Making Mistakes
Por Little0bird
Traduzida por Serena Bluemoon
Tradução autorizada pela autora!
Disclaimer: A Autora, Little0bird, não possui Harry Potter, apenas o plot desta fanfiction. A tradutora, Serena Bluemoon, não possui nem o plot, nem Harry Potter, apenas o trabalho de traduzir. Nenhuma das supracitadas ganha qualquer coisa além de satisfação pessoal e comentários.
Avisos:
1) Vou tentar manter a maioria das traduções dos livros, mas uma coisa ou outra eu vou manter no original. Qualquer dúvida quanto aos termos originais, só perguntar.
2) Vou manter os títulos dos capítulos no original, por que gosto mais deles assim. Se quiserem que eu comece a traduzi-los, é só pedir.
3) Nomes mantidos no original, por que é o tipo de coisa que não se traduz. Não souber quem é pelo nome original, só perguntar.
4) Essa fic tem várias partes que não dependem, necessariamente, da outra. Se quiser manter a ordem, esta se encontra no meu perfil.
5) Frequência de atualização: uma vez por semana.
Espero que gostem, e comentem.
Capítulo Um
Counting Backwards
Ginny terminou se abotoar o agasalho de James.
- Fique bem aqui. – mandou. – Mamãe só precisa achar suas botas... – a voz de Ginny morreu, enquanto olhava ao redor da cozinha. Suas botas não estavam perto da porta, onde deveriam estar. Agora não era a hora de colocar as coisas no lugar errado. Realmente não se sentia bem. Estava com um resfriado ou uma gripe, ou algo do gênero, do qual não conseguia se livrar. Não estava correndo loucamente pelas ilhas britânicas ultimamente, já que era a única cobrindo as Harpies atualmente, e a maioria dos lugares que ela ia estava dentro do alcance da lareira. Mas ela apenas se sentia cansada o tempo todo. Ginny assoprou uma mecha de cabelo para longe de seu rosto em frustração. Tinha que se apressar. James estava sendo estranhamente paciente, mas ela sabia que isso não duraria muito. Pense, Weasley, disse a si mesma. Onde foi o último lugar que você viu as malditas coisas? Mentalmente, Ginny refez seus passos da noite anterior. Usara a lareira para ir do Profeta para Holyhead, deixou seu artigo com o editor, aparatou para o jardim da frente, entrou pela porta da frente... Ginny atravessou o corredor e viu as botas próximas à porta da frente. Suspirou em aborrecimento consigo mesma. Pegou as botas e foi rapidamente para a cozinha. James conseguia se meter em problemas quase tão rapidamente quanto os gêmeos.
Para seu alívio, James estava parado na janela, o nariz pressionado contra o vidro, observando os flocos de neve cobrir o chão. Colocou os pés dentro das botas e amarrou o cadarço. Depois de se certificar que sua varinha estava no bolso de seu agasalho, pegou James.
- Está pronto para ir ver a titia Hermione e a vovó? – perguntou. No jantar de domingo, Hermione e Molly tinham se oferecido para ficar com James durante o sábado, depois de verem a aparência cansada de Ginny.
- Sim! – o rosto de James se iluminou. Vovó significava biscoitos de chocolate.
Ginny foi até a lareira da cozinha e jogou um punhado de pó de flu no fogo.
- A Toca! – falou. James começou a rir quando estavam girando nas chamas.
Saindo da lareira, Ginny foi recebida pelo cheiro de frango assado, torta de maçã, pão e sopa de vegetais. Derrubou James no chão da sala de estar, e correu para o banheiro. Ouviu James começar a chorar ruidosamente, mas não conseguia se importar no momento. Fechou a porta e se inclinou sobre a pia, vomitando.
- Ginny? – Molly bateu na porta. – Você está bem, querida?
- Sim, mãe. Vou sair em um minuto. – Ginny jogou água no rosto e abriu a porta. Molly estava parada no corredor, usando um avental, a ponta da varinha saindo de seu bolso, com James em seus braços.
