Capítulo 1

Março de 1812

Darcy sentou-se em sua mesa na sua casa em Londres rodeado de cartas, a maioria consistindo de convites para a Temporada de Londres.

"Por que eles persistem em me convidar para esses eventos confusos? Eu nunca compareço, e não vou começar agora." Darcy resmungou.

Frustrado, Darcy impacientemente empurrou a pilha para o lado da mesa, fazendo com que vários convites caíssem no chão. Recostando na cadeira, ele correu os dedos pelos cabelos já bagunçados.

Outro ano e ela ainda não veio. Darcy tinha comparecido fielmente à todo Baile Noite de Reis, menos um, desde que ele tinha feito 18 anos. Ele não esperava encontrá-la naqueles primeiros anos quando ele ainda estava verde, casamento e cortejo as últimas coisas em sua mente. Mas depois que ele se formou em Cambridge e se torno Mestre de Pemberly ele esperou que ela fosse aparecer. Ele foi ao maldito baile todo ano, por que ela não poderia ir também?!

Darcy parou seus resmungos internos, lembrando daquela única vez que ele não foi. Ele tinha perdido o baile 5 anos atrás porque seu pai tinha acabado de falecer e ele não estava com humor festivo.

E se foi lá que ele deveria encontrá-la? Ele tinha 22 anos e tinha acabado de se formar em Cambridge. "E se eu perdi minha chance?" Não pela primeira vez Darcy lamentou não ter perguntado a sua mãe mais particularidades sobre as circunstâncias em que ele a encontraria. A única coisa que ela disse foi que ela estaria no Baile Noite de Reis da sua Tia Matlock. Darcy percebeu que ela não disse que era lá que ele a encontraria. Ele resmungou correndo as mãos pelo cabelo puxando as pontas. Estava ficando longo demais, ele deveria pedir ao seu criado de quarto para cortá-lo.

Então onde ela estava? tinha ficado rapidamente aparente que ela não podia ser um membro da elite. Depois de 8 anos se misturando com as debutantes de sorriso afetado que desmaiam por qualquer coisa, ele percebeu que nunca poderia amar uma delas. Suas posturas bajuladoras o enojavam. A única coisa pior que essas damas eram as suas mães. Darcy estremeceu. Não, ela não era uma delas.

Ele estava tão esperançoso esse ano. Que esse ano ela viria. Darcy levantou-se e começou a andar de um lado para o outro na frente da sua mesa. Parando na frente da janela, ele olhou para o jardim encharcado pela chuva. Quão apropriado que o tempo refletisse seus sentimentos.

Foi dessa maneira que seu primo, Coronel Richard Fitzwilliam, o encontrou.

Parando na porta ele analisou a cena diante dele. Darcy estava parado na frente da janela olhando para o lado de fora. As mãos atrás das costas, uma grave, não, sombria expressão no rosto. Richard sorriu para si mesmo. Seu primo era previsível demais.

Suspirando, Richard entrou na sala da mesma forma que um soldado entra no campo de batalha. Ele tinha algo muito importante para dizer a Darcy e ele sabia que teria de pisar com muito cuidado para evitar que Darcy se feche completamente.

Darcy virou-se de costas para a janela quando seu primo se aproximou.

"Richard, essa é uma surpresa inesperada." Darcy sorriu em boas vindas. Richard notou que o sorriso não lhe chegava aos olhos.

Sentando em uma das poltronas perto da lareira, ele esticou suas longas pernas para frente e descansou as mãos sobre a barriga. "Mas não indesejada, eu espero."

"Por favor, sinta-se a vontade Richard." Darcy disse secamente.

"Eu sempre me sinto primo." Richard sorriu de orelha a orelha. "Por favor, sente Darcy. Você é alto e meu pescoço não suporta a tensão de olhar para cima."

Darcy sentou-se na frente de Richard bufando. "Poe que eu estou com a sensação de que vou ser enterrogado?"

