Anthony POV

Mamãe não gosta de aniversários. Ela fica muito estressada. Hoje eu estou fazendo cinco anos e a nossa casa está cheia. Os adultos conversam alto e meus amigos correm, às vezes derrubando algumas coisas. O papai ri toda vez que ela grita com alguém, e eu não entendo porque ele gosta tanto de irritá-la.

Eu corro até a mesa decorada no meio do jardim e fico na ponta dos pés para olhar os enfeites. Há muitos super-heróis lá, mas a tia Alice me proibiu de tirar qualquer um do lugar para brincar. Meus amigos me chamam, e eu corro imediatamente, voltando para a brincadeira. Antes de dar uma volta inteira ao redor da piscina, alguma coisa entra no meu caminho e eu sinto duas mãos me parando.

Olho pra cima e vejo o rosto da mamãe enquanto ela sorri pra mim. Ela ergue um pouco o corpo e apoia as mãos agora na barriga já grande demais, franzindo a testa.

- Querido, eu sei que está se divertindo, mas você precisa comer alguma coisa. - Ela diz.

- Eu não estou com fome. - Respondo sem conseguir respirar direito.

- Ah, eu não estou ouvindo direito! - Papai aparece logo atrás dela, colocando um doce na boca antes de continuar. - Você está recusando cachorro quente e refrigerante? - Ele diz de boca cheia, recebendo o "olhar feio" da mamãe.

Penso por um minuto antes de responder que "sim" com a cabeça. Papai arregala os olhos e abaixa até perto de mim, colocando a mão na minha testa.

- Essa não! Você está doente? - Ele pergunta. - Ou... Será que tem um botãozinho pra ligar a fome em algum lugar aí?

Eu não posso fazer nada enquanto ele coloca as mãos embaixo dos meus braços e me faz cócegas. Quase caio no chão, mas antes disso ele me ergue em seus braços, fazendo minha barriga doer de tanto rir.

- Eu to com fome! - Grito junto com uma risada, abraçando seu pescoço. - Eu quero cachorro quente e refrigerante!

- Ah! Sabia! - Papai grita, orgulhoso.

- Esse botãozinho também devia incluir legumes no almoço, não acha? - Mamãe pergunta com os braços cruzados.

Respondo que "não" dessa vez, escondendo o rosto no ombro do papai. Ele ri e responde pra mamãe.

- Acho que ele ia gostar de legumes agora se você tivesse acostumado desde cedo. - Eu vejo ele piscar, alegre, e ela não parece gostar muito. - Você pode começar agora com a Roxanne.

- Edward, minha filha não vai se chamar Roxanne, pelo amor de Deus! - Ela reclama antes de pegar um doce na mesa ao nosso lado e nos dar as costas.

- Eu acho uma ótima homenagem, já que nós dois somos fãs do The Police. - Papai me coloca no chão enquanto responde, indo logo atrás dela.

- Se você fosse realmente fã, teria prestado atenção na letra dessa música! - É a última coisa que eu ouço antes da mamãe me mandar comer de novo, dessa vez bem mais irritada.

Eu continuo parado enquanto eles se afastam. Papai disse que eu devia esperar longe quando a mamãe ficava nervosa assim, mas que aos poucos eu me acostumaria, assim como ele. Até lá, posso apenas obedecer e correr para a mesa onde uma mulher que não conheço sorri pra mim. Eu peço meu cachorro quente e ela me entrega.

Assim que dou a primeira mordida, um pouco de molho escorre pra minha camiseta. Eu tento passar a mão e sujo tudo mais ainda. Sem saber o que fazer, vejo a tia Alice ao meu lado com um pedaço de papel, me olhando como se quisesse me dar uma bronca.

- Você sujou a camisetinha que eu te dei! - Ela briga, mas então ri, e eu fico mais aliviado.

- Eu preciso trocar? Eu não quero ir lá em cima trocar. - Reclamo.

- Tudo bem, querido. - Ela abaixa e passa o papel pela minha camiseta e então por meus dedos. Mesmo quando estão limpos, eu levo até a boca, porque estão melados e me incomodam. - Cadê a mamãe?

- Ela tá brigando com o papai porque ele não é fã do The Police. - Respondo antes de dar outra mordida. - Mas eu gosto. O papai também gosta. A mamãe briga por tudo.

- Ela só tá um pouquinho estressada. Já vai passar. - Tia Alice sorri pra mim.

- Eu também ficaria estressado com um barrigão daquele. - Resmungo de boca cheia pra ela.

Com outra risada ela fica em pé, escondendo os olhos do Sol para olhar para o outro lado do jardim. Eu olho também, terminando meu cachorro quente. A mamãe está conversando com a vó Esme agora. Ela não é minha vovó de verdade, mas eu gosto de dizer que é. O papai está perto, parecendo emburrado enquanto fala com um homem um pouquinho mais alto que ele.

Eu só tinha visto ele uma vez. O nome dele é Jacob. O papai disse que eles trabalham juntos e que ele é um grande "filho de uma puta". Eu não sei o que significa, mas a mamãe diz que eu não devo repetir, porque é falta de educação. Se o papai não gosta dele, ele não devia estar na minha festa.

- Tá cheio de adultos que não conheço aqui. - Olho pra Tia Alice, e ela faz uma caretinha pra mim.

- O que? Aquele ali? - Ela aponta. - É só o Jacob, colega de trabalho do seu pai.

- Eu sei quem ele é. - Termino de comer e entrego o papel sujo pra ela. - O papai diz que ele é um filho da...

- Ei! - Ela arregala os olhos, e dessa vez é realmente uma bronca. - Você não pode falar isso das pessoas!

- A mamãe também diz isso, mas o papai fala!

