! Não se esqueça meu caro Crabbe que sou eu que lhe dou proteção e, fui eu que convenci o Lorde das Trevas a permitir que vocês dois fossem iniciados como Comensais!

- Desculpe-nos Lúcio, é que nós comemos demais, e isto não deve ter feito bem a ele - Goyle consertou rapidamente, tentando salvar a sua pele e a do companheiro de comilança.

- Sei... Realmente vocês são muito burros... E comilões!

- Malfoy! Malfoy! - Rita entrou correndo no carro-restaurnante.

- Skeeter? O que foi?

- Snape... Está passando mal... Na sua cabine...

- Snape? - Lúcio a empurrou e rumou para sua cabine. - Snape? O que você sente? - Severo estava deitado em sua cama, as mãos sobre a barriga.

- Estou...Com dor de cabeça... - ele disse, pausadamente.

Logo, o resto dos passageiros chegou para ver o que era. Os Marotos, parados em um canto, conversavam animadamente e rezavam para que Snape estivesse com algo grave.

Hercule Poirot e Argo Filch, abriram caminho entre as pessoas, para ver o que acontecera com Severo.

- Snape... O que você sente... Eh bien, tenho remédios em minha cabine, posso lhe trazer algum.

- Não, não é nada Sr. Poirot! Só, só uma pequena dor de cabeça.

- Ora, posso trazer um reméd...

- Não, não, senhor! Não precisa se preocupar - interrompeu Snape.

-Bom, se é assim...Espera aí! Filch, você não sabe alguma coisa sobre enfermagem?

- Ah, é, verdade. Posso leva-lo lá.Inclusive lá tem alguns remédios.

Ahn... Eu... Eu vou para lá, Filch. - disse Snape, se levantando e seguindo Filch em direção ao carro-enfermaria.

- Ok! Eu passo a noite lá com você. Mas não vá se acostumando com a mordomia ouviu seu imprestavel - acresentou Filch no ouvido de Snape

- Ok! Eu passo a noite lá com você.

Logo, os alunos foram embora. Já era tarde, a maioria deles ia dormir. Sozinho, no carro-restaurante, Hercule Poirot terminava o jantar. Observava o céu, que iluminava o lado de fora do Expresso de Hogwarts.

- É... Algo me diz que essa noite não será uma noite qualquer...

Continua...