A Single Father

Autora: Polly Depp Weasley

Ship: Drarry (Harry top/Draco bottom)

Rated: M

Fic Slash/Yaoi + Lemon explícito ao extremo - Palavras de baixo calão. Harry Potter não me pertence.


Prólogo

As mãos de Harry estavam trêmulas. O coração dele palpitava com tanta força que sentia vontade de vomitar. Olhava para a ruiva à sua frente com tantas emoções adversas que não conseguia escolher uma para se concentrar. Estava com raiva, e ao mesmo tempo estava empolgado, assim como também sentia uma profunda tristeza, e medo, e felicidade, e nojo, tudo ao mesmo tempo. Não conseguia focar, saber o que deveria sentir naquele momento, estava completamente perdido.

Conhecera Ginny no Ensino Médio. Irmã do seu melhor amigo, sempre estivera próxima como uma ótima amiga. Não demorou muito para que eles tivessem um caso, mas Harry sempre se sentiu estranho em sua presença. Não que ele não gostasse dela, mas havia algo que não encaixava muito bem, e que o moreno nunca conseguiu entender o que era. Mesmo quando foram para a faculdade, Harry achava que era melhor manter-se longe, então terminaram o namoro, ficando apenas com alguns rolos aqui e acolá. Harry sentia doer seu próprio peito quando pensava que ainda era virgem simplesmente porque não conseguia, de forma alguma, ir para a cama com Ginny. Depois de um tempo foi notando que se sentia diferente em relação aos meninos. Havia o desejo, e Harry se pegou duvidando da própria sexualidade. Guardou isso por muito tempo, chegando a terminar a faculdade namorando Ginny. Ela sempre o achou um cara estranho. Harry nunca passava das preliminares. Chegou a dizer que tinha medo de fazer sexo simplesmente porque se achava muito ruim, e a ruiva, sem aguentar, ainda deu umas escapulidas com Dean Thomas na universidade. Claro que Harry nunca soube disso, mas mesmo que soubesse, ele teria entendido.

No fim do curso, ele decidiu que era hora de tentar. Finalmente foi pra cama com Ginny, e céus, como teve que se esforçar no começo. Antes mesmo de terminar, tinha decidido que não gostava de garotas. Só amava muito Ginny, como uma grande amiga, e por isso tinha conseguido fazer alguma coisa com ela. Teve que imaginar outro corpo, outras mãos sobre si para chegar ao clímax.

Uma semana depois acabou o namoro, e ela compreendeu. Disse que já desconfiava disso e que o entendia completamente. De qualquer forma, não tinha como eles continuarem juntos. Ginny tinha sido escolhida para jogar num clube esportivo do outro lado do país, e decididamente não ia desistir de ir por conta de Harry... Então era ótimo que, afinal, ele fosse gay.

E agora ela estava ali, com olhos úmidos e mãos trêmulas, com um neném recém-nascido nos braços.

Filho dele. Filho de Harry Potter.

- Eu não posso ficar com ele, Harry. Eu não posso ser mãe agora. Minha carreira está em jogo e, por Deus, eu preciso continuar ou vou ter que abandonar o sonho da minha vida. Se eu soubesse que aquela única vez que fizemos sexo fosse resultar num bebê, eu juro que você morreria virgem! – Ela disse, apertando com força demais a criança em seus braços.

- Ginny... Podemos dar um jeito, eu sei que podemos. – Ele tentou dizer, respirando fundo. Seus pais, antes de morrerem, tinham lhe deixado uma herança estupenda, que ele só teve acesso aos 18 anos, e ainda assim estava praticamente intacta. Podia sustentar aquela criança mesmo estando em seu emprego há menos de um ano, num escritório de advocacia há apenas umas quadras dali. – Eu vou assumi-lo, vou cuidar dele... Vamos cuidar deles juntos. Podemos até nos casar, se for necessário, eu—

- Harry. – Ela o interrompeu, erguendo uma mão. – Eu não quero essa criança. Se você não cuidar dele, ele vai pra adoção. – Ela disse, séria. – Eu não posso ser mãe. Já disse. Ainda é cedo. Podemos ir a um cartório, fazer a certidão de nascimento da criança. Vou te dar a guarda total. Fiz uma conta no banco de leite e vou passá-la para você.

- Você não o amamentou...? – Perguntou, e ela negou com a cabeça.

- Não tenho leite. – Seus olhos estavam secos quando disse isso.

- Qual... Qual o nome dele? – Perguntou, e ela suspirou.

- Eu não lhe dei nome algum, Harry. Você escolherá um nome para ele. Podemos ir agora? Ou está ocupado? – Ginny perguntou, e o moreno só foi capaz de engolir em seco. Era advogado, sabia como as coisas funcionam e poderia fazer tudo naquele mesmo dia, sim. Mas ainda assim... Achava aquilo desumano.

- E o que sua mãe acha disso...? E Ron...? – Ousou perguntar, e ela soltou um muxoxo, entregando a bolsa com os pertences do recém-nascido nos braços de Harry.

