Disclaimer: Twilight e seus personagens não são meus. Pertencem a Stephanie Meyer, Intrínseca e a Summit Entertainment. Estou apenas me divertindo.


LIGHTS WILL GUIDE YOU HOME
Capítulo 22
Fome.

Forks, Washington, 25 de Março de 2011

Eu estava tentando ouvir a parte racional do meu cérebro que berrava ordens, em total desespero, para que eu, peloamordeDeus vestisse alguma coisa e tirasse Edward dali – não necessariamente naquela ordem – mas eu não conseguia mover um músculo. Absorta demais enquanto o lado menos racional dizia que eu simplesmente deveria cavar um buraco e me enfiar la dentro, porque uma grande parte de mim duvidava que fosse capaz de encarar Edward depois estar vivendo aquilo novamente.

Depois do que pareceu uma eternidade, eu finalmente consegui abrir os olhos e desgrudar a língua do céu da boca. E la estava ele; deitado confortavelmente na minha cama, de sapatos, as mãos atrás da cabeça e um olhar muito compenetrado, curioso e atento, brilhando perigosamente em minha direção, embora eu não soubesse se poderia descrever aquilo como um olhar diverto. Eu simplesmente abri minha boca, corando quinze tons de vermelho, sem saber o que dizer e sem sentir minhas pernas, me perguntando como ele tinha conseguido entrar ali.

-Charlie me deixou entrar. – esclareceu, respondendo minha pergunta muda, finalmente desviando os olhos para o chão enquanto se levantava da minha cama e parou ao meu lado. Tão perto que eu senti os pelos do seu braço na minha pele quando ele alcançou a chave, sem me lançar um segundo olhar, e eu desencostei da porta o suficiente para que ele finalmente saísse, fechando a porta sem fazer ruido.

Soltei o fôlego que não notei estar segurando, até então, e sem conseguir reunir coragem suficiente para abrir a porta, me limitei a encostar a orelha contra a madeira, atenta a qualquer ruido no andar de baixo que indicasse sua partida. Meu coração batia loucamente, provavelmente tentando fazer um buraco no meu peito, e inconscientemente eu apertei mais a toalha ao redor do meu corpo.

-Será que você pode vestir algo, por favor? – levei as mãos tão rápido quanto possível a boca, calando o que seria um grito estridente, quando a voz levemente divertida vibrou através da madeira. Tão rápido quanto pudesse ser humanamente possível, corri através do meu quarto, provavelmente parecendo uma galinha sem cabeça, vestindo qualquer coisa limpa a meu alcance.

Embora meu cérebro ainda estivesse processando a informação, cada célula do meu corpo parecia em alerta e consciente de que Edward estava perto. Do outro lado da porta.

Penteei meu cabelo furiosamente, provavelmente arrancando muito dele no processo de desembaraçar arrancando os nós, e finalmente ouvi seus passos descendo as escadas. Me esforcei para fazer minha respiração voltar ao normal e encarei meu reflexo no espelho do guarda roupa. Murmurei palavras de encorajamento a mim mesma, decidindo que estava bem o suficiente para ir a qualquer lugar.

Não é grande coisa, murmurei. É só o Edward, disse pra mim mesma enquanto calçava um par de sapatilhas meio surrado que estava embaixo da cama.

Ainda estava falando sozinha, quando andei até a porta e enquanto alcançava o topo das escadas. Sorri hesitantemente enquanto descia e ele me observava pacientemente, sentado do seu lugar no sofá. Aquele brilho ainda estava la, quando eu hesitei em sua frente, sem saber o que fazer nem o que dizer. Uma expressão de surpresa tomou conta do seu rosto rapidamente antes que ele finalmente desse um daqueles sorrisos divertidos, que diziam que ele sabia mais do que se deixava aparentar.

