Esta fic foi a primeira que eu escrevi, há mais de três anos atrás...

É a menina dos meus olhos, espero que gostem, é uma longfic,

ainda não está terminadae já tem mais de trinta capítulos.

É uma estória envolvente, os termos usados para os feitiços são tirados da

relação de feitiços usados em Harry Potter, mas a fica não tem nada haver!

Beijocas pra todos vcs!


CAPITULO I

POV BELLA

Sai da caminhonete puxando o ar com força, sentia falta daquele cheiro de maresia, o som das ondas batendo forte contra as rochas. Estava de volta à reserva de La Push, no topo do penhasco de onde se tinha uma vista magnífica de toda a praia. Fechei os olhos sentindo a brisa bater em meu rosto, lembranças da época em que vivi aqui me vieram à mente, as brigas com Leah Clearwater, assim como as brincadeiras com os garotos, sorri saudosa. Sentia falta do tio Billy assim como dos garotos, especialmente Jake, evitávamos contato, não poderia me expor por isso nos falamos algumas vezes por telefone e durante estes cinco anos em que estive fora, não voltamos nos ver.

- Vamos Isabella, é hora de rever sua família, encarar seu passado e dar um rumo pra sua vida. – voltei para minha caminhonete recém adquirida, uma chevy 53, infelizmente foi o que consegui comprar com minhas economias, segui para a casa de tio Billy onde vivi até meus doze anos. Sorri ao me aproximar da casa vermelha de madeira, ao lado havia um galpão o qual não existia na época em que vivi aqui, mal parei o carro e um garoto enorme saiu da pequena casa.

- Bells? Bells é você garota? –disse com uma voz grave e meio rouca, mal pude acreditar que aquela montanha de músculos era Jacob Black, o meu Jake.

- Jake? Oh meu Deus! Olha o seu tamanho. – ele me pegou como se eu não pesasse nada me rodopiando no ar.

- Que saudade de você sua maluca! – disse quase me esmagando em seus braços fortes.

-Também senti Jake, acredite. – era tão bom estar de volta.

- Quem está ai Jake? – reconheci imediatamente a voz inconfundível de tio Billy.

- Olha quem nos deu a honra de sua visita, pai.

- Bells? É mesmo a pequena Bells? – me soltei de Jake indo pra junto dele que estava em sua cadeira de rodas.

- Senti tanto sua falta tio Billy.

- Também senti a sua pequena. – ele me abraçava apertado.

- E ai, soube que muita coisa mudou enquanto estive fora? – os dois trocaram um olhar estranho entre si, eu não tinha contato cm eles, mas Beth, minha protetora sim.

- Muita coisa Bells, e ai, como foi em seu treinamento?

- Ótimo! Está concluído tio, aprendi muita coisa, estou pronta. – falei orgulhosa de mim mesma.

- Sempre te achei estranha, agora entendo o porquê. – provocou Jake.

- Cala a boca totó. – ele semicerrou os olhos, vindo pra cima de mim.

- Ah sua... – o idiota me segurou firme bagunçando meus cabelos, eu tentava me livrar dele, mas o filho da mãe era mesmo forte.

- Parem vocês dois, ou vão acabar se machucando. – ralhou tio Billy.

- Ela não pode me machucar pai...

- Nem você a mim seu tonto. – tecnicamente podia, mas me recuperaria rapidinho. Beth havia me contado sobre a transformação de Sam, Paul e Jared, assim como a de Jake, mas agora soube que Quill e Embry também eram lobos.

- Como isso aconteceu, foram todos de uma vez?

- Não, Sam foi o primeiro, depois veio Jared, Paul e eu... – disse Jake. – Quill e Embry há pouco tempo.

- Então há vampiros pelas redondezas.

- Aqueles sugadores nojentos voltaram. – havia tanta raiva na voz de Jake e confesso que saber que havia vampiros por perto me deixou apreensiva.

-Voltaram? Como assim voltaram, já estiveram por aqui? – tudo que eu sabia sobre vampiros era teoria, jamais havia cruzado com um em minha vida.

- Os Cullen. – disse tio Billy.

- Os Cullen? Os da lenda? – desde que me entendo por gente que ouvia falar sobre os frios do pacto, os Cullen, mas segundo a lenda eram diferentes dos outros frios, se alimentavam de animais e por mais estranho que parecesse, viviam entre os humanos.

- Eles mesmos e estão com dois membros a mais, é um clã bem grande.

- Estão causando problemas? Pensei que fossem inofensivos.

- Vampiros são seres cruéis Bella, que se divertem com sua presa antes de abatê-la, são criaturas vis que usam de artifícios para atrair os humanos antes de abatê-los, não existe vampiro inofensivo. – definitivamente Jake não gostava nada deles.

- Se os Cullen fossem como diz, seu tataravô não teria concordado com o pacto, segundo reza a lenda eles nunca atacaram um humano.

-Nosso tataravô, ou se esqueceu que em suas veias corre o sangue dos Black minha cara. – retrucou azedo.

- Pra quem está longe tanto tempo, está muito bem informada menina. – brincou tio Billy.

- Por isso passei cinco anos fora, aprendi muito sobre nosso mundo e outros também. – ele somente assentiu.

- Vai ficar por aqui?

- Não, vou ficar na casa dos meus pais em Forks, também me matriculei no colégio de lá, minhas aulas começam na segunda.

-Não acha que está se arriscando demais?

