Essa mania dos tradutores Br's traduzirem os nomes e apelidos foi uma bosta nesse capitulo. Fiquei puta porque tive que fazer a mesma coisa e é bem provável que vocês não gostem disso :S

Eu disse que manteria algumas coisas em inglês, mas como o Sirius já está sendo chamado de Almofadinhas... Não deu pra mudar.

- HP D E -

Capítulo 12

Na manhã seguinte, depois do café da manhã, Harry foi para a cozinha junto com Ron e Hermione. Ele ficou um pouco surpreso pelo fato de que nenhum dos dois sabia onde o local ficava em Hogwarts ou como ter acesso a ela; Especialmente Hermione, considerando todas as bobagens que ela havia falado todo o ano sobre os malditos elfos domésticos. Não que Harry realmente tivesse prestado atenção.

Ele realmente hesitou em levá-la lá, pois tinha certeza de que a visão da sala cheia de elfos domésticos, fazendo comida nos fogões e coisas parecidas, resultaria em uma palestra irritantemente longa sobre direitos humanos e os males da escravidão mágica, mas ele realmente não teve muita escolha. A carta de Sirius dizia para trazer comida, e a cozinha era, obviamente, o melhor lugar para obtê-la.

Harry realmente havia feito algum esforço legítimo para ignorar a campanha idiota de Hermione para libertar os elfos de casa e, como tal, também havia ignorado os próprios elfos. Foi por isso que – com uma surpresa honesta – ele viu Winky, o elfo da casa do Sr. Crouch, na cozinha com um óbvio estado de embriaguez, segurando uma garrafa de cerveja amanteigada.

Os outros duendes da casa estavam correndo, rapidamente coletando comida para os três Grifinórios, e Dobby estava falando emocionado com Hermione, mas os olhos de Harry continuaram treinados na elfa bêbada.

Ele a viu pela primeira vez na Copa Mundial de Quadribol. Ela estava lá para segurar o lugar para o Sr. Crouch, mas ele nunca apareceu. E então, após o caos com os Comensais da Morte e a marca negra no céu, ela foi encontrada com a varinha de Harry e acusada de ter lançado o feitiço.

O Sr. Crouch a tinha encontrado no local e parecia visivelmente furioso com ela. A coisa toda tinha sido terrivelmente confusa na época.

E agora, ela estava trabalhando nas cozinhas de Hogwarts? Oh... Bem, não estava realmente trabalhando, mas ela ainda estava aqui.

Harry se perguntou se ela sabia alguma coisa sobre Crouch se passando por Moody...

– Você está pronto, amigo?

Harry piscou e voltou para os dois "amigos" que o esperavam com expectativa. Ron estava segurando um pacote embrulhado de comida dado pelos elfos.

– Sim. Claro – disse Harry, colocando uma mascara de uma despreocupada excitação enquanto pegava o pacote e encolhia-o com sua varinha antes de enfiá-lo na bolsa.

O trio deixou o castelo e começou a seguir o caminho para Hogsmeade.

Eles visitaram o vilarejo pela manha, apenas como fachada. Harry passou algum tempo na livraria local, mas ficou extremamente impressionado com sua seleção. Não havia um único livro "questionável" em toda a loja.

Ele viu uma pequena loja de aparência mais sombria, onde vários estudantes da Sonserina entraram e saíram, mas ele não conseguiu distrair Ron ou Hermione por tempo suficiente para verificá-la.

Havia uma pequena mercearia na cidade que Harry nunca tinha tido a necessidade de visitar antes. Ele entrou e encontrou uma seleção de comida preservada magicamente que duraria algumas semanas. O alimento da cozinha de Hogwarts ajudaria Sirius por agora, mas lembrando da carta quase desesperada de seu padrinho, Harry só podia assumir que conseguir comida regularmente era um problema. A comida que ele trouxe de Hogwarts não duraria mais do que um dia ou dois dias, mas a comida que ele comprou duraria um pouco mais.

Hermione elogiou seu planejamento e pensamento inteligente, mas Harry simplesmente encolheu os ombros. Parecia apenas bom senso para ele.

Ele encolheu suas compras e as adicionou à bolsa.

A uma e meia, o trio foi até o final da rua, passando por Dervish e Banges em direção ao ponto de encontro descrito na carta de Sirius. Quando eles se aproximaram, Harry viu um cachorrinho preto muito familiar. O sorriso que se espalhou por seu rosto era autêntico e ele acelerou seu ritmo.

– Hey, Almofadinhas – disse Harry, enquanto chegava ao lado do seu "cachorro" e se abaixou para acariciar seus pêlos sujos e encardidos.

Sirius estava segurando uma coleção de jornais em sua boca e tossiu um latido alegre antes de se afastar e fazer o seu caminho além da rua.

O trio subiu logo atrás, seguindo-o para fora da cidade, em direção às montanhas dos arredores.

O terreno se tornou mais íngreme e mais difícil de atravessar, mas Sirius continuou. Demorou quase meia hora antes de pararem, e naquele momento, Hermione e Ron estavam claramente sem fôlego. Até mesmo Harry sentiu sua resistência atingindo o limite e ficou aliviado quando viu a abertura de uma caverna. Sirius desapareceu pra dentro.

