Passando por frestas desconhecidas, uma gélida e tímida brisa entra na sala mal iluminada. Quase que imediatamente à sua chegada, um longo suspiro a recepciona. Mas não era um suspiro de alívio.

O sutil cheiro, perceptível apenas para aquele que o buscava há tanto tempo, é inspirado para dentro dos pulmões de forma lenta, ruidosa... Com a mesma teimosia e desconforto que uma porta velha demonstra ao ser aberta após muitos anos. Se pudesse, teria colocado todas as partículas que sugeriam aquela fragrância dentro de seu ser... Mas o velho peito não permite mais espaço. Com pesar e tão barulhento como inspirado, aquele ar é devolvido ao ambiente.

- Derek... Derek! – A voz soprada não vai muito longe, mas não precisava ir. O servo aproxima-se, contornando a cadeira tão velha quanto seu senhor. Reclina-se, colocando os ouvidos a altura dos lábios murchos que o chamavam.

- Sim, mestre?

- Ela... foi liberta. Finalmente.