Loophole: Brecha ou furo em um contrato ou algo que exprima um conjunto de regras e/ou acordos.

A seguinte fanfiction (id: 2430922) é de autoria da leafygirl (id:588480). O que me pertence é apenas a tradução e as Notas da Tradutora (N/T).

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Capítulo 1: Impedimento

N/T: Do original, Deal Breaker, que significa fator ou problema que, não resolvido durante negociações, causa uma das partes a não aceitar um acordo.

Sakura encontrava-se em meio a uma série de trágicas circunstâncias quando conseguiu levantar a cabeça, pesada pela dor, do chão de pedra. Era mesmo de pedra? A fria e dura superfície que estivera em contato com a sua bochecha pela última hora gritava que sim, desagradavelmente.

Você é uma idiota, ela se repreendia mentalmente.

Um de seus ruidosos grunhidos ecoou pelas paredes de pedra que a cercavam, zombando de sua dor.

— Merda.

A ironia da situação a teria feito rir se tal ato não fizesse sua cabeça doer naquele momento. E pensar que uma barganha e suas próprias escolhas a levariam ao cenário mais terrível de sua breve vida. Silenciosamente, ela rezava para que estivesse presa no tsukiyomi do Uchiha mais velho, mas sabia que era idiotice desejar uma coisa dessas. Era tudo real. Tão real quanto poderia ser. O grande e pulsante inchaço escondido por punhados de madeixas curtas e rosadas a lembrava constantemente que ela havia cavado a sua própria cova.

Ondas de náusea passaram pelo corpo de Sakura e seu estômago se contraiu, mas ela se recusou a ceder. Deus me livre, não vou passar mal aqui. Voltando a deitar-se de costas, o frescor do chão áspero quase serviu de alívio para o lado dolorido de sua cabeça.

A friagem atravessava sua blusa vermelha e short preto. Lutando para conter a tontura, ela respirou devagar, empenhando-se em vão na tarefa de convencer seu interior de que aquela não era a melhor hora para se perder as estribeiras.

Erguendo as mãos, ela notou as amarras prendendo seus finos pulsos.

Era incomum atar as mãos de um ninja a sua frente, mas esse era um caso excepcional. Com um design útil e bem calculado, a contenção fora obviamente feita para um ninja, de modo a deixar as costas das mãos encostadas umas na outra. As correias de couro se entrecruzavam nos pulsos, mantendo-os imóveis. O artifício impedia a realização de qualquer tipo de jutsu. Esperto. E não é que o Uchiha é inteligente?

A posição em que se encontrava tornou-se incômoda; seus ombros doíam da pressão causada pelo posicionamento de seus punhos. Ela, entretanto, não teve muito tempo para ponderar; passos se aproximavam da obscurecida porta de madeira a sua frente. Quase como se a esperasse, seu batimento cardíaco acelerou no exato momento em que uma sombra surgiu na fresta de luz, visível por debaixo da barreira de madeira que separava ela do que seria provavelmente uma morte dolorosa.

A maçaneta girou e sua mente instantaneamente reprisou como ela havia parado ali, de alguma forma parecendo amenizar os detalhes para algo menos aterrorizador.

Era meio dia em um desfiladeiro tomado por água e muitas, muitas, capas pretas com vermelho abordando o grupo de destemidos ninjas da Folha. Kakashi e Gai tomaram a dianteira, se esforçando para chegar até o líder. Sakura tinha outro alvo, entretanto. Ele se tornara seu alvo no momento em que ela descobrira quem ele era.

Alguns momentos haviam sido definitivos para ela desde que se tornara uma ninja. Daqueles tipos de momentos que tornam tudo mais claro, e você quase espera que o céu limpe de nuvens e um raio de luz ilumine sua epifania. As palavras de Kakashi serviram de gatilho para um deles.

— Como anda a visão, Itachi? — O senpai de cabelos prateados esbravejara para o temível Uchiha durante o primeiro embate na floresta.

A cegueira estava rastejando em direção a vida de Uchiha Itachi e isso subitamente se tornou o trunfo de Sakura. Por mais que ela admirasse Kakashi, Gai, Naruto e todo o resto por suas habilidades em combate, ela não podia pensar em ninguém mais apto que Itachi parar derrotar Orochimaru.

