Ele se lembrava dela, é claro que Antonin se lembraria dela. A garota sangue-ruim da grifinória, a única pessoa que fora capaz de sobreviver à sua própria maldição. Para ser honesto, ele mantinha uma pequena obsessão pela menina desde o instante em que ela havia tido a ousadia de lançar o feitiço silenciador em sua direção. Isso apenas se intensificou quando descobrira que ela havia se recuperado de seu ataque e agora possuía como lembrança uma cicatriz que lhe cobria o torso desde seu ombro até próximo ao quadril.

No início, era raiva que ele nutria em cada célula de seu corpo por ela. Era o sentimento de revolta, de como alguém tão inferior como ela poderia ter sido capaz de silenciá-lo em meio ao combate e continuar viva depois disso. E quanto mais o tempo passava naquela maldita prisão para onde ele havia retornado, mais sua mente fantasiava sobre a garota.

Primeiro seriam maneiras de torturá-la que invadiam seus pensamentos, dela se contorcendo sob a ponta de sua varinha enquanto a maldição cruciatus era repetida em seus próprios lábios. Seria a imagem dela chorando enquanto ele quebrava cada osso de seu corpo, um a um, só para ver quanto ela agüentaria antes de implorar pela morte, que o visitaria em sonhos. E era isso que o mantinha são: a vontade de vingar-se da pequena sangue ruim, fazê-la pagar por sua volta á Azkaban e mostrar á todos que ninguém, ninguém, sobrevivia a Antonin Dolohov.

Então, para seu espanto, depois da fuga do Trio de Ouro do casamento do Weasley mais velho seguido por seu fracasso em capturá-los no café trouxa, e após pagar por seu erro sob a fúria da varinha de seu Senhor, enquanto dormia na cama de um dos diversos quartos de hóspede da Mansão Malfoy, foi o rosto dela que ele viu em seus sonhos.

Era a face da princesa da grifinória que compunha o corpo que se contorcia abaixo do seu após cada investida ritmada, era a boca dela que se abria para soltar os sons de prazer mais maravilhosos que ele já havia testemunhado e eram os olhos dela que o fitavam com tamanha concentração, que chegava a arrepiar-lhe os pelos da pele apenas de relembrar a cena ilusória, antes de rolarem para trás de sua pálpebra quando se aproximava do prazer final.

Foi depois de acordar com uma ereção latejante que parecia se contorcer apenas com a lembrança da sangue-ruim que ele percebeu que queria a garota para si, e a partir disso ele começou a reunir e guardar o maior número de informações sobre ela, saboreando em suas memórias o máximo que sua mente perturbada poderia oferecer.

Se ele fechasse os olhos poderia vê-la exatamente como no dia da batalha no Ministério: de suéter azul claro com as listras coloridas, com uma calça trouxa escura e justa, o cabelo selvagem ao redor de seu rosto como uma aura de sua própria magia, os olhos castanhos brilhantes que refletiam o pensamento rápido de sua mente, olhando ao redor procurando por saídas, para salvar a si mesma e aos seus amigos. A pele pálida de seu rosto e mãos, ah as suas mãos... Ele perdera a conta de quantas vezes se pegou imaginando-as, segurando-o, não tão forte como ela segurava sua varinha no dia da batalha. Certamente não com aquele aperto firme, doentio, que era capaz de deixá-la com os nós dos dedos brancos, não.

Ele imaginava-a envolvendo os dedos delicados ao redor de seu eixo, bem próximo da base, lentamente, se acostumando com a sensação desconhecida até aquele momento, podia até mesmo sentir a respiração dela próxima ao seu membro enquanto sua mão trabalhava para cima e para baixo dando-lhe prazer. Se fosse um bom dia ele seria capaz de se apegar aos detalhes, como os olhos dela, os belos olhos cor de chocolate, percebendo tudo o que estava acontecendo em sua frente, captando cada expressão para se assegurar de que estava fazendo tudo certo e onde poderia melhorar, porque era assim que ela era, não é? Ele havia escutado o garoto Malfoy reclamar da menina, de como ela estava sempre com o nariz enfiado entre os livros, sempre querendo se destacar, ser a melhor, então ele não conseguia imaginar por quê seria diferente nesse caso.

