STORM WEATHER

Sinopse: Ele voltaria no tempo. Mudando o passado, apagando o futuro que conhecia, para criar um novo futuro. Não seria algo simples de ser feito. Mas Harry estava determinado a causar a mais poderosa tempestade, para não deixar que o mundo terminasse daquela forma outra vez.

Notas: Harry Potter não me pertence.


CAPITULO 2


Era perto das nove horas da manhã, quando Severus acordou.

Haeron dobrou o jornal, assim que escutou o primeiro gemido sonolento de seu novo filho. Ele observou com um pequeno sorriso, enquanto Severus se sentava na cama, esfregando os olhos sonolento, enquanto tentava reconhecer o ambiente a sua volta. Ele não pode deixar de se sentir satisfeito ao notar a mudança física que o menino tinha sofrido, devido a poção de adoção. No lugar das características desagradáveis de Tobias Snape, estavam os belos traços herdados de Haeron. O rosto andrógeno, apenas um pouco mais fino, nariz pequeno e arrebitado, sua pele branca e rosada nas bochechas, os lábios ainda eram finos, mas mais bem desenhados e suaves. Seus olhos não eram mais escuros, ao invés disso, eles possuíam um tom verde jade bonito. Não era o verde brilhante de Haeron, que lembrava o brilho da maldição da morte, mas era um verde muito bonito e próprio. Seus cabelos ainda era preto ébano, mas ao invés de serem lisos, formavam ondas suaves e naturais e, assim como Haeron, ele possuía a mesma mecha prateada do lado direito de sua face. Agora, seria impossível para qualquer um pensar que Severus não era seu filho biológico.

— Bom dia, Sevvie. Vá se lavar, para tomar o café.

Severus pulou ao escutar a voz de Haeron. Por um momento, ele tinha sido confuso e um pouco desorientado quando acordou, não se lembrando de imediato do que tinha acontecido no dia anterior. Vendo Haeron, fez com que ele se lembrasse de tudo. Severus não soube o que pensar ou sentir naquele momento. Era tudo tão… novo. Sem saber o que fazer, ele decidiu apenas seguir com o fluxo por enquanto.

— Sim, senhor. – Respondeu, se levantando e indo para o banheiro se lavar.

Quando Severus olhou no espelho, ele não foi capaz de se reconhecer. Seu rosto estava muito diferente… principalmente seus olhos e seu cabelo. Sua mãe sempre disse que ele se parecia com Tobias… mesmo Severus tinha sido capaz de ver a semelhança, quando se olhava no espelho e ele sempre odiou isso. Mas agora, não havia mais nada de Tobias Snape em sua aparência. Se qualquer coisa, ele parecia uma versão muito mais nova de Haeron, com exceção da tonalidade de verde de seus olhos.

"Isso é por causa da poção…?" Pensou fascinado, nunca tendo pensado que uma simples poção poderia fazer uma mudança tão grande.

Não querendo deixar seu novo pai esperando, um pouco temeroso de irritá-lo, ele lavou o rosto e escovou os dentes, antes de voltar para o quarto. Quando ele voltou, Haeron já estava sentado a mesa, bebendo chá enquanto lia o jornal da manhã.

— Venha comer. – Chamou, indicando o lugar vago na mesa.

Severus não pode deixar de sorrir animado, ao ver o que havia para seu café. Muitas vezes, ele não comia nada pela manhã, pelo simples fato de não ter o que comer. Nas poucas vezes em que havia comida, era um simples mingau sem gosto, ou pão velho que sua mãe tinha conseguido de graça nas padarias. Muito diferente dessas lembranças tristes, o café da manhã oferecido para ele era muito mais variado e atraente: um prato com três fatias triangulares de torradas francesas polvilhadas com açúcar de confeiteiro, fatias de bacon frito, uma taça de frutas com iogurte e mel, e um copo de suco de laranja.

Sem hesitar, Severus se sentou e começou a comer com um grande sorriso e satisfação, se permitindo gemer com o sabor incrível. Era delicioso! Aquela era sua segundo refeição de verdade.

Haeron sorriu ao escutar os gemidos satisfeitos de Severus, enquanto o menino comia. Ele se irritava sempre que pensava na forma como a vida do menino era antes, mas essa irritação era facilmente suprimida, com o pensamento de que a vida de Severus seria muito diferente. Ele iria garantir isso.

— Sevvie, eu quero explicar como as coisas serão a partir de agora. – Falou, chamando a atenção do menino. – Eu preciso que você saiba exatamente sobre o que significa ser meu filho. Haverá regras e expectativas. Não apenas de mim, mas de todo um círculo social.

— Sim, senhor. – Respondeu prontamente, depois de engolir um pedaço de bacon e se ajeitar na cadeira, enquanto prestava atenção a tudo o que o mais velho lhe dizia.

Haeron olhou para o menino por alguns instantes, querendo ter certeza de que ele estava prestando a atenção necessária. Quando jovem, ninguém tinha se importado de explicar as expectavas do mundo, as regras, os costumes e tradições. Muitos problemas poderiam ter sido evitados, se alguém tivesse se dado ao trabalho de lhe explicar sobre isso.

— A família von Wincott é uma das mais antigas famílias mágicas do mundo, sendo uma das cinco famílias pré-diluvianas do mundo, também conhecida como uma das Cinco Famílias Divinas. Somos chamados assim, devido ao sangue mazuko que corre em nossas veias. – Explicou com calma, tentando deixar tudo o mais claro para que Severus pudesse compreender o melhor possível. – Ser um von Wincott significa que estamos no topo da pirâmide social, mas essa posição vem com responsabilidades. Como meu filho, você é meu herdeiro. Isso quer dizer que você sempre está no centro das atenções da sociedade. As pessoas vão julgá-lo por cada palavra dita, por cada escolha tomada. E, se você se mostrar fraco, muitas dessas pessoas tentaram tirar vantagem de você. Para que isso não aconteça, eu vou educá-lo, ensinando tudo o que você vai precisar.