-Hm... oi. – foi tudo o que eu consegui dizer antes que ele me puxasse para um abraço cheio de saudade com cheiro de Edward, e sem pensar duas vezes coloquei os braços ao redor do seu pescoço, perdendo a batalha e me permitindo ao luxo de estar feliz porque ele estava ali.

Ronronei como um gato quando ele enfiou o rosto no vão entre meu ombro e pescoço, o nariz roçando suavemente naquela área em uma caricia suave enquanto suas mãos me apertavam e me puxavam o mais perto possível para o próprio corpo, murmurando o seu 'olá' enquanto beijava minha testa, nariz e aquele lugar perigosamente perto dos meus lábios.

-Está com fome? – perguntou, desfazendo aquele abraço tempo suficiente para olhar pra mim com o sorriso que eu amava. Antes que eu tivesse a chance de negar e dizer que seria melhor adiarmos a pizza, meu estômago roncou, alto, para minha consternação, e ele riu.

-Um pouco. Ainda não jantei – me senti obrigada a dizer, embora omitisse o fato de que também não tinha almoçado. Ele beijou minha têmpora uma ultima vez, antes de nos conduzir até a porta. Então me vi perguntando, como manda a etiqueta: - E você?

Ele sorriu. Aquele brilho indecifrável de volta aos seus olhos, enquanto mantinha a porta aberta para eu passar, e me dei conta de que um Edward diferente, mas não menos meu, estava a espreita aquela noite. Eu tremi em expectativa, esperando – em vão, é claro – que ele não tivesse notado.

-Estou faminto.

.
.

Embora aquela fosse a noite de folga de Sue, ela pareceu mais do que feliz em nos conduzir aos nossos lugares habituais, uma cabine privada de banco único no fundo do restaurante, expressando a sua alegria em nos ver ali depois de tanto tempo. Deixou uma jarra de limonada rosa e uma cesta de smiles, de cortesia, antes de nos deixar sozinhos, prometendo trazer nossa comida em um instante, embora nós nem sequer tenhamos feito o pedido.

Lancei um olhar divertido para Edward e ele deu de ombros, mordendo uma batata. Meus olhos se estreitaram em entendimento e ele nem se deu ao trabalhado de parecer envergonhado.

-Você está na cidade há menos de vinte e quatro horas, Edward. – disse no que eu esperava que fosse uma imitação da voz que Charlie usava para me repreender. Uma risada silenciosa vibrou em seu peito e ele ergueu seu copo de limonada graciosamente, em um brinde.

-O tempo é relativo, querida. – grunhi, notando que eu sequer estava surpresa, e mordi um smiles, me deixando ser vencida pela fome. - E, já que o assunto é tempo, minha mãe gostaria de saber quanto tempo mais até que você vá visitá-la. – ele comentou, da maneira mais casual possível, e eu senti meu rosto esquentar.

-Eu sei, eu sou uma pessoa horrível. – respondi, me contorcendo miseravelmente em meu lugar.

A ultima vez que tinha falado com Esme, foi quando chegamos de viagem e eu sabia que ela provavelmente estava angustiada e com mil teorias sobre o que possivelmente teria acontecido no final de semana. É claro que ela era discreta demais para perguntar e também me conhecia o suficiente para saber que eu precisaria de algum tempo antes de contar qualquer coisa, o que só me deixava mais envergonhada. Ela não estava curiosa - apenas preocupada, e isso apenas me fazia amá-la mais. Ela esteve presente durante todo o tempo, nos últimos onze anos, e eu sabia que se preocupava comigo tanto quanto se preocupava com seus filhos.

-Você não é horrível, Bella. Só precisa de espaço e ela sabe disso. – Edward disse, revirando os olhos, já acostumado com o relacionamento que nós tínhamos. – Esme só está sendo Esme. – terminou, como se estivesse apontando um fato impossível de ser contestado, e eu enfiei o resto da minha batata na boca, me forçando a ficar calada.

-Aqui está. – a voz agradável de Sue soou, interrompendo o silêncio confortável que nós tínhamos estabelecido, enquanto terminávamos a cesta de smiles.