- Vamos tomar chá, querida. – Molly disse levemente. Molly estava um pouco preocupada com Ginny ultimamente. Ginny desceu as escadas, esperando que não acontecesse novamente o que acabara de acontecer. Molly gesticulou para a sala de estar. – Vá se sentar. Vou deixar seu pai passar um tempo com esse pequeno.
Ginny se jogou no sofá, se recostando, e fechou os olhos com um suspiro. Nada tinha gosto bom, ou permanecia em seu estômago. Anda estava exausta, mesmo depois de dormir doze horas na noite anterior. Abriu um olho quando ouviu o suave tinir da bandeja de chá e torrada.
- Coma isso. – Molly lhe ofereceu uma torrada seca, e uma xícara de chá. – Ginny, eu sei que você é uma mulher crescida, e não quero me intrometer... – Ginny bufou. – Mas há algo que você precisa me contar? – Ginny olhou para sua mãe inexpressivamente. Molly suspirou. Normalmente, Ginny não era tão obtusa. Essa era a especialidade de Ron. – Você está grávida? – Molly perguntou brutalmente. Ginny empalideceu. Tinha pensado brevemente nessa possibilidade, mas tinha dispensado a ideia.
- Eu... Uh... – freneticamente, Ginny começou a fazer as contas. – Droga. – murmurou. – Mãe, preciso ir. – se ergueu subitamente e aparatou para Londres.
Ginny procurou por dinheiro trouxa nos bolsos. Estava na vizinhança que ela e Harry moraram após a guerra. Havia uma farmácia no final da rua. Parou em frente à loja e respirou fundo. Ficar na neve não ia facilitar em nada. Abriu e porta e fez seu caminho até o corredor correto quase que furtivamente. Olhou para as opções em confusão. Harry tinha comprado da última vez. Ginny encontrou uma caixa parecida com a que tinha usado com James. Pagou pelo produto, colocou a sacola no bolso de seu agasalho, e aparatou para casa.
Ginny apareceu na porta dos fundos da casa e entrou. Tirou as botas ainda na porta, e subiu as escadas até seu quarto. Colocou seu agasalho no pé da cama, e tirou o pacote do bolso, carregando-o até o banheiro como se ele fosse explodir se o balançasse. Colocou a caixa no balcão e, com as mãos trêmulas, a abriu.
Cinco minutos depois, Ginny tinha colocado a caixa e a embalagem na lata do lixo, e foi se sentar em sua poltrona favorita no canto do quarto. Não tinham planejado isso. Ter outro tão cedo. Pegou a foto que ficava na pequena mesa perto da poltrona. Era uma foto de Harry, James e ela logo apenas o nascimento de James. Traçou a curva da cabeça de James com a ponta do dedo. Ginny se livrou de todas as dúvidas, pegou seu agasalho e voltou para A Toca. E sua mãe.
- Mãe? – Ginny chamou quando entrou pela porta.
- Na cozinha, querida.
Ginny se sentou na cadeira que costumava usar quando criança e apoiou a cabeça em uma mão.
- Mãe?
- Hmmm?
- Posso perguntar uma coisa?
- É claro, querida.
- Como você conseguiu?
- Consegui o quê?
- Nós. Todos de uma vez. – a voz de Ginny tremeu.
- Oh. – Molly se sentou na cadeira ao lado de Ginny. – Não foi fácil. Não no começo. Eu não era muito mais velha que você quando se casou. E, - adicionou secamente. – tenho certeza de que você sabe contar. – um leve corar passou pelas bochechas de Molly. Ginny fingiu grande interesse em suas unhas. Molly pigarreou e continuou. – Nós tivemos Bill, e depois Charlie. Quando Percy se juntou a nós, os outros dois eram velhos o bastante para fazer o mínimo por si mesmos. Quando você tinha um ano, Bill estava na escola. – Molly encolheu os ombros. – Minha mãe ainda estava viva quando Bill e Charlie nasceram, então ela me ajudou um pouco. Eu definitivamente não fiz isso tudo sozinha. Honestamente, se eu precisasse fazer tudo de novo, não hesitaria.
