A fêmea perfeita
Capítulo 12.
Desculpem a demora, babies. Bom, sem tempo para responder as reviews, mas me digam o que acharam e na próxima respondo tudinhoooo! Estamos na reta final ou tem mais confusão por aí? Haha'. Beijos e beijos.
"Apenas alguns goles, fêmea. E seu útero se derreterá feito gelo - Totousai fez um gesto dramático com as mãos. - Problema resolvido. Sem, dor, sem lágrimas e sem mais Inuyasha. Não encha mais minha paciência.".
- Inuyasha - Kagome sussurrou, apertando o pequeno frasco contra o seu peito.
Era o certo a fazer. No final das contas, tudo o que Inuyasha e Kagome queriam era cortar a ligação que havia entre os dois. A ligação que surgiu desde a primeira vez que se encontraram e que ela demorou tanto a aceitar. Era uma coisa de outras vidas mesmo, tão forte e tão necessário - quase como o ar que se respira. Kagome via isso agora, depois da noite de amor que tiveram, era impossível dizer que não o amava. Sentiu a respiração falhar. Talvez se tivesse se rendido antes, se entregado de uma vez àquela loucura toda, as coisas não tivessem chegado aquele ponto. Seria uma mulher casada e feliz, com alguns filhotes youkais para criar.
Mas não. Ela sabia que não tinha como ser feliz. Nada mudaria o fato que Inuyasha amava Kikyo, nada que Kagome fizesse mudaria isso. Era estranho porque ela pertencia a ele, seu corpo e sua alma, mas ele nunca seria realmente dela. Tão injusto, Inuyasha pertencia a outra pessoa. Isso doía, ardia mais do que se já tivesse bebido o veneno e ele estivesse corroendo seu corpo. Não tinha outro jeito, essa era a solução para o caso, um tanto sofrida para si mesma, mas Kagome não se arrependeria de se sacrificar por Inuyasha. Amava-o no sentido completo da palavra e seria uma benção poder fazer algo pela felicidade dele. Já que ela própria nunca poderia ser feliz.
Kagome apoio-se no parapeito da sacada, já era noite e um vento forte bateu em seu rosto. Um lágrima escapou, teimosa, de seus olhos. Inuyasha não tinha voltado até essa hora e não precisava pensar muito para saber onde ele estava. Estava com Kikyo com certeza. Ele não parecia se importar com os sentimentos de Kagome mesmo depois do sexo. Aquele casamento era uma farsa e, se ela não achava que sua primeira vez ia acontecer assim tão de repente, também não imaginava que seria assim, tão sem romance como estava sendo. Era uma mulher, caramba, e se resolveu se entregar precisava de amor e se sentir segura!
- Estou tão cansada disso - ela apertou o frasco entre as mãos até seus dedos ficarem brancos.
Ela finalmente tinha cedido, entregara seu corpo e coração ao meio-youkai insistente. Mas não era o bastante para Inuyasha. Kagome sabia que ele a queria só pela tradição, eles não se amavam realmente. Ela chegara depois de Kikyo e se sentia uma intrusa, sentia-se tão mal morando naquela casa, dormindo na mesma cama que ele. Sendo sua mulher, não, sendo uma vadia. Kagome não culpava ninguém, do fundo do coração; não era culpa deles se se conheceram em outra vida e nem de Kikyo por ter aparecido nessa. Apertou o frasco com energia. Estava na hora daquilo acabar.
Uma fungada chamou a atenção de Kagome e ela olhou para o lado: a cabeça de Sesshomaru ocupava a outra sacada por inteiro, mas não na sua forma de sempre, mas na de um grande cachorro branco. Ele estava totalmente transformado em sua forma youkai, seu felpudo pêlo balançando até que ele deitasse na cerâmica fria, Ela nunca o tinha visto assim. Era magnífico.
- Sesshomaru? - Kagome notou algo diferente, os olhos do youkai baixos e tristonhos.
- Cala a boca, humana, minha cabeça dói - ele falou, mas sua grande boca não se moveu; ele falava com a mente.
O youkai deixou a comprida língua roxa escorregar e tocar a cerâmica fria, era tão longa e fina que dava voltas estonteantes até chegar ao chão. Soltou um ganido triste em seguida, parecia estar em profundo sofrimento.