-Obrigado, Sue. – Edward agradeceu, abrindo espaço na mesa para que ela servisse um prato quente com ravióli de cogumelos para cada um.

Enquanto Sue dispunha os talhares e guardanapos, nós trocamos um olhar conhecedor, e, em um gesto completamente seu que sempre me fazia sorrir, segurou minha mão gentilmente, entrelaçando nossos dedos.

Já estava acostumada a comer com a mão esquerda.

.
.

-Eu vou explodir. – disse pela milésima vez, observando a garçonete colocar uma enorme taça de sorvete diante de nós. Edward revirou os olhos.

-Não seja um bebê, nós vamos dividir. – ele me entregou uma colher enquanto pegava uma para si próprio, e me lançou um olhar que dizia claramente que era melhor eu começar a comer.

Depois do jantar, nós andamos um pouco, o carro de Edward ainda estacionado em frente ao restaurante de Sue. Não tinha muita coisa pra se ver em Forks, principalmente depois das 22h quando tudo, exceto a farmácia e a delegacia, já estava fechado, mas de alguma maneira acabamos na única sorveteria da cidade. Eu não me lembrava de já ter ido ali tão tarde, mas me lembrava de alguns bons momentos naquele lugar, principalmente me empanturrando de sorvete e cheesecake de chocolate com meu pai, depois de seus longos turnos na delegacia.

Os olhos de Edward brilharam quando viu a placa de 'aberto', e sob meus protestos, me arrastou porta adentro. Mesmo dizendo que já estava satisfeita depois de ter comido meus raviólis e ter roubado alguns do seu prato – pela satisfação de duelar com seu garfo, por eles - , fui devidamente ignorada e não satisfeito em pedir mais comida, ele precisou pedir a maior taça que eles tinham.

-Você parece uma avó. – resmunguei, a boca cheia de sorvete e farofa de castanha. Ele ergueu uma sobrancelha, de maneira interrogativa, e rolei os olhos. – Feliz por engordar alguém. – ele sorriu, se servindo de uma colherada generosa de sorvete, enquanto eu me perguntava pra onde ir tanta comida.

-Ah, eu amo essa música! – a garçonete que nos serviu meio que gritou de seu lugar atras do balcão, se esticando o suficiente para alcançar o botão de volume do rádio.

-... and heaven knows, no one wants it to. So I could take the back road, but your eyes will lead me straight back home. And if you know me like I know you, you should love me, you should know…

Por acaso eu também conhecia aquela música. Na verdade, eu tinha o que se poderia considerar uma queda por Ed Sheeran, e eu amava tudo o que ele compunha. Aquela era uma das minhas favoritas, e eu secretamente gostava de ouvir enquanto pensava no meu melhor amigo e no quão familiar aquela música parecia. Só não parecia um bom momento para ouvi-la, mesmo que por acaso. Eu senti a vermelhidão tingir minhas bochechas e pescoço, gradualmente, e em uma tentativa desesperada de me distrair, comecei a cavar através do sorvete, enfiando o máximo que eu conseguia na boca.

-Bella? –Edward me chamou, a voz risonha e surpresa, e eu ergui o olhar apenas o suficiente para encontrar a colher parada na metade do caminho até sua boca. Os olhos cintilando divertidamente enquanto me observava aspirar a comida. – Está tudo bem? – me limitei em assentir com a cabeça, murmurando um 'uhum' com a boca cheia.

-... no, my friends won't love me like you. But again, if we're not friends, someone else might love you too. And then again, if we're not friends, there will be nothing I could do. And that's why friends should sleep in another bed, and friends shouldn't kiss me like you do…

-! – meio grunhi/gritei, depois de enfiar uma colher cheia demais na boca, e sentir meu cérebro gelar imediatamente. Edward me encarou, exasperado, esfregando uma mão freneticamente nas minhas costas, sem ter muito exito na sua tarefa de não rir de mim.