- Não tenho certeza de que posso fazer jus a isso. – Ginny murmurou, traçando os desenhos da mesa.
- Quem espera que você o faça? – Ginny apenas deu de ombros em resposta, e voltou a traçar os desenhos. Molly foi pegar uma jarra de suco de abóbora e serviu um copo para Ginny. – Ginny, olhe para mim. – Molly disse com uma pitada de comando em sua voz, que apenas uma mãe conseguia. Ginny encontrou o olhar de Molly e sentiu lágrimas surgirem antes que conseguisse evitá-las.
- E se eu estragar tudo? – Ginny murmurou, antes de sua garganta se fechar com a tensão de tentar não soluçar no ombro de sua mãe.
- Gin, todos nós cometemos erros com nossos filhos. – Molly secou algumas das lágrimas do rosto de Ginny.
- Você não cometeu. – Ginny engasgou. Molly começou a rir.
- Sim, cometi. – ofegou, entre as risadas. Molly precisou de vários minutos para se acalmar o bastante para explicar. – Eu nunca te contei, não é?
- Contou o quê? – Ginny perguntou cautelosamente.
- Quando Bill tinha dois anos, e Charlie tinha apenas algumas semanas de vida, nós fomos ao Beco Diagonal fazer as compras de natal. Essa foi, provavelmente, a coisa mais insana que eu já fiz como mãe. – refletiu. – Eu tinha parado em uma loja para comprar lã para fazer o suéter de seu pai, e demorei bastante para decidir a cor. Paguei pelo novelo e voltei para casa. Sem Bill.
"Eu não percebi que Bill não estava comigo até colocar Charlie no berço. Histérica, mandei uma coruja para seu pai. Até hoje, não sei se ele conseguiu ler o bilhete. Eu peguei Charlie, que já estava dormindo a essa altura, e não gostou de ser acordado desse modo, e me deixou saber disso. Voltei ao Beco Diagonal, Charlie berrando a plenos pulmões, e voltei em todas as lojas que tinha visitado àquela manhã."
"Eu encontrei Bill encolhido no canto da loja de tecidos, adormecido." Molly riu calmamente. "Não tenho certeza de quem estava mais chateado. Charlie ou eu. Bill não pareceu perceber que qualquer coisa tinha acontecido. Eu estava convencida de que era a pior mãe de todas."
"E aí teve essa vez que Percy, os gêmeos, Ron e você tiveram dragonite ao mesmo tempo." Molly estremeceu com a memória. "Mas essa é uma história para outro momento." Adicionou apressadamente, notando a expressão de alarme no rosto de Ginny.
- Mãe?
- Sim?
- Você acha que é errado da minha parte? Não... – Ginny parou de falar.
- Não? – Molly incentivou.
- Não ficar em casa com James? – o topo da mesa voltou a ser fascinante. Molly estudou a tensão nos ombros de Ginny.
- Ginny, você acha que eu desaprovo? – Ginny apenas assentiu. – Por que eu fiquei em casa com vocês? – de novo, o assentir silencioso. – Por que eu desaprovaria você ter um trabalho? – dessa vez, Molly recebeu um dar de ombros como resposta. – Ginny, isso é o que eu queria fazer. Você está fazendo o que quer com sua vida. – Ginny deu um meio encolher de ombros. – Ginny? Você seria feliz em ficar em casa com James o tempo todo? – Ginny olhou para Molly, o rosto lavado em lágrimas mais uma vez.
- Não. – murmurou. – Isso faz de mim uma péssima mãe? – perguntou tensamente.
- Não faz de Katie uma péssima mãe. Não fará de Hermione uma péssima mãe. E não faz de você uma péssima mãe. Sempre existiram bruxas que eram mãe e trabalhavam. Você não é a primeira e não será a última. – Molly puxou Ginny para um abraço. – Então, é apenas isso que está lhe incomodando?