- Tony, há certas coisas que só as mulheres sabem fazer direito. Por via das dúvidas, sempre ouça elas ao invés dos homens. - Ela pisca pra mim antes de jogar os papéis no lixo. - Agora, vá brincar antes que chegue a hora do bolo, você se atrase e sua mãe enlouqueça mais ainda. E sem palavrões!

Ela dá um tapinha no meu bumbum e eu saio correndo outra vez. Meus amigos deixam eu entrar na brincadeira de novo. Eles não tinham parado antes porque as mães deles não estão ali pra fazê-los comer. Mamães tem esse problema de vez em quando.

Eu corro em volta do jardim até não conseguir respirar direito outra vez e minha pele ficar molhada. Às vezes sou o pegador, e às vezes preciso fugir. Quando canso disso, chamo todos para a cama elástica, e eles me seguem. Nós pulamos juntos e até o tio Emmett decide entrar na brincadeira. O homem estranho diz que ele não pode subir na cama elástica com a gente e eu agradeço por ainda ser tão pequeno.

As horas passam em todos os tipos de brincadeira e eu começo a ficar cansado. Quando estou pensando em parar, a mamãe me chama e diz que precisamos cortar o meu bolo. Eu me aproximo e ela tenta secar o suor da minha testa, rindo da minha cara toda vermelha.

Ela me leva até a mesa cheia de heróis de antes, e agora o bolo enorme de chocolate está lá. Papai vem até perto de nós e me pega no colo, passando a mão pelo meu rosto molhado também. Nós três vamos para perto da mesa, mas eles me fazem esperar pra comer, tirando um monte de fotos com meus avós e tios. Quando a mamãe acende a vela e todos começam a cantar, minha vó Esme e minha vó Renée começam a chorar, e eu não entendo porque elas estão tristes.

Eu bato palma e canto a música rápida enquanto papai me balança em seu colo. Quando acabamos, ele me leva até perto do bolo, me mandando soprar a vela e fazer um pedido. Eu penso um pouco, olhando para o lado e vendo a mamãe sorrindo. Eu penso no meu pedido e apago o fogo com toda a força que consigo.

- Vai me contar o que pediu? - Ela pergunta depois de deixar um beijo na minha bochecha.

- Eu quero a minha irmãzinha logo aqui. - Papai tira a vela do bolo e eu passo o dedo pela parte suja de chocolate, levando até a boca. - Pra comemorar meu próximo aniversário comigo.

- Próximo aniversário? Ela vai estar aqui muito antes disso, Tony. - A mamãe ri e ela também está chorando agora.

- Muito antes quanto? - Eu pergunto, distraído.

- Não tem como saber direitinho. Mas quando a hora chegar, você vai estar pronto, certo? Pra me ajudar a cuidar dela?

- Eu vou. E eu também posso brincar com ela. E posso ensinar a ela que a Mimosa não é malvada como parece. - Explico.

A mamãe ergue o rosto e olha pro papai com um sorriso que eu não entendo. Eles se aproximam e fazem aquela coisa nojenta de juntar as bocas. Ainda no colo dele, eu resmungo com uma careta, e eles se afastam ao rir.

- Você tem nojo de beijos, é? – Papai pergunta, alegre, deixando vários beijos em volta do meu rosto. – E agora, hein?

Os dois vêm pra perto de mim, beijando um cada lado da minha bochecha e me abraçando com uma força que quase não me deixa respirar. Mesmo assim, eu começo a rir, fechando os olhos ao ver o flash de mais uma foto.


Primeiro deixa eu dizer que to suuuuper feliz que passamos dos mil comentários! Quase chorei com a maioria, muito obrigada gente! Infelizmente vou ficar sem responder um por um, mas fica aqui minha despedida e meu agradecimento. Esse epílogo veio de uma ideia que eu já tinha pra MMF, mas achava que não ia conseguir escrever na pele de uma criança. Espero que tenha ficado bom. Algumas coisinhas podem ter se perdido na narração do Anthony, mas é o mesmo esquema de final feliz de novela que eu adoro: Bella grávida de novo, Edward se tornou advogado como o pai, eles compraram a casa enorme que pretendiam... Ah, e o Jacob! Refrescando a memória de vocês, ele estava na faculdade de Direito também. Bom, epílogos são sempre epílogos! Eu realmente não sei quais palavras usar, mas cada uma de vocês que acompanhou, comentou (ou não), se divertiu e se emocionou com a gente sabe que merece esse texto final! Escrever não tem graça sem vocês pra sofrer comigo! Hahahaha Vou terminar com uma nota da Nina porque o que ela disse resume algumas coisas que eu ainda queria dizer... Obrigada por tudo e até a próxima!

Oi pessoal, Nina aqui. Eu sei que quase não apareço e nem escrevo nada mais como não me despedir dessa fic linda e agradecer todos vocês que acompanharam até o fim mais uma fic minha e da Carol não é? Obrigada mesmo pessoal e espero que tenha valido a pena, todas as idéias que tive ( e algumas da Carol também ahuuahhauhauhau) e que a Carol conseguiu escreve-las brilhantemente foi muito divertido, me divertia com cada capítulo e com cada confusão desse nosso casal. Por agora as coisas vão ficar meio corridas mas não precisam se desesperar pois é claro que ja temosmais uma fic planejada, só não vamos postar tão cedo e talvez não seja com capítulos semanais mas... espero que gostem do mesmo jeito, assim que conseguirmos postar avisaremos vocês, por tanto fiquem de olho. Obrigada mais uma vez e vocês são de mais, se não fosse todo esse apoio de vocês jamais teríamos animo e nem idéias para tantas histórias legais, obrigada e obrigada mesmo! Por tudo!
Beijos a todos e até a próxima fic ^^