-Vai com calma, querida. – ele me provocou, debochadamente, e eu olhei pra ele da maneira mais malvada que consegui, desejando estapear aquele sorriso pra fora de seu rosto. Ele riu mais uma vez, me observando largar a colher resignadamente na taça, e ergueu a mão, chamando a atenção da garçonete para pedir a conta.

O trajeto de dez minutos até minha casa foi feito em relativo silêncio, sendo quebrado apenas algumas vezes por provocações de Edward sobre eu não gostar de sorvete e as vezes em que eu me senti corajosa o suficiente para mandar que ele calasse a boca.

Uma parte de mim estava aliviada por ter passado mais uma noite sem dramas com meu melhor amigo, como se nada tivesse mudado entre nós e ele não tivesse ido embora da cidade. Já outra parte estava se perguntando se eu estava tão desesperada para ter mais do que apenas um pouco de afeição da sua parte, que tinha imaginado o beijo da noite de ano novo. Obviamente eu era covarde o bastante para manter a boca fechada e não tocar no assunto, com medo de ser rechaçada e realmente parecer louca. Então, empurrei aquela cena em um cantinho da minha memória, dizendo a mim mesma que me preocuparia com o que fazer com ele depois.

Observei Edward pelo canto dos olhos, as mãos segurando o volante de forma despreocupada, assobiando uma musica qualquer enquanto conduzia o carro através da minha rua e até minha casa. Esperei ele dar a volta para abrir a porta do carona para que eu descesse, e ele me acompanhou até a porta. Um olhar de relance para a entrada vazia da garagem me disse que Charlie ainda não tinha voltado da delegacia, e eu franzi o cenho, me perguntando o que poderia ter acontecido.

-Quer entrar? – perguntei, pescando as chaves no bolso traseiro da minha calça jeans e abrindo a porta de casa. Ele se limitou a sorrir, enfiando as mãos de maneira despreocupada nos bolsos enquanto me acompanhava até a sala.

Descalcei as sapatilhas rapidamente, me jogando ao lado de Edward no sofá maior, e alcancei o controle, zapeando os canais até encontrar um filme qualquer. Era mais um daqueles filmes ruins de ação que Charlie gostava, e apenas por um momento eu me perguntei porque nós pagávamos tanto pela TV a cabo.

-Emmett tem um milhão de filmes assim. – Edward resmungou, colocando meus pés em cima das suas pernas, e eu fechei os olhos quando ele começou uma massagem de maneira distraída.

Nós assistimos o filme por mais algum tempo, rindo dos diálogos ruins e das cenas de luta que não poderiam ser mais artificiais. Um olhar para o relógio sob a lareira me informou que já era quase meia noite e Charlie ainda não tinha chegado. Edward acompanhou meu olhar e, provavelmente entendendo o motivo da minha preocupação, pegou o celular no bolso da calça, discando alguns números antes de me entregar. Dois toques depois, alguém atendeu:

-Delegacia. – franzi o cenho, tentando identificar a voz, sem sucesso.

-Ãhn, o chefe Swan está?

-Não, ele foi atender uma ocorrência na cidade vizinha. Posso ajudar? – Edward gesticulou perguntando o que estava acontecendo diante da minha expressão confusa. Ergui um dedo, em um pedido de silencio.

-Não, não. É Bella Swan, só gostaria de saber se ele ainda está de plantão. – respondi, tentando soar calma, embora minha voz tenha tremido um pouco.

-Oh, olá, Bella! – obviamente todos estavam familiarizados comigo, desde que era comum passar alguma parte da infância indo visitar meu pai com Edward, na delegacia. Na verdade, ser filha do chefe de policia era mais eficaz que andar com um cartaz com nome e endereço grudado nas minhas costas - Seu pai e alguns dos nossos homens precisaram ir até a Port Angeles ajudar com uma blitz. Na verdade, ele pediu que eu ligasse e deixasse recado, mas, bem- as coisas andam um pouco movimentadas na delegacia...

