Burning Down The House

Por Little0bird

Traduzida por Serena Bluemoon

Tradução autorizada pela autora!

Disclaimer: A Autora, Little0bird, não possui Harry Potter, apenas o plot desta fanfiction. A tradutora, Serena Bluemoon, não possui nem o plot, nem Harry Potter, apenas o trabalho de traduzir. Nenhuma das supracitadas ganha qualquer coisa além de satisfação pessoal e comentários.

Avisos:

1) Vou tentar manter a maioria das traduções dos livros, mas uma coisa ou outra eu vou manter no original. Qualquer dúvida quanto aos termos originais, só perguntar.

2) Vou manter os títulos dos capítulos no original, por que gosto mais deles assim. Se quiserem que eu comece a traduzi-los, é só pedir.

3) Nomes mantidos no original, por que é o tipo de coisa que não se traduz. Não souber quem é pelo nome original, só perguntar.

4) Essa fic tem várias partes que não dependem, necessariamente, da outra. Se quiser manter a ordem, esta se encontra no meu perfil.

5) Freqüência de atualização: uma vez por semana.

Espero que gostem, e comentem.

Capítulo Um

Time

Hermione abriu os olhos e tentou afastar o cabelo bagunçado do rosto. Quando ela removeu a mão, as mechas apenas voltaram a cobrir seus olhos. Hermione amava as manhãs de sábado. A loja não abria até o meio dia e ela não tinha que ir trabalhar, a não ser que fosse alguma emergência. A maioria das manhãs de sábado, ela se encolhia na cama com um livro. Era algo que gostava de fazer. Quando era mais nova, sua mãe tinha que forçá-la a largar o livro e sair da cama.

Essa manhã estava se provando boa para a rotina cama-e-livro. Estava frio e nublado do lado de fora, e a chuva castigava as janelas do apartamento. Ao contrário da maioria dos sábados, essa ela esperara com uma mistura de apreensão e esperança. Deitou-se de lado, observando a chuva correr rapidamente pela janela.

Quanto tempo ela ficou deitada, ela não sabia. Mas sabia o exato minuto que uma cólica passou por seu corpo. Hermione fechou os olhos apertadamente. Não, não, não, não, não, urrou silenciosamente.

Cuidadosamente, saiu da cama e tentou não acordar Ron. Não queria ver a expressão de pena no rosto dele quando percebesse o que estava acontecendo. Quietamente, tirou um par antigo de jeans e suéter do armário e um par limpo de calcinha. Foi até o banheiro e tirou a parte de baixo do pijama, junto de sua calcinha suja. Rapidamente murmurando Scourgify, antes que tivesse tempo de pensar, Hermione jogou as roupas no cesto. Passou a antiga camiseta do time de Quadribol de Ron e a colocou sobre o resto das roupas sujas.

Hermione apertou o maxilar e entrou no chuveiro, se dando um momento para se encostar na parede. Ajeitou-se e rapidamente lavou o sangue. Alguns minutos mais tarde, ela se vestiu rapidamente e deixou um bilhete para Ron preso à porta da geladeira. Antes de sair do apartamento, Hermione foi até o calendário e apontou sua varinha para ele. Um 'x' pequeno e escuro apareceu no canto do quadrado de nove de outubro. Virou tão rapidamente que não viu a marca brilhar em um tom de vermelho, antes de voltar a ser preta.

Aparatou para o Átrio do Ministério e pegou o elevador até o nível quatro. Acomodando-se atrás de sua mesa, Hermione raivosamente se perguntou por quanto tempo seria capaz de separar sua vida dessa maneira. Mais de uma vez, na escola, ela quase tivera uma crise emocional por não lidar com as coisas dessa maneira. Mais tarde, prometeu a si mesma, e puxou uma pilha de pergaminhos em sua direção. Negociar com os centauros era complicado na melhor das hipóteses, e isso ia requerer toda sua atenção.

-x-

Ao contrário de Hermione, Ron acordava aos poucos. Ele não entendia como ela conseguia acordar de uma vez. Normalmente, aos sábados, ela o deixava acordar sozinho, enquanto lia um de seus livros. Ron podia demorar vários minutos para ficar completamente consciente. Esse sábado não foi diferente, exceto por uma pequena exceção.

Hermione não estava na cama com um livro inacreditavelmente grosso apoiado nos joelhos.

Ron encolheu os ombros. Não importava. Ela podia ter levantado cedo para ir ver seus pais. Afastou os cobertores e começou a se levantar, mas sua atenção se prendeu à pequena mancha no meio dos lençóis verdes. Traçou a mancha com a ponta do dedo, se perguntando se tinha feito algo errado quando lavara as roupas sujas por acidente. Não. Isso não era algo que ele tinha feito.