- Eles sabem. Acham um absurdo, mas minha mãe conseguiu convencê-los que era minha decisão e que eu deveria fazer o que acho certo. – Disse, e seus olhos baixaram-se para o neném em seus braços. Entrou em desespero quando descobriu que estava grávida. Sabia que não poderia exigir que Harry se casasse com ela e fosse pai daquela criança. Ele nunca seria feliz casado com uma mulher, e além do mais, foi culpa dela que achou que nada aconteceria. Harry era muito ingênuo para essas coisas, e ela sabia disso. Sabia que tinha que ser ela a ensiná-lo e simplesmente ignorou tudo num momento de fraqueza. Molly fez com que ela não abortasse a criança. Insistiu para que parisse o bebê e pediu, por toda a gravidez, para que ela entregasse o menino a Harry e não à adoção. Como a mãe que era, Molly falou poucas e boas para Ginny, mas no fim a compreendeu. No fim soube que aquilo jamais faria a filha feliz, e concordou em não contar nada aos filhos nem a Harry. Caso Ginny decidisse entregar o menino ao pai no final, todos saberiam, mas enquanto ela não se decidisse se daria a criança para a adoção era melhor que ninguém soubesse. Ginny deu um sorrisinho sincero, olhando para a criança. – Se fosse em outra época, Harry... Eu adoraria criá-lo. Mas não nasci pra ser mãe. Não nasci pra isso. – Falou, entregando pela primeira vez o bebê nos braços do pai.

Ele era sim, parecido com Harry, mas não dava para saber direito. Ainda estava com o rostinho enrugado, e dormia tranquilamente. Seus cabelos eram ralos e negros, e a boquinha estava fechada num biquinho. O homem sentiu seu coração cair até o estômago de tanto amor que sentiu pelo neném... Seu filho. Ele que achava que jamais teria um filho. Engoliu em seco. Não podia julgar Ginny por sua decisão. Ela ao menos tinha decidido ter a criança, ao invés de tê-lo abortado. Ela decidiu entregá-lo a seu pai, ao invés de privar Harry de saber que tivera um filho. Ela não era um monstro... Apenas estava tentando ser feliz, e não era com uma criança que conseguiria.

- Por que não me contou, Ginny? – Ele perguntou, meio magoado. – Eu poderia ter te ajudado. Poderíamos ter passado por isso juntos.

A moça demorou um pouco para responder, escolhendo as palavras. Decidiu ser sincera.

- Eu não sabia se o entregaria a você ou se o daria para a adoção. Se eu fosse entregá-lo num orfanato era melhor que você não soubesse da existência dele. Assim não... Assim não teria raiva de mim. – Ela disse, seus olhos enchendo de lágrimas. Ergueu-os para cima, tentando controlar o choro. – Eu não queria que você achasse que... Que eu queria seu dinheiro, ou que eu só queria te usar por conta do bebê. Eu... Sei que você não faria isso, eu te conheço, mas... Eu estava tão desesperada, Harry... Com tanto medo... Eu... – Ela soluçou, fechando os olhos com força. Não choraria na frente dele. – Eu não queria que você me odiasse.

O moreno sorriu, sentando-se ao lado dela e abraçando-a com um braço só, o outro segurando o neném gentilmente.

- Eu jamais te odiaria, Ginny. Eu amo você. Quantas vezes tenho que dizer isso? – Perguntou, dando um beijo na testa da mulher.

Ficaram um tempo em silencio, até que Harry o quebrou.

- Quando ele nasceu? – Perguntou, alisando as bochechas gordinhas do menino.

- Faz dois dias. – Ela respondeu, segurando o pezinho do pequeno, olhando para ele com certa atenção. – Ron está furioso comigo. Hermione está tentando acalmá-lo... Se prepare. Ele provavelmente vai ligar pra você em algum tempo.

Harry sorriu. Sim, Ron estaria furioso. Mas sabia que ele se acalmaria depois de um tempo, sempre fora assim.

- Vamos agora? Eu... Eu preciso voltar. Meu voo já está agendado. – Ginny falou, e Harry ainda mordeu os lábios, pensativo.

- Ginny... Será que... Será que realmente não dá pra...

- Harry, não insista, por favor. Eu tive nove meses pra pensar nisso, e agora realmente não quero voltar atrás. – Ela foi incisiva, e ele respirou fundo. Assentiu com a cabeça e saiu com ela para o cartório.

Depois de um dia longo e cansativo, os dois voltaram para o apartamento que Harry tinha comprado. Era grande, espaçoso, com três quartos, uma cozinha ampla, sala de dois ambientes e uma varanda com vista para a cidade alta. Precisava arrumar um dos quartos para o bebê, mas pelo menos tinha o material essencial para passar ao menos a primeira noite.

Ginny estava parada sem jeito na sala. Dava pra ver que ainda tinha certo peso que tinha ganhado do bebê, mas ainda estava magra, sardenta e ruiva, como ele sempre lembrava, os olhos castanhos mirando os verdes dele com certa admiração.

- Cuide... Cuide bem dele, Harry. – Disse, com um sorriso, e abraçando-o com força antes de se afastar. – Eu sei que você será um pai incrível para ele.

Harry assentiu com a cabeça, sorrindo para ela. Acompanhou-a até a porta e, depois que ela foi embora, virou-se para o pequeno. Os documentos dele estavam todos em sua bolsa, e agora... Bem, agora Harry James Potter era, oficialmente, pai de Albus Severus Potter, em homenagem a dois grandes homens que tinha conhecido em sua vida. Sorriu, observando o bebê, agora acordado, que o fitava com certa curiosidade, como se tentasse descobrir quem ele era. O homem ficou impressionado com seus incríveis olhos verdes, exatamente iguais aos de Harry. Iguais aos de sua mãe, Lily.

- Seja bem vindo, Albie. – Disse, sentindo a alegria dominar seu coração na mesma medida e proporção que o desespero. Agora era pai.

Um pai solteiro.


N/A.: Olá, pessoal! Então... Essa é minha primeira fic Drarry - yaaaaaaaay - e eu estou bastante empolgada com ela! Não sejam tão maldosos comigo i~i Espero uma boa recepção!

Beijos da Polly!