Severus franziu a testa, mas acenou, mostrando que ele tinha entendido.

Haeron sorriu.

Ele sabia que Severus não tinha realmente entendido. Era difícil para uma criança de apenas oito anos compreender a política e a complexa valsa social. Mesmo assim, ele sabia que o menino daria o seu melhor para aprender.

— Você terá aulas particulares de segunda a sexta, começando as oito horas da manhã e terminando as dezesseis horas da tarde. Essas aulas serão de: etiqueta, tradição, línguas, dança, história, política, esgrima, equitação, natação, aulas teóricas de magia e poções. Também quero que você aprenda a tocar um instrumento. Existe algum que você tenha interesse ou curiosidade?

Naquela pergunta, Severus corou e mordeu o lábio inferior um pouco nervoso. Ele nunca tinha tocado nenhum instrumento, mas ele tinha escutado uma vez uma menina trouxa praticando no parque… ele tinha pensado que era muito bonito e tinha desejado poder tentar.

— Eu… eu gostaria de aprender violino… se estiver tudo bem.

A resposta fez com que um sorriso satisfeito surgisse nos lábios do mazuko mais velho. Violino, piano e arpa eram os três instrumentos menos ensinados as crianças de famílias nobres, pois eram os mais difíceis de serem aprendidos. Apesar de ser uma tradição para essas crianças aprenderem a tocar um instrumentos, eram poucas as que famílias que arriscavam ensinar a seus filhos um desses três instrumentos, com medo de serem envergonhados perante o restante da sociedade, quando fossem exibir os talentos artísticos de seus filhos.

— Então, violino será. – Concordou simplesmente. Não importava que fosse um dos instrumentos mais difíceis de serem apreendidos. Se seu filho queria aprender esse, então Haeron não se importava com mais nada. – Sobre as regras, elas serão simples. Regra um: você sempre comparecerá a suas aulas e se esforçará para fazer o seu melhor. Essa regra valerá mesmo quando você estiver estudando em Hogwarts. Preguiça e má vontade não serão aceitos, quando se trata da sua educação. Estamos entendidos sobre isso?

— Sim, senhor.

— Regra dois: não falar de forma grosseira, não importa quem seja a pessoa. Se você quer rebater uma provocação, tenha certeza de fazê-lo de forma adequada, sem que para isso, você tenha que se rebaixar ao nível dos outros. Regra três: você vai me obedecer e me respeitar. Sou seu pai. Minha maior prioridade, é a sua segurança e bem-estar. Poderá haver momentos, em que eu vou te mandar fazer algo que você não vai entender o porquê, mas mesmo assim, eu quero que você me obedeça, porque eu sempre estarei pensando no que é melhor. Regra quatro: durante eventos sociais, você vai agir no seu melhor comportamento. As aulas de etiqueta e dança vão te dar o suportar que precisa para isso. Se qualquer coisa acontecer em um desses eventos, eu não quero que você haja por impulso e tente resolver sozinho qualquer problema. Você virá até mim e me contará o que aconteceu. Última regra: nunca, jamais, em hipótese alguma, minta ou esconda algo de mim. Não importa o que você faça, não importa o que aconteça, me diga a verdade. Eu não vou prometer que não haverá consequências, nem que eu não vá puni-lo. Mas se você não me contar a verdade eu não vou poder protegê-lo. Confiança é um sentimento muito frágil, Sevvie. Se você quebra essa confiança, você nunca mais pode restaurá-la, nem mesmo com magia. Você entendeu tudo?

Severas acenou rápido, Mostrando que havia entendido. Em sua mente, ele repassava cada regra dita, não querendo esquecer nenhuma das regras.

— Ótimo, então termine de comer que teremos um longo dia.

Haeron não precisou falar uma segunda vez, antes que Severus voltasse para seu café da manhã de forma entusiasmada. Enquanto o menor terminava de comer, o mazuko mais velho voltou sua atenção para os jornais. Não havia nada que fosse realmente importante: alguns desaparecimentos preocupantes, alguns ataques a famílias trouxas não solucionados… nada que fosse urgente. Oh, ele iria cuidar do Lorde das Trevas. Não da forma como muitos pensariam, mas da forma que ele sabia que seria o melhor para o Mundo da Magia. Voldemort e seus Comensais da Morte seriam aliados importantes em sua própria campanha contra a influencia trouxa na sociedade mágica e o restabelecimento das tradições e das antigas formas. Mas isso poderia esperar mais um pouco…

— Hm… o que vamos fazer hoje? – Perguntou Severus curioso, olhando para o mais velho um pouco nervoso.

— Primeiro, vamos comprar roupas novas e outras coisas para você. Depois tenho uma reunião com os goblins. Por fim, iremos para o St. Mungus, onde o curandeiro que contratei vai fazer um check-up completo em você, assim como testá-lo para o gene portador. Depois de tudo resolvido, poderemos ir para casa.

Os olhos cor-de-jade de Severus se arregalaram de uma maneira um pouco cômica, ao escutar os planos para aquele dia. Ele quase não podia acreditar, ao escutar que ganharia roupas novas! Ele nunca tinha usado nada novo… a não ser as vestes que Haeron lhe deu no dia anterior, que eram as mesmas que ele estava vestindo no momento. Ele também estava nervoso sobre o check-up médico. Ele nunca tinha tido um antes… não que ele fosse capaz de se lembrar. E…

— O que é gene portador? – Perguntou curioso, franzindo a testa com o termo estranho.