- Você não parece bem - Kagome franziu as sobrancelhas, chegando mais perto do lado em que ele estava. Não gostava muito de Sesshomaru, ele era mal e cínico. E sádico. Mas vê-lo assim trazia uma sensação tão ruim.
- Estou gripado. Ficar longe da Rin não está me fazendo bem.
- Youkais ficam gripados?
- Não enche minha paciência - Sesshomaru fechou os grandes olhos vermelhos. Os deuses podiam ter escolhido uma fêmea menos irritante para o seu irmão. Se bem que Inuyasha era irritante também. - Apenas preciso descansar um pouco.
- Ficar nesse vento frio não vai ajudar - ela disse, preocupada.
- Você não consegue ficar quieta, não é mesmo?
- Apenas estou tentando ser legal!
Sesshomaru bufou e ela fez o mesmo. O movimento dele era bem maior e fez com que um ar quente chegasse até Kagome. Era refrescante como hortelã.
- Estou esperando...
= Es-perand-do? - ela gaguejou.
Kagome recuou um pouco, escondendo a mão para trás. Droga! Sesshomaru tinha desconfiado de tudo? Era um youkai e tinha aqueles sensores malditos. Estaria perdida se o cunhado a pegasse nessa loucura que estava prestes a fazer.
- Rin me chamar - ele continuou. - Algo não está certo...
Ela quase não escondeu o alívio. Mas era claro que Sesshomaru estava falando da esposa, não tinha nada mais que pudesse chamar sua atenção...A ligação entre os dois..Kagome sabia que tudo que a fêmea de Sesshomaru sentia ele podia sentir também. E como Rin estava mal, o youkai também estava. A ligação entre Sesshomaru e Rin parecia tão mais sólida do que a que tinha com Inuyasha. Era a fêmea de Inuyasha (de acordo com os outros), mas por que não sentia-se próxima a ele? Kikyo tinha parte dele e e isso atrapalhava. Bom, não atrapalharia mais quando Kagome desistisse da sua ia se resolver.
- Talvez você esteja esperando à toa - Kagome disse. Essa história de outras vidas, tão bonita, mas continuava parecendo tão boba.
- Você não entende, humana - Sesshomaru rosnou. - Rin é minha fêmea, a minha vida. Não tem nada no mundo que eu não faria por ela.
Sesshomaru usava tanto amor para falar da esposa. Kagome ficou muda, sentiu-se tomada pela tristeza. Inuyasha nunca usara esse tom para falar dela ou com ela. Carinho, talvez, mas Kagome nunca se sentiu amada. Ela estaria nas nuvens se isso acontecesse. Quase impossível de acontecer.
O youkai pareceu dormir, sua respiração ficando mais pesada. Totalmente alheio à confusão interna da garota. Kagome olhou-o compreensiva. De certo modo, Sesshomaru também sofria. Kagome não era a única que passava por maus momentos. Ela espiou o frasco uma vez, com cuidado para não ser pega. Pensou se estava mesmo fazendo a coisa certa. Abandonaria não só inuyasha, mas a Sesshomaru, o Senhor Taisho, Izayoi, Totousai. Aquela família maluca tinha ganhado um espaço em seu coração.
Ela soltou um suspiro trêmulo, mais alto do que pretendia; Sesshomaru levantou suas orelhas como um cão em alerta. Kagome escondeu seu veneno dentro da blusa completamente atrapalhada, rezando para que não fosse aquilo que tivesse chamado a atenção do youkai. Seshomaru farejou o ar, algo estava errado, muito errado.
- Rin! - a mente dele gritou.
Um pouco desnorteado, Sesshomaru levantou o corpaço, batendo-se contra as paredes do quarto. A mansão toda estremeceu. Seu corpo era grande demais e ele foi pressionado para baixo. Ganiu em desespero.
-Rin! - ele repetiu.
Tentou levantar-se mais uma vez, estava entalado, mexendo-se sem muita noção de que tudo em volta estava prestes a desabar. A única coisa que Sesshomaru queria era ver-se livre para poder chegar à Rin e seus instintos estavam no limite para ele poder se destransformar.
- Sesshomaru, o que está acontecendo? - Kagome caiu para trás com os movimentos de Sesshomaru, o bumbum batendo contra o chão. Começava a ficar assustada com tudo aquilo. Nunca vira o frio youkai tão fora de controle.
- Rin está morrendo - Seshomaru disse, num gemido sofrido. Desapertou-se do cômodo e saltou para fora, dando um último impacto contra a estrutura da mansão. Suas patas tocaram o ar e ele se impulsonou para cima em um salto grandioso. Estava voando.