O trio entrou e encontrou Bicuço, o hipogrifo, dentro, amarrado a uma rocha. Os três se curvaram e esperaram até que o animal, que aparentava uma meia-águia e meio cavalo, se curvasse também, mostrando sua aceitação.

Ron e Hermione correram para acariciá-lo, mas Harry voltou sua atenção para Sirius, que acabava de se transformar em humano.

Ele estava usando as mesmas roupas cinzentas do ano anterior. Seu cabelo era mais longo do que antes, estava emaranhado e sujo. Sirius parecia mais magro, claramente desgastado e exausto.

– Você está louco? – Harry perguntou.

– Com é que é? – Sirius respondeu, com uma nota de surpresa.

– O que você está fazendo aqui?

– Realizando o meu dever como padrinho.

– Você vai ser pego! – Exclamou Harry.

– Vocês três... E Dumbledore são os únicos cientes da minha forma animago. Os aldeões acham que sou um cachorro adorável. Ainda não consigo comer muito, eles poderiam notar se eu o fizesse.

Harry sorriu e balançou a cabeça com leve exasperação. Ele tirou a bolsa de seus ombros, e retirou toda a comida. Aumentando-a.

As sobrancelhas de Sirius se levantaram, surpreso com o uso de um feitiço do quinto ano sendo realizado por Harry, por qual motivo, Harry não imaginava. Ele realmente não entendia por que o encolhimento das coisas não era ensinado antes. Não era como se fosse um feitiço difícil e teria sido muito útil saber nos anos anteriores, já que ele poderia ter mantido o baú escondido de seu tio...

A surpresa se perdeu quando Sirius registrou a montanha de comida. Seu estômago fez um ruído alto.

– Frango! – O homem ofegou, com voz rouca, emoção era sentida em seu tom.

– Há um monte de alimentos preservados também. Vão durar algumas semanas, espero. Peguei-os no mercado local – disse Harry, apontando os frascos e caixas de opções nutricionais variadas que ele havia comprado. – Você está planejando ficar em torno de Hogsmeade?

Sirius assentiu com a cabeça, enquanto começava a estraçalhar uma perna de frango com a mesma fúria que sua forma de cachorro faria.

– Eu queria estar no local. Com sua última carta... E outras coisas consideráveis... Bom, tudo está meio estranho ultimamente. Eu queria ficar por perto...

Harry estreitou os olhos.

– Que outras coisas, exatamente?"

Sirius acenou com a cabeça para alguns jornais amarelados no chão da caverna, à poucos metros de distância. Harry se aproximou e os espalhou. Havia apenas dois, mas foi o primeiro que realmente chamou sua atenção.

A doença misteriosa de Bartolomeu Crouch

O segundo dizia: Falta no Ministério - Ministro da Magia, agora está pessoalmente envolvido.

Harry pegou aquele sobre Crouch e começou a ler.

– O que aconteceu com Crouch? – perguntou Ron, ficando parado atrás de Harry. Olhando o artigo por cima do ombro.

– Ele não apareceu para trabalhar desde novembro, aparentemente – disse Sirius, retomando a outro bocado de frango.

– Bem... Ele também não apareceu para julgar a última tarefa – disse Ron, parecendo pensativo. – Meu irmão é seu assistente pessoal e teve que preencher o lugar dele.

Harry continuou a ler o papel e algumas linhas saltaram para dentro de sua mente: não foi visto em público desde novembro... A casa parece deserta... O Hospital St. Mungo para Doenças e Lesões mágicas dispensou comentários... O Ministério recusou confirmar os rumores de doença crítica...

"Meu irmão disse que Crouch sofre de excesso de trabalho", acrescentou Ron.

– Ele tinha um olhar meio doente quando vi ele na noite em que meu nome saiu da taça – Harry acrescentou distraidamente. Ele pensou que Crouch deve ter usado sua doença como uma desculpa para cobrir sua ausência enquanto ele personificava Moody.

Ele ainda não tinha idéia do por que o homem estava fazendo isso.

"Ei, Sirius?"

– Sim, filhote?

– Você sabe muito sobre ele? Digo, sobre Crouch... Quais foram suas lealdades na última guerra?

– Oh, eu sei muito sobre ele. E suas lealdades foram definitivamente com a luz. Ele dirigiu a cruzada contra Você-Sabe-Quem e seus seguidores. Foi ele quem me enviou para Azkaban – sem um julgamento.

– O que?! – Ron e Hermione engasgaram juntos.

– Sem um julgamento! – Exclamou Harry. – Você está brincando!

– Não, eu não estou, – disse Sirius, comendo outra parte do frango. – Crouch costumava ser chefe do departamento de aplicação da lei mágica, você não sabia?

Harry, Ron e Hermione sacudiram a cabeça.

– Ele foi apontado para ser o próximo Ministro da Magia – disse Sirius. – Ele é um grande mago, o Crouch, poderosamente mágico. Com grande fome de poder. Definitivamente, nunca foi um adepto de Voldemort. Crouch sempre foi muito sincero sobre ser contra o Lord das trevas.

"Mas então, algo bastante infeliz aconteceu... – Sirius sorriu severamente. – O próprio filho de Crouch foi pego com um grupo de Comensais da Morte que estavam na lista para irem direto à Azkaban. Aparentemente, eles estavam tentando encontrar Voldemort e devolvê-lo ao poder".