"Darcy, eu não interrogo, eu intimido." Darcy fuzilou seu primo com os olhos. "E quando foi que isso funcionou comigo Richard?"

"Nunca." Ele respondeu honestamente. "Mas isso nunca me impediu de tentar."

Darcy inclinou-se para frente na sua poltrona na direção de Richard. "Antes que você me pergunte, não, ela não apareceu." Darcy recostou e esperou pelo diálogo inevitável. Isso já virou uma rotina nos últimos anos. A natureza dos trabalhos de Richard com o Exército o impedia de vir para casa frequentemente. Nos últimos 7 anos ele esteve em Londres uma vez durante o Natal e no Baile Noite de Reis de sua mãe.

"Eu sei."

"O que quer dizer com 'eu sei'?"

Richard revirou os olhos. "Darcy, se você tivesse encontrado sua amada eu não acho que teria encontrado você resmungando no canto."

"Eu não resmungo Richard."

"É claro que não."

"Por que eu ainda conto as coisas pra você?" Darcy tinha contado a Richard o que sua mãe tinha lhe dito e mostrado os dois desenhos pouco tempo depois da morte de seu pai.

"Se eu ganhasse uma libra toda vez que você dissesse isso, eu não teria que arriscar a vida pelo reino."

"Seu sarcasmo não é apreciado Richard, eu lhe garanto. Eu imagino que você tenha um motivo para me fazer essa visita." Darcy estava começando a perder a paciência e isso não era nada bom.

"Eu preciso de um motivo pra visitar meu primo favorito?" Richard sorriu benignamente para Darcy.

"Georgiana é sua prima favorita, Richard, e você está fugindo do assunto."

Richard suspirou, sentado-se ereto e colocando as mãos nos joelhos. Talvez ele devesse esperar até que seu primo não estivesse tão mal humorado. Richard olhou fixamente para se primo. Darcy sempre foi seu melhor amigo e confidente desde a infância. Não havia nada que ele não faria por ele. Ele não podia assisti-lo se afundar na miséria. Além do mais, ele tinha prometido a Georgiana. Não, ele não podia esperar mais.

Preparando-se, ele disse, "Nós estamos preocupados com você."

"Nós quem?" Darcy estava surpreso. De todas as coisas que ele esperava que Richard dissesse, aquela definitivamente não era esperada.

"Georgiana e eu, é claro."

"Estou bem." Darcy disse curtamente. Levantando-se, ele foi até sua mesa e começou a separar a pilha de correspondências.

"Agora quem é que está fugindo do assunto." Richard levantou e parou na frente da mesa. Apoiando as duas mãos em cima da mesa, ele disse, "Você precisa ouvir o que eu tenho a dizer. Por favor."

Darcy levantou os olhos. Ver a expressão ansiosa e preocupada nos olhos de seu primo o fez pausar. Richard foi a única pessoa em quem ele confiou completamente com o segredo de sua mãe. Para o crédito de Richard, ele não duvidou nem por um segundo do que Darcy o tinha dito tantos anos atrás. Desde então ele não foi nada além de encorajador e apoiador. Foi por causa de Richard que Darcy não sucumbiu a desesperança há muito tempo.

"Tudo bem Richard." Darcy concedeu. "Vamos pelo menos ficar mais confortáveis." Gesticulando para as poltronas na frente da lareira, Darcy foi até elas e se sentou. Richard se sentou em seguida, mas logo se levantou de novo e começou a andar de um lado para o outro.

Darcy esperou. Ele sabia que provavelmente não gostaria do que quer que fosse que Richard tinha pra dizer. Darcy era uma pessoa muto fechada, raramente dividindo seus pensamentos e sentimentos com alguém. Ele não tinha se aberto com alguém desde...sua mãe. Darcy rapidamente cortou aquela linha de raciocínio. Ele precisava focar em Richard agora.

"Darcy..." Richard começou, então parou, correndo uma mão pelos cabelos.