— Gene portador é um gene mágico raro, que alguns bruxos que são magicamente poderosos possuem. Ele permite que homens sejam capazes de engravidar. – Explicar Haeron, sorrindo ao ver a expressão chocada no rosto do menino. Oh, ele também tinha sido surpreso ao descobrir sobre o gene… principalmente, porque ele próprio tinha sido o primeiro gene portado em mais de cinquenta anos no mundo mágico. Haeron tinha quase que cem por cento de certeza, de que Severus tinha herdado seu gene portador pela adoção de sangue. – Ter o gene portador abre um leque maior de opções de contratos de casamento, o que é muito benéfico, já que não existem muitas mulheres adequadas na Inglaterra e, muito provavelmente, eu teria de encontrar uma boa noiva para você no exterior.

No momento em que Haeron mencionou o 'contrato de casamento', Severus ficou perigosamente pálido. De repente, a história de como sua mãe tinha arruinado toda sua família e, consequentemente, condenado Severus a uma vida miserável, por ter quebrado um contrato de casamento. Ele apertou com força os talheres, um brilho de determinação iluminou seus olhos. Não importasse com quem Haeron o contratasse, ele se casaria com essa pessoa sem questionar! Ele nunca causaria a Haeron a mesma vergonha e humilhação, que sua mãe tinha causado a seu avô. Sem mencionar, que ele nunca arruinaria a oportunidade de ter uma boa e feliz vida, que Haeron tinha lhe dado.

— Algo errado, Sevvie? – Questionou um pouco preocupado, ao ver a palidez súbita do menor.

— Não senhor, está tudo bem. – Afirmou, recompondo-se e comendo o último pedaço de fruta. Não era mentira. Não havia nada errado. Ele estava bem com tudo o que lhe foi dito. Ele só tinha feito uma promessa para si mesmo.

— Muito bem, vamos indo. – Falou, dobrando o jornal e o colocando sobre a mesa, enquanto se levantava. Ele não iria questioná-lo, principalmente, porque ele sabia o que tinha assustado Severus. O menino estava com medo em relação ao contrato, devido ao que Eileen tinha feito.


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A viagem pelo Beco tinha sido tranquila.

Além do novo guarda roupa de Severus, eles também compraram material de estudo, um violino de madeira de acácia (já que instrumentos feitos com madeira de varinha, possuíam uma qualidade muito superior e produziam um som muito melhor, apesar do valor muito mais caro). Um kit de quadribol, que incluíam uma Nimbus 1900, que era a melhor vassoura atual. E alguns brinquedos e jogos, que atraíram a atenção de Severus. Depois de todas as compras feitas, eles fizeram uma parada no restaurante Chaleira de Bronze para o almoço.

Severus tinha se sentido um pouco nervoso quando entraram no restaurante. O Chaleira de Bronze era um dos mais caros restaurantes da Grã-Bethânia e o mais caro do Beco Diagonal. A última coisa que ele queria era envergonhar Haeron, não sabendo como se portar corretamente em um lugar como aquele. Para o seu alivio, contudo, o bruxo mais velho pagou por uma área privada, longe dos olhares dos demais clientes.

— Aonde vamos agora? – Perguntou Severus, quando saíram do restaurando após o almoço tranquilo.

— Vamos até a loja de animais mágicos. Quero conseguir proteção extra para a mansão, e você pode escolher um animal de estimação se quiser. – Respondeu, enquanto guiava o menino com facilidade pela multidão que andava pelo Beco, indo em direção a loja.

Sempre que as pessoas pensavam em proteger suas casas, eles sempre pensavam em feitiços e alas de proteção. Oh, a mansão que Haeron comprou através dos goblins, estava protegida pelos melhores feitiços e alas de proteção goblin, que seu ouro pode pagar. Porém, diferente da maioria, Haeron pensavam muito além das proteções mágicas. A presença de uma criatura poderia desencorajar ainda mais os invasores. É claro que, tendo se tornado pai, ele não poderia fazer uso das mais letais, mas ainda havia algumas ótimas criaturas que ele poderia comprar para aumentar a segurança de sua casa.

Severus não pode deixar de ficar ansioso quando entraram na loja de animais. Ele nunca pensou em ter um animal de estimação, Tobias nunca teria deixado.

Assim que entraram na loja, Haeron enrugou o nariz em desagrado, ao ver a bagunça. Jaulas e tanques de vidros espalhados de forma desordenadas e sujas. Os animais não estavam organizados da forma correta. Ele podia ver uma cobra dentro do tanques dos ratos, que estavam todos amontados em um canto, enquanto a cobra estava enrolada dormindo, com uma protuberância muito suspeita em seu corpo. Haeron já estava pronto para sair daquela loja, preferindo encontrar um lugar melhor, quando um grito assustado chamou sua atenção.

Puxando Severus para trás de seu corpo, enquanto se virava para olhar na direção do grito, Haeron não pode deixar de ficar agradavelmente surpreso. Encurralando um jovem vendedor, que parecia mal ter saído da escola (se a quantidade desagradável de espinhas inflamadas quisesse dizer algo), encontrava-se um grande felino de pelo branco sujo do que parecia ser uma mistura de lama e cinzas, muito semelhando a um puma. Oh, Haeron sabia o que era aquele animal… mais ainda, ele podia sentir o poder mágico emanando daquela criatura maravilhosa.

— Fique aqui. – Ordenou para Severus, enquanto caminhava em direção a criatura.

Sua aproximação foi sentida, quase que de imediato pela criatura, que se virou para encará-lo com suspeita por apenas um segundo. Os olhos, de um tom anormal de ametista brilhante, se arregalaram.

{Meu senhor, eu nunca pensei que veria um de sua raça nesse lugar imundo.} Falou a criatura, sua voz ecoando em sua mente.

{Eu estava a procura de alguém para proteger minha casa. Pensei que esse lugar poderia ter algo interessante. Mas o que uma alseíde faz tão longe das florestas, possuindo o corpo de uma wampus?} Questionou mentalmente, verdadeiramente curioso.

A alseíde abaixou a cabeça, parecendo envergonhada.

