Capítulo 19
Cesare não se permitiu ficar esperançoso como da última vez, Jane lhe informou que a visita anual do Rei a sua cama tinha ocorrido poucos dias antes do retorno de Cesare ao Porto Real, e que realmente havia uma chance de Jane estar grávida de outro filho de Stannis ao invés de um dele.
Ele ainda fez amor com Jane mas ao contrario da gravidez prévia de sua irmã ele não passou horas falando com a barriga dela e cantando as canções mais belas que ele conhecia para que seu filho já entrasse no mundo familiarizado com o som de sua voz, ele imaginava o bebê chorando até ouvir sua voz e assim reconhecê-lo como o seu mais antigo amigo, talvez isso tivesse acontecido com Shireen mas na ocasião nenhuma palavra conseguiu sair de seus lábios e depois ele frequentemente encontrava desculpas para não segurar ou passar muito tempo com a menina.
Ele até tinha decidido não ficar na sala de parto, mas quando ouviu que a Rainha estava em trabalho de parto contra o seu melhor julgamento ele correu até o seu encontro. Ele segurou a mão dela e não soltou nem mesmo quando o bebê tinha saído dela, nem quando anunciou que era um menino, apenas quando a septa o limpou e ele pode ver entre o vermelho do sangue que havia fios dourados em sua cabeça.
Ele se aproximou com cuidado, com esperança que ele não sentia há anos e seu sorriso se alargou a cada passo que ele se aproximou : Nenhum traço Baratheon em seu rosto, o bebê era dele, completamente. Uma lagrima se formou no canto de seu olho.
Stannis que também estava presente na sala de parto naquele instante estava com seu olhar não em sua esposa ou no seu herdeiro, mas sim em Cesare e o Rei olhava para ele como se ele fosse um idiota. O que era algo comum se tratando do Rei, especialmente quando se tratava do seu cunhado, mas havia ali uma pontada de curiosidade, de algo que não se encaixava direito. Mas Cesare não reparou nisso, tudo que ele conseguia se concentrar era no seu filho que um dia viria a ser Rei. Lhe ocorreu que se os Sete jogassem naquele momento um raio em sua cabeça e ele morresse que ele não se importaria, porque aquilo era o melhor que a vida tinha a lhe oferecer. Alguns anos depois se lembrando daquele momento ele viria a desejar que este realmente tivesse sido o caso.
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