Título: RealDeathMask69 - Capítulo 1

Autora: Lune Kuruta

Classificação: 16 anos

Palavras: 1544 (este capítulo)

Personagens: Máscara da Morte de Câncer e personagens originais; pequenas participações de Saori Kido (Atena), Asterion de Cães de Caça, Dante de Cérbero, Misty de Lagarto e outros; menções a Afrodite de Peixes, Radamanthys de Wyvern, Shion de Áries (Grande Mestre), Shiryu de Dragão e muitos outros.

Gêneros: Gen, humor, nonsense

Resumo: Máscara da Morte tem um novo hobby, mas o mundo das fanfics não é um mar de rosas. O jeito é lidar com as contrariedades do fandom de sua forma... peculiar. Esta história tem uma moral: cuidado com a fic que você ripa...

Disclaimer: Saint Seiya pertence a Masami Kurumada e Toei. Todos os direitos reservados. Esta história não possui fins lucrativos.

Notas: História escrita para o Festival Máscara da Morte 2, um amigo oculto de fanfics promovido pela comunidade Saint Seiya Super Fics Journal (capítulo originalmente postado na comunidade em 20/05/2013).

* Localização temporal: Pós-Hades, todos revividos por Atena. Next Dimension e Omega desconsiderados.

Observações e avisos:

- Em virtude da temática da fic, foi necessária uma mudança no cronograma da série. Considerem que a fic se passa nos dias atuais (e, portanto, a história de Saint Seiya se passou nos anos 2000, e não na década de 80).

- Presença de palavras de baixo-calão. Violência apenas insinuada.

- O bashing a personagens (como o próprio Máscara da Morte) faz parte da fic, não sendo opinião pessoal da autora. Por favor, não a linchem!


CAPÍTULO 1 – "VERACIDADE LIMITADA"

Se você quiser ocultar a veracidade de uma história fantástica, pode fazê-lo de duas formas: pode se calar totalmente a respeito dos fatos... ou simplesmente contar a verdade a todos da forma mais mirabolante que puder.

Atena sabiamente escolheu a segunda alternativa.

Era uma questão de tempo até os "milagres" protagonizados por seus cavaleiros serem finalmente percebidos pelos civis; as tecnologias de informação e os meios de comunicação avançavam a olhos vistos e fatalmente as ocorrências atípicas viriam à tona. Fatos inexplicáveis isolados poderiam ser facilmente ignorados pela massa... mas e quando os relatos se tornassem mais e mais comuns?

Era necessário sugestionar os civis, e a jovem reencarnação da Deusa da Sabedoria optou por transformar a própria história de suas batalhas em uma espécie de conto; uma história aparentemente fictícia em que todos estivessem predispostos a não acreditar. Cosmos? Ora, é só um efeito de luz! Lemuriano? Nada, só um cosplayer. Curiosamente essa (relativamente recente) tendência humana ao ceticismo era grande aliada em algumas situações, como as "escapadinhas" de Zeus à Terra ou os passeios do Pé-Grande.

Sendo assim, pouco depois da Guerra Santa contra Hades, Saori entrou em contato com o filho de um amigo de seu falecido avô. Esse homem era um mangaká mediano que buscava novas inspirações para sua obra. Em uma conversa "desinteressada", a deusa conseguiu inspirar o japonês a criar uma nova obra... baseada nos próprios conflitos recentes. A saga dos cavaleiros de Atena!

Os relatos não poderiam ser fidedignos, obviamente. Uma escancarada Guerra Galáctica aqui (para afastar qualquer desconfiança sobre fatos reais), uns furos ali... a obra criou "asas" nas mãos do mangaká e logo nascia Saint Seiya - que, para a surpresa da própria Saori, foi um estrondoso sucesso. Era curioso ver, às vezes, jovens vestidas como ela própria costumava se vestir em seu Santuário...

Nesse meio tempo em que os civis se entretinham com mangás e animes, Saori se dedicou a reconstruir seu Santuário arrasado pela última batalha, inclusive investindo em um projeto de modernização. O dinheiro de sua Fundação ajudou bastante, mas era inegável que precisava de mais gente envolvida. Muito poucos haviam sobrevivido à última guerra e, embora confiasse plenamente no empenho de cada um deles e esperasse por um período relativamente longo de paz, Saori sabia que precisava de reforços.