Revirei os olhos, me perguntando que tipo de problemas tão graves assim uma cidade com pouco mais de dois mil habitantes poderia ter.

-Tudo bem, sem problemas. Obrigada, ãhn…

-Cabo Jacob Black. – arregalei os olhos, diante do tom levemente presunçoso e brincalhão, um pouco mais confusa do que estava antes.

-Jake?– uma risada rouca e gutural soou do outro lado da linha e foi impossível não sorrir diante daquele som tão familiar. – Quem diabos foi o louco suficiente pra deixar você portar uma arma?

Uma nova risada vibrou através da linha, e por um momento eu esqueci da presença de Edward. Jacob foi um dos poucos amigos que eu tive a sorte de ter, durante a infância - a lembrança de um garoto de pele morena e olhos negros e calorosos correndo através da minha memória, carregada de nostalgia. Ele morava com o pai, Billy, na reserva Quileute ha alguns quilômetros da cidade, e algumas das lembranças divertidas que eu tinha sobre a praia ou acampar na reserva com meu pai, envolviam Jacob.

-Lamento informar, mas foi seu pai. – respondeu, debochadamente, e eu imediatamente associei aquela voz a um sorriso quente e convidativo. Pelo canto dos olhos vi Edward franzir o cenho, a cara levemente emburrada. Revirei os olhos.

-Charlie nunca foi muito sensato. – provoquei, me esquivando das mãos de Edward que tentavam alcançar o telefone a todo custo. Ele resmungou algo sobre a conta de telefone vir muito alta, que eu preferi ignorar. – De qualquer maneira, obrigada mais uma vez, Jake. Se Charlie entrar em contato, diga que estou em casa e está tudo bem.

-Sem problemas, Bella. E se precisar de alguma coisa, não pense uma segunda vez antes de ligar pra cá. – ele disse, assumindo o tom de autoridade que me fez rir mais uma vez, ainda incapaz de imaginar o garoto que amava puxar meu cabelo e me fazer comer terra usando uniforme de policial.

Nos despedimos brevemente, e eu finalizei a ligação, entregando o celular a Edward. Ele me encarou de maneira carrancuda, jogando o celular de qualquer jeito entre as almofadas do sofá, antes de agarrar minhas mãos e me arrastar escada acima.

-O que você está fazendo? – perguntei, dividida entre a irritação e estar me divertindo com o fato de que, mesmo que eu não visse Jacob a pelo menos sete anos, ele continuasse com a ridícula aversão a ele. Ver a cara de espanto de Edward quando eu pronunciei o nome de Jake foi impagável.

-Nós vamos dormir. – ele respondeu, me conduzindo até meu quarto.

-Vamos? – ergui a sobrancelha, observando ele se sentar na minha cama e começar a descalçar os sapatos. – Desculpe, eu não lembro de ter te convidado pra passar a noite. – eu disse, cruzando os braços na altura do peito, mas a única resposta que eu tive foi um novo grunhido, enquanto ele procurava uma posição confortável no meu colchão.

Bufei, irritada, abrindo uma gaveta e agarrando um pijama qualquer, antes de ir até o banheiro me trocar. Escovei os dentes e prendi o cabelo em um rabo baixo, encontrando Edward enrolado na minha manta quando voltei ao quarto. Revirei os olhos, reprimindo um sorriso, e subi na cama ao seu lado, escolhendo me deitar no outro extremo de costas pra ele. Um segundo depois, senti um movimento no colchão e então seu braço serpenteando minha cintura, me puxando para mais perto, até que estivéssemos tão próximos quanto possível – o que, na verdade, não era muito difícil, levando em conta o tamanho da minha cama.

-Bella? – ele murmurou, encostando os lábios na minha orelha. Mesmo incapaz de conter a maneira com que cada pelo do meu corpo se arrepiou, me mantive quieta e Edward bufou baixinho, enterrando o rosto naquele ponto entre meu ombro e pescoço.