– O filho de Crouch foi pego? – Engasgou Hermione.

– Sim – disse Sirius, jogando o restante de seu frango para Bicuço antes de pegar um pouco de pão. – Um choque desagradável para o velho Crouch, descobrindo que o pequeno Barty era um Comensal da Morte.

Harry quase sufocou.

– O que?

Sirius piscou para Harry com confusão.

– O que, o que?

– Qual era o nome do filho de Crouch? – Harry perguntou, sacudindo-se do momento de surpresa.

– Bartolomeu Crouch Jr. Mas todos o chamavam de Barty, pelo que eu entendi.

– Barty... – Harry suspirou.

– Caiu a ficha sobre algo ai, filhote? – Sirius perguntou, sentando-se.

– Er... – Harry vacilou – Eu não tenho certeza realmente. O que aconteceu com o filho de Crouch? Ele realmente era um Comensal da Morte?

– Não posso dizer com certeza, mas ele foi definitivamente visto com algumas pessoas que eu garantiria que eram. Quanto ao que aconteceu com ele, Crouch o jogou em Azkaban.

Hermione ofegou.

– Seu próprio filho!

Sirius assentiu com a cabeça, ele não parecia distraído agora.

– Eu vi os dementadores trazê-lo, os observei passando através da porta da minha cela. O garoto não poderia ter mais do que dezenove. Eles o levaram para uma cela perto da minha. Ele ficou gritando por sua mãe ao anoitecer. Depois de alguns dias,ele se aquietou... Todos acabavam ficando quietos no final... Exceto enquanto dormiam, eles sempre gritavam...

Por um momento, o olhar amortecido nos olhos de Sirius tornou-se mais profundo do que nunca.

– Então ele ainda está em Azkaban? – Harry perguntou enquanto sua mente começava a trabalhar furiosamente.

– Não – disse Sirius, devagar. – Não, ele não está mais lá. Ele morreu cerca de um ano depois.

Harry parou.

– Ele morreu? Você tem certeza?

Sirius olhou para Harry com um pouco de confusão por um momento.

– Eu tenho certeza, Ok! Ele certamente não foi o único a morrer em Azkaban. A maioria fica louco por lá e, muitas vezes, param de comer. Eles perdem a vontade de viver. Você sempre pode dizer quando uma morte estava chegando, porque os dementadores podiam senti-la e eles ficavam excitados. Esse garoto parecia bastante doentio quando chegou. Crouch, sendo um importante membro do Ministério, foi autorizado – junto de sua esposa – a visitá-lo no leito de morte. Essa foi a última vez que vi o velho Crouch e sua esposa passando por minha cela. Ela morreu, aparentemente, pouco depois. Crouch nunca veio retirar o corpo de seu filho. Os dementadores o enterraram fora da fortaleza, eu os assisti.

Sirius pegou o pão que acabara de levantar novamente para a boca e, em vez de mordê-lo, decidiu pegar um frasco de suco de abóbora, bebendo-o rapidamente.

"O velho Crouch perdeu tudo e foi algo realmente rápido. – Ele continuou, limpando a boca com o dorso de sua mão. – Num momento, ele era um herói, pronto para se tornar Ministro da Magia... Depois, seu filho morreu, sua esposa morreu e a família ficou desonrada, e, então, desde que escapei, ele vem sofrendo de uma grande queda de popularidade. Quando o menino morreu, as pessoas começaram a se sentir um pouco de empatia com o garoto e começaram a perguntar como um bom rapaz, de uma boa família, se desviara tanto. A conclusão, para muitos, era que seu pai nunca se importou com ele. Então, Cornelius Fudge obteve o cargo e Crouch foi colocado no Departamento de Cooperação Mágica Internacional".

Um silêncio perpetuou pela caverna enquanto o grupo processava as palavras de Sirius, o homem continuou a comer.

Teorias e cenários possíveis estavam voando através da mente de Harry enquanto ele ficava parado e em silêncio. Um homem chamado 'Barty' estava ajudando Voldemort. Era seu trabalho capturar Harry.

Bartolomeu Crouch foi o único que disse que ele precisava participar do torneio. Totalmente. Ele era uma das pessoas que gostava da maldita coisa e tinha um contato aparente com a taça. Ele poderia ter facilmente colocado o nome de Harry no cálice do fogo.

Mas Bartolomeu Crouch Senior lutou ativamente contra os Comensais da Morte e Voldemort, ele certamente não era o homem que Harry tinha visto com Voldemort, em suas visões. O que significava que Barty Crouch não estava morto.

Então Crouch Senior e sua esposa entraram em Azkaban para visitar seu filho moribundo. Crouch Senior foi lá com sua esposa. Barty morreu e os dementadores o enterraram. Tinha que haver um corpo deixado para trás e a esposa de Crouch foi morta pouco depois de Barty morrer.

O senhor Crouch teria deixado sua esposa em Azkaban e retirado o filho dele?

Crouch poderia ter dado a poção polissuco para Barty pra ele se parecer com sua esposa, para deslocar seu filho de Azkaban, mas o polissuco só dura uma hora, de modo que não teria mantido sua esposa como seu filho por muito tempo

...A menos que ele matasse sua esposa logo depois de lhe dar a poção. O corpo não reverteria quando estivesse morto.