Foi dali que surgiu uma missão ambiciosa: conseguir trazer todos os seus cavaleiros de volta à vida. Embora sempre se sagrasse vitoriosa dos embates contra Hades, sua encarnação terrena nunca sobrevivia a eles (ou pelo menos não por tempo suficiente). Daquela vez, porém, estava em condições legítimas de exigir tal espólio do mundo inferior.

Todo o processo, todavia, levou mais tempo do que esperava. Sem Hades, Thanatos e os Juízes, o mundo inferior estava um verdadeiro caos. Precisou convocar reuniões no Olimpo, aguardar que o staff do inferno retornasse a um estado mínimo de organização e lidar com muitos entraves antes de conseguir o feito inédito de trazer quase uma centena de almas de volta à Terra. Tal tarefa ingrata levou cinco anos.

Quando enfim Máscara da Morte de Câncer se viu de volta ao Santuário reconstruído e modernizado, vestindo apenas uma mortalha cinzenta e em meio a dezenas de outros recém-ressuscitados, ainda não estava ciente de que sua história era conhecida por uma significativa parcela do planeta.

Também não sabia que, durante o período que passara morto, o mundo havia sido totalmente dominado por uma nova entidade. Uma entidade de tamanho poder que havia se infiltrado no próprio Santuário e que em breve viria a engoli-lo também. Um inimigo que Shaka de Virgem viria a chamar de "o mais pérfido que já havia encontrado em todas as suas encarnações".

Uma tal de Internet.

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Apesar dos veementes protestos do cavaleiro de Virgem, Atena não abriu mão da tecnologia em seus domínios. Os propósitos eram nobres; a Internet era uma ferramenta fantástica e estratégica para o planejamento de missões e para pesquisa, processamento e análise de dados. O processo de digitalização dos livros e documentos antigos do Templo de Atena (os que resistiram às batalhas, diga-se) já estava em curso. Camus concordou em emprestar os livros da secular biblioteca de Aquário para preservação do conteúdo, mas afirmou que jamais abriria mão de seus livros "de verdade".

Aos poucos, o acesso à Internet se disseminou pelo Santuário e a rede (com especiais sistemas de segurança) deixou de ser apenas uma "ferramenta útil" para se tornar uma das poucas formas que cavaleiros e amazonas tinham de contatar o mundo exterior. Foi através da rede que seus habitantes finalmente puderam conferir o que sua deusa já havia lhes contado: que haviam se tornado "personagens" de uma série japonesa.

As reações à obra variavam bastante, mas não era de se surpreender que houvesse muitas críticas à forma como haviam sido retratados: Afrodite de Peixes, por exemplo, não achara que o traço lhe fazia jus. Já Aiolia de Leão se indignara com o título da obra, uma vez que, para ele, o mais justo seria que ela se chamasse "Saint Aioros" (o revivido cavaleiro de Sagitário apenas revirava os olhos e ria da corujice do irmão mais novo). Asterion de Cães de Caça não se conformava com o papel de "capanga barato de vilão" que coubera aos cavaleiros de prata.

- Se bobear, seríamos linchados pelos civis... – Resmungava Dante de Cérbero em concordância ao colega.

- Eles me ridicularizaram com aquela cena do banho de mar no meio da luta – Queixou-se Misty – Quiseram me desmoralizar...

- Mas Misty, você realmente foi tomar banho de mar nu em pelo... – Asterion arqueou uma sobrancelha.

- Mas os traços eram medonhos! O que era aquele corpo? Aquele cabelo? Aquilo não era eu!

Contudo, um dos mais desgostosos quanto à série era o morador da quarta casa zodiacal...

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Máscara da Morte era um completo palhaço. Cara, a armadura ABANDONOU ele! E ele arregando pro Radamanthys na Saga de Hades?

Como um cara daqueles conseguiu chegar a cavaleiro de ouro? O cara era pra ser fodão, tinha telecinese e tudo, mas não conseguiu matar nem a Shunrei!

Eu sou canceriano mas morro de vergonha daquele traste. Meu cavaleiro favorito é o Saga!

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O cavaleiro de Câncer se sentia em seu pleno direito de estar puto.

Meio entediado com a rotina de treinamentos físicos e a ausência de missões decentes, Máscara da Morte havia finalmente se rendido à curiosidade e procurado a tal série baseada na história deles. Após um começo completamente maçante (a única cena vagamente decente havia sido o moleque discípulo de Dohko furando os próprios olhos, já que mesmo sua breve aparição em Rozan havia sido ridícula), ia pulando os episódios até chegar à parte que interessava: os franguinhos de bronze em sua humilde residência.