Seus lábios percorreram a pele do meu pescoço e maxilar como um fantasma; sem exercer pressão suficiente para que fossem considerados beijos, mas com vontade o suficiente para me fazer arfar. Ele riu baixinho, alcançando minha orelha e então fazendo o caminho inverso; a mão em minha cintura me apertando brevemente, antes que seus dedos começassem a fazer movimentos circulares sob meu pijama de flanela. Suave demais para serem cócegas.

Ele suspirou contra a pele da minha garganta, com beijos de verdade, enquanto sua mão fazia o caminho por baixo do pijama, e eu tentava desesperadamente levar ar até meus pulmões. – Bella? – ele chamou mais vez, enquanto eu virava a cabeça de modo que ele tivesse mais acesso a pele do meu pescoço e soltei um gritinho de espanto quando, de repente, ele estava em cima de mim.

Os braços apoiado dos lados da minha cabeça, os olhos verdes brilhando perigosamente da mesma maneira que tinha acontecido mais cedo, enquanto observava a bagunça em que eu provavelmente tinha me tornado. Os lábios entreabertos, a respiração rasa, como se tivesse acabado de correr uma maratona. Absolutamente arrasador. Então eu finalmente fui capaz de entender aquela expressão torturante no seu rosto.

Fome.

Eu engoli em seco, alerta demais para perceber que aquilo não era um sonho. Completamente consciente ao fato de que Edward não estava brincando. Atenta ao fato de que ele só precisava se certificar de que eu gostaria que ele fizesse o que queria fazer. Então eu fechei os olhos e esperei. Era a única reposta de que ele precisava.

As mãos firmemente apoiadas no colchão, suportando o peso de seu corpo, enquanto ele finalmente me beijava. A boca gentil, mas exigente, massageando a minha e me fazendo suspirar enquanto erguia as mãos e entrelaçava os dedos em seus cabelos, estimulando sua boca e língua a se moverem com mais vontade e força. Senti meu corpo ondular involuntariamente na cama, e ele levou como um convite, pressionando os dedos gentilmente na pele da minha cintura, fazendo movimentos circulares, mas sem movê-la mais nenhum centímetro, impondo um limite para si mesmo.

Todo e qualquer pensamento coerente desapareceu enquanto ele beijava minhas pálpebras, murmurando meu nome repetidamente...

Bella, Bella, Bella...

... e eu soube que nada poderia ser melhor que aquilo. Eu sabia que deveria me preocupar com o horário e com o fato de que a qualquer momento Charlie estaria de volta, mas eu estava mais preocupada em me deitar confortavelmente ao seu lado, suas mãos em minha cintura e costas, me mantendo firmemente presa contra seu peito. A maior preocupação no momento sendo outro beijo no meio da noite, do qual ele provavelmente não se lembraria amanhã.

-Edward... – tentei me agarrar ao fio de consciência que ainda me restava, enquanto era tragada pelo sono, e ele beijou o topo da minha cabeça.

-Shhh. Amanhã. – eu quase pude ouvir o sorriso em sua voz enquanto ele começava a cantarolar baixinho. E mesmo em meu estado semi inconsciente, eu sorri.

-... no my friends wont love me like you do, no my friends would never love me like you.


N/A: Oi, pessoal! Tudo bem? Fico super feliz em saber que ainda tem gente lendo isso aqui! Amei ler os comentários, fiquei toda viada com o carinho de vocês s2 apesar de ter sentido falta de alguns leitores, que me acompanhavam desde o comecinho - espero que vocês ainda apareçam por aqui!