{Minha floresta foi destruída, meu senhor. Fui incapaz de protege-la. Durante a destruição da floresta, meu núcleo mágico foi gravemente ferido. Para sobreviver, me fundi a essa wampus, que estava à beira da morte. Infelizmente, eu estava muito fraca e logo fui capturada por caçadores e trazida para cá.}

Haeron comprimiu os lábios ao escutar aquilo.

Alseídes eram espíritos das florestas, cujo dever era proteger a natureza do ambiente em que estavam. Até certo ponto, elas eram como servas dos mazukos, devido ao fato de que os próprios mazukos podiam controlar os elementos. Não apenas isso, mas wampus eram criaturas magicas muito poderosas, que não podiam ser controladas por bruxos, não importava os métodos usados.

{Lamento pelo o que me diz, é triste saber que uma floresta inteira foi destruída. Dou-lhe minha palavra, de que o responsável pagará por tal crime. Contudo, gostaria de lhe oferecer um acordo.}

{O que deseja de mim, meu senhor?}

{Como falei, procuro por proteção extra para minha casa. Seria um prazer, se você aceitasse viver minha casa e protegesse ela contra intrusos.}

Nesse momento, a alseíde ergueu a cabeça surpresa, com os olhos brilhando de fascínio e incredulidade, antes de abaixar a cabeça de forma respeitosa.

{Seria uma grande honra servi-lo, meu senhor. Também devo avisá-lo, que a wampus que possui está gravida. A cria deverá nascer em breve. Devido aos meus próprios poderes, os filhotes não serão como os de sua própria espécie. Eles possuíram meus poderes e minha lealdade a sua raça. Assim como eu, eles também o protegeram.}

{Excelente. Qual é o seu nome, querida?}

{Millihore, meu senhor.}

{Muito bem, Millihore. Me chame apenas de Haeron. Agora, vamos tirá-la desse lugar desagradável.}

Terminando sua conversa com Millihore, Haeron voltou seus olhos para o vendedor que estava tentando se esgueirar para onde estava o que restava de sua varinha. Parecia que Millihore tinha destruído da varinha do vendedor, quando ele tentou usá-la para subjugá-la.

— Eu quero comprar essa wampus. Como 50 galeões soam?

O vendedor congelou no mesmo lugar por um momento, antes de se virar para encará-lo. Haeron viu os olhos escuros do vendedor brilharem em uma mistura de alívio e ganancia. Quase que imediatamente, ele se levantou do chão, tentando endireitar suas vestes, que tinham sido parcialmente destruídas pelo ataque da wampus.

— Ela me custou 90 galeões, senhor. Sem mencionar que ela está prenha. Cada filhote vale, no mínimo, 100 galeões. Como não posso saber quantos ela terá, seria apenas ilógico vendê-la por menos de 1000 galeões.

Haeron arqueou uma sobrancelha, não acreditando na audácia do homem. Ele estava, realmente, tentando barganhar a venda de uma criatura cujo comercio era ilegal, a menos que possuísse os documentos legais aprovados pelo Departamento de Regulamentação e Controle de Criaturas Mágicas, algo que Haeron duvidava completamente que aquele homem possuía, levando em conta as condições de Millihore.

— Nesse caso, o senhor não se importará de me mostrar a documentação da importação dela.

Não era uma pergunta.

Haeron não pode deixar de sorrir de satisfação, ao ver o vendedor empalidecer mais.

— Er… talvez… possamos fazer um acordo. Creio que 50 galeões seja um valor justo.

Sorrindo, Haeron colocou o dinheiro sobre o balcão e se virou para sair, com Millihore seguindo-o em silêncio.

Severus tinha observado toda a cena em silêncio, não podendo deixar de se surpreender ao ver o grande animal que acompanhava seu pai. A criatura olhou em seus olhos por um momento, antes de curvar a cabeça em sua direção. Foi nesse momento que ele escutou uma voz feminina forte, mas suave dentro de sua cabeça.

{Você é o filho do mestre Haeron. É um prazer conhece-lo, criança. Sou Millihore.}

Severus arregalou os olhos.

— Ela…

— Sim, ela pode se comunicar conosco. – Afirmou Haeron guiando o menor para fora da loja, ele não queria ter essa conversa naquele lugar. – Millihore é uma alseíde, um espirito da floresta. Devido a algumas circunstâncias desagradáveis, ela se fundiu com uma wampus. Espíritos da floresta, como ela, estão intimamente ligados a mazukos e, por isso, compartilhamos um link mental, que permite que ela se comunique conosco. – Explicou quando chegaram do lado de fora da loja.

Severus olhou para a grande felina. Mesmo suja, da forma que ela estava, ele podia dizer que ela era um animal muito bonito e, estranhamente, ele também era capaz de sentir a magia fluindo dela.

— Sevvie, eu sei que prometi um animal de estimação para você, mas aquela loja era muito desagradável, e duvido que eles teriam algo que pudesse te interessar. – Falou Haeron, depois de ver o menino olhando para Millihore com interesse obvio. – Se você quiser, podemos procurar em outra loja, mas Millihore está gravida. Em algumas semanas, ela terá filhotes e, se você quiser, pode ficar com um deles.

Aquilo chamou a atenção de Severus, voltando seus olhos para o bruxo mais velho quase que de imediato.

— Eu… eu posso mesmo?

Haeron sorriu com a expressão do menor. Severus conseguia ser muito fofo naquele idade.

— Sim. Millihore ficaria honrada, se você escolhesse um de seus filhotes, para ser seu familiar.

Severus arregalou os olhos ao escutar o termo. Ao invés de 'animal de estimação', Haeron estava dizendo familiar. Mesmo que ele não conhecesse muito do Mundo Mágico, graças a pouca educação que sua mãe tinha lhe oferecido, ele sabia o que era um familiar e o quão importante eles eram.

{Seria uma grande honra e prazer, pequeno senhor.} Afirmou Millihore, depois de escutar a proposta do mazuko mais velho.