Kagome tinha abaixado a cabeça, tentando se autoproteger. Ergueu-a a tempo de ver o youkai sumir entre as nuvens escuras. A mansão balançou mais um pouco e por incrível que pareça não se danificou. Depois do tumulto, voltou ao seu eixo, como se nada tivesse acontecido. Kagome piscou várias vezes em confusão. Na sua frente, o seu frasco intacto, pronto para rolar sacada a baixo.
- Kagome! - ela ouviu alguém chamar ao longe. Ela sabia bem de quem era essa voz.
- Inuyasha!
Ele não poderia saber, não ainda. E se ele tentasse impedi-la? Kagome jogou o corpo contra o frasco, segurando-o como se fosse o seu último pingo de vida.
- Kagome! - Inuyasha gritou mais uma vez, entrando no quarto do casal. Onde Sesshomaru estava com a cabeça em se transformar dentro de casa? Procurou por sua fêmea e nada. Seu coração bateu doído. Se algo tivesse acontecido com Kagome... Buscou por ela mais uma vez, sem nunca desistir. Encontrou a cortinha balançando com o vento.
- Eu estou aqui, Inuyasha - Kagome chamou-o. Sua "salvação" já bem escondida dentro de sua blusa.
- Você está bem? - Inuyasha apressou-se para ela.
- Estou - ela não entendeu a urgência na voz dele.
Os dois encontraram-se no centro da sacada, o meio-youkai segurando em seus antebraços e trazendo-a para perto. Kagome notou que seus olhos brilhavam de emoção e ele estava realmente satisfeito porque nada havia acontecido com sua Kagome. Inuyasha segurou a nuca dela e fez com que ela encostasse a cabeça em seu peito. Acarinhou seus cabelos e ela ficou bastante confusa com a situação.
- Onde aquele idiota do Sessgomaru foi? - Inuyasha olhou para cima, para o céu escuro acima deles. Sem nunca soltar Kagome.
- Algo está errado com a Rin - ela tentou se afastar, mas ele não permitiu. Falou ainda grudada no peito dele.
- Rin está assim desde que ficou com filhotes. Acho difícil ela conseguir dar à luz sem complicações.
O meio-youkai sabia do sofrimento do irmão e de como foi difícil quando Rin perdeu a primeira ninhada. Não fora só o humor da cunhada que mudara, o corpo dela tornou-se mais magro e miúdo do que era antes. Rin não suportava a presença de outras pessoas e afastara o próprio marido de sua casa. Ele franziu a sobrancelha; algo que deveria ser uma benção tinha caído quase como uma maldição no casamento de Sesshomaru.
- Inuyasha..
- Isso é tão perigoso para os humanos - Inuyasha desapertou-a e os dois puderam se olhar agora. - Procriar com seres como nós - Inuyasha tocou o rosto dela, carinho enchendo suas palavras. - Não sei o que faria se algo acontecesse com você.
Kagome estremeceu. Do que Inuyasha estava falando e por que seus olhos dourados brilhavam tanto? Aqueles olhos, que eram capazes de desnudar sua alma sem nenhum esforço. Ela umedeceu os lábios. Estavam tão próximos, ela podia sentir os músculos masculinos contra seu pequeno corpo. Sentiu uma vontade louca de beijá-lo e se entregar a ele. Gritar que não desfaria a ligação, que ele era seu e ficariam juntos. Dizer que o amava. Há alguns instantes ele estava com Kikyo, provavelmente fazendo isso. Amando-a no lugar de Kagome.
- Não se preocupe - ela afastou-se do toque dele e do olhar hipnotizante. - Não vamos ter filhotes. Em pouco tempo nem estaremos mais juntos.
- O que você quer dizer com isso?- ele olhou-a confuso, não impedindo que Kagome se fastasse.
- Você vai ver - ela desviou o olhar do dele.
Kagome virou-se, abraçando o próprio corpo. Consolando-se. O destino fora muito mal em colocá-la naquela situação. Preferia muita mais ter seguido sua vida complicada sem muitos recursos, mas cheia de esperança. Agora não havia luz nenhuma no fim do túnel, nada que reconstruísse o coração que conhecera o amor e tinha que abandoná-lo.
