Essa estória é baseada em personagens e situações criadas e possuídas por JK Rowling e várias editoras, inclusive, mas não só, a Bloomsbury Books, Scholastic Books e Raincoast Books, e a Warner Bros, Inc. Nenhuma renda está sendo feita e qualquer transgressão à marcas registradas não é intencional. Outras citações serão feitas quando necessário.





Um beijo não é apenas um beijo

Capítulo 1: Encontro seguro

"Então, com quem você vai para o baile?" Lilá perguntou, junto a pia olhando Hermione escovar o cabelo.

"Harry Potter"

"Harry Potter? Eu não sabia que vocês dois estavam namorando! Pensei que fossem amigos".

"Nós somos amigos. Por isso vou com ele. Não preciso de nenhuma confusão amorosa esse ano. Tudo o que quero ir lá e me divertir."

"O que! Você não se divertiu com Victor Krum da última vez?"

"Me diverti. Na verdade foi mais divertido do que eu esperava, mas esse ano é diferente. Harry me chamou porque ele realmente não sabia com quem ir. Eu também não tinha idéia, então aceitei."

"Nossa, que romântico".Lilá virou os olhos enquanto colocava a roupa no cesto de roupa suja, saindo do banheiro feminino.

"Deixa pra lá," Hermione disse baixo, enquanto guardava a escova, "Ela só é maluca por garotos."

"Talvez Harry tenha uma paixão secreta por você, Hermione," a voz de Pavarti veio de um dos chuveiros.

"É. Com certeza. Meu melhor amigo tem uma paixão secreta por mim só porque me chamou para o baile? Tá bom."

Parvati mostrou a cabeça de detrás da cortina do chuveiro, "Eu vejo o jeito que ele olha pra você quando você não está olhando. Talvez você esteja estudando demais para notar, mas acho que metade da escola já sabe que vocês dois têm algum tipo de flerte rolando."

Hermione se virou para encarar Parvati alarmada, seu rosto com uma expressão perturbada, "Ah, só por que somos amigos? Ou talvez por causa daquele artigo estúpido da Rita Skeeter ano passado? Olhe, Parvati. Nós somos apenas amigos. Entendeu? Apenas.Amigos."

"Hei, não tem por que descontar em mim! Talvez ele realmente não olhe pra você quando você está com o nariz enfiado nos livros. Eu provavelmente estou imaginando coisas. Mas a prof. Trewlawny sempre diz-"

"Ah, esqueça Trelawny!" Ela saiu do banheiro e se apressou para o café da manha.

* * * * * * * * *

"Então, você vai mesmo com Hermione?"

"Sim, Rony. Eu vou mesmo com Hermione. Quer dizer, eu não estou interessado em um encontro de verdade - é muito trabalhoso. A estratégia de um encontro seguro foi a melhor a se seguir."

"Não deixe que ela te escute dizendo isso, Harry. Você sabe como ela fica sobre coisas assim. Lembra do ano passado e toda aquela coisa de Eloise Midgen? Pensei que ela nunca fosse parar de jogar aquilo na minha cara!"

"Eu sei, eu sei. Não se preocupe, acho que isso não vai acontecer," Harry sorriu.

"Como assim?"

Harry empurrou o café da manha em seu prato. Ele não sabia como Rony iria reagir a essa conversa. Ele esperava que ela não surgisse por enquanto, ou melhor, que ela não surgisse nunca.

"Bem," Harry começou incerto, "nas duas últimas semanas desde que a convidei, eu tenho me sentido meio esquisito sobre tudo isso. Inesperadamente estranho sobre isso - no bom sentido."

"Não me diga que você está começando a gostar de Hermione de verdade!" Rony exclamou alto. Várias pessoas olharam na direção deles. Harry notou isso e lançou um olhar de reprovação na direção dele.

"Desculpe," Ron disse notando os olhares sobre eles e abaixando a voz. "Harry - você está ficando maluco? Ela é Hermione. Ela é nossa amiga. E se ela te rejeitar? Pode arruinar nossa amizade."

"Vamos começar assim: eu não tenho certeza se estou gostando dela, quer dizer, eu não me sinto do mesmo jeito ao lado dela como me sentia perto de Cho ano passado. É só que..."

Rony chutou Harry por baixo da mesa, o interrompendo de repente. "Oi, Hermione!"

"Oi, Rony, como vai?"

"Não podia estar melhor, não é Harry?"

"É. Quer peixe?"

"Claro, obrigada." Hermione se sentou ao lado de Rony e aceitou o prato das mãos de Harry. Ela olhou desconfiada para ele.

Um silêncio constrangedor se seguiu enquanto Hermione fazia seu prato. Harry estava concentrado em comer seu café da manhã e Rony parecia hipnotizado pela superfície de seu suco de abóbora.

