Kiki, após seu banho, se deitou em sua cama com a intenção de descansar da eventualidade que aconteceu um pouco mais cedo. Porém, seu descanso fora interrompido por algumas batidas na porta.

– Pois não? – Pergunta Kiki, levemente assustado. Estava com medo de que fosse um certo moreno de cabelos esverdeados. –

– Seiya e Saori acabaram de chegar. – Avisa Fudo, calmo. –

– Vou terminar de me vestir e já desço. – Diz Kiki, se levantando da cama. –

– Certo. – Concorda Fudo. Ele desce. –

Kiki estranhou levemente o modo seco de Fudo com ele. O lemuriano foi até o armário e pegou uma camisa, vestindo-a em seguida. Logo desceu, indo direto para a sala de jantar.

– Boa noite. – Deseja Kiki, se sentando. –

– Boa noite. – Repetem Fudo, Seiya e Saori, que já estavam sentados. –

– Seiya e Saori estavam contando como foi no hospital. – Comenta Fudo, bebendo um gole de seu suco. –

– Muitas crianças doentes. – Lamenta Saori, triste. – Mas o bom é que hoje era dia de visita do Sorento. Ele estava alegrando um pouco os pequenos.

– Isso é bom. – Sorri Kiki. Ele se lembra de algo. – Ah, tenho novidades do orfanato. Nasceu a herdeira dos Solo.

– Finalmente! – Ri Seiya. – Julian deve estar todo bobo. Qual o nome?

– Mellanie. – Responde Kiki, rindo. – E sim, Julian está muito bobo.

– Fico muito feliz pelos dois. – Fala Saori, feliz. – Os dois merecem essa felicidade.

– Gostaria de conhecê-los. – Comenta Fudo, sereno. –

– Vai conhecê-los amanhã. – Diz Saori, sorrindo. – Chamei eles para um almoço amanhã.

O jantar é servido e eles jantam. Após comerem, todos vão para a sala de visitas. Lá, Fudo desafia gentilmente Saori para uma partida de xadrez; Kiki começou a ler um livro, dando olhadas disfarçadas para o jogo; e Seiya tocava violão em um som baixo. Não demorou muito e…

– Xeque-Mate. – Anuncia Fudo, fazendo uma jogada com seu cavalo. –

– Nossa, foi rápido. – Fala Saori, surpresa. – Parabéns.

– Algum dos dois quer jogar contra mim? – Pergunta Fudo, olhando para Seiya e depois para Kiki. –

– Não, obrigado. – Agradece Seiya. – Não gosto muito desses jogos.

– Não sou muito bom nisso. – Nega Kiki, sem tirar os olhos do livro. –

– Ei, Seiya… – Chama Saori, indo até o piano. – Posso acompanhar você no piano?

– Claro. – Concorda Seiya, sorrindo. – Será um prazer.

Fudo senta-se ao lado de Kiki, que para de ler o livro para ouvir Seiya e Saori. Ao terminarem o dueto, apenas Fudo aplaudiu levemente, pois Kiki acabou pegando no sono.

– Kiki pegou no sono. – Comenta Saori, rindo levemente. –

– Deve estar cansado. – Diz Fudo, se levantando. – Ele apanhou um pouco de chuva hoje. Vou me retirar. Aproveito e levo o lemuriano para o quarto.

– Faça isso, por favor. – Pede Saori, gentil. –

Fudo pega Kiki nos braços e percebe que o mesmo estava um pouco quente.

– Ele está um pouco quente. – Fala Fudo, preocupado. –

– Uma boa noite de sono vai resolver. – Tranquiliza Seiya. – Não se preocupe.

– Tenham uma boa noite. – Deseja Fudo. –

Fudo se retira, levando o cavaleiro de Áries consigo.

O moreno sobe as escadas e chega ao quarto de Kiki. Lá, ele o deixa na cama, deitado. Fudo pega uma cadeira e o coloca perto da cama, se sentando em seguida. Estava preocupado com o seu amigo de infância.