Quando o momento de pôr seu plano em ação chegou, ela encontrou Itachi no meio do campo de batalha. Sua expressão vazia lhe encarava por cima da gola alta da roupa. Havia apenas uma frieza animalesca, como se ele apenas contemplasse a facilidade com que poderia matá-la, ao invés de perder tempo em uma luta sem sentido.

Ela já tinha experimentado o medo antes, e muitas vezes ela o superara, mas dessa vez era muito pior. Desembucha, ela disse a si mesma, aconteça o que acontecer.

— Eu tenho uma proposta para você, Uchiha-san. — E com isso, ela deixou um pouco da pressão que exercia na kunai apontada para ele aliviar, salientando sua intenção.

Itachi sentiu seu deslize e imediatamente se voltou contra ela, a ponta de sua kunai pressionada em sua garganta. Um rastro quente de sangue escorreu por sua pele enquanto ela aguardava para ver se ele a responderia ou mataria. Como ela tinha sido idiota. Poucos segundos pareceram uma eternidade enquanto ela via sua vida passar como em um filme diante de seus olhos.

Mas ele apenas a fitava; frio, insensível, vazio.

A vontade de repetir a pergunta dançava em sua mente, mas a kunai firmemente pressionada ao seu pescoço a fazia achar que até mesmo falar rasgaria sua garganta. Ela resistiu até mesmo à vontade engolir em seco. Uma das mãos dele segurava seu pescoço por trás enquanto o frio metal encostava na pele exposta.

O rosto do sombrio Uchiha permanecia ilegível, mas por um momento, sua mão afrouxou a pressão.

— Cinco segundos. — Ele disse em sua voz suave e profunda.

— Eu sou ninja médica e fui treinada pela Tsunade. Sou a melhor que você vai conhecer na vida. Posso curar seus olhos, mas em troca, eu quero que me ajude a livrar o Sasuke do Orochimaru.

Será que ultrapassei os cinco segundos? Sua mente se desesperava enquanto seus olhos examinavam a bandana na testa dele. O risco sob a folha entalhada no metal se tornara incrivelmente interessante na medida em que ela tentava com todas as forças não olhar em seus olhos terrivelmente perigosos. O movimento de seu peito denunciou quando ela começou a tremer em seu aperto. Nunca antes ela tinha estado tão perto da morte.

— Hmph. — Ele sorriu. Isso fez com que ela olhasse para sua boca, visível acima da gola, e visse um movimento familiar cruzar seus lábios. Fazia mais de dois anos desde que ela vira aquele mesmo sorriso Uchiha, apenas na boca de outro homem.

Ela olhou ao seu redor momentaneamente. Kakashi demonstrava um medo desconhecido ao observá-la em meio a sua própria batalha e Naruto parecia estar se livrando dos ninjas que se mostravam seus oponentes. Seu tempo estava acabando.

— Estamos de acordo? — Ela emitiu, cuidadosamente.

Itachi finalmente a soltou e deu dois passos para trás, sua capa escondendo o movimento rápido de seus pés. — Kisame. — Foi tudo o que ele disse.

— Kis... — Sakura começou a dizer, mas um choque rodeou sua mente e corpo, fazendo tudo se tornar escuridão.

Na atual circunstância, enquanto a porta abria-se totalmente a sua frente, deixando irradiar um brilho amarelado ao redor do homem e lançando sua projeção pelo chão, ela apertava os olhos para ver a sombra que se aproximava dela. A longa capa oscilava com seus movimentos em sua direção, até que ele parou bem em frente a sua figura, jogada e estirada no chão de pedra.

Sakura ergueu as mãos amarradas até a altura do rosto, esperando amortecer o soco que ela de certa forma esperava receber. Aquele frio desinteresse preenchia o rosto de Itachi enquanto ele se curvava para olhá-la.

— Se trata de uma barganha, kunoichi; se você não curar meus olhos ou quebrar nosso acordo, eu te mato.

— Não duvido. — Ela sussurrou, tentando esconder o medo evidente que emanava de seu corpo e brilhava em seus olhos verdes.

— Isso facilita as coisas. — Ele pareceu sorrir, mas não de forma amigável. Não chegou a alcançar seus profundos olhos vermelhos.