Haeron sorriu ao ver a felicidade brilhar no rosto de seu filho. Ele garantiria que esse brilho seria algo constante em Severus. Oh, ele não era ingênuo. Por mais protetor e cuidadoso que ele fosse, sempre haveria momentos de insegurança e tristeza, que Severus teria de passar. Mesmo assim, ele iria se esforçar para fazê-lo ter a melhor infância possível.

No momento em que Severus foi guiado para o grande prédio branco, seus olhos se arregalaram ao ver o guarda usando um uniforme vermelho e dourado. Era fácil saber que não era humano, mesmo que ele não soubesse o que era.

— É um goblin. – Explicou Haeron, sua voz baixa o suficiente para ser discreto, mesmo que soubesse que a audição dos goblins era excelente. – Eles são os responsáveis por guardar e proteger o ouro dos bruxos. São excelentes guerreiros, mestres na arte da forja mágica, muito inteligentes e leais a aqueles que sabem como conquistar sua lealdade. E, acima de tudo, são excepcionalmente cruéis com aqueles que tentam enganá-los ou roubá-los.

Severus acenou a cabeça, mostrando que ele tinha entendido.

O goblin na porta sorriu, curvando-se em direção a eles. Haeron acenou em direção ao goblin, enquanto guiava Severus pelos portas de bronze. Quando chegaram as portas de prata, ele notou que o menino tinha olhado com surpresa em direção as palavras esculpidas na porta de prata.

— Isso é verdade? – Severus perguntou, sentindo-se um pouco nervoso, enquanto passavam pelas portas de prata.

— Sim. A lei goblin é muito séria sobre roubo. A punição por tentativa de roubo é a morte pela nação goblin.

Não que Haeron pudesse disser alguma coisa. Ele tinha roubado com sucesso o banco uma vez e tinha conseguido sair em pune. Claro que as circunstâncias eram especiais, e os goblins não podiam fazer nenhum tipo de acusação ou reivindicação. Apesar disso, seu pequeno delito com a nação goblin foi facilmente esquecido, depois de devolver a espada de Godric Gryffindor. E, para seu alívio e agrado, suas ações passadas não significavam nada naquela linha do tempo e sua relação com os goblins era a melhor possível.

Dirigindo-se até um goblin desocupado, ele fez seu requerimento para falar com Ragnok. Prontamente, ele foi levado ao escritório do goblin, que já o aguardava.

— Boa tarde, Lorde von Wincott. Que seu ouro brilhe tanto quanto o sol. – Cumprimentou o goblin, indicando o par de cadeiras a frente de sua mesa.

— Boa tarde, Ragnok. Que o sangue de seus inimigos caía aos seus pés. – Respondeu fazendo um gesto para que Severus tomasse a cadeira da esquerda, enquanto Millihore sentava-se ao lado da cadeira da direita, onde ele sentou-se.

— Vejo que o senhor adquiriu uma familiar um tanto incomum. – Comentou, olhando para a criatura ao lado do mazuko.

— Sim, e eu tenho certeza de que você pode conseguir os documentos, que provem que minha aquisição seja legal.

O goblin sorriu maldosamente ao escutar aquilo.

— Certamente, posso enviá-los por coruja antes do jantar.

— Isso seria perfeito. Você tem os documentos que eu pedi prontos?

O goblin não respondeu, ao invés disso, estendeu uma pasta escura em sua direção. Haeron a abriu, analisando os documentos com cuidado.

Eram os documento que comprovavam que Severus era seu filho. Ele leu com cuidado cada detalhe estipulado nos documentos, tendo certeza de que estava tudo do jeito que ele tinha pedido. Os documentos legalizavam a adoção de sangue, apagando Tobias Snape como pai. Também exibia de forma perfeita o novo nome de Severus: Severus von Wincott. Agora, nem mais o nome daquele trouxa seu filho carregaria.

— Perfeito. Dessa forma, ninguém poderá questionar a paternidade de Severus. – Falou, com um sorriso satisfeito em seus lábios. – E quanto aquele rastreamento que eu pedi?

Nesse momento a expressão divertida do goblin desapareceu, sendo substituída por uma expressão sombria e furiosa. Severus se encolheu em sua cadeira ao ver a mudança de humor, chegando a temer o que o goblin faria a seguir. Porém, ao contrario de seu filho, a única reação de Haeron foi arquear uma única sobrancelha.

— Os goblins responsáveis pelo rastreamento não encontraram nada ainda. Ele, certamente, foi muito hábil ao se esconder. Ao contrario da Sra. Snape, ele é muito mais cuidadoso e não deixou muitos rastros confiáveis. Sou obrigado a pedir que o senhor tenha um pouco mais de paciência, sobre esse assunto.

Haeron suspirou frustrado ao escutar aquilo.

Tinha sido tão fácil encontrar Severus. Talvez porque ele sabia muitos detalhes sobre a infância desagradável que ele tinha tido nas mãos daquele trouxa. Graças a isso, foi muito mais fácil dar as informações pertinentes aos goblins, que conseguiram rastrear o paradeiro de Severus. Infelizmente, o mesmo não parecia estar ocorrendo agora. Ele não sabia muito sobre seu alvo… apenas alguns detalhes pequenos e insignificantes, para ajudar no rastreamento.

— Compreendo. E sobre o dossiê que eu pedi? – Perguntou, tentando manter sua frustração controlada. Não adiantaria nada perder a paciência naquele momento.

— Sobre isso, as notícias são melhores, Lorde von Wincott. Nossos detetives estão conseguindo cada vez mais informações. Nesse momento, o dossiê que temos seria o suficiente para remover esse pequeno… incomodo de sua vida, se o senhor desejar usá-lo agora.