Madrugada, Kiki acorda e estranha o fato de estar em sua cama. De repente, ele escuta um leve ressonar. Ao olhar para o lado, vê Fudo sentando na cadeira, de braços cruzados e dormindo. Ele ri levemente.

– ' Até dormindo ele é certinho. ' – Pensa Kiki. –

Kiki cutuca de leve a perna do cavaleiro de virgem, que acorda.

– O que está fazendo aqui? – Pergunta Kiki, se sentando na cama. –

– Você estava com febre. – Responde Fudo, bocejando. – Acabei dormindo.

Fudo coloca suas mãos na testa de Kiki, deixando o mesmo um pouco sem graça. Após verificar se ele estava com febre, o moreno tira suas mãos dali.

– Seiya estava certo. – Comenta Fudo, se levantando. Ele coloca a cadeira no lugar. – Bom, já posso ir para o meu quarto. Boa noite, Kiki.

– Boa noite. – Deseja Kiki. Fudo sai do quarto. – ' Ele estava preocupado comigo? '

O ariano tinha ficado mexido com a atitude do seu amigo de infância. Lembrou muito a época de quando os dois eram pequenos e Fudo cuidava dele. Logo ele pegou no sono rapidamente, ainda estava meio sonolento.

Dia seguinte, onze e meia da manhã…

Kiki acorda e ao olhar para o relógio pula da cama, assustado com a hora. Ele corre para o banheiro, onde toma um banho rápido. Após seu banho, ele se veste rapidamente e desce, indo para a sala de visitas.

– Bom dia. – Deseja Kiki, entrando. –

– Bom dia, dorminhoco. – Repete Seiya, rindo. –

– Por que não me acordaram? – Pergunta Kiki, envergonhado. –

– Para você descansar. – Responde Fudo, sorrindo de leve. – Está melhor?

– Acredito que som. – Afirma Kiki, se sentando ao lado de Fudo. –

Saori entra com Mellanie nos braços, acompanhada de Julian e Mino.

– Chegaram. – Comenta Seiya, animado. –

Os três se levantam para cumprimentá-los. Seiya e Kiki cumprimentam Julian com um aperto de mão e Mino com um leve abraço. Saori ficou ao lado de Fudo para apresentá-lo.

– Julian, Mino, esse é o novo cavaleiro de Virgem, Fudo. – Apresenta Saori. – Fudo, esse é o empresário Julian Solo e sua esposa Mino.

– É um prazer conhecê-los. – Diz Fudo, gentil. –

– Igualmente. – Retribui Julian. –

Mino dá um sorriso como retribuição.

Todos se sentam.

– Seiya, Mino e Julian têm um convite para nós dois. – Começa Saori. –

– Sério? – Pergunta Seiya, curioso. – O que é?

– Queríamos chamar vocês dois para serem padrinhos da Mel. – Convida Mino, sorrindo. – Vocês aceitam?

– Nossa, será uma honra. – Responde Seiya, feliz. –

– Aceitamos com muito gosto. – Sorri Saori. – E vamos almoçar, o almoço vai sair.

– Eu nem tomei meu café da manhã. – Comenta Kiki, fazendo todos rirem. –

Durante o almoço, a mesa era só alegria. Kiki ria de Seiya que tentava dar papinha para Mellanie e o ajudava, já que cuidou de Raki, desde que ela era pequena; Fudo e Julian conversavam tranquilamente; E Mino e Saori falam sobre o batismo de Mel.

Após o almoço, Fudo para o seu quarto, Seiya Saori e Julian, que estava com Mel dormindo no colo, foram para o escritório e Kiki e Mino foram para os jardins.

– Kiki, você e Fudo parecem estar se dando um pouco melhor. – Comenta Mino. –

– É. – Concorda Kiki, um pouco desligado. – Mino… Eu estava precisando desabafar. Posso?

– Desabafe. – Sorri Mino, encorajando-o –

Kiki respira fundo antes de começar.