- O que está escondendo de mim, Kagome? - Inuyasha moveu suas orelhinhas. Não entendeu a súbita reação dela nem aquele discurso sem pé nem cabeça.
- Não me toque - ela irritou-se ao ver ele se aproximar.
O sangue ferveu nas veias de Inuyasha. Se ele estava calmo até então, agora perdia o eixo. Sua fêmea era submissa a ele e não aceitaria nenhum tipo de rebeldia. Desfez os braços cruzados dela com um puxão e a prendeu em seus braços novamente. Não precisou de muita força para mantê-la sob controle.
- Eu sou o seu macho, posso tocar você quando eu quiser - Inuyasha falou com fúria.
- Você não é meu macho!
- Eu vou ter que te lembrar? - Inuyasha levantou uma sobrancelha, a respiração dele batendo nas bochechas de Kagome. - Da noite passada?
"Agora ele lembra?", a garota pensou, indignada. Não pensou duas vezes antes de sair correndo para Kikyo logo depois que fizeram amor. E deve ter tocado ela. Deve ter feito ela gemer do mesmo modo que fizera com Kagome. A garota sentiu um súbito enjoo com o pensamento.
- Onde você estava, Inuyasha? - ela finalmente perguntou. Aquilo estava entalado em sua garganta.
- Não importa - ele desviou o ohar. Perdia a pose de machão agora que estava acuado.
- Com ela? - Kagome provocou. Segurou a bochecha do meio-youkai com a mão, cravando a unha em sua pele. Forçou-o a olhar para ela. Havia uma brilho perigoso nos orbes cor de chocolate. - Você beijou ela?
- Kagome..
- Beijou ela? - ela falou, em um esgasgo. Sua voz não escondia o desespero. A angústia tomou o lugar da raiva e seus olhos começaram a formar água.
Trouxe o rosto de Inuyasha mais perto, sem soltá-lo. E ele podia ver a tristeza derramar de Kagome. Sentiu um peso no coração. Ele não tinha culpa, caramba! Kikyo existia antes de Kagome, ela não poderia culpá-lo. Odiava como estava se sentindo agora. Estava completamente sem jeito, não sabia como agir para acalmá-la. Ou se deveria acalmá-la. Estava nos planos que seu casamento com Kagome acabaria. Ela também tinha concordado com isso. Qual era o problema agora?
- Não, eu não a beijie - ele disse, torcendo o nariz. - Se quer saber.
Mas estava com ela. O coração de Kagome bateu cansado. Inuyasha tinha admitido que estava com Kikyo. Ela mordeu os lábios, não segurando mais seus instintos e tomou os lábios deles nos seus, Queria senti-lo mais uma vez antes de tudo acabar. Os momentos que tivera com Inuyasha nunca poderiam ser apagados, Kikyo nem ninguém nunca tiraria isso dela. Ela guardaria-os para sempre e guardaria a sensação de ter o meio-youkai tão perto de si. Deslizou a línguia na boca dele com fúria, um gemido assustado saiu da garganta de Inuyasha.
Kagome só podia ser bipolar. Inuyasha pensou, confuso. Sua fêmea estava brigando e em outro minuto estava com a língua dentro de sua boca. Não que aquilo fosse ruim, era muito bom. Kagome beijava muito bem. Inuyasha respondeu com a mesma paixão, retirando as mãos dela do seu rosto e enfiando as próprias em meio aos cabelos pretos.
A vida era realmente muito engraçada. Podia te dar momentos que te enchem de alegria e de tristeza ao mesmo tempo. Inuyasha levara a própria língua na dela e as duas se acariciavam ternamente. Aquilo era gostoso, fazia o corpo de Kagome estremecer todo e era quase como eles pudessem estar juntos de verdade. Mas ele nunca diria que a amava. Porque ele não podia. Porque existia outra pessoa que ele amava mais.
Kagome sentiu-se suja, ficando tão excitada com o toque de um homem que não era seu. Tentou afastá-lo para longe, mas Inuyasha não deixou-a se afastar. O beijo foi quebrado e quando ela o olhou, viu um brilho vermelho furioso em meio ao brilho dourado. A parte youkai de Inuyasha, a parte que pertencia à Kagome e clamava por ela.
- Sou eu quem manda aqui, fêmea - a voz dele saiu mais rouca do que o normal. Ameaçador. - E eu não disse que íamos parar de beijar.
- Eu não vou transar com você, se é o que está pensando!