Outra sombra passou pela porta e Itachi se endireitou, dando as costas para ela e redirecionando sua atenção para o outro homem.

— Você a atingiu com muita força. — Ele disse, calmamente, sem um pingo de raiva, apenas indiferença. — Ela está ferida; olhe em seus olhos.

— Se ela é médica, vai se curar. Não está curioso para saber quão boa ela é? Você não pode confiar apenas na palavra dela. — Kisame resmungava baixo e de forma grave. Uma risada esganiçada seguiu seus comentários.

— Sim, — Itachi começou. — Eu estou curioso. Volto em dois dias e então veremos quão bem ela se sai.

Mesmo na luz opaca vinda da porta aberta, Sakura podia ver o sorriso doentiamente sádico do homem-peixe deformando a pele acinzentada ao redor de sua boca. Onde diabos ela tinha se metido? A pergunta parecia badalar repetidamente em sua cabeça enquanto ela observava a conversa se encerrar e os dois homens irem embora.

A dor começou a entorpecer seu senso de preocupação por mais um tempo; escuridão lhe tomou mais uma vez.

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Quando seus olhos se abriram novamente, estava claro na pequena cela em que se encontrava. O chão e as paredes eram maciços, cinzentos e desinteressantes. A porta era de fato de madeira e não haviam janelas; parecia haver apenas uma fresta, possivelmente para a entrada e saída de alimentos do recinto. A cama era de metal, típica de uma prisão, com molas enferrujadas. Um colchão listrado encontrava-se enrolado em cima da armação; ela esperava que ele estivesse limpo. Uma pequena lamparina estava acesa na parede próxima da porta. Havia ainda uma pia, uma privada e um ralo no chão. Ela não fazia ideia de por qual motivo. Talvez fosse para lavar a evidência de uma execução particularmente violenta?

Pensar assim não está ajudando, ela disse a si mesma.

Conseguindo se sentar, Sakura se sentiu alarmada com a presença no outro lado do quarto; presença essa que ela ainda não tinha percebido. O enorme ninja estava sentado no chão, imóvel. Sua epiderme azul acinzentada estava pálida a luz alaranjada do fogo. Seus olhos pretos e desumanos observavam todos os seus movimentos; aquele mesmo sorriso tenebroso estava em sua boca, como se não tivesse saído do lugar desde a última vez que ela o vira.

— Estava esperando você acordar. Mais um dia se passou, Kunoichi.

Mais um dia? O medo fez seu corpo estremecer novamente. Ela já estava desaparecida há mais de dois dias e ninguém havia tentado resgatá-la? Obviamente a prisão estava localizada em algum lugar em que Naruto e Kakashi não conseguiam encontrá-la, e isso a desesperava mais do que antes. Inicialmente, ela não queria ser encontrada, mas agora... agora, ela só queria apagar os últimos dias da memória.

— Por q- que? — Ela sussurrou. Por que ele estava ali sentado, a encarando? Sem poder fazer nada a respeito, ela começou a tremer como se o chão tivesse se transformado em puro gelo. Talvez fosse uma febre causada por infecção? Talvez fosse apenas medo genuíno, não é mesmo? O acordo estava de pé; o homem não estaria ali para matá-la, estaria? Ele poderia tê-la matado enquanto dormia, certo? Talvez ele não se divertisse fazendo isso, ela se encolheu mentalmente; o sadismo se espalhava pelas feições parecidas com as de um tubarão.

Pensar assim não está ajudando, ela reforçou novamente.

— Então, Médica, estou curioso sobre suas habilidades de cura. O espertão do Uchiha parece acreditar que você é capaz, mas eu não estou convencido. — Ele riu, gozando do passatempo que tinha em mãos.

— Eu não estou aqui para ajudar você. — Ela soltou em um tom audível, engolindo seu medo.

A risada dele preencheu o quarto de pedra, ecoando pelas paredes, reverberando em sua pele, gerando ondas dolorosas de medo. Ele provavelmente vislumbrou isso em seu rosto, o que lhe fez rir mais alto.

— Eu amo seu medo, Médica. E, não, você não está aqui para me ajudar, mas eu gostaria de uma demonstração. — Seu tom se tornou mais suave; não menos mortal.