– Eu e Fudo… Nós nos beijamos ontem, quando voltei do orfanato. – Começa Kiki, vermelho. –

– Se beijaram? – Repete Mino, surpresa. – Kiki, eu não sabia que você era…

– No Santuário, é difícil se envolver com alguém. – Explica Kiki, tentando buscar as palavras. – E quando alguém se envolve, é raro ser com mulher. Não tem quase amazona e elas não dão tanto mole quanto alguns cavaleiros queriam.

– Então vocês estão se dando muito bem. – Ri Mino, brincando. –

– Engraçadinha. – Ironiza Kiki. –

– Mas qual o problema do envolvimento de vocês? – Pergunta Mino, curiosa. –

– Um problema chamado Genbu. – Responde Kiki, suspirando. – Ele é o cavaleiro de Libra. Um dia antes da viagem, a gente se beijou. Ele meio que se declarou. E eu não dei minha resposta.

– E você vai dar a resposta na volta? – Pergunta Mino. – Sabe o que vai responder?

– Não. – Nega Kiki. – Eu acho que gosto dele. Mas Fudo… O que rolou entre nós dois mexeu demais comigo. Vai ser difícil resistir a essa tentação. Eu não sei o que eu faço.

– Kiki, se a tentação falar mais alto, pra que resistir? – Sugere Mino. Kiki olha para ela vermelho. – Você e o tal Genbu não têm nada ainda. Não faria mal nenhum se rolar algo entre você e Fudo, certo? O que rolasse entre vocês dois ficaria aqui no Japão. Voltando para Grécia, vocês seriam apenas companheiros.

– Eu não sei. – Diz Kiki. – Eu só não queria confusão com ninguém.

– Você está muito confuso. – Fala Mino, sorrindo. –

Um pouco depois, Mino, Julian e Mel voltaram para o orfanato. Todos estavam cansados devido àquela visita. Jantaram em silêncio e foram cada um para seu quarto descansar.

Mais tarde, Kiki estava em seu quarto, pensando na conversa que tivera com Mino mais cedo.

– ' Será que devo? ' – Pensa Kiki, enterrando sua cabeça entre os joelhos. – ' Eu não quero magoar ninguém. Não quero ter que mentir para Genbu quando voltar. '

Porém, como falara para Mino, estava difícil de resistir a Fudo. Ainda mais que o quarto do moreno era ao lado do seu.

- Dane-se! – Fala Kiki, se levantando de sua cama. –

O lemuriano saiu de seu quarto e foi até a porta do quarto de Fudo. Ficou parado, pensando. Mas seus pensamentos foram interrompidos pelo cavaleiro de Virgem, que abriu a porta, antes mesmo de Kiki bater.

– Kiki...? – Pergunta Fudo, estranhando. –

Sem falar nada, o ariano puxou Fudo pela gola da blusa, colando seus lábios nos dele. O mesmo ficou levemente surpreso e puxou Kiki para dentro de seu quarto, jogando-o contra a porta que ele fechara em seguida. Logo as línguas de ambos disputavam espaço na boca um do outro. As mãos do moreno estavam na cintura de Kiki. As mãos de Kiki estavam entrelaçadas nos fios esverdeados do cabelo de Fudo. Afastaram suas bocas apenas para buscarem ar.

– Eu sabia… – Começa Fudo, respirando forte. – Eu sabia que você não ia resistir por muito tempo. Minha ideia de ser frio funcionou perfeitamente.

Kiki, ao escutar as palavras de Fudo, o empurrou.

– Quer dizer que aquilo era de propósito? – Pergunta Kiki, indignado. –

– Não exatamente. – Responde Fudo. –

Kiki se virou e, ao tentar colocar sua mão na maçaneta da porta do quarto, foi jogado de frente na porta, com Fudo colando seu corpo ao dele. A mão do virginiano foi direto para o volume da calça de Kiki.

- F-Fudo… - Geme Kiki, involuntariamente. –

– Kiki… – Chama Fudo. Ele dá uma lambida na ponta da orelha do rapaz. – Eu vou fazer você implorar pelas minhas carícias essa noite, meu lemuriano.

Continua…