Não Pense

Ocorreu a Hook a idéia de treinar o menino para vir a matar seu maior inimigo um dia, o Crocodilo não lutaria contra ele, e ver seu filho contra ele partiria seu coração antes da vida se esvair deste completamente, o que antes ele teria julgado um plano excelente, mas agora havia algo errado.

Nas noites em que ensinava Baelfire sobre como se guiar no mar olhando para as estrelas, ou nas tardes em que o ensinava a manusear uma espada, depois ou durante essas lições o menino falava sobre as coisas que tinham lhe ocorrido, frequentemente falava sobre os Darlings em Londres com um brilho em seus olhos, a família ideal que ele tinha tido por algumas semanas, a família por quem ele tinha se sacrificado. Em compensação ele quase não mencionava o Crocodilo, mas Hook tinha certeza que este estava em seus pensamentos o tempo todo.

O estranho é que desde que Bae tinha aparecido o Crocodilo não estava em seus pensamentos tanto quanto antes, nos últimos meses seus pensamentos eram mais sobre as circunstancias da morte de Milah do que sobre o tempo de vida que tinham passado juntos. Sobre o gosto de sal que quando beijava o seu pescoço, os pequenos barulhos abafados que ela fazia conforme a mão que ele costumava ter descia por sua cintura, o que seria agradável se tais pensamentos não fossem acompanhados por indagações se Bae teria o mesmo gosto, ou reagiria da mesma maneira.

Havia tido alguns garotos em sua juventude, jogos e experimentações em geral, e havia tido alguns homens nos longos meses no mar, mas nunca tinha sido algo desse jeito, na verdade ninguém além da mãe do menino e ele nem sequer sonhou que um dia haveria de novo, mas ali com o menino ele se encontra contra o seu melhor interesse pensando em deter seus próprios planos, pelo simples desejo de não machucá-lo, e tentando não pensar nas suas mãos, na sua boca, nas coisas que estas poderiam fazer com ele pelo mesmo motivo.

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