- Não vou mais viver escondida, tio Billy! Quero conhecer pessoas, fazer amigos, ter uma vida... Digamos que normal.

- Pode perfeitamente fazer isso aqui, porque vai se arriscar? - Jake parecia incomodado com aquilo.

- Quero viver em Forks, aquela era a casa dos meus pais, é minha por direito, não somos mais crianças Jake, não dá pra vir morar aqui.

- Só que Forks é território dos Cullen, fica meio difícil de te proteger por lá. – insistiu.

- Sinto em lhe decepcionar Jake, mas não preciso de proteção. - meu amado primo rosnou baixo. – Se esses Cullen se meterem comigo, verão do que uma bruxa é capaz.

- Continua teimosa e cabeça dura.

- Olha quem fala. – retruquei.

Fiquei um tempo por lá, revi os garotos que como Jake estavam enormes, depois de um jantar delicioso voltei pra casa, ainda tinha muito que arrumar.

- Oi Merlin! A mamãe chegou. – meu bebê veio todo dengoso assim que ouviu minha voz, Merlin foi um presente de Beth, um gato preto lindo e gorducho. Com um jeitinho especial coloquei tudo em seu devido lugar, optei por ficar na suíte e deixei o quarto menor para quando Beth ou Jake viesse pra cá, desde que não implicasse com Merlin, é claro.

Passei o final de semana deixando a casa em ordem, abasteci a dispensa e preparei um jantar delicioso pra mim, assim como para Merlin, ativei o despertador para não perder a hora. Estava animada para o meu primeiro dia de aula e confesso que estava adorando ter a casa só pra mim, eu amava Jake e Rachel, mas a casa de tio Billy era tão pequena, aqui eu tinha espaço e o mais importante, privacidade.

Estávamos em março, no meio do semestre, foi Beth quem cuidou da minha transferência para o Forks Higth School, onde eu concluiria o colégio, acordei cedo pela ansiedade talvez. Sinceramente esperava que as coisas fossem diferentes por aqui, em Massachusetts as pessoas me olhavam como se eu fosse um espécime raro, eram cruéis e muito preconceituosos.

Tomei um belo banho e optei por um jeans básico, uma camiseta com uma jaqueta por cima, só pra dar um charme, já que não sentia frio, herança de papai. Calcei o meu inseparável all star e comi alguma coisa, assim que terminei fui para o colégio que era muito diferente do colégio de Massachusetts, estacionei minha caminhonete em frente à secretaria.

- Bom dia, seja bem vinda ao Forks Higth School, Isabella... – disse a mulher de óculos e um coque muito estranho. – Aqui estão seus horários e o mapa indicando as salas, tenha uma boa aula.

- Obrigada! – foi o que consegui dizer me virando pra sair dali.

- Ah! Não se esqueça de me trazer o formulário assinado pelos professores, querida.

- Sim senhora. – ao sair do prédio sorri ao ver que uma garoa fina começava a cair, senti as gotas acariciarem meu rosto, adorava sentir a chuva. Forks era conhecida como a cidade cinza, pois eram extremamente raros os dias em que o sol aparecia, era fria e nublada.

Entrei no estacionamento e não pude deixar de notar que a maioria dos carros era tão surrada quanto minha caminhonete, com exceção de dois, um Volvo prata reluzente e uma M-3 vermelha lindíssima, diga-se de passagem. Eu tentava compreender aquele mapa estranho, estava completamente perdida quando uma voz me fez sobressaltar.

- Está perdida, precisa de ajuda? – perguntou um garoto franzino, com traços orientais, era uma boa pessoa, pude sentir pela energia que emanava dele.

- Um pouco confusa eu diria, prazer meu nome é Isabella mais pode me chamar de Bella. – disse estendendo minha mão pra ele.

- O meu nome é Eric, Erick Yorkie, me desculpe, quer uma ajudinha? Conheço esse colégio como a palma da minha mão. – insistiu.

- Se não for atrapalhar, agradeceria. – o garoto assentiu indicando o caminho, ele me contou que também cursava o segundo ano e que pelo meu horário teríamos algumas aulas juntos.

No decorrer das aulas fui me familiarizando com o ambiente, conheci Ângela Weber uma garota incrível, com um coração muito puro que por coincidência, namorada de Erick, já Jéssica Stanley era um tanto invejosa e fofoqueira, mas uma boa pessoa, mas sua amiga Lauren Malory fazia questão de ser desagradável.

Também conheci Mike Newton um garoto falante e muito entusiasmado, Ben e Tyler, dois garotos estranhos que me olhavam de um jeito muito esquisito, ficavam me encarando, o que me fez sentir um tanto desconfortável. Sempre passei despercebida no outro colégio e toda aquela atenção estava me deixando constrangida.

Acabamos nos encontrando no refeitório no horário do almoço, nos reunimos todos na mesma mesa que ficava quase no meio do refeitório, estava conversando com Jéssica e Ângela quando minha atenção se voltou para a porta onde um grupo havia acabado de chegar. Eram lindos, perfeitos e deslumbrantes... Uma beleza incomum entre os humanos com toda certeza.

O primeiro a entrar foi um moreno alto e muito forte, tanto quanto os garotos de La Push, seus cabelos eram curtos e seu rosto lembrava o de um garotinho arteiro. Estava de mãos dadas com uma loira estonteante alta e com um corpo escultural.

Atrás deles havia uma garota baixinha com traços