Como ela iria se inclinar para frente de sua posição ajoelhada entre suas pernas e sem pressa alguma abrir os lábios rosados, mergulhando seu pênis na piscina de saliva molhada e acolhedora. Como sua língua iria trabalhar em voltas lentas ao redor da cabeça de seu membro, sugando, vagarosamente o pré-cum ali acumulado, ele podia sentir-se endurecer apenas com a falsa lembrança. E então com uma maestria que nem mesmo ele poderia prever que ela possuía, ela terminaria o que havia começado, devorando-o, envolvendo todo o seu comprimento no doce abrigo acetinado enquanto sua cabeça ia de encontro com seu colo e as mechas da castanha se sobressaiam entre suas próprias pernas desprovidas de cor, além da camada de pelos escuros que ali se encontravam.

Os dedos de sua mão direita se flexionavam quase que automaticamente, como se sentissem falta das madeixas, nas quais eles deveriam estar emaranhados, tal qual nos sonhos, puxando-a de encontro ao seu corpo para roubar-lhe os beijos ou abafar os suspiros que ele tanto fantasiava. Para guiá-la nos sutis movimentos de subir e descer que ela fazia enquanto seus olhos voltavam-se para ele, em busca de uma resposta, qualquer que fosse, de que ele estava satisfeito com seu trabalho e, se as chamas de luxúria alojadas em seu íntimo não fossem o bastante, então ela flexionaria o músculo de suas bochechas e faria com ele semelhante ao que se faz com um doce trouxa, passando a pressão desde seu mastro até a cabeça rosada, e saindo com um "pop" audível antes de retornar com fervor para o seu trabalho.

Mas não era assim que ele chegaria a sua conclusão. No minuto seguinte ela havia parado com a carícia e estava de pé na sua frente, não vestindo o suéter azul, ou as calças escuras. Ela não usava nada enquanto se levantava e se aproximava dele, nada além de um sorriso nos lábios rosados e inchados que ele adoraria morder.

Quando ele estendeu a mão para tocá-la a pele era quente e convidativa, os seios firmes com os mamilos rosados já intumescidos de excitação, implorando a atenção de seus dedos e ele fez o esperado, apertando-os e prendendo o mamilo direito entre o dedo indicador e o polegar enquanto sua boca já procurava o esquerdo, deleitando-se com o sabor da pele da castanha. Ele sugava o broto rosado com urgência, fome, e os gemidos dela servem de combustível para seu próprio desejo.

O corpo da jovem mulher é puxado para mais próximo de si e ela, com cuidado, dobra cada uma das pernas, colocando-as ao lado de suas coxas e entre os braços aveludados da cadeira estofada antiga, praticamente montando-o. Seu membro faz contato com os cachos castanhos de sua feminilidade e ele crava os dedos da mão direita no osso do quadril dela, enquanto seu rosnado é abafado pela carne deliciosa de seu corpo. As mãos dela estão em seu ombro e uma sobe em direção a sua cabeça, puxando os cabelos da nunca e forçando-o a parar com seu trabalho para encontrar a boca dela em um beijo apressado.

Seus lábios são rápidos em reivindicar o domínio, os dentes da frente se chocam com a brutalidade do ato e sua língua invade o interior de sua boca, provando do sabor inebriante que a pertence junto de seu próprio gosto. Ele enlaça os dedos nos cachos longos e ela suspira de dor e surpresa com o movimento. Quando eles se separam uma de suas mãos desce para guiar o membro para dentro dela, e as dela voltam ao seu ombro em busca de apoio para o que virá a seguir.

Ele se posiciona em sua entrada e ela afunda lentamente em direção ao seu colo, enterrando seu pênis no calor que o abraça vindo de suas paredes apertadas. Ela para, se acostumando com seu comprimento que a expande por dentro. Ele olha para ela através de sua mente nublada pelo próprio desejo, e a visão que recebe só pode ser definida como perfeição: o pescoço jogado para trás oferecendo-lhe a garganta pálida, os olhos fechados e a boca em formato de "o" enquanto o suspiro satisfeito escorrega por seus lábios. Ele aperta os quadris dela e ela entende o recado, movimentando-se, subindo e descendo e intensificando o prazer de ambos quando os lados de seu canal vaginal se contraem.