— Isso me alegra, mas 'removê-lo' não será o bastante. Quero o suficiente para eliminá-lo completamente. Mantinha a coleta de informações e guarde-as no cofre que solicitei. Não pretendo fazer uso disso tão cedo, desde que ele não se intrometa nos meus assuntos mais cedo do que o previsto.

O sorriso maldoso de Ragnok retornou a seu rosto ao escutar aquelas palavras. Haeron pensava como um goblin. Ele se armava para uma guerra, antes da guerra começar e garantia as melhores armas para serem usadas contra seus inimigos. Verdade que a guerra seria mais política do que sanguinárias, mas ainda era divertido para ele assistir. E, com alguma sorte, o idiota cruzaria o caminho errado com o mazuko, ao ponto de que a lei goblin pudesse ser puxada… então seria Ragnok o único a se divertir com ele.

— Como o senhor desejar. Existe mais algum assunto que o senhor gostaria de tratar conosco? – Questionou, imaginando se haveria mais alguns negócios que o mazuko pudesse querer.

— Sobre a loja de animais mágicos na rua principal do Beco… – Começou Haeron, enrugando o nariz em desagrado. – Eu gostaria de fazer uma denúncia: péssimas condições sanitárias, má administração dos animais, trafico ilegal de criaturas com classificação superior a XXXX.

Naquele momento, os olhos do goblin pareceram brilhar de prazer ao escutar. Prontamente, ele puxou um pergaminho e começou a escrever as acusações.

— Denúncia anônima, eu presumo?

— Certamente.

— Muito bem, vou encaminhar a denúncia para o Departamento de Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas por meio de um de nossos advogados. Mais alguma coisa, Lorde von Wincott?

— Apenas uma encomenda, de uma de suas maravilhosas peças artesanais. – Afirmou, com um sorriso divertido em seus lábios. – Gostaria de encomendar uma coleira para Millihore. – Explicou, indicando a wampus sentada ao lado de sua cadeira.

Ragnok sorriu, puxando outro pergaminho, para anotar o pedido.

— Ela deve ser de platina, a melhor que você possuir. Com o brasão da família von Wincott gravado, obviamente. Um pouco de detalhes em ouro seria bom. Talvez algumas pedras para a decoração, pequenas e bem colocadas. Algo… minimalistas e delicado.

— Será feito imediatamente. A data de entrega é para daqui quatro dias. Se o resultado final não for de seu agrado, o senhor não precisará pagar por ele e faremos um novo, até que seja do seu agrado.

Haeron acenou e se despediu do goblin, antes de pedir para usar a lareira para ir até o St. Mungus, não antes de chamar um de seus elfos domésticos para levar Millihore para a mansão, com ordens para limpá-la e verificá-la para qualquer ferimento ou danos.

Assim que entraram no hall no St. Mungus, Severus não pode deixar de enrugar o nariz, sentindo o cheiro de desinfetante e outros produtos de limpeza, que era comum em um hospital. Seus olhos observaram com curiosidade o hall, enquanto seguia seu pai em silêncio até a sala de espera. Quando chegaram a ela, Severus foi surpreendido com a visão de, pelo menos, três dúzias de bruxos e bruxas amontoados na sala de espera, exibindo diferentes sintomas de acidentes e doenças, causadas por magia.

— Por que eles estão aqui? – Perguntou, franzindo a testa, um pouco preocupado ao ver uma menina, que deveria ser um pouco mais velha do que ele, chorando enquanto segurava o braço, que estava cinco vezes o tamanho normal e coberto de pelos.

Haeron lançou um olhar descontente para as pessoas na sala de espera.

— Porque o St. Mungus não tem curandeiros o suficiente, que possuam o treinamento adequado, para cuidar de todos os acidentes e doenças mágicas. A maior parte dos curandeiros, apenas fez o curso básico, para receber a licença de cura, ao invés de dedicar a quantidade de anos necessárias para um mestrado adequado. Os poucos que sabem o que estão fazendo, não são pagos adequadamente ou ficam sobrecarregados com mais pacientes do que podem lidar. E o resultado disso, é a superlotação que você está vendo. – Explicou Haeron, enquanto caminhava até o balcão da recepção.

Atrás do balcão, estava uma mulher ruiva por volta dos vinte anos, lixando as unhas de forma despreocupada. Quase como se não estivesse trabalhando e sim de férias.

— Acidente ou doença? – Perguntou ela, nem mesmo se dando ao trabalho de levantar a cabeça para ver quem tinha chegado.

— Nenhum dos dois. Tenho uma consulta marcada com o Curandeiro Sciuto.

— Nome? – Perguntou a atendente, ainda sem se incomodar em olhar quem estava a sua frente.

Haeron precisou controlar sua própria irritação.

Ele nunca tinha sido muito paciente com pessoas que não podiam fazer seu trabalho corretamente.

Lorde Haeron von Wincott.

Oh, a reação da mulher foi mais do que prazerosa.

Em menos de um segundo, ela estava em pé, os olhos castanhos arregalados de medo e vergonha, enquanto encarava Haeron.

— S-sinto muito senhor. Apenas um momento. – Pediu gaguejando, enquanto começava a puxar papeis e pastas, que cobriam a parte de trás do balcão. – A-aqui está. O agendamento da consulta para um check-up completo em seu filho, com o Curandeiro Sciuto. Ele o aguarda na sala 607, sexto andar.

Haeron não disse nada para a mulher, antes de levar Severus até o elevador e apertar o botão para o sexto andar. Eles ficaram em silêncio por alguns minutos, enquanto Severus se remexia um tanto inquieto ao lado do mais velho.

— Pare de se remexer e diga o que está te incomodando. Não ajuda ficar quieto e nervoso. – Ralhou de forma suave, sem olhar para o menino, sabendo que isso o deixaria pior.

— Hm… se… se algo estranho aparecer nos exames… o… o que você vai fazer? – Perguntou inseguro. Ele nunca tinha tido um check-up. Ele nunca tinha ido para o hospital, nem mesmo uma única vez em sua vida. Ele não sabia o que o curandeiro procuraria, ou o que aconteceria se algo estranho fosse encontrado.