- Não. Sim. Não. Oh, eu não sei! – os olhos de Ginny foram para a janela da cozinha. Conseguia ver seu pai usando magia para montar um boneco de neve para James. A risada da criança flutuou até a casa. Hermione aparatou do lado de fora do portão do jardim e começou a ajudar com o boneco de neve, conjurando um chapéu e um cachecol para ele. – James pode ficar com vocês hoje? – perguntou, sem pensar. – Harry e eu o pegaremos amanhã no almoço.
- É claro. Seu pai ficará feliz em ter outro menino por perto pela noite. Se você não tomar cuidado, James vai voltar para casa com alguns dos plugues do seu pai nos bolsos. – Molly suspirou.
- Obrigada, mãe. Eu vou voltar com algumas coisas dele.
- Não se preocupe, temos o bastante. Acho que George e Katie deixaram algumas coisas de Fred e Jacob, semana passada. Aqueles dois podem acabar deixando George para trás. Apenas vá para casa e descanse. Você parece precisar. – Molly olhou Ginny de uma maneira que a fez querer se encolher. Ela tinha essa habilidade de ver através deles.
Ginny se ergueu.
- Vou me despedir de James, e ir para casa. – Ginny passou os braços ao redor de sua mãe. – Obrigada, mãe. – falou.
-x-
Harry abriu a porta dos fundos da casa e tirou o cachecol ao redor do pescoço e o pendurou em um dos ganchos perto da porta.
- Ginny? – chamou, abrindo o agasalho. Sua única resposta foi os ecos da casa silenciosa e vazia. Harry espiou o pergaminho sobre a mesa da cozinha, com seu nome na frente. Harry, levei James para a casa dos meus pais. Volto antes do jantar. G.
Ainda bem que ela não está aqui, Harry pensou. Passara a manhã e começo da tarde com Teddy, ensinando-o a voar e, como resultado, estava cheirando a um cachorro molhado. Precisava tomar banho.
Harry subiu lentamente as escadas que o levariam até o segundo andar, tirando o suéter. Entrou no quarto, e se sentou na ponta da cama, desamarrando seu tênis. Algo estava incomodando Ginny. Ela estivera quieta demais ultimamente. Descalço e usando apenas sua boxer, Harry foi para o banheiro. Abriu o registro de água quente, e esperou com uma pitada de impaciência até que a água esquentasse. Harry olhou ao redor do banheiro. A lata de lixo normalmente ficava do outro lado do vaso. Inclinou-se para empurrá-la de volta ao lugar quando viu a ponta de uma caixa colorida saindo de uma sacola de papel marrom amassada dentro da lata. Franzindo o cenho, pegou a caixa para que pudesse examiná-la. Não tinha feito muito além de pegá-la quando seus olhos se arregalaram em algo parecido com choque e todo o ar sumia de seu peito. Suas mãos estavam trêmulas em antecipação, enquanto procurava pela evidência. Ela tinha colocado de volta dentro da caixa. A boca de Harry se abriu em um perfeito 'O'.
Ouviu um zunido distante quando o detector de aparatação da casa identificava Ginny; Harry rapidamente colocou a sacola dentro da lata de lixo e pulou sob o chuveiro. Soltou uma exclamação; a água estava escaldante, e ele não tinha aberto o registro da água fria para equilibrar as coisas. Harry ficou parado sob o jato de água por um longo tempo, tentando descobrir como fazer Ginny confessar, antes de bater na própria testa. O problema de trabalhar com Bruxos das Trevas é que você começa a achar que precisa coagir e manipular todo mundo a confessar, Potter, disse a si mesmo severamente. A melhor maneira de lidar com Ginny era ser honesto. Fechou o registro e pegou a toalha. Harry secou a pele atrás de suas orelhas, entre os dedos das mãos e pés, e até aquele pedaço atrás dos joelhos que sempre esquecia. Até mesmo usou a toalha úmida para secar o cabelo. Era o mestre da procrastinação quando queria ser.