Era divertido para Darcy que Richard estivesse nervoso. Ele era o indivíduo mais confiante que ele já tinha conhecido.

"Se é tão desagradável, apenas fale de uma vez Richard."

Richard se sentou e se recostou casualmente na poltrona , sua postura o exato oposto da pose rígida e ereta de se seu primo.

"A questão é, Darcy," Richard começou. "Por fora você parece estar bem. Você é o perfeito exemplo de decoro, responsabilidade e dever. Seu pai ficaria orgulhoso."

"Estou confuso Richard. Se eu estou bem, então porque você e Georgiana estão tão preocupados?"

"Eu disse que por fora você parece bem. Estamos preocupados com a sua saúde emocional."

"Minha saúde emocional?" Darcy repetiu, chocado.

Richard balançou a cabeça solenemente e então continuou. "Você está começando a excluir a mim e a Georgiana, Darcy. Ela disse que você malmente falou com ela desde o baile da mamãe."

Darcy se levantou e começou a andar de um lado para o outro. Ele estava bravo, bravo com Richard por se meter na sua vida. Mas ele também sentia remorso e culpa. Ele tinha excluído Georgiana. Ele não queria descontar suas frustrações nela. Ele se importava de mais com ela para deixa-la ver esse lado dele.

"Darcy, você está meramente existindo. Quando você vai começar a viver?"

"O quê?" Darcy estava chocado. "O que você quer dizer com eu estou meramente existindo? Eu vivo minha vida a cada dia, assim como todo mundo."

"Não, você não vive não." Sacudindo a cabeça, Richard se levantou e se juntou a Darcy. Pondo a mão no ombro dele, ele disse, "Qual foi a última vez que você saiu dessa casa por outro motivo que não fosse por negócios ou para conduzir Georgiana pela cidade?"

Darcy parou um minuto para pensar. Quando foi a última vez que ele tinha saído de casa? Um minuto se passou, então dois, enquanto Darcy silenciosamente considerava a observação de seu primo.

"Darcy, eu sei que você está frustrado porque outro Baile Noite de Reis se passou e ela não apareceu. Mas você já parou pra considerar que talvez você não deva encontrá-la no baile? Eu não acho que sua mãe pretendia que você ficasse sentado esperando que ela aparecesse. O que você esta fazendo para encontra-lá?"

Richard observou enquanto uma série de emoções cruzavam o rosto de Darcy; raiva, tristeza, pesar, e finalmente realização.

"Eu já considerei isso Richard. Eu percebi que minha mãe não disse que eu a encontraria no baile, apenas que ela a viu lá."

"Então o que você vai fazer a respeito disso?"

Darcy jogou as mãos para cima exasperado. "O que eu deveria fazer Richard? Sair de porta em porta, colocar o desenho dela no The Times junto com um pedido de que ela venha assim que for conveniente?"

Richard riu. "Nada tão extremo primo. Você poderia tentar ir a alguns desses bailes e jantares." Richard apontou para a impressionante pilha de convites na mesa de Darcy.

Darcy olhou para seu primo, incrédulo. "Isso não tem graça Richard. Quando foi que eu compareci a qualquer evento da Temporada?"

"Exato!" Richard exclamou. "O que me leva a outra excelente observação."

"E eu estou esperando ansiosamente." Darcy não estava com humor para isso. Ele queria ir conversar com Georgiana e se desculpar pelo seu comportamento nessas últimas semanas. Além do mais, todas essas perguntas o estavam desconcertando. Ele não gostava quando Richard se aprofundava no seu estado emocional. Nada bom poderia sair disso, com certeza.

"Eu conversei com minha mãe noite passada, e sabe o que ela disse?"

Darcy não disse nada, sabendo que Richard continuaria.

Richard se inclinou. "Ela disse que os convites para o Baile Noite de Reis dela estão mais valiosos que um comprovante do Almack's!"

As sobrancelhas de Darcy levantaram levemente. "Oh? isso é...interessante."