Haeron apenas arqueou uma sobrancelha com a pergunta.

— Se algo estiver 'estranho', como você disse, então o curandeiro vai receitar uma poção, ou talvez lançar um feitiço, para 'arrumar' o que quer que seja. Não há nada que você precisa se preocupar.


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O Curandeiro Arkadius Sciuto era um homem alto e robusto, de ascendência alemã. Mesmo tendo nascido na Irlanda, ele tinha frequentado Beauxbatons na França, junto com um Mestrado de Cura completo na Espanha. Aos cinquenta anos, ele era um dos poucos curandeiro verdadeiramente capacitados trabalhando no St. Mungus. Foi por esses e outros motivos, que Haeron tinha feito um contrato com o homem, por meio de Gringotes, para que ele se tornasse o curandeiro de sua família.

Assim que entraram na sala, o homem o cumprimentou educadamente e começou sua avaliação com algumas perguntas sobre como tinha sido a vida de Severus antes da adoção. É claro que, ao saber que o menino nunca tinha recebido qualquer tipo de cuidado ou tratamento médico, tinha deixado o homem furioso e indignado. O que se seguiu foi uma longa lista de feitiços de diagnósticos sendo lançados em Severus, junto com o que Haeron reconheceu sendo inúmeros palavrões em alemão, proferidos pelo curandeiro furioso. Ele também notou alguns feitiços de cura sendo usados, provavelmente, para cuidar de algum dano menor que ele encontrou com seus feitiços.

Quase uma hora depois, o homem estava sentado em sua cadeira, escrevendo furiosamente em um pergaminho, enquanto uma segunda pena escrevia sozinha em outro. Depois do que pareceu horas, o homem largou a pena, se recostando em sua cadeira, antes de encarar pai e filho sentados do outro lado da mesa.

— Lorde von Wincott, não costumo ser do tipo dramático, mas nunca vi uma criança em um estado tão preocupante de saúde. – Afirmou o curandeiro, seus olhos cinzentos brilhando de frustração e fúria. Provavelmente, desejando colocar suas mãos nos responsável pelo estado atual do menino. – Ele não apenas, não possui nenhuma das vacinas obrigadas por lei, mas também está com no nível 2, quase 3, de desnutrição proteico-calórica. Seus ossos apresentam sinais de deficiência grave em minerais como cálcio e ferro. Alguns desses ossos sofreram sérias lesões, e nunca receberam qualquer tipo de tratamento. Sem mencionar a deficiente de vitaminas A, B12, C e D. Se tais condições não forem tratadas, imediatamente, eu poderia me arriscar ao dizer que seu filho não viveria para ver seu aniversário de 15 anos.

Haeron não estava surpreso.

Ele tinha esperado algo nesse nível. Ele próprio tinha estado em péssimas condições, ainda piores do que as de Severus, quando se consultou com um curandeiro pela primeira vez. O curandeiro não tinha descoberto como ele ainda poderia estar vivo, ou ter sobrevivido a tudo que tinha, com seu corpo em condições tão ruins.

— Sobre o tratamento? – Questionou, sabendo que não adiantava fazer qualquer tipo de cena. Ele precisava providenciar a recuperação total de seu filho.

— Vou receitar um regime de poções nutricionais para o próximo mês, junto com uma poções de cálcio e ferro. Ele precisará entrar em uma dieta alimentar controlada pelo próximo mês, para que as poções possam fazer o trabalho delas. Comer a cada três horas, variando os alimentos para que seu corpo se recupere. Ele também precisará fazer atividades ao ar livre, em contato com o sol por, pelo menos, uma hora por dia, para ajudar a superar a deficiência de vitamina D. As vacinas precisaram ser agendadas. Hoje posso aplicar as vacinas contra doenças trouxas, mas terei que marcar para a próxima semana as das doenças bruxas e aconselho a fazer a da varíola de dragão separada das demais, alguns dias depois, já que ela costuma causar algumas reações fortes, que podem piorar se aplicada junto com as outras.

Haeron acenou em compreensão, pegando o pergaminho com o nome das poções e a quantidade a ser tomada todos os dias.

O curandeiro se levantou e começou a preparar as injeções que seriam aplicadas. Severus encarou as varias seringas preparadas com um pouco de receio.

— Vamos começar. – Falou Sciuto, fazendo sinal para que Severus se levantasse e ficasse parado ao seu lado. – Pode doer um pouco, mas peço que não se mexa e não retraia seu braço.

Severus olhou para Haeron, que apenas sorriu para passar segurança.

Durante os próximos cinco minutos, Severus recebeu o total de dez doses de vacinas. Tinha sido desagradável, para dizer o mínimo, mas ele se concentrou para não fazer qualquer tipo de som. Depois de receber a ultima dose, ele voltou a se sentir ao lado de Haeron, massageando de vagar o braço dolorido.

— E quanto ao teste do gene portador? – Perguntou curioso, depois que Severus voltou a se sentar ao seu lado.

— Positivo. Seu filho possui o gene portador completo, o que significa que ele tem a plena capacidade de engravidar, sem o auxilio de qualquer tipo de método mágico. – Afirmou, pegando o pergaminho que tinha escrito com a pena de repetição, pressionando sua varinha contra o papel, antes de entregá-lo para Haeron. – Aqui está o comprovante autenticado do teste.

Haeron pegou o pergaminho, guardando-o dentro se suas vestes. Despedindo-se do curandeiro, e agendando a próxima consulta para as próximas vacinas, Haeron levou Severus até o hall de entrada do hospital, antes de aparatar para a mansão.