Ela encarou seus olhos ameaçadores e balançou a cabeça de forma afirmativa, demonstrando compreensão.

Levantando-se fluidamente e de uma só vem, Kisame se aproximou de Sakura vagarosamente, desfrutando do jeito como ela tentava se encolher para evitar seu toque eminente. Suas mãos ásperas e fortes agarraram a camisa vermelha dela pela frente, a pondo de pés. A dor de se estar imóvel em um chão de pedra por quase dois dias invadiu seu corpo. Tal mudança brusca de posição a fez protestar mais alto do que ela gostaria.

— Itachi volta amanhã. Espero que esteja curada até lá. — Sua entonação grossa era tão despretensiosa que era quase hilário. Ele sorriu ao tomar distância com as mãos para acertá-la no rosto. Durante aquele meio segundo antes do pesado golpe a deixar inconsciente novamente, apenas uma coisa passou por sua cabeça.

Merda.

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Só pode ser um sonho, um terrível pesadelo que vai desaparecer assim que a porta se abrir novamente, ela rezava, silenciosamente. Sentindo frio e uma dor extrema, Sakura tentava, em vão, mexer seu corpo. Todo e qualquer movimento provocava ondas de angústia alastrando-se pelo seu ser. Desgraçado, ela rangeu os dentes ao pensar em seu soco desnecessário. Um único soco. Ele a acertara apenas uma vez e fora o suficiente para que ela desmaiasse.

Ele não pareceu querer machucá-la por diversão. Quer dizer, não inteiramente. Parecia mais que ele a estava testando. Ele batera em seu rosto apenas uma vez, afinal. Infelizmente, fora o necessário para quebrar seu osso malar. Se ela pudesse se olhar no espelho, ela imaginava que veria seu olho igualmente coberto por sangue. A cavidade ocular parecia danificada e a área que a rodeava estava inchada e dolorida o suficiente para tornar a missão de tocá-la impossível. Havia ainda um corte em seu braço direito e dois de seus dedos estavam quebrados; ela não fazia ideia de como isso havia acontecido. O modo como eles se alongavam em ângulos indevidos a preocupava, mas ela temia já ser tarde demais para consertá-los.

Esforçando-se um pouco, Sakura conseguiu levantar a cabeça do chão o suficiente para ver pés passando em frente a porta, encobrindo a luz com sua sombra. Assim como da outra vez, seu batimento cardíaco acelerou e a adrenalina converteu dor em combustível. Ela não conseguiu impedir um pequeno som de derrota de escapar seus lábios ao ver a maçaneta girar, a claridade formando um caminho no chão de pedra.

Itachi.

Merda. Mais um dia se passou, ela contemplava, internamente. Três dias desaparecida, nenhum resgate; apenas a vaga consciência de que o tempo havia se passado de fato.

Fim da linha, sua mente gritava; ele estava vindo para matá-la. Sua passada era lenta, calculada e firme. Ele foi sem titubear em sua direção, parando a apenas um passo de distância. Mais um passo e ele teria chutado seu disfuncional estômago. Para ser sincera, ela esperou ser pisada.

Mas ele não fez nada, apenas permaneceu parado. Ela estava aterrorizada demais para olhar em seu rosto. A capa larga, aberta, começou a se amontoar ao redor de seus pés a medida em que ele se agachava a sua frente. Reagindo a sua movimentação, as mãos de Sakura se ergueram, ainda amarradas a sua frente, de forma a proteger seu rosto da melhor forma que podia. Ela sabia que suas mãos estavam tremendo, mas ela não ligava. Talvez ele não fosse querer fazer contato com o seu sangue? Mas é claro.

Em alguma parte de sua mente, ela imaginou que ele chegaria a fazer bom uso daquele ralo no chão.

— Olhe para mim, Kunoichi. — Ele disse num tom baixo, indistinto. Era tão sem emoção quanto a fina linha que adornava sua boca.

Ela pôde apenas soltar uma curta reclamação de dor, mantendo os olhos fechados, as mãos amarradas e trêmulas, erguidas no ar. O calor de sua mão então circundou um de seus antebraços, não de forma bruta ou de modo a machucá-la. Ele afastou as mãos dela da frente de seu rosto; ele parecia fogo em contato com a sua pele gélida. Outro pequeno som de protesto escapou dela, mais parecido com um chiado dessa vez.