Ela enfrentou-o mesmo estando em completo pavor por dentro. Arrependia-se do seu repentino ataque de desejo. Não queria que a noite passada se repetisse, não queria estar com Inuyasha, sentir prazer com ele e no outro dia ter que vê-lo encontrar-se com Kikyo. Mas esquecera que estava se metendo com um homem, pior, um homem meio demônio com instintos quase animais. Ele não deixaria o trabalho pela metade.
- Transar? - ele riu. Era estranho porque era Inuyasha quem estava a sua frente, mas ao mesmo tempo não parecia ele. - Você se uniu a mim, Kagome. Você é minha . Aquilo foi muito mais que transar.
Inuyasha quem apertou o rosto dela agora, não tomando nenhum cuidado com as garras afiadas que tinha nas pontas dos dedos.
- Ninguém vai tocar em você. Ninguém nunca vai ter você como eu tive.
Ela sabia. Principalmente depois que tomasse o veneno, ninguém ia querê-la. Nem mesmo Inuyasha sentiria desejo por ela. Seria uma flor murcha, sem perfume algum e sem capacidade de procriar. Inuyasha começou a tocá-la e seu corpo entrou em chamas. Aquele tipo de sensação que te leva à loucura. Kagome tentou se conter, mas era impossível. As células de seu corpo imploravam por Inuyasha, o meio de suas pernas começava a se molhar antecipando o que ia acontecer. Inuyasha estaria dentro dela e seu corpo se preparava para ele.
- O que você está fazendo? - ela tentou trazer um pouco de razão ao momento. - Alguém pode nos ver!
- Um pouco de perigo - ele riu e beijou o pescoço dela com carinho. - Não faz mal a ninguém.
O riso dele fez o coração dela se aquecer. Tão lindo, tão sedutor. Inuyasha era o homem dos seus sonhos e ela demorara bastante para perceber. Bem melhor se nunca tivesse conhecido aquele tipo de emoção. O amor não é uma coisa boa, ela aprendera com as histórias dos livros. E tinha acontecido com ela! Kagome estava apaixonada e com a alma em pedaços.
- Você me machucou! - ela afastou o pescoço dele. - Não faz isso, por favor.
Ele parou na hora.
- Eu te machuquei?
Proteger. Fêmea!
Inuyasha sentiu um arrepio na espinha. Seu dever era cuidar de Kagome, fazer tudo para o conforto de sua fêmea, futura mãe de seus filhotes. Dar prazer a ela. Ele entrou em desespero. Não podia ser que ele falhara, que ele tinha feito mal a sua protegida. O meio-youkai quem não queria mais senti-la, afastou-se, passando as mãos nos cabelos. Era um homem mau. Muito mau.
- Ontem a noite? - ele estava fora de si. - Me responde, quando eu te machuquei?
Ela não quis dizer isso. Não fora o seu corpo que Inuyasha machucara (na verdade, nunca tinha conhecido prazer tão grande como o que corpo de Inuyasha podia proporcionar). Ele tinha machucado seu coração quando se conheceram e ainda mais agora. Porquer ela tinha se apaixonado e os dois não podiam ficar juntos. Mas se isso o afastaria, ela diria. Diria que ele era péssimo de cama e que o odiava!
- Sim! Você me machucou muito e eu não quero mais.
- Mas você gostou, eu sei que gostou!
Havia o cheiro de sangue por ser a primeira vez de Kagome. Mas também houve os gemidos dela, o jeito que o corpo dela convulsionou quando Kagome chegara ao orgasmo. Inuyasha pôde sentir o cheiro de excitamento dela e ela sorriu para ele quando deitaram-se juntos quando tudo acabou. E eles dormiram abraçados! Kagome só podia estar mentindo! Ela escondeu o rosto entre as mãos e ele andava de um lado para o outro em preocupação.
- Senhor Inuyasha, eu não queria atrapalhar - Myoga presenciou um pouco da cena. Finalmente resolvera se manisfestar. - A porta estava aberta.
O casal virou a atenção para o mordomo e Inuyasha fez um gesto para ele.
- Só um minuto, Myoga.
Virou para Kagome, ainda bastante indignado. Ela continuava a sustentar o olhar de certeza. Não retiraria o que tinha dito e nem deixaria de tomar o veneno para poder finalmente estar livre daquilo tudo.
- Kagome, resolveremos isso depois.