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Blood Pledge é uma magnifica mansão com mais de dois mil metros quadrados, construída em 1815 no condado de Devon, próxima ao vilarejo de Clovelly, que se tornou um vilarejo completamente mágico em 1560. Construído a pedido do rei George III, e dado como presente ao Lorde Burke em 1860, pelo rei Edward VII, como agradecimento por se livrar de uma maldição desagradável que afligia seu filho. Em 1903, Edgar Burke, neto do Lorde Burke que ajudara o rei, perdeu uma grande quantidade de ouro, ao fazer infelizes apostas com os goblins, em uma tentativa tola de aumentar a fortuna da família. Como resultado, para pagar sua dívida com os goblins, ele precisou entregar a mansão, ou ser vítima da lei goblin. E, foi graças as tolas escolhas de Edgar Burke, que Haeron se tornou o feliz proprietário do Blood Pledge.

A mansão era uma visão magnifica, do alto da colina próxima ao pequeno vilarejo mágico. Ela tinha sido completamente reformada há poucos dias, depois que Haeron concluiu a compra, fazendo com que ela parecesse nova e brilhasse com a magia familiar que agora estava ligada a família von Wincott. Em seu interior, ela era dividida em três andares majestosos. No térreo, estava o salão de baile, a sala se estar forma e informal, sala de jantar formal e informal, um belo solário que tinha como vista o belo jardim da mansão, cozinha e o laboratório de poções. O segundo andar era onde se encontravam cinco quartos, todos com banheiro e closet, a biblioteca (que já tinha sido abastecida com todos os livros que Haeron possuía e alguns outros que tinham estado dentro da mansão), a sala de duelos e três escritórios (um dos quais, já havia sido decorado e montado com as especificações de Haeron, para que ele o usasse). No terceiro andar estavam dez suítes, que tinham sido montadas para o senhor da mansão e seus herdeiros. O jardim da mansão era quase três vezes o tamanho da própria mansão, com o belo lago brilhando no fundo, cercado pela floresta. O estabulo ficava um pouco afastado da mansão, onde já residia: cinco corcéis puro sangue, seis pégasos da melhor linhagem e três hipogrifos do melhor porte.

Em suma, a mansão era perfeita.

Depois de instalar Severus no novo quarto, que ficava ao lado de seu próprio quarto, Haeron deixou o menino se acomodar e foi para seu escritório. Recostando em sua confortável cadeira atrás da mesa, ele se permitiu deixar sua mente vagar por alguns instantes, pensando em tudo que já tinha feito e nas muitas outras coisas que ainda tinham que ser feita.

Ele havia conseguido, com sucesso, resgatar Severus do verme trouxa e da traidora. Porém, mudar o futuro não era tão simples. Severus teria uma infância diferente. Ele seria amado e educado para ser o melhor que suas habilidades lhe permitissem. Ele seria um menino completamente diferente, quando chegasse o momento de ir para Hogwarts. Oh, Haeron não estava preocupado sobre a casa em que Severus seria selecionado. Isso não era um fato importante. A casa não fazia o bruxo, afinal.

Contudo, existiam outros… fatos que ele estava indo para mudar.

Sem dizer uma única palavra, ele ergueu a mão e usou sua magia para convocar um livro da biblioteca. Alguns segundos depois, um livro velho de capa de couro marrom entrou do escritório. Com um movimento suave, ele o agarrou e o abriu, procurando o capítulo que precisava. Um sorriso sádico surgiu em seus lábios ao encontrar o que desejava.

Aquele livro, era o livro de poções escrito por Del Kierson von Wincott, seu ancestral. Del Kierson tinha sido um gênio em poções, um especialista que superava qualquer Mestre de Poções. Ele tinha escrito um único livro, que continham todas as suas criações. Porém, ao contrário de muito outros, ele nunca publicou suas criações, deixando os segredos de suas poções apenas dentro da família. Del Kierson estava tão determinado a permitir que apenas aqueles com o sangue von Wincott tivessem acesso a suas criações, que ele tinha colocado uma poderosa e complexa proteção de sangue em torno do livro. Se alguém, que não possuísse o sangue von Wincott, tentasse sequer tocar o livro, sua mão seria envolvida por chamas negras que destruiriam completamente o sistema nervoso das mãos, o que tornaria as mãos do indivíduo inúteis.

Felizmente, Haeron possuía sangue von Wincott. Na verdade, graças as Relíquias da Morte, ele tinha 100% de sangue von Wincott.

Com cuidado, seus dedos deslizaram sobre a pagina amarelada, lendo o nome da poção: Veneno Wincott. O mais letal e indetectável dos venenos. Poderia ser comparado com a versão líquida da Maldição da Morte. Não era necessário a ingestão do veneno, para que a vítima morresse. Tudo o que precisava era que uma única gota fizesse contato com a pele do alvo. Após isso, a morte seria quase que instantânea. Não havia dor… infelizmente. Mas, em troca, seria impossível encontrar qualquer vestígio da poção, ou rastreá-la até quem a tinha preparado.

O sorriso quase diabólico no rosto de Haeron teria feito o mais cruel dos demônios se encolher de medo.

Haeron sabia, exatamente, em quem ele usaria aquele veneno.


Oi gente, =3

Eu sei que eu demorei muito para atualizar, mas eu fiquei meio que ocupada demais e não tive muito tempo livre. Espero que todos tenham gostado de como está se desenvolvendo a história. Sei que está muito no comecinho e as coisas estão muito 'verdes' ainda, mas peço um pouco de paciência, já que essa vai ser uma daquelas fanfics LONGAS xP

Sobre o aparecimento do Tom, isso vai dar uma demoradinha ainda, mas creio que lá pelo cap 5 ele fará a sua estreia. Então... quem vocês acham que vai ser a vítima do veneno? =D E quem vocês acham que o Haeron (Harry) está tentando rastrear? Quero opiniões!

Muito obrigada a todos pelos comentários e espero que estejam gostando da fic, e estejam ansiosos pelos próximos capítulos.

Mil beijinhos e até o próximo ;)