"Estávamos falando do baile," Rony começou, "Você sabe, quem vai com quem e tudo mais." Harry olhou para Rony, imaginando aonde ele queria chegar.

"Mmm," Hermione respondeu, ela tinha acabado de colocar o garfo com ovos na boca. "você e o resto da escola. Eu acabei de dizer a Parvati..."

"É. Então, você vai com Harry, não é?" Rony interrompeu, olhando para Harry, que tinha a testa franzida.

"É," Hermione disse, "você não sabia?"

"Parece que não notei."

"Oh, isso é estranho. Pensei que tivéssemos dito dias atrás."

"Não. Só soube hoje pela manha por Neville."

"De Neville? Que engraçado!" Hermione olhou para Harry que estava bastante pálido e tentando não parecer muito constrangido com a conversa. Rony deu um olhar meio de reprovação, meio de careta - que Hermione não viu.

"Harry? O que foi?" Hermione perguntou, notando sua palidez.

"Nada. Nada mesmo. Eu não devia ter comido aquela fatia a mais de torta de abóbora ontem à noite. Acho que ainda estou cheio."

"É, aquela torta estava mesmo deliciosa, não foi? Talvez os elfos domésticos possam me dar a receita pra eu fazer nas férias. Desde que não precise de mágica pra fazer, o que pensando melhor, deve precisar, então eu não vou poder fazer mesmo. E o que há com vocês dois?" Ela disse, os olhares estranhos deles fazendo-a parar de falar sobre torta de abóbora.

Harry e Rony apenas se olhavam. Por que Rony estava agindo tão estranho? Harry queria poder continuar a conversa interrompida com a chegada de Hermione. Talvez ele não devesse ter dito nada sobre os sentimentos estranhos que ele estava desenvolvendo por Hermione. Era só a imaginação dele ou Rony estava com ciúmes?

"Nada", Rony finalmente respondeu, levantando da mesa. "Tenho que falar com o prof. Flitwick antes da aula. Vejo vocês depois." E ele saiu apressado.

"O que deu nele?" Hermione perguntou.

"Talvez tenha sido a torta de abóbora também."

"Sei não, Harry. Ele parecia bastante aborrecido com alguma coisa. Acha que está chateado porque vamos ao baile juntos?".

Harry olhou pra ela. Por que ele se sentia tão estranho perto dela ultimamente? Ele se sentia tão quente e feliz e confortável. Será que ele estava gostando dela? O que ela faria se descobrisse? Ele se mexeu na cadeira, desconfortável.

"Eu não sei. Talvez. Eu não achava que fosse grande coisa e aí hoje de manhã ele pareceu bem chocado sobre isso. Talvez ele esteja chateado por eu ter sido mais rápido que ele."

"Mais rápido que ele em que?"

"Em te chamar para o baile."

"Talvez devêssemos ter falado com ele antes de ter decidido ir juntos. Não quero que ele fique pensando que há algo entre nós. Isso pode ser bem chato," Hermione disse, olhando-o nos olhos.

"É, nós não queremos que ele fique pensando isso," Harry disse, encarando de volta. Ela sorria nervosa para ele.

Normalmente, ele desviaria o olhar. Ele estava com uma sensação estranha no estômago e algo dentro dele o dizia para continuar olhando.

Foi Hermione quem desviou o olhar, que pareceu ter demorado uma eternidade para Harry. As bochechas dela estavam vermelhas e ela tomou um gole de seu suco de abóbora, olhando para o salão. Ela colocou o copo na mesa e olhou para ele.

"Então, vamos?" ele disse, sentindo-se como tivesse tomado um belo copo de cerveja amanteigada.

"Sim, vamos."

* * * *

"Você precisa me ouvir, Rony. Por que está agindo como um moleque?"

"Não sei, talvez porque você não admite que gosta de Hermione," Ron falou para Harry. Eles estavam no salão comunal jogando snap explosivo esperando Hermione descer do seu quarto para irem jantar.

"Olhe, esqueça o que eu disse de manhã. Eu não tinha certeza do que sentia. Acho que estava nervoso com o que as outras pessoas iam pensar. Acho que eu tinha razão de estar nervoso. Veja você por exemplo!"

"Você não tem que mentir para poupar meus sentimentos, Harry."

"Eu não estou mentindo."

"Então você não gosta dela?"

"Não. Eu gosto dela, só não é desse jeito."

"Você tem certeza?"

"Sim, e mesmo que eu gostasse dela, eu ficaria longe dela porque eu não quero estragar a amizade que nós três temos."

Rony pareceu se convencer. Ele encostou-se à cadeira e acenou positivamente com a cabeça. Ele exalou sonoramente.

"É estranho ter uma melhor amiga às vezes, não é?" Rony disse.

"É, mas ela é realmente uma ótima amiga que eu não quero perder."