- Eu já resolvi isso, Inuyasha - ela sussurou ao ver o meio-youkai sair do quarto acompanhando Myoga. Era a última vez que estaria assim com Inuyasha Taisho.
- Você conseguiu, Myoga? - Inuyasha tinha um certa certa tristeza na voz. Ainda estava zonzo pelo que Kagome dissera.
- Com esse ritual a ligação de você e da senhorita Kagome será desfeita como água.
- Então eu não estarei mais ligado á Kagome?
- Não.
Era tudo o que Inuyasha mais queria no momento. Os dois seguiam até a garagem. Mas não a garagem onde ele e seu pai colocavam os carros importados. Havia um lugar mais afastado, antes do muro com a outra casa. Myoga demorara um tempo pesquisando e aperfeiçoando o ritual para poder apresentá-lo para Inuyasha. Era algo proibido. Os livros mais antigos e até os livros de Totousai evitavam falar sobre o assunto. Retirar o sangue demoníaco de um youkai era o método mais rápido de levá-lo à morte. E para um meio-youkai, isso significaria a desonra de uma família inteira.
- Seremos amaldiçoados para sempre - Myoga ligou o interruptor e o ambiente clareou-se com uma luz clara.
- Não se preocupe, nada vai acontecer a você, Myoga.
- Mas o senhor...
- Eu ficarei bem.
X
- Como assim você não a convidou? - a voz de Kikyo era cheia de indignação.
- Achei que não seria legal - Sango estava confusa. - Preferi convidar você a ela.
- Eu quero conhecê-la! - Kikyo falou em uma voz afetada.
- Kikyo, isso não vai dar certo..
- Vai, sim. Vamos, liga logo para ela.
- A festa já vai começar...
Sango pegou o celular meio contrariada. Olhou mais uma vez para Kikyo e ela estava com um olhar cheio de expectativa. Suspirou. Tinha organizado a despedida de solteiro para relaxar e as coisas estavam cheirando à confusão.
- Se ela atender...
- Oi, Sango - Kagome atendeu mais rápido do que Sango imaginava.
Estava sozinha no quarto, só os pés embrulhados pelo cobertor que dividia com Inuyasha. Ele tinha sumido com Myoga e até agora nada. Como sempre deixava sua esposa de mentirinha sem atenção.
- Kagome não vai vir para a minha festa de solteiro?
- Quando isso?
- Agora? - Sango usou um tom afetado. - Pensei que se lembrasse.
- Nossa, Sango, tão em cima da hora...
Kagome estava tão preocupada com seu caso com Inuyasha. Analisava o frasco ainda com muito medo do próximo passo. Os outros assuntos Tinha deixado um pouco de lado; mal falava com os conhecidos, não tinha novas notícias sobre a mãe e não saberia dizer onde Souta estava agora. Houjo e Ayumi não deveriam nem lembrar que ela existia.
- Inuyasha também não vai me deixar sair. Me desculpa por não poder ir amiga.
Sango balançou a cabeça negativamente para Kikyo e ela fez um sinal de incentivo. Ela não desistiria tão fácil. Estava toda para conhecer a mulher que ousava tentar tomar seu lugar e ensinar algumas coisas para ela, como não se meter com o seu homem.
- Tenta sair - Sango não estava gostando nada aquilo, mas não podia parar. - Eu mando o motorista te buscar.
- Sango, eu nem estou pronta.
- Bota um vestido qualquer, eu termino de te arrumar aqui.
Kagome riu. Igual ao dia em que saíram e ela bebeu demais e ficou presa dentro do banheiro. Sango era sua amiga de infância, uma das poucas que tinha. Não podia fazer essa desfeita e ela lembrou-se dela, parecia fazer questão que Kagome estivesse na festa. Queria poder sair da mansão, esquecer um pouco Inuyasha, nem que fosse alguns instantes. Estava ficando sufocando entre as coisas dele.
Mordeu os lábios. Era tão perigoso mexer com Inuyasha. Ao mesmo tempo que ele podia ser compreensivo ele também era bastante dominador. Ele não aceitaria que sua fêmea saísse e ela não tinha ideia do que ele seria capaz se a pegasse aprontando. Ela era dele e blabla, como ele dizia. Adrenalina correu em suas veias. Bom, ela já tinha passado por umas boas até agora e saíra ilesa. E também, Inuyasha Taisho estava precisando de uma lição.
- Me dê 15 minutos, Sango.