Puta merda...

Mas o que ele fez com Barty desde então? Mantinha-o escondido de alguma forma? O senhor Crouch realmente estava ajudando seu filho, sabendo que ele estava ajudando Voldemort? Talvez Crouch estivesse sob Imperius quando colocou o nome de Harry na taça e agora ele estava desaparecido por que... Ele estava morto? Ou ser preso?

Harry não sabia.

Havia várias explicações diferentes e que eram inteiramente possíveis.

Mas uma coisa era certa. O Bartolomeu Crouch que Harry continuava vendo no mapa onde Alastor Moody deveria estar, não era o homem que Harry pensava que era. Ele não era o Crouch Senior. Ele era Barty!

– Você está bem lá, Harry? – A voz de Sirius atravessou a grossa névoa de pensamentos profundos de Harry e ele piscou.

– Ah, sim... Apenas pensando.

– Bem, filhote, provavelmente devemos discutir o que você viu acontecendo entre Snape e Karkaroff – disse Sirius, assumindo uma expressão bastante séria em seu rosto.

Hermione e Ron olharam para Harry com confusão nos olhos.

– Do que ele está falando, Harry? – Hermione perguntou.

– Ah! Eu esqueci totalmente de contar para vocês – exclamou Harry, agindo como se honestamente tivesse acabado de lembrar, e não como se tivesse escondido a informação intencionalmente.

"Eu, er... Vi Snape e Karkaroff tendo uma conversa curiosamente acalorada há vários meses atrás. Eu estava sob minha capa de invisibilidade, então eles não sabiam que eu estava lá... Vi os dois no Mapa e desconfiei. Então fui até as masmorras e fiquei espionando-os.

Hermione suspirou com exasperação.

– Harry, você vai parar de ser tão desconfiado do professor Snape? Você pensa honestamente que Dumbledore iria...

– Ele é um Comensal da Morte – disse Harry, cortando-a.

Os olhos de Ron se arregalaram, mas o rosto de Hermione mudou instantaneamente para a incredulidade.

– Ele não é, Harry! Isso é ridículo!

– Ele é, Hermione! Ou, pelo menos, ele era. Ele tem a marca negra no antebraço esquerdo. Karkaroff também. Por isso, eles estavam conversando. Aparentemente, ficou mais escura nos últimos meses e Karkaroff ficou assustado. Ele está assustado. Pelo que ouvi, parece que Karkaroff está bastante convencido de que Voldemort não ficará particularmente satisfeito com ele. Disse algo sobre Dumbledore proteger Snape, mas que não tinha ninguém protegendo-o.

A mandíbula de Hermione tinha caído e ela estava olhando para Harry com um choque atordoado.

– Você viu ? – Ela ofegou. – Você tem certeza?

– Bom... Eu vi no braço de Karkaroff. Ele estava segurando a manga e empurrando o braço no rosto de Snape. Mas do que Snape disse, era óbvio que ele também tinha uma marca.

– Mas você realmente não viu a marca negra no braço de Snape, viu? – Hermione disse com insistência.

– Droga, Hermione! – Ron gemeu. – Para com isso! Por que você continua o defendendo!?

– Eu simplesmente não entendo porque o professor Snape teria salvado a vida de Harry no primeiro ano se ele fosse realmente um Comensal da Morte. Se ele fosse realmente leal a Você-Sabe-Quem, ele simplesmente deixaria Harry morrer!

– Sim, bem como Harry disse, Dumbledore protege Snape, certo? Se Snape deixasse Harry morrer, Dumbledore provavelmente não continuaria protegendo ele, certo? – Ron disse, enquanto cruzava os braços sobre o peito, indignado.

– Talvez, mas o professor Dumbledore não confiaria no professor Snape se ele fosse realmente leal a Você-Sabe-Quem!

– Dumbledore não sabe de tudo. Ele não sabia que Você-Sabe-Quem estava na parte de trás da cabeça de Quirrell durante todo o primeiro ano, ele sabia?

Eu não sei... Ele sabia? Harry resmungou sarcasticamente, internamente enquanto franzia o cenho. Às vezes, ele realmente se perguntava sobre isso...

– O que você acha, Sirius? – Harry disse para tentar pôr fim às discussões inúteis de Ron e Hermione.

– Eu acho que ambos têm um ponto – disse Sirius, olhando pensativo para Ron e Hermione. – Desde que descobri que Snape estava ensinando aqui, me perguntei por que Dumbledore o contratou. Snape sempre foi fascinado pelas Artes das Trevas, ele era famoso por isso na escola. Garoto viscoso, oleoso e de cabelos gordurosos – Sirius acrescentou e Ron sorriu. – Snape sabia mais maldições quando ele chegou na escola do que a metade das crianças no sétimo ano e ele fazia parte de uma gangue de sonserinos - quase todos se tornaram Comensais da Morte.

Sirius levantou os dedos e começou a marcar nomes.