Ron colocou os pés no chão e se levantou. Tinha que ir para a loja em algumas horas. Não se importava em trabalhar às tardes de sábado. Ele e George normalmente alternavam os sábados, de todo modo. Se o tempo continuasse do jeito que estava, seria um dia parado. Ron tomou banho e vestiu seu jeans. Foi para a cozinha preparar o café da manhã e parou quando sentiu o cheiro de algo queimando. Parece papel, pensou.

As letras brilhantes na nota presa à geladeira chamaram sua atenção.

Ron, tive que ir cuidar de alguns papéis do trabalho. Te vejo no jantar.

Ron franziu o cenho. Normalmente, Hermione não ir trabalhar aos sábados. Talvez uma coruja tivesse chegado quando ele estava dormindo. Preparou uma xícara de chá e se serviu de um copo de suco de laranja, antes de pegar uma caixa de cereais no armário.

Colocou a caixa sobre a mesa. O cheiro de papel queimado o estava incomodando. A cozinha era seu domínio e a idéia de algo estar errado o irritava. Cuidadosamente sentindo o cheiro do cômodo, localizou a origem do cheiro quando chegou perto do calendário. Foi quando ele viu.

Ron correu um dedo sobre o 'x', que saiu com uma mancha cinzenta.

Ron nunca fora um grande fã de calendários. Não gostava de ter sua vida separada em pequenos quadrados, com algo a ser marcados neles. Relógios. Relógios eram coisas com que ele conseguia lidar. Relógios contavam os minutos até a torta estar pronta. Mas calendários? Ron estava começando a odiar calendários. Estava começando a odiar ver os dias passarem.

Ele especialmente odiava ver aquele 'x' no canto de um dia de cada mês. Odiava ver Hermione ficar esperançosa apenas para resolutamente marcar o pequeno 'x' em um dia especifico.

Ela tinha queimado o 'x' no dia de hoje.

Ron limpou o dedo na lateral de seu jeans, a fome esquecida. Jogou seu chá e suco na pia e pegou seu agasalho no gancho perto da porta. Saiu do apartamento e aparatou para o Beco Diagonal.

Estava tão cinzento e frio lá quanto em seu apartamento. Ron entrou na loja e vestiu o robe púrpura, que usava para trabalhar. Pegou uma caixa cheia de produtos e começou a preencher as prateleiras.

Raivosamente, Ron arrumou as varinhas falsas, os produtos do Kit Mata Aula e da Bruxa Maravilha. Jogou um punhado de sujeira na gaiola do Mini Puff e começou a mudar os produtos da vitrine. Ele e George tinham desenvolvido uma Floresta Portátil, um produto irmão do Pântano. Era bom para espaços pequenos, como varandas de apartamento e lugares parecidos. Quando terminou de arrumar a Floresta na vitrine, Ron foi para os fundos, e separou os ingredientes para o Febricolate. Estavam ficando sem.

Enquanto media os ingredientes para o Febricolate, Ron se perguntou por que as coisas tinham que ser tão difíceis para ele. Pare de choramingar. Você não tem mais doze anos, ralhou consigo mesmo mentalmente. Suspirou pesadamente. A única coisa que queria dar a Hermione era um bebê, e era ruim até nisso. Não tinha pensado naquele maldito medalhão por anos, mas pedaços do que tinha sido lhe dito voltaram à sua mente. Segundo melhor... Sempre. Harry e Ginny se esqueceram de usar controle contraceptivo uma maldita vez, e ela engravida. Você está tentando há sete meses, e nada...

- Não conseguiu dormir? – George estava parado na porta, molhado da chuva e dando um olhar estranho a Ron.

- Estou bem.

- Não parece bem.

- Estou bem.

- Ron, qual é. Eu sei que há algo te incomodando. Você pode me contar agora, ou eu vou passar o resto do dia tentando te fazer falar.

- Não é nada. – Ron bufou.

Sabiamente, George decidiu mudar de assunto.

- O Kit Mata Aula está com um gosto bem melhor desde que você começou a fazê-lo. Você cozinha bem melhor do que eu ou Fred jamais conseguimos.

Ron bateu a concha com força na mesa.

- Oh, oba! Eu sei fazer doces. Vamos chamar o Profeta, não é? – disse sarcasticamente. – Já que estamos nesse assunto, vamos fazer uma lista de coisas que o Roniquinho sabe fazer e uma de coisas que ele não sabe fazer. Consigo vencer um tabuleiro de xadrez encantado no primeiro ano; consigo enfrentar Acromântulas no segundo ano; duelar com bruxos das trevas no Departamento de Mistérios no quinto ano, e em Hogwarts no sexto ano. Eu até consigo passar um ano me escondendo de Voldemort, abrir a Câmera Secreta, salvar a maldita bunda de Goyle do Fogomaldito, mas sabe a única coisa que parece que eu não sei fazer direito, George? Eu não pareço saber engravidar minha esposa! – Ron tirou a concha da mesa, e a jogou do outro lado do cômodo. A concha bateu na parede com um clang, antes de atingir o chão.