Ponto pra eles, as cabeças estavam lá. Máscara esperava por uma atmosfera sombria, por cenas assustadoras. Até havia imaginado os pais das criancinhas fazendo manifestos contra a violência terrível da batalha em Câncer, guardada por um cavaleiro psicopata...

Quando sua participação na série finalmente terminara no Muro das Lamentações, as expectativas já tinham se tornado pura irritação.

Alguém talvez considerasse ridícula a sua revolta ante fatos inegavelmente verídicos. Mas que diabos! Tudo bem que ele havia sido derrotado por aquele ceguetinha de bronze, que a armadura dele havia tido uma espécie de... crise de consciência bem no meio da luta e que sua curta batalha contra Radamanthys de Wyvern não estava entre suas lembranças favoritas, mas o tal desenho para moleques o havia retratado de forma patética!

Começou a pesquisar por fóruns e páginas sobre Saint Seiya e a opinião geral era: Máscara da Morte era um personagem digno de pena, e não de temor.

Máscara havia compreendido que, no que dependesse daquela série imbecil, ninguém lhe devotaria o merecido respeito. Também, como é que uma série para crianças poderia representá-lo em sua plenitude? Ninguém conhecia plenamente seus talentos! Afinal, em nenhum momento haviam mostrado sua técnica revolucionária para cortar cabeças com precisão cirúrgica, por exemplo. Seus métodos elaborados de humilhação e tortura física eram desconhecidos do grande público!

Decidido a zelar por sua própria imagem (já que Atena o havia proibido expressamente de voltar a colecionar cabeças em seu templo, especialmente se uma delas pertencesse ao tal mangaká que o ridicularizara), passou a participar efetivamente de debates sobre a série. Que se danasse a "veracidade limitada" que Atena mencionara! Contaria ao mundo suas histórias e obteria enfim o merecido respeito – ou temor, que fosse. Xingava e ameaçava violentamente seus detratores, e o Nick "Evil DM" rapidamente ganhou notoriedade entre os fóruns como pertencente a um fã xiita e desequilibrado.

Após ser banido de quinze fóruns em uma semana, Máscara percebeu que páginas daquele tipo não eram o local mais apropriado para relatar sua própria vida. Os civis se limitavam a citar páginas de mangá e frases de anime para justificar seus posicionamentos e não raro se diziam mais conhecedores do cavaleiro de Câncer do que ele próprio! Ele precisava de algum lugar em que pudesse contar suas verdades sem ser interrompido por um moleque vomitando trechos daquela série infame. Infelizmente recorrer à mídia estava fora de cogitação. O que poderia fazer? Deveria se resignar?

Quando o site de buscas o levou a um tal de "Santuário das Fanfics", Máscara da Morte vislumbrou uma curiosa oportunidade...

CONTINUA...


Notas adicionais (nota de postagem no LJ):

Olá! Olha eu aqui no FMM outra vez! Acho que eu viciei em zoar com o Máscara...

Esta fic é um presente para a L. Karina. Espero que tenha gostado! x.x'' Quando li seu tema, primeiramente tinha pensado em fazer o Máscara escrever fics sobre algum outro fandom (algum anime ou uma banda, talvez). Mas confesso que acabei imaginando como seria Máscara da Morte escrevendo sobre si mesmo e sendo zoado por isso, então acabei viajando na maionese =P

Este capítulo ficou beeem maçante, eu sei. Eu podia simplesmente colocar o Máscara escrevendo uma fic e pronto... mas, pra variar, eu precisava inventar alguma explicação minimamente decente pra isso... u.u'''

Vejo vocês no próximo capítulo!

Kissus,

Lune Kuruta


NOTA DE POSTAGEM NO FFN E NO NYAH! FANFICTION: Ultimamente acho que só eventos e desafios têm me feito escrever fics... tô mais enrolada do que de costume, até x.x'' Enquanto minha vida não volta ao normal e crio vergonha pra atualizar minhas fics (será que um dia isso acontece?), posto aqui a fic do Festival Máscara da Morte deste ano. É meio noiada, mas espero que alguém curta x.x

Se não ocorrer nenhum imprevisto, postarei o segundo capítulo amanhã. Kissus e inté!

Lune Kuruta (31/05/2013)

P.S.: Já falei que odeio os problemas com separadores do FFN? Não, né? Comento agora, então u.u''