Harry pendurou a toalha na barra atrás da banheira e atravessou o quarto. Não planejava ir a algum lugar, então pegou a calça gasta de um pijama e uma camiseta das Harpies de quando Ginny ainda jogava para elas. Voltou para a cozinha. Fazia muito tempo desde o almoço, e ele estava com fome. Brincar com afilhados de nove anos tinha esse efeito em uma pessoa. Ginny estava sentada à mesa, olhando feio para o calendário preso à parede.
- Se importa se eu fizer um lanche? – Harry perguntou distraidamente. Ginny balançou a cabeça, ainda olhando para o calendário. Harry olhou por cima do ombro dela para ver o que era tão interessante, e viu que ela estava analisando o mês de agosto. – Já está planejando sua festa de aniversário? – Ginny pulou.
- Ainda não. – ela respondeu distraidamente. Harry pegou uma maçã da vasilha sobre o balcão e a levou até a mesa. Deu uma mordida na fruta e a ofereceu a Ginny. Ela a pegou e a olhou, de repente faminta. Deu uma mordida na maçã, o suco da fruta enchendo sua boca, e a devolveu a Harry.
Passaram a maçã entre si em silêncio confortável até que não sobrasse nada além do caroço. Harry o jogou na lata de lixo, sem olhar, sorrindo quando acertou.
- Palhaço. – Ginny murmurou, momentaneamente distraída de seus pensamentos.
- Precisamos conversar. – ele disse subitamente. A cabeça de Ginny se ergueu e, apesar de ela já estar pálida, a pouca cor que ela tinha no rosto sumiu. Boa, Potter, assuste a mulher, resmungou para si mesmo.
- Agora não, Harry. Por favor? – Ginny afastou a cadeira da mesa e saiu nervosamente da cozinha. Harry a seguiu, determinado a ter essa conversa antes do jantar.
- Sim, Ginny. Agora. – Ginny estava na metade das escadas. – Precisamos conversar sobre aquele pacote que está na lata do lixo do nosso banheiro. – ela parou e se sentou no degrau no meio da escada.
- Você viu? – ela perguntou fracamente.
- Sim. E não entendo por que você sentiu que não poderia me contar algo desse tipo! – gritou.
- Eu mesma não sabia até essa tarde, seu idiota! – ela gritou de volta.
- Oh. – sem saber o que falar, Harry se viu subindo as escadas até sua esposa. Sentou-se ao lado dela e quando ela não o afastou por ser um idiota insensível, passou um braço ao redor dos ombros dela. – Há quanto tempo você acha que pudesse estar...? – deixou o resto da pergunta sumir no silêncio. Ginny suspirou e se apoiou no peito dele.
- Há duas semanas eu pensei que talvez estivesse, mas a sensação não era igual de quando estava com James, então achei não fosse isso, e sim uma gripe. – Ginny deu de ombros, impotente. – Mas quando eu levei James para a mamãe depois do almoço, eu mal tive tempo de colocá-lo no chão, antes de vomitar na pia do banheiro. Na verdade, mamãe que me fez descobrir.
- Espere, onde James está? – Harry procurou pela miniatura de furação. – Está quieto demais.
- Eu o deixei com mamãe e papai. Mamãe achou que seria melhor se fizéssemos isso sem sermos interrompidos a cada três segundos.
- Oh, certo. – Harry se acomodou na escada. – Então? – incentivou.
- Então... Eu fui até a farmácia perto do nosso primeiro apartamento e, bem... Você viu. – Harry apenas assentiu. – Você realmente acha que podemos fazer isso? – perguntou em voz baixa, um eco do que tinha dito quando descobrira estar grávida de James.