George olhou para Ron com a boca aberta em surpresa. Ele nem sequer sabia que eles estavam tentando ter um bebê.

- Eu... Uh... – George gaguejou. – Sinto muito. – disse para seus sapatos.

- Esqueça. – Ron rosnou, se inclinando para pegar a colcha. Estava amassada em mais de um lugar. – Droga. Reparo. – voltou para a mesa e gentilmente deixou a colcha do lado do caldeirão. Ron ficou parado perto do caldeirão, as mãos esticadas sobre a mesa, e a cabeça abaixada. Depois de longos momentos, olhou para George. – Desculpe. É só que hoje... De novo... – Ron encolheu os ombros.

- Ah. – George assentiu.

- O que há de errado comigo? – Ron perguntou em voz baixa.

- Além do fato de, às vezes, você ser um idiota com um péssimo temperamento?

- Sim.

- Por que você tem tanta certeza de que é você? Quero dizer, você é um Weasley; fertilidade lendária e tudo o mais.

- Por que não seria eu? Ela é tão... Perfeita, e eu sou o Roniquinho, com sujeira no nariz e livros e uniformes de segunda mão. – disse derrotadamente.

George foi parar ao lado de Ron, e adicionou mais alguns ingredientes à poção, fervendo no cadeirão.

- Primeiro de tudo, você não tem sido o Roniquinho desde que tinha treze anos. E, Ron, eu sei que é difícil, mas só precisa, bem, dar tempo ao tempo, mano.

- Você não sabe. – Ron disse curtamente. – Todos vocês; Bill, Charlie, você, até mesmo Percy, pelo amor de Merlin; parece que apenas acontece para vocês. Inferno, Ginny e Harry se esqueceram da camisinha uma vez e veja o que aconteceu! – os ombros de Ron caíram. – Por que parece que eu sou péssimo em tudo o que tento fazer? – encheu a concha com a mistura e a colocou nos moldes.

- Bem, pare de se comparar a todos nós, para começar. – George disse distraidamente.

- Mais fácil falar do que fazer, às vezes.

- Eu sei. – George puxou Ron para um abraço de um braço só. – Apenas relaxe um pouco. Posso prometer que não aconteceu da noite para o dia, para Katie e eu. – Ron bufou em descrença. – Sério. Demorou uns cinco meses para as estrelas se alinharem ou qualquer coisa assim. Ao contrário da crença popular, os homens Weasley não necessariamente engravidam suas esposas na primeira tentativa.

-x-

Hermione jogou os rolos de pergaminho para o outro lado de sua mesa, e deitou a cabeça em seus braços cruzados. Não conseguia se concentrar. Não faria nem um bem às suas negociações com os Centauros se escrevesse algo mal elaborado por que não conseguia pensar direito.

Ergueu-se e saiu de seu escritório, fechando a porta atrás de si. Voltou para o átrio e foi até o ponto de aparatação. Momentaneamente, imaginou se Ginny estava com vontade de ver alguém, antes de aparatar com um pop.

Hermione piscou. Estava parada em frente a casa de Harry e Ginny. Ficou parada em frente ao portão, incerta. A porta da frente se abriu e Harry apareceu na passagem.

- Hermione? Por que está parada aí? Entre antes que fique doente! – lentamente, Hermione andou até a porta. Já estava praticamente encharcada, então que diferença fazia? Harry pegou sua jaqueta e a pendurou.

- Os ganchos são encantados. Estará seca em alguns minutos.

- Obrigada.

Harry franziu o cenho em preocupação. Hermione parecia um pouco mais estressada que o normal ultimamente.

- Ei. – tocou o cotovelo de Hermione. – Venha se sentar. – disse, guiando-a até o sofá da sala de estar.

- Onde está Ginny?

- Lá em cima com James.

- Oh. Certo. – Hermione afundou no sofá, os cotovelos apoiados em seus joelhos.

- Está acontecendo alguma coisa? – Harry perguntou, mesmo que soubesse muito bem que Ron e Hermione estavam tentando ter um filho e não tinham conseguido ainda.

- Não é nada.

- Boa tentativa, mas eu acredito em você tanto quanto na inteligência de Crabbe e Goyle.

- Sério, Harry. Não é nada.

Harry suspirou. Isso era um trabalho para Ginny, desde que Hermione não ia lhe falar nada.