"Você está absolutamente certo, Harry. Por isso acho melhor que nenhum de nós dois namore ela. Não que eu queira, mas acho que estragaria nossa amizade se um de nós o fizesse. Seria bem chato, principalmente para o que ficasse de fora".





* * * * * *

"Certo Harry. Começando do princípio. Se vamos ao baile juntos, você tem que levar isso a sério".

"Tudo bem, tudo bem - mas faz cócegas quando você respira no meu pescoço assim," Harry disse, nervoso, abafando uma risada.

"E se eu virar minha cabeça assim?"

"Assim é melhor, mas não é tão divertido. E por que tenho que segurar sua mão assim? Preferia colocar as duas mãos na sua cintura, assim." Ele deslizou suas mãos até a cintura dela e a puxou para si, diminuindo o espaço entre eles, pasmado com sua própria ousadia.

"Harry Potter! Seu Don Juan! Vamos fazer da maneira certa! O livro de dança que eu peguei da biblioteca diz que temos que segurar as mãos desse lado e você segura minha cintura do outro lado, assim." Hermione moveu as mãos e os braços dele para os lugares certos de seu corpo.

Harry a olhou nos olhos. Ele se sentia intoxicado. Ele não sabia como era ficar bêbado, mas isso deveria ser bem próximo. Sua cabeça girava e ele se sentia estranhamente leve. Hermione o olhou de volta, sua expressão ilegível. Ele queria beija-la, mas não sabia como. Ele nunca beijara uma garota antes, e se sentia bastante nervoso com o que iria significar e como ela reagiria.

Sem pensar em mais nada, ele moveu suas mãos de volta para a cintura dela e a trouxe novamente para perto. Ela não resistiu. Ele se inclinou, a centímetros de seus lábios.

"Eu nunca beijei um garoto antes, Harry" ele a ouviu sussurrar. Ele estava tão próximo dela que podia sentir sua respiração e o cheiro doce de seu hálito.

"Acho que vai ser a nossa primeira vez então."

Ele gentilmente pressionou seus lábios contra os dela. Instantaneamente, ele sentiu um calor e ondas de prazer atravessarem seu corpo. Ele sentiu-a abraça-lo por cima do ombro, os dois se entregando ao beijo, a respiração cada vez mais pesada. Ele percebeu que os dois abriram a boca e que os lábios deles estavam bem colados uns nos outros, beijando e beijando. Ele estava ficando sem ar, mas era tão bom que ele não queria parar.

A voz de Hermione interrompeu seu devaneio.

"Eu disse, 'Harry, você está se sentindo bem?'"

Ele retornou de seu sonho para realidade. Ele não estava sozinho com Hermione na sala de feitiços vazia aprendendo a dançar e beijando. Ele estava sentado com ela e Rony na biblioteca estudando poções para o exame no fim da semana.

"O - o que? Ah sim. Estou bem. Devo ter me desligado."

"Eu achei um antídoto muito bom para o teste de Snape. Com certeza vai nos fazer ganhar notas altas no exame."

"Bom, bom. Preciso de toda ajuda que conseguir," Harry falou, desligado. Sua cabeça ainda preenchida com seu sonho. Ele ainda podia sentir o calor e prazer do beijo em todo seu corpo. Ele teria que esperar um tempo antes de sair da biblioteca. Ele tentou pensar em Snape. Esse pensamento podia esfriar qualquer garoto de 15 anos louco por causa dos hormônios melhor que um banho frio.

"É. Se não fosse por você, Hermione, tanto Harry como eu íamos ter zeros bem redondos nesse teste," Rony disse, olhando para o livro.

Eles arrumaram suas mochilas e saíram da biblioteca depois de estudar e conversar por meia hora. Enquanto eles andavam pelos corredores, Hermione ficou um pouco pra trás para conversar com Harry. Rony andando na frente deles.

"Harry," ela sussurrou.

"Sim," ele sussurrou de volta, olhando para a nuca de Rony, pensando se ele desaprovaria essa conversa.

"Temos que conversar. Sozinhos. Hoje à noite."

"Por que?" ele perguntou.

"Tem algo que eu quero te mostrar." Ela disse, num tom um pouco malicioso. "acho que vai resolver todos nossos problemas."

"Por que isso? Por que não podemos conversar amanhã antes do café? E Rony?"

"Isso não é para Rony. Eu explico à noite."

"Certo, que tal a gente se encontrar no salão comunal lá pela meia noite? Eu vou levar minha capa da invisibilidade."

"Bom. A gente vai dar uma saída."

"Para onde vamos?"

"Confie em mim," ela sussurrou.

"Certo, a gente se encontra no salão comunal então." Eles chegaram ao retrato da mulher gorda, entraram e sentaram numa mesa perto da janela.