"Rosier e Wilkes – ambos foram mortos por Aurores no ano anterior à queda de Voldemort. Os Lestranges – marido e mulher – estão em Azkaban. Avery – pelo que eu ouvi, ele saiu ileso de tudo, alegando que estava sob a maldição Imperius. Mas, até onde eu sei, Snape nunca foi devidamente acusado de ser um Comensal da Morte – não que isso signifique muito. Muitos deles nunca foram pegos e Snape é certamente inteligente e astuto o suficiente para se manter fora de problemas.

Hermione estava franzindo a testa.

– Tudo bem, digamos por um momento que o professor Snape era um Comensal da Morte... Ele teria que fazer algo que lhe valeu a confiança do Professor Dumbledore pra ter uma posição de professor aqui. Dumbledore nunca permitiria que alguém que fosse realmente leal a Você-Sabe-Quem ensinasse aqui!

Sirius encolheu os ombros e pousou o suco de abóbora. Ele pensou em silêncio, ainda encarando a parede da caverna. Bicuço estava passeando pelo chão rochoso, procurando por ossos que ele poderia ter negligenciado. Finalmente, Sirius olhou para Harry.

– Bem, tem alguma outra notícia interessante para me informar? Eu ouvi que seu desempenho no torneio foi espetacular.

– Oh... Sim, eu acho – Harry disse abaixando a cabeça e encolhendo os ombros.

– Harry! Você tem que dizer a ele! – Hermione disse de repente e Harry olhou para ela com total confusão.

– Dizer o quê? – Harry perguntou.

– Sim, me dizer o que? – Sirius ecoou.

– Sobre sua transformação, Harry! – Hermione disse com exasperação.

– Oh! Isso.

– Transformação? – Sirius perguntou com uma confusa sobrancelha franzida, olhando entre os dois.

Harry passou a mão pelo cabelo e sorriu ligeiramente antes de continuar. – Er, sim... Então eu tenho mantido um grande segredo de todos.

– Que tipo de segredo?

– Bem, em menos de um ano, eu estava secretamente tentando aprender a ser... Um animago – Harry admitiu com um sorriso tímido.

– Você o que?! – Sirius ofegou.

– Er... Então eu meio que... Fiz isso.

– Fez o que? – Sirius perguntou em confusão.

– A transformação. Eu fiz ela.

– O que! Isso é impossível! Menos de um ano? E você tem apenas quatorze!

– Sim, bem, acho que quando coloco minha mente em algo, eu posso realmente aprender rapidamente. Além disso, tive um incentivo forte e real no final porque percebi que minha forma seria útil na segunda tarefa.

– Você é um animago? – Sirius perguntou apenas para se certificar de que ele estava realmente entendendo tudo.

Harry sorriu e encolheu os ombros.

– Pode-se dizer que sim.

– Grande Merlin! E você disse que sua forma foi útil na tarefa? Como assim?

– Er... Sim, bem, essa é a grande razão pela qual eu guardei isso em segredo. Quero dizer... Eu nem contei a Ron ou Hermione que estava fazendo isso porque tinha medo de como eles reagiriam quando soubessem da minha forma.

Sirius franziu a testa e olhou para Hermione e Ron. Hermione estava dando a Harry um sorriso encorajador, mas Ron parecia um pouco doentil.

– Bem, vamos lá, filhote. Isso não vai mudar nada. Apenas me diga.

Harry suspirou e acariciou seus ombros. Ele estava um pouco nervoso em dizer a Sirius sobre sua forma de cobra. Não era realmente sua forma animago, mas essa era sua história e ele tinha que continuar com ela. Apesar de todas as mudanças que Harry tinha passado, Sirius ainda era um pouco importante para ele.

– Tudo bem... Bem, sou uma cobra – disse Harry rapidamente.

Sirius piscou.

– Uma cobra?

– Sim, uma cobra do mar para ser específico. Um Krait do Mar.

– Você se transforma em uma cobra? – Sirius perguntou novamente.

Harry revirou os olhos.

– Sim, uma cobra.

– Uma cobra coral grossa e enorme – Ron falou agora, ainda parecendo um pouco pálido com o assunto.

– É isso mesmo? – Sirius perguntou, olhando de Ron para Harry, esperando confirmação.

Harry encolheu os ombros.

– Sim, eu acho que sim.

– Pode mostrar? – Sirius perguntou.

Harry tinha medo dessa questão. Ele ainda se perguntou se um animago real seria capaz de dizer que a transformação que Harry estava realizando não era uma transformação animago, mas algo diferente.

Ele respirou fundo e acenou com a cabeça. Ele fez como havia feito quando demonstrou para Hermione e Ron e concentrou sua mente e sua magia na realização da transformação. Um momento depois, ele estava deitado no chão frio, olhando para o rosto atordoado de Sirius Black.

– Eu lhe disse que ele era enorme – disse Ron.

– Ele é – murmurou Sirius antes de piscar e depois olhar para Harry com um sorriso que se alargava lentamente. – Merlin, Harry... Isso é... Isso é apenas... Incrível! –Sirius jogou a cabeça para trás e riu antes de voltar a olhar para Harry novamente. Harry deslizou um pouco, enrolando o corpo em uma pilha e levantando a cabeça e os primeiros pés (de comprimento) de seu corpo do chão, de modo que sua cabeça estava ao nível dos olhos de Sirius, que estava sentado ao chão.