"É, não é? E você quer saber por quê?" Richard tinha um sorrisinho besta no rosto. Ele estava se divertindo demais com isso tudo.

"Eu não tenho a menor ideia do que você está se referindo Richard. Por favor, vá direto ao ponto."

O sorriso de Richard cresceu ainda mais, se é que isso era possível. "Você." Ele disse simplesmente. Recostando em sua poltrona, ele esperou.

"O que você quer dizer, eu?"

"Para alguém tão inteligente, você está mesmo muito lento hoje."

Darcy apertou a ponta do nariz de repente se sentindo muito cansado. Ele já conseguia sentir o começo de uma dor de cabeça chegando.

"Richard, por mais que essa conversa esteja ficando divertida, eu realmente tenho outras coisas que preciso fazer."

"Como o quê? Você passa tanto tempo nesse escritório que eu garanto que você não tem nada de urgente pra fazer. Além do mais, você vai querer ouvir isso."

"Vá em frente, explique para mim como eu sou a causa do baile da sua mãe ter ficado tão popular."

"Deixe-me lhe fazer uma pergunta antes."

Darcy balançou a cabeça para que ele continuasse. "Quando foi a última vez que você foi a um evento social além do Baile Noite de Reis da minha mãe?"

Sem hesitação, Darcy respondeu, "O jantar na casa de Bingley em Novembro."

"Deixe-me refazer a pergunta. Quando foi a última vez que você foi a um evento social durante a Temporada?"

Darcy bufou. "Você já sabe a resposta a essa pergunta Richard. Nunca. Eu nunca foi a um evento social durante a Temporada."

Richard sorriu. "É por isso que o baile de minha mãe ficou tão popular."

Richard observou enquanto Darcy descobria o era tão claramente óbvio.

Darcy processou o que tinha acabado de dizer. Por que diabos ele tinha que fazer tanta diferença? Ele ficou feliz de saber que o baile de sua tia era tão popular. Ele sabia que ela adorava entreter e ela sempre foi a perfeita anfitriã.

Darcy franziu o cenho. Esse último baile foi um pouco desconfortável. Estava apertado, eram muitas pessoas, pessoas de mais mesmo. E para alguém que não gosta de bailes, a super abundância de pessoas era insuportável. Ele se lembrava de quando o baile era muito mais intimo; relegado aos amigos próximos e, é claro, à família. Agora era tudo menos isso. Ele notou um aumento no número de convites nos últimos 4 ou 5 anos. Darcy esfregou a mandíbula. Ele teve medo que o aumento de pessoas tornaria mais difícil encontrar a ela. Ele até mesmo decidiu não dançar nesse último baile com medo de acabar não a encontrando, não que isso tenha feito alguma diferença, ele pensou amargamente.

O que realmente o irritou foram as senhoritas de sorriso afetado, todas competindo pela a sua atenção. Foi realmente repugnante, sem mencionar que as filhas e até algumas das mães flertavam abertamente. Apesar dele repetidamente ter dito que não desejava dançar, elas o cercaram a noite toda tentando o coagir a dançar por meios sutis e outros não tão sutis assim. Ele realmente pensou em ir embora mais cedo quando ficou claro que ela não apareceria.

"Já conseguiu descobrir?" A pergunta de Richard interrompeu os pensamentos de Darcy.

"O que eu não entendo Richard, é o que isso tem a ver com a minha tão falada saúde emocional."

"Acredite ou não, eu estou tentando te ajudar."

"Então me ajude e pare de falar em enigmas!"

"Tudo bem, vou falar claramente. Darcy, você diria que é um...como poderia dizer, um bom partido?"

"Richard, por favor, o que a minha elegibilidade tem a ver com isso?"

"Eu vou chegar lá. Agora responda a pergunta. Você é um bom partido?"

Exasperado, Darcy respondeu, "Sim, acho que poderia ser considerado um bom partido."

