3 meses depois

Tony tinha acabado de voltar de uma reunião particularmente tediosa e estava sentado sobre a mesa, esperando Bruce terminar suas anotações para que pudessem ir almoçar.

"Sabe, a reunião teria sido insuportável se não tivesse encontrado algo interessante para ler." declarou Tony inocentemente.

"É?" respondeu Bruce sem realmente prestar atenção.

"É, resolvi procurar alguns de seus artigos mais antigos. Você sabe como gosto do que você escreve."

A última declaração fez Bruce corar levemente, lembrando-o de quando pediu para Tony revisar seu primeiro discurso para a comunidade científica desde o acidente, e de algum modo se deixou convencer e terminou recitando o discurso enquanto recebia um boquete particularmente entusiasmado.

"Achou alguma coisa interessante?" perguntou, na esperança de não estar demonstrando em seu rosto, ou em algum outro lugar, o que tinha acabado de pensar.

"Oh, achei algo muito interessante. Não sabia que você tinha estudado neurolinguística."

Bruce congelou, sentindo um calafrio passar por todo o seu corpo. Seria possível que Tony tivesse descoberto o que tinha feito? Estaria irritado por ter sido manipulado? Levantou a cabeça hesitante, tirando os óculos e depositando-os sobre a mesa.

"Foi só um interesse passageiro. Um semestre, há muito tempo."

Havia uma pergunta não dita em seu olhar. 'Estamos bem?' Tony, que tinha uma certa veia sádica, deixou-o ficar assim por alguns segundos.

"Ao menos um de nós estudou algo útil." declarou antes de o puxar para um beijo apaixonado.

"Só porque você nunca precisou estudar. O que para mim é ciência, para você é arte, é um talento natural." respondeu depois que se separaram.

"Talento? Gostei disso, mas você também tem talento." agradeceu com um sorriso. "Você quase me enlouqueceu, não conseguia entender o que estava acontecendo." e completou triunfante: "Sabia que tinha algo estranho com o jeito que você respirava!"

Bruce riu e o puxou para outro beijo. Assim que voltassem, mandaria uma nota de agradecimento para seu antigo professor de neurolinguística.


E chegamos ao final. O que acharam? Na verdade, programação neurolinguística é extremamente descreditada atualmente, mas foi divertido de escrever. É mais o tipo de coisa que funciona para chamar a atenção de alguém que já está interessado.