Harry sibilou uma risada e Sirius riu aliviado quando ele olhou para Harry com interesse. Rony estava novamente pálido do som.

– Não é incrível? – Hermione falou e Sirius começou a acenar com a cabeça rapidamente.

– Sim, Hermione. É. Harry, fez realmente algo notável. Eu não me importo com o que sua forma acabou sendo. Ser capaz de realizar a transformação de animago após menos de um ano de treinamento e aos 14 anos É simplesmente incrível.

Harry acenou com a cabeça e rapidamente se transformou em sua forma humana.

Ele sorriu e abaixou a cabeça timidamente.

– Você realmente pensa assim? – Ele disse, tentando parecer modesto.

– Eu realmente penso assim – disse Sirius, com um sorriso orgulhoso. – Bem, agora temos que te dar o nome de um Maroto!

Harry piscou para Sirius. Isso realmente não ocorreu com ele.

– Isso parece divertido – disse Ron. – Sua forma é de um cão e você é Almofadinhas. O professor Lupin é um lobisomem e ele é Aluado e o pai de Harry era um cervo e ele era Pontas, certo?

Não foi despercebido que Rabicho foi negligenciado da lista.

– Certo – disse Sirius.

– Então... Algo a ver com uma cobra... – Ron perguntou devagar enquanto se enroscava no rosto. – Escama? Língua Bifurcada...

– Eles são lagartos sem pernas, então troncho...? – Hermione disse, encolhendo os ombros. "Ou Canino? Oh... Venom*?"

– Você tem veneno?! – Ron empalideceu consideravelmente.

Harry riu.

– Na verdade, eu tenho – Harry disse sorrindo. – Hmm... Canino e Venom, ambos, têm potencial, mas o cão de Hagrid é chamado de Canino, então é meio ruim. Não sei o que sinto sobre Troncho, mas também não é tão ruim.

– E sobre suas listras? Você é meio preto e branco – disse Ron.

– Hmm – Sirius cantarolou – Ok, então nós temos Escama, Troncho, Venom e Listras? O que você acha, filhote? Qual será seu apelido?

Harry parou e pensou sobre as diferentes opções em sua cabeça por um minuto. – Er... Acho que Venom funciona para mim – Harry disse, encolhendo os ombros. Apenas eles que saberiam, então era – de certo modo – seguro. Embora o apelido fosse um tanto suspeito.

– Tudo bem, filhote. Será Venom – disse Sirius com um sorriso orgulhoso. – O mais novo Maroto. Merlin, garoto, ainda não posso acreditar que você realmente fez isso. E por sua própria conta. Uau...

Harry abaixou a cabeça. Ele sentiu uma mínima preocupação passar por seu estomago por mentir para Sirius sobre isso, mas não era algo no qual ele poderia fazer qualquer coisa, então ele empurrou essa preocupação para longe.

– Obrigado – ele murmurou com timidez forçada.

– De qualquer forma – disse Sirius, afastando sua atenção de Harry e olhando para Rony – Sobre o outro assunto... Você disse que seu irmão é o assistente pessoal de Crouch!? Alguma chance de você poder perguntar se ele viu Crouch ultimamente?

– Eu posso tentar – disse Ron com duvida. – Melhor não fazer parecer que eu acho que Crouch é alguém desagradável. Percy adora Crouch.

Sirius soltou um enorme suspiro e esfregou os olhos sombreados.

– Que horas são?

Harry pegou sua varinha com certa rapidez e lançou um tempus num piscar de olhos.

– São três e meia.

– É melhor voltarem para a escola – disse Sirius, levantando-se. – Agora ouça... – Ele olhou particularmente para Harry. – Eu não quero que você saia muito da escola para me ver, tudo bem?! Apenas mande pequenas notas para mim aqui. Eu ainda saber das coisas, caso algo estranho aparecer. Mas você não deve deixar Hogwarts sem permissão, seria uma oportunidade ideal para alguém atacar você.

Harry quase resmungou, mas pegou o olhar do homem ligeiramente enrugado e acenou com a cabeça.

Considerando que Barty Crouch estava atualmente representando seu professor de defesa, provavelmente estava em muito mais perigo na escola do que fora. Mas ele não estava prestes a dizer a Sirius, nem a ninguém sobre suas suspeitas em relação a Crouch.

– Tudo bem, Sirius – ele disse com um sorriso fraco.

– Bom. Eu me sentirei muito melhor quando este maldito torneio acabar. E não se esqueça, se vocês falarem sobre mim entre vocês, me chame de Almofadinhas, ok?

O garoto foi para perto de Bicuço, dando-lhe adeus.

"Eu vou caminhar até a beira da vila com você – disse Sirius. – Veja se me manda alguma noticia logo, sim?"

Ele se transformou no grande cachorro preto antes de deixar a caverna. As crianças caminharam logo atrás, descendo a montanha com ele, atravessando o terreno coberto de pedras, voltando para perto de Hogsmeade. Ali, ele permitiu que cada um deles desse pequenas batidinhas em sua cabeça, antes de se virar e sair para um caminho que ficava ao redor da periferia da aldeia.

Harry, Ron e Hermione entraram lá, indo direto para Hogwarts.