Esse provavelmente é o maior capitulo escrito até agora e enquanto eu escrevia, precisei lembrar que eu mesma coloquei um limite no tamanho x.x hahaha to sofrendo com isso, mas ok! Eu já reli esse capitulo um monte de vezes, e não ficou como o planejado inicialmente, mas eu espero que tenha correspondido as expectativas de vocês! Caso não tenha, me digam o que vocês ainda esperam da fanfic, o que vocês gostariam de ver e, claro, que outra cena extra vocês gostariam que eu escrevesse!
Tenho algumas opções:
O encontro que Emmett arranjou pro Edward, alguma interação entre Alice/Emmett/Edward (porque seria extremamente divertido escrever isso hahahaha), alguma outra cena envolvendo a infância de Edward e Bella, enfim! Qualquer coisa que passar pela cabeça de vocês - espero repostas!

Sobre a música usada no capitulo:

'... e o céu sabe, ninguém quer isso. Então eu poderia tomar o caminho de volta, mas seus olhos vão me levar de volta pra casa. E se você me conhece como eu te conheço, você deve me amar, você deve saber [...] meus amigos não me amam como você. Mas, novamente, se nós não somos amigos, alguém pode te amar também. E, em seguida, novamente, se nós não somos amigos não haverá nada que eu pudesse fazer. E é por isso que amigos devem dormir em camas separadas. E os amigos não devem me beijar como você me beija...[...] não, meus amigos não me amam como você me ama, não meus amigos nunca me amariam como você.'
Friends, Ed Sheeran.

A menos que Bella ou o ginger Ed tenham uma TARDIS ou um DeLorean e consigam viajar através do tempo, seria tecnicamente impossível essa música ter tocado na sorveteria aquele dia. Friends é uma música de Don't, o EP que ele lançou em 2014, três anos após os acontecimentos escritos nessa fanfic. MAAAAAAAS:
A) eu sou apaixonada por Ed Sheeran e queria muito citar ele na história,
B) essa música é a cara dos dois - fala sério! e
C) já que isso aqui é uma fanfic e eu posso viajar na maionese sem limites, bora dar um rolê - porque sim! :DDDDDDDDDD

Agradecimentos/beijos de luz/abraços do Chewbacca: Karolzinhaa, Anacarol202, adeary, BellaCullen (morri com o 'morta com farofa' kkk que bom que vc está gostando! Espero que esse capitulo também não tenha decepcionado! Meu pai está em tratamento, e tem dias bons e ruis, mas eu creio que Deus está no controle :) Não suma! beijos!), Black Diamond 22, Ana Paula (Voltei! e voltei inspirada, ainda bem kkk espero que esteja atendendo suas expectativas com os novos capítulos, e prometo não sumir tão cedo - de preferencia não até terminar essa história haha! Espero que 2016 seja um ano maravilhoso pra você! Beijos), Bianca Cullen Riddle, Danielle (gente, eu me sinto tããão feliz sabendo que essa fanfic não ta um lixo! sério mesmo! uahauha que bom você está gostando, isso me deixa super empolgada pra continuar escrevendo. Meu maior medo é perder o ritmo e o fio da meada e de vez em quando tenho que reler tudo de novo pra pegar no tranco x.x mas se ta funcionando, beleza! uheuhe espero que tenha gostado desse capitulo, viu? Muito obrigada pelo carinho, beijos!), Jesstew, Yasmin (eu JURO que não quero matar ninguém! 2016 ja começou com um monte de gente bacana morrendo, não quero aumentar o número, juro! Vou caprichar na declaração, já que, né, se tratando do Edward, não pode ser nada menos lindo que um 'preciso dizer que a admiro e amo ardentemente!' do Mr. Darcy, mas vou caprichar e tentar dar o que os dois merecem! hahaha Espero que tenha gostado do capitulo! Beijos!), Guest (ai, que bom que vc conseguiu ler tudo de uma vez sem dormir! Isso me deixa muito feliz! Espero que você tenha gostado desse capitulo, e não suma! Beijos!) e a pamelagodoi.
As reviews que foram postadas por contas do site, serão respondidas via PM, ok?
256 visualizações no último capitulo! Uau! Obrigada, vocês são demais! :))

Tenham um ótimo final de semana!
Ja ne,
Sam!