Ele sente isso, no fundo de seu ser, como se fosse algo real e guarda a sensação para mais tarde, quando ele estiver acordado e sozinho, com o consolo apenas de sua mão.

O polegar de uma de suas mãos faz movimentos preguiçosos na pele irritada próxima ao osso púbico, aquela que é o desfecho da grande linha que se tornou a cicatriz da maldição que ele havia lançado em sua versão mais jovem anos atrás, o dedo acompanha a marca rumo ao seio e volta a atender o mamilo tenso, arrancando da bruxa um suspiro satisfeito com a administração do contato.

Se tudo fosse real ele gostaria de segurá-la mais perto de si ou levá-la em uma parede enquanto o som do sexo dos dois em contato tomaria conta do lugar, ele não seria rápido, ele a faria durar, intensificaria cada momento de prazer para que ambos fossem capazes de aproveitar, pois, se ele fosse sincero, ele não gostaria apenas de "fodê-la", ele gostaria de consumi-la, de levar a pequena grifinória em um grau de êxtase tão grande que ela nunca havia sido capaz de experimentar e nem de repetir com nenhum outro homem, bruxo ou trouxa, em toda a sua vida.

É claro que Antonin ainda a imaginava se contorcendo sob ele, mas não era mais através da dor que ele obteria esse resultado, não apenas por ela, é claro. Porque também não seria justo mentir, e honestamente, ele não era gentil. Ele não fazia amor, ele transava, fodia, e ele sabia que era muito bom nisso. Mas seu desejo por ela estava saindo do controle, ele precisava tê-la, mesmo que a única maneira fosse através dos malditos sonhos.

Os movimentos começaram a se intensificar, ficando mais rápidos e urgentes. Ele mesmo já podia sentir a sensação de eletricidade percorrendo seu corpo, pronta para ser libertada quando atingisse o clímax. Sua boca foi para o pescoço pálido e começou a mordiscá-lo, chupando e lambendo o local, se assegurando de que haveria uma marca ali para ser vista no dia seguinte, isso se houvesse um dia seguinte. Seu dedo encontrou o feixe de nervos entre as pernas da morena e movimentaram-se com precisão a fim de aumentar seu prazer. Ela ofegou perto de sua orelha, deixando claro que não duraria muito mais tempo se continuassem dessa forma.

Ele queria sussurrar para ela não se segurar, para permitir a vinda de sua libertação, deixar o prazer tomar conta de seu corpo, possuí-la, mas, estranhamente, ele não possuía o poder de fala em seus sonhos, apenas lhe era permitido o sensorial, e ele já estava muito contente com isso. A bruxa pareceu ficar tensa sobre seu corpo e ele aumentou a velocidade das estocadas para que pudesse a acompanhar, e assim aconteceu: o orgasmo dos dois os atingiu, o dela primeiro, transformando a criatura forte e corajosa que se encontrava em seu abraço em uma junção de músculos relaxados, com a testa apoiada na sua e os braços jogados ao redor de seus ombros enquanto respirava pesadamente, procurando se recuperar da atividade que protagonizaram.

E quanto a ele? Seu corpo estava deliciosamente dolorido, seu membro ainda se recuperava após esvaziar-se com tamanho fervor, derramando sua semente dentro da castanha e o som que saía de seus lábios era um suspiro sensual, quase um gemido de dor, apenas não tão sofrido quanto o que as paredes de seu banheiro eram obrigadas a abafar, quando sua mente perturbada e aflita pelos anos exposta aos dementadores o lembrava que ele nunca poderia vivenciar o que tanto desejava.

Então, quando a cabeça de Rabastan Lestrange apareceu em sua lareira envolta de chamas verdes, dizendo-o que poderiam ter capturado a amiguinha sangue-ruim do Potter e que ela se encontrava nas masmorras da Mansão Malfoy, ele não precisou de um momento ou dois para se esforçar a lembrar o rosto da garota que havia mexido com suas memórias semanas atrás como Rowle, porque ele sabia exatamente quem era Hermione Granger.