- HP D E -

Harry ficou extremamente frustrado por não ter conseguido chegar à Câmara naquela noite, mas Ron e Hermione exigiram explicações assim que chegaram na escola, tudo por ele não ter falado sobre Snape e Karkaroff. Foi difícil, mas Harry continuou com sua história anterior, sobre ter se esquecido de tal coisa importante. Eles não pareciam inteiramente convencidos, mas Harry realmente não se importava com suas opiniões.

Era domingo, Harry conseguiu se esquivar deles e desceu para a Câmara, e foi para a sala de estudos de Slytherin. Seu companheiro se juntou a ele em sua mente e dirigiu Harry para a mesa de Salazar, dizendo-lhe para olhar de baixo da mesa e lançar um feitiço de libertação. Uma vez realizado, um livro fino caiu no chão, preso à parte inferior da mesa.

Parecia incrivelmente delicado e Harry temia que o antigo pergaminho desmoronasse sob a pressão de seus dedos. Ele colocou o livro na mesa com incrível suavidade e tocou a capa cautelosamente.

Ele abriu a primeira página e imediatamente percebeu que o maldito livro não estava em inglês.

Ok... Então, que lingua é essa? – Harry perguntou a seu companheiro, com uma leve frustração. Parecia familiar.

É... Elbirin... Aldric Antigo...

Harry piscou.

Isso, infelizmente, não significa absolutamente nada para mim.

Aldric Antigo era o idioma... Dos Elfos britânicos... Antes da guerra de Tartessian... E da aquisição celta na Grã-Bretanha.

Harry olhou para o livro com maior curiosidade.

Elfos!

Eu acredito que você não está falando sobre elfos domésticos, você está?

Os elfos domésticos... São os descendentes perdoados e punidos daqueles... Que desafiaram... O alto conselho dos Sete...

Isso realmente não explicou nada a Harry, apenas o deixou ainda mais curioso, mas ele não esperava que seu companheiro lhe esclarecesse o assunto, então não se preocupou em pressioná-lo. Ele se perguntou se tinha ficado acordado em mais de duas aulas de História da Magia, e se o Professor Binns já falou sobre isso entre seus intermináveis discursos sobre rebeliões goblinianas. Ele certamente não se lembrava de nada chamado Guerra da Tartessia ou qualquer discussão sobre uma antiga raça elfa na Grã-Bretanha.

Tudo bem... Então isso está em uma antiga linguagem élfica. Existe uma maneira de traduzi-lo? Ou os elfos da casa podem saber disso?

Estava... Perdido... Para os castigados... Há um livro... Na língua... Vá para o canto distante... Pelo espelho ...

Mesmo confuso, Harry fez o que foi dito e gradualmente foi levado a um livro quase horrivelmente grande na língua Aldric Antiga. Ele examinou o enorme e velho volume com os olhos arregalados.

'Fonologia' era a primeira seção. Nela, descrevia as consoantes, depois as vogais e algo chamado 'Harmonia da Vogal'. Em seguida, 'Táticas de Fonética', sotaque e junção?

A seção seguinte foi chamada 'Morfologia'. Abrangeu raízes, afixos, formação de palavras sobre derivação e composição, e depois o livro entrou nos substantivos e adjetivos, proposições, pronomes, verbos, tempos e conjugação...

Harry se sentiu totalmente sobrecarregado. Ele teria que aprender toda uma maldita língua apenas para traduzir o livro!?

Ele suspirou e deixou cair à cabeça na mesa em frente a ele. Ele não estava ansioso por isso.

Ele pegou o enorme livro de Aldric Antigo e começou a ler o primeiro capítulo. Depois de uma hora, ele deixou a câmara com uma dor de cabeça e o livro de linguagem em sua bolsa. Ele não estava disposto a tirar o outro da câmara com ele, já que era muito velho e frágil. Ele teria que fazer seu trabalho de tradução apenas na câmara, mas ele ainda podia ler o idioma no salão comunal.

- HP D E -

O resto da semana foi arrastado. Harry estava ansioso para DCAT e a oportunidade de continuar sua investigação em "Moody". Se ele fosse sincero consigo mesmo, ele tinha um desejo profundo e poderoso de fazer algo totalmente imprudente com o homem. Harry ainda estava pensando no que falar para ele.

Apesar do que ele queria fazer e do que ele precisava fazer, ele tinha que esperar porque realmente não tinha Defesa até às quintas-feiras e ele não conseguiu encontrar uma boa desculpa para se aproximar de Moody antes do dia certo.

Segunda-feira era Herbologia, aula chata, mas suportável; E então Trato de Criaturas Magicas, que era tudo menos chato e apenas, ocasionalmente, suportável. Após o almoço, no entanto, foi o Adivinhação, que nunca foi suportável. Eles estavam trabalhando em adivinhações via som de conchas marinhas no momento, o que Harry achou totalmente idiota.

A idéia era que você segurava uma concha do mar até o ouvido e os "sons do oceano" que você ouvia dela acabariam por se transformar em pequenas vozes dos espíritos do mar ou de alguma bobagem parecida, que lhe sussurrarão coisas proféticas.

Todo o exercício acabou por irritar os nervos de Harry e fez com que ele se perguntasse muito mais sobre essa profecia misteriosa que tinha colocado o senhor das trevas contra ele e fodido completamente toda a vida.