- Sim. – ele disse firmemente. – Eu acho. – a puxou para mais perto. – Veja dessa maneira, - Harry disse em tom de conversa. – quanto menor for a diferença de idade, mais rápido eles irão para Hogwarts e nós teremos a casa para nós mesmos de novo. – Ginny ficou em silêncio. Harry conhecia aquela expressão pensativa que aparecia no rosto dela tão frequentemente. – Ei. – disse, gentilmente puxando uma mecha de cabelo dela. – O que está se passando aí dentro?
- Quando foi que eu virei essa garota incerta e chorona? – Ginny não tinha certeza do que a escandalizava mais: ser chorona e incerta, ou ser tão garota.
- Oh, por favor. Você ficou tão chorona e menininha quando estava grávida de James. – Harry sorriu marotamente, desviando de um soco de Ginny. – Essa devia ter sido sua primeira dica.
Ginny se levantou e se espreguiçou, escolhendo ignorar o comentário de Harry.
- Eu vou tirar um cochilo antes do jantar. – ofereceu uma mão para Harry. – Você vem? – Harry se ergueu e segurou a pequena mão de Ginny na sua, maior. Ele permitiu que ela o guiasse até a cama e automaticamente se deitaram de conchinha, um hábito adquirido com o tempo. Ginny dormiu em minutos, exausta por seu dia. Harry ficou acordado por mais tempo, sua mão esticada sobre a barriga de Ginny. Você quer filhos? Ela tinha lhe perguntado há tanto tempo. Sim, Ginevra, eu quero, pensou.
Harry não dormiu por muito tempo. Nunca o fazia durante a tarde. Ficava grogue pelo resto do dia. Saiu da cama silenciosamente, e voltou para a cozinha. Olhou para as profundezes da geladeira, incerto do que fazer para o jantar, já que os hábitos alimentares de Ginny tinham ficado erráticos. Franziu um cenho quando uma memória do que ela comia quando estava grávida de James passou por sua mente. Algo simples, então, pensou. Lembrando-se agradecer Molly por ensiná-lo a usar mágica para cozinha no verão depois da guerra, Harry adicionou vegetais em uma panela grande, e a colocou para aquecer. A sopa estaria pronta quando Ginny acordasse.
Foi para a sala de estar. Uma noite sem James significava uma noite onde ele e Ginny podiam passar um tempo juntos, sem tentar controlar o pequeno diabo. Balançou a cabeça. Esperava que Hogwarts ainda estivesse em pé quando James e seus primos terminassem seus estudos. Fred e Jacob seriam ruins o bastante, mas parecia que James ia fazer jus ao legado de seu avô. Harry amava seu filho mais do que sua vida, e se jogaria em frente à maldição da morte para salvá-lo, mas era bom ter algumas horas sem James.
Harry correu um dedo pela lateral das caixinhas dos DVDs. Ginny compartilhava seu amor a filmes antigos, e apreciava o tempo que passavam juntos os assistindo. Bonequinha de Luxo ou A Princesa e o Plebeu? Ginny gostava de ambos. Ela escolheria, então. Colocou os dois filmes na mesa de centro. Ergueu os olhos para o teto quando ouviu um barulho vir do andar de cima.
Ginny acordou e se espreguiçou. Sentindo-se descansada e inquieta, tirou as pernas de sob o cobertor e se levantou. Era a segunda quinzena de janeiro. Ela ainda tinha aproximadamente sete meses. Ficar sentada não vai arrumar nada, pensou. Caminhou pelo corredor, passando pelo quarto de James. O segundo quarto mais próximo era do outro lado do corredor, a porta depois da de James. Abriu a porta, e foi parar no meio do quarto, a única iluminação entrando pela janela sem cortina.