Uma segunda presença se fez no quarto atrás do gênio Uchiha, e Sakura podia dizer pelo cheiro e pelo modo como sua postura enrijeceu que se tratava de Kisame.

— Eu te disse que ela não conseguia curar. — Ele quase riu, — Vai ser um prazer matá-la por você.

— Olhe para mim, Kunoichi. Agora. — Itachi repetiu firmemente, mas sem crueldade.

Curiosa sobre como ela ainda estava viva mesmo após segundos de sua entrada, ela abaixou as mãos e olhou para ele. Sharingan vermelho como o sangue a encaravam. Seus cílios eram longos demais, o formato de seus olhos quase esboçando uma feminilidade. Por um momento, ela se sentiu atraída, mas não presa. Ele não usou seus olhos nela.

— Quanto chakra você drenou dela? — Itachi perguntou a Kisame, os olhos ainda focados na pesarosa médica.

— Desde a sua partida, eu suguei um pouco de três em três horas com a Samehada. Ela foi treinada pela quinta hokage, nós não queremos que ela saia quebrando as paredes com seus socos.

— Você não a deixou com o suficiente para se curar. Suas mãos ainda estão atadas, como ela poderia ter se curado, Kisame?

O gigante homem-peixe apenas ficou ali, encarando as costas do Uchiha como se a resposta pudesse estar escrita no local. Itachi estava muito calmo, quase sussurrando, a ponto de Sakura achar que estava entendendo tudo errado. Ele estava irritado, afinal?

— Você sabe tão pouco sobre chakra a ponto de não entender que ela precisaria de força suficiente e de suas mãos para se curar?

Acho melhor não responder essa, hein, Sakura avisou mentalmente para o homem-peixe. Algo estava prestes a acontecer; ela podia sentir. Talvez fosse devido a força de Itachi; o quarto parecia transbordar com sua presença, cheio de uma energia inquisitiva que a aterrorizava ainda mais.

— Você a superestima, Itachi. Ela deveria ser morta. — Kisame resmungou.

— Eu faço o mesmo com você. Devo te matar também?

Algo curioso aconteceu naquele momento. Itachi não estava mais a sua frente, e sim ao lado de Kisame. O homem-peixe se dobrou ao meio e sangue escorreu pelo chão.

— Saia da minha frente, Kisame. Eu faria a médica te curar, mas considerando que você impediu que ela conseguisse, acredito que você vai ter de sofrer. Quando ela estiver apta, vai ser uma escolha dela ou não te ajudar.

Kisame olhou para o Uchiha em um misto de dor, raiva e arrependimento. A última emoção parecia a mais branda, claro. Devagar, ele mancou até a porta, um rosnado baixo emanando de sua garganta. Mas não era direcionado ao seu parceiro; era direcionado para Sakura.

Ainda que estivesse temendo um pouco mais o irritadiço homem-peixe, Sakura também estava insatisfeita pelo fato de ser o alvo de sua raiva. Fora um erro dele, então que arcasse com as consequências. Mas como Itachi era o mais forte, Kisame naturalmente escolhera descontar no membro mais fraco do pequeno grupo. Questão de sobrevivência, ela supôs.

Mas a inconformidade evaporou no momento em que o Uchiha voltou a encará-la; uma kunai ensanguentada em uma mão e um olhar frio no rosto. Então ele era o tipo de homem que conseguia apunhalar um 'amigo' sem piscar duas vezes. Tudo ficou muito claro no momento em que ele olhou para ela.

Seus pés o levavam até ela, de modo que ela lutou para se distanciar.

Seria esse o fim? A morte estava se aproximava a passos calmos.

Ela fechou os olhos.

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N/T: Loophole foi publicada em 2005 e reflete a imagem do Itachi que a gente julgava conhecer. Então é preciso salientar um ponto:

Ele não é o personagem bom e altruísta que sempre pensa na Vila e em seu irmão.

E não, a Sakura não vai ter Síndrome de Estocolmo e se apaixonar por ele sem motivo algum nos próximos capítulos.

Eu particularmente amo a escrita da leafygirl e os plots são sempre sensacionais. Espero que gostem dessa ItaSaku.