Terça-feira foi História da Magia - chato - e depois Poções após o almoço. O desempenho de Harry na classe Poções melhorou de forma constante ao longo do prazo. Ele tinha uma compreensão bastante firme sobre a interação dos ingredientes e a preparação adequada agora – ou pelo menos uma boa compreensão sobre como procurar e fazer as referências cruzadas corretamente. Algo que Snape nunca tinha explicado a eles, mas de alguma forma esperava que eles simplesmente conhecessem.

Por causa de seu desempenho melhorado e sua tendência para realmente conhecer as respostas a todas as perguntas, Snape começou a ignorá-lo – graças principalmente ao seu companheiro, que ficou na mente consciente de Harry em quase todas as lições de poções – Snape reduziu significativamente sua atenção em cima de Harry. Isso foi muito útil e essa tendência apenas continuou enquanto o garoto preparava uma poção para tosse.

Nas quartas-feiras, Harry só tinha uma única aula – Feitiços – e passou o resto do dia na Câmara, trabalhando lentamente na tradução do livro. Ele ficou pelo menos aliviado de que o antigo livro caquético fosse fino. Tinha cerca de cinquenta páginas e, pelo menos, ele não precisaria passar uma eternidade traduzindo um enorme livro de 800 páginas para chegar às suas respostas. Traduzindo apenas cinqüenta, era algo que ele poderia facilmente lidar. Pelo menos... Ele esperava que sim.

Seu trabalho era lento e tedioso. Ele tinha um novo caderno encadernado de pergaminho especificamente apenas para traduzir o livro, e estava lentamente fazendo o seu caminho através da tradução das primeiras páginas. Pelo que ele poderia dizer até agora, parecia um registro de alguns eventos históricos sobre a antiga raça de elfos. Nada que poderiam ligar à chamada "tarefa" de Voldemort.

No final da noite, o estômago de Harry lembrou que ele estava lá por um tempo extremamente longo e ele finalmente saiu da câmara. Fez um rápido desvio para a cozinha antes de se dirigir para a sala comunal da Grifinória.

A curiosidade de Hermione estava cada vez mais irritante e esta noite, infelizmente, atingiu um pico. No segundo que ele entrou para a sala comunal, ela se colocou em sua frente e perguntou onde ele tinha estado o dia todo e o que ele estava fazendo. Ela o arrastou para fora da sala comunal e entrou em uma sala de aula vazia próxima para que pudessem falar em particular, mas isso irritou Harry ainda mais, já que denotou a expectativa, por parte de Hermione, de que Harry lhe diria o que ele havia feito.

Harry estava usando a desculpa de que ele caminhava pelo lago para entrar em melhor forma, e então praticando vários feitiços visando árvores e a água. Hoje, aparentemente, saiu ao lago para procurá-lo e viu que ele não estava lá.

– Harry, eu só quero saber onde você estava! – Ela gemeu de frustração, depois de vários minutos de uma discussão irritante – Por que você não me diz? O que você está escondendo de nós Harry! Nós somos seus amigos! Você sabe que pode confiar em nós!

– Eu realmente sei disso? – Harry respondeu, finalmente ficando irritado demais para manter uma máscara amigável ou dar mais desculpas.

– O que você quer dizer? – Hermione perguntou, olhando-o ferida, como se tivesse acabado de levar um tapa.

– Diga-me, Hermione - que razões eu tenho para confiar em você ou em Ron?

– Harry! Você sabe que pode confiar em nós! Nós somos amigos!

– Sim, vocês realmente foram meus amigos em novembro passado, depois que meu nome foi retirado daquele maldito cálice!

– Quantas vezes eu tenho que me desculpar por isso, Harry? Desculpe! Eu era uma idiota! Juro que nunca mais o abandonarei novamente assim!

– E eu só deveria confiar em você... Na sua palavra?

– Sim!

– A maneira como eu olho para isso é que até poderia confiar que vocês estarão lá para mim, basear todos os meus planos confiando que ambos realmente estarão lá – participando ativamente. Até que algo saia errado ou fora do agrado de vocês e eu me encontre completamente ferrado e sozinho, como da ultima vez. Ou eu posso planejar tudo por contra própria e ficar preparado para suportar tudo sozinho – sem ajuda alguma. Pessoalmente, eu prefiro a ultima opção. Dessa maneira, eu posso lidar com a falta de assistência de uma maneira melhor, já que a surpresa de ambos não estarem ao meu lado em um momento importante, eu não terei.

– Harry... – Hermione gemeu quando seu lábio estremeceu. – Mas podemos ajudá-lo! Você não precisa enfrentar o mundo inteiro sozinho!

– Você não pode me ajudar na terceira tarefa, Hermione. Ninguém pode. Eu vou enfrentar uma tarefa mortal, que eles inventarão, totalmente sozinho.

– Mas Harry...

– Não, Hermione. Eu terminei com essa conversa. O que eu faço e aonde eu vou todos os dias é assunto meu. Agora, SE AFASTE!

Harry passou por ela, saiu da sala de aula, atravessou o corredor e voltou para a sala comunal antes de caminhar para as escadas em direção ao dormitório do menino.

Ele estava cansado deles. De todos eles.

Merlin, ele precisava sair da escola por algum tempo.