- Vou chamar Ginny, então. – foi até o quarto de James. Ginny estava sentada na cadeira de balanço com James. – Eu cuido de James. Hermione está lá em baixo. Acho que ela precisa falar com você. – disse suavemente, inclinando-se sobre Ginny e erguendo James em seus braços.

- Onde ela está?

- Sala de estar. – respondeu, ajeitando James em seu ombro. – Vamos lá, amiguinho. Vamos achar um jogo de Quadribol no rádio.

Ginny observou Harry carregar James até o quarto deles e fechar a porta. Foi até a escada e parou no meio do caminho. Hermione não tinha se movido da posição que Harry a deixara mais cedo. Ginny não via Hermione parecer tão... Derrotada desde o sexto ano de Hermione. Desceu o resto das escadas e se sentou ao lado de Hermione.

- O que está errado, Hermione?

- Minha menstruação veio hoje.

- Oh.

- Achei que ia acontecer dessa vez. – Hermione disse vagarosamente.

Ginny passou um braço ao redor dos ombros de Hermione, que se inclinou para mais perto e apoiou a cabeça no ombro de Ginny.

- Há quanto tempo estão tentando? – perguntou curiosamente.

- Sete meses.

- Oh.

- E se Ron me deixar? – Hermione murmurou.

- Você está brincando? Acho que você não conseguiria se livrar de Ron nem que tentasse.

- Mas e se...

Ginny a interrompeu.

- Hermione. Ron não te ama pela sua habilidade de ter filhos. Ele ama você.

- Mas e se...

- Pare de fazer isso a si mesma.

- Ginny?

- Hmmm?

- Quanto tempo demorou? James?

- Acho que você não quer saber.

- Oh, Deus. Foram anos, não é?

- Uh. Não. Eu estava cansada e de molho na banheira, depois de ter tomado uma ou duas cervejas amanteigadas, e Harry se juntou a mim. Honestamente, nos esquecemos de usar camisinha. Não estávamos tentando de verdade. Apenas aconteceu. – Ginny se encolheu quando Hermione respondeu.

- Agora eu te odeio de verdade. – Hermione disse distraidamente.

- Eu sei.

- Ginny?

- Sim?

- Eu não te odeio de verdade.

- Eu sei. – Ginny sentiu a tristeza irradiar de Hermione. – Olha, eu sei que você não quer ouvir isso, mas apenas escute. – Hermione assentiu. – Nem sempre acontece assim. Pode demorar meses. Bill e Fleur tentaram por quase um ano.

- Mesmo? – Hermione fungou.

- Sim. – Ginny se afastou, para que pudesse olhar para Hermione. – Isso não é alguma prova que você irá falhar. Mesmo que nunca tenha filho, isso não quer dizer que você falhou.

- Mas...

- Pare com isso. Chega de se comprar com Fleur, Katie, Bronwyn, Penny ou eu. – Hermione encolheu os ombros. Ginny suspirou. – Vou fazer de conta que Ron não é meu irmão por cinco minutos.

- Certo...

- Quando foi a última vez que vocês transaram só por que queriam e não por que vocês acharam que tinham que transar?

O rosto de Hermione ficou inexpressivo.

- Honestamente, não me lembro.

Ginny apertou a mão de Hermione.

- Eu sei que está tudo muito bom para eu falar isso, mas não se preocupe. Se dê mais seis meses, e partiremos daí. – um choro veio do andar de cima. Ginny ergueu os olhos para o teto.

- É melhor eu ir. – Hermione se levantou e foi até a porta pegar sua jaqueta. – Obrigada, Gin.

- Te vejo no almoço amanhã?

- É claro.

- Hermione?

- Sim?

- Apenas... Não se esqueça de se divertir.

- Vou tentar. – Hermione vestiu seu agasalho agora seco e caminhou apressadamente até o portão, de onde podia aparatar para casa. Abriu a porta e encontrou Ron na cozinha. – O que está fazendo?

- Pastéis de abóbora.

- Eu amo pastel de abóbora.

- Eu sei que ama. – Ron sorriu para ela, que percebeu que o sorriso não alcançava os olhos dele.

- Ron... Eu... – Hermione gesticulou para o calendário.

- Eu sei. Vi essa manhã.

- Sinto muito. – ela disse. O rosto de Hermione se franziu e ela começou a chorar.

Ron passou os braços ao redor dela, sem se dar ao trabalho de limpar a farinha deles nem notando que estava sujando o cabelo dela.

- Você não precisa se desculpar, Mione.

Ron sentiu seu coração se apertar, enquanto balançava Hermione gentilmente, enquanto ela chorava em sua camiseta.

Continua...

N/T: E aqui vamos nós novamente. =)

A tradução do título do capítulo é: tempo.

As atualizações daqui serão uma vez por semana, então espero vê-los por aqui frequentemente, ein.

Obrigada e até semana que vem.