Correu as pontas dos dedos pela poeira que cobria a cadeira de balanço, que estava no meio do quarto. Eles a tinham tirado do quarto de James há alguns meses. A última vez que Ginny tentara usá-la para ajudá-lo dormir, ele tinha se afastado do ombro dela e, fixando seus grandes olhos castanhos escuros nela, disse: 'não, mamãe. Sem balanço'. Ginny tinha ficado de boca aberta em choque, antes de se erguer da cadeira. Ela o beijara e o colocara no berço, lhe passando seu dragão de pelúcia favorita, e levado a cadeira de balanço para o outro lado do corredor. Olhando ao redor do quarto, Ginny começou a imaginar como poderia ficar. Foi apressadamente para seu quarto e pegou sua varinha, antes de voltar para o que seria o quarto do novo bebê.
Ginny pensou qual cor deveria usar nas paredes. O quarto de James tinha o mesmo tom amarelado do outro quarto do antigo apartamento. Acenou a varinha para uma das paredes. Verde. A cor da grama recém nascida na primavera, no estábulo atrás d'A Toca. Ginny assentiu em satisfação, e mudou as outras três paredes para combinar com a primeira. Girou em um pequeno circulo, procurando pela localização perfeita para a cadeira de balanço. Ali, no canto perto da janela. Levitou a cadeira até seu canto e a deixou cair com um baque abafado.
Harry entrou no quarto. Ele parou na porta, absorvendo a cor das paredes, antes de levar seu olhar até Ginny.
- Achei que estivesse dormindo. – comentou. Ginny apenas ergueu uma sobrancelha para ele em resposta.
- Não queria deixar as coisas para o último minuto. – indicou as paredes com a mão. – Gosta delas? – Harry parou atrás dela, e passou os braços ao redor de sua cintura. Ele examinou a cor cuidadosamente.
- Sim. Gosto. – ele soara surpreso.
- Nossa. É bom saber que você tem fé na minha habilidade de escolher uma cor.
- Eu confio! É só... Por que verde? – perguntou curiosamente.
- Acho que vou transformar nosso filho em um Sonserino? – zombou.
- Não! Não há nada de errado em estar na Sonserina, de todo modo. E pare de responder minhas perguntas com uma pergunta.
Ginny suspirou.
- Verdadeiramente?
- Sim.
Ginny ergueu uma mecha de seu cabelo vermelho.
- Verde é uma das poucas cores que não tem um contraste horrível com cabelo vermelho. – deixou a mecha cair sobre seu ombro. – E não é rosa ou azul. – Ginny estremeceu em zombaria às cores tradicionais para bebês.
- Eu gosto da cadeira ali. – Harry comentou. – Dá para ver o jardim de trás.
- Eu sei. – Ginny respondeu arrogantemente.
Um pensamento ocorreu subitamente a Harry.
- Quando? – perguntou simplesmente.
- Agosto, acho. Entre seu aniversário e o meu.
- Sabe, se continuarmos nesse ritmo, sua mãe vai ter de começar a dar uma única festa de aniversário. – Harry começou a contar. – Você, eu, James, Hermione, Percy, o novo bebê. Esqueci de alguém?
- Acho que não.
O cheiro da sopa de vegetais subiu as escadas. Como com a maçã que dividira mais cedo com Harry, Ginny estava faminta subitamente.
- Por favor, me diga que é o cheiro do jantar. – implorou.
- Por quê? Você está com fome ou algo assim?
- Sabe, Harry, o sofá é bastante confortável. – Ginny disse distraidamente. Harry apenas girou os olhos. Da única vez que Ginny o fizera dormir nos sofá, ele sabia que ela acabaria se juntando a ele, dizendo que não conseguia mais dormir sem ele.
- Talvez seja o jantar. Ou talvez seja um lanche. Eu não sei. – Harry apertou os olhos para ela. – Você vai comer como comeu com James? Se não estiver colado na mesa e tudo o mais?
Ginny corou.
- Eu vou colar você na mesa. – murmurou sombriamente, saindo do quarto e descendo as escadas. A risada de Harry a seguiu.
- Você sabe que me ama, Ginny!
Continua...
N/T: E aqui vamos nós com mais uma tradução! Espero que gostem! ;)
A tradução do título do capítulo é: contando de trás para frente.