"Muito bem. Mas você está disposto a ser...ah, enlaçado?"

"É claro que não! Eu não estou interessado em nenhuma dessas mulherinhas interesseiras! Quando ela aparecer eu vou persegui-la, corteja-lá e casar com ela."

"Disso eu não tenho duvidas Darcy. Mas essas ah...mulherinhas interesseiras sabem que você não está disposto a ser capturado?"

"Eu nunca dei a nenhuma delas essa ideia. Se elas persistirem em me perseguir terminarão desapontadas."

"Esse é o ponto Darcy. Você é um enigma...um mistério que todas elas querem resolver. Existem apostas sobre quando você vai demonstrar interesse em uma delas."

"O quê?! Você deve estar brincando Richard. Não é possível que eu esteja gerando tanto interesse a ponto de chegar a um ponto tão, tão degradante!" Darcy estava indignado. Quando foi que sua vida privada se tornou assunto para homens ociosos especular? Era por isso que ele não comparecia aos eventos da Temporada.

"Acalme-se Darcy." Richard levantou as mãos de forma reconciliatória. "Isso acontece o tempo todo, não é nada novo."

"Mas não é certo Richard!"

"Não, não é. Mas acontece e vai continuar acontecendo. Mas estamos fugindo do assunto. O ponto é, meu querido primo, você só põe a cabeça para fora do seu auto imposto exílio uma vez por ano." Richard parou, esperando que Darcy juntasse as peças.

Ele não desapontou. "Você está dizendo que o motivo para o baile da sua mãe estar sempre tão cheio todo ano é porque ele é o único evento ao qual eu compareço e a elite quer, como você disse, resolver o mistério que é Fitzwilliam Darcy?"

"Ah, minha fé na sua inteligência foi restaurada."

"Isso é um pesadelo Richard! Por que eles não podem simplesmente me deixar em paz?"

"Porque você é jovem, bonito, rico, e mais importante, está disponível."

"Mas eu não estou, não mesmo." Darcy respondeu quietamente.

"Eu sei disso, você sabe disso, mas eles não sabem. Para eles você é fantástico demais para desistir. Cada uma dessas jovens mulheres está convencida que foi feita para você. Até que você finalmente escolha uma delas, a perseguição vai continuar. E vai ficar pior. Mais jovens senhoritas debutam a cada ano."

"Eu não posso mudar isso Richard. Eu só posso me manter afastado como sempre fiz."

"O que me leva de volta ao meu ponto original. Você não sabe se vai encontrar sua futura esposa no Baile Noite de Reis. Você admitiu que sua mãe não disse que você a encontraria lá, apenas que ela a viu lá."

Darcy balançou a cabeça. "Continue."

"Então, eu penso assim. Eu acredito que eventos vão acontecer e levarão você a convidá-la para o baile de minha mãe." Diante da expressão surpresa de Darcy, Richard levantou a mão para impedi-lo de interromper. "E para fazer isso, você precisa ser visto. Você precisa começar a comparecer a esse eventos desprezíveis. Você nunca sabe quando um deles pode te levar até ela. Você precisa tomar a iniciativa Darcy. Como eu disse antes, eu não acho que sua mãe pretendia que você ficasse sentado esperando que ela apareça."

Darcy correu as mãos pelo cabelo, ele realmente precisava de um corte. "Talvez você esteja certo Richard. Mas e se eu já tiver estragado tudo? E se eu devesse tê-la encontrado ano passado? Ou no ano em que eu não compareci ao baile por causa da morte dos meu pai?" Darcy vocalizou seus medos pela primeira vez.

"Não pense assim Darcy. Sua mãe disse que ela apareceria na hora certa."

"E como eu sei que é a hora certa? Por que agora?"

"Bem, isso depende de você." Diante do olhar confuso de seu primo, ele disse, "Talvez providência esteja esperando que você construa seu próprio destino. Você tem fé o suficiente para fazê-lo se tornar realidade? Quanto você o deseja? Você tem duas escolhas Darcy. Você pode continuar como está, ir ao Baile Noite de Reis da minha mãe todo Janeiro, cair em depressão nos meses seguintes e se afastar de tudo e de todos, ou você pode assumir o controle do seu próprio destino. A sorte favorece os corajosos Darcy! Vá lá fora e encontre-a!"

Darcy recostou em sua poltrona, sentindo-se derrotado. "Você está certo Richard. Não posso continuar assim. Não é justo com você e especialmente com Georgiana."

Darcy se levantou e voltou para sua mesa. Encarando a pilha de convites, ele se encolheu. Será que ele poderia realmente fazer isso? Ele tinha evitado esses eventos como a praga por um motivo. Na época, seu raciocínio parecia certo. Ele não precisava ir a nenhum evento da Temporada. Ele já sabia com quem iria se casar. Ele iria ao baile anual de sua tia, ela estaria lá e as coisas iriam proceder como as coisas geralmente procediam - primeiro o cortejo, depois o casamento. Era difícil ver tão claramente agora a falha em seu plano.

"Não é tão ruim assim primo." Richard veio e parou ao lado dele. "É como um dente solto. Doi bastante quando você puxa, mas depois a dor vai embora."

Richard olhou para Darcy. "Puxe o dente primo. Vai ser mais fácil."

Darcy respirou fundo, pegou a pilha de convites e começou a analisa-los. Ele rapidamente os separou em duas pilhas, uma de convites para jantares, outra para bailes.

"Acho que faz mais sentido de você for à alguns bailes. Tem mais gente." Richard apontou para a pilha menor.

"Creio que sim. Mas quais? E não ouse dizer todos eles Richard. Minha tolerância tem limites."

"O que acha de começarmos com três?" Richard sugeriu.

"Muito bem. Três." Darcy rapidamente olhou os convites para bailes, sacudindo a cabeça. Ele jogou todos de volta na mesa. "Você escolhe, não faz diferença pra mim."

"Hummm...deixe-me ver." Richard rapidamente olhou os convites. "Eu não iria ao baile dos Morton's a menos que não tivesse opção." Ele rapidamente eliminou mais dois convites. Sobraram oito. Ele os abriu em leque, como cartas de baralho, e os pôs na frente de Darcy. "Escolha três."

"Então vamos realmente deixar o destino nas minhas mãos?" Darcy gracejou.

Sorrindo, Richard respondeu, "Eu tenho fé em você primo."

Respirando fundo, Darcy rapidamente escolheu três convites. Entregando-os à Richard, ele foi se sentar atrás de sua mesa. Pegando seu calendário, ele perguntou, "Então, o que nós temos?"

Depois de colocar as datas dos bailes em seu calendário, ele o fechou e olhou para Richard. Ele estava sorrindo. Ele sentou de frente para Darcy com as mãos entrelaçadas atrás da cabeça.

"Contente, não?"

"Muito."

"Sinto muito por ter sido tão difícil. Eu não queria que meu comportamento afetasse você e Georgiana tanto assim."

"Está perdoado. Embora você talvez tenha que rastejar um pouco mais antes que Georgiana lhe perdoe."

"Eu vou falar com ela agora. Obrigado por ser um amigo tão bom Richard. Eu realmente aprecio isso."

"Não se preocupe com isso primo. Seja feliz, isso é tudo o que eu lhe peço."

Se levantando, ele foi em direção à porta. Antes de sair, ele se virou, dizendo, "Oh, e Darcy, vão esperar que você dance nesses bailes, e que seja sociável. Talvez você queira desenferrujar seus hábitos sociais." Com um sorriso e uma piscada na direção de seu primo atônito, Richard foi embora.

"No que foi que eu me meti?" Darcy murmurou para si mesmo. Sacudindo a cabeça, ele deixou seu escritório para procurar Georgiana e se desculpar com ela. Ele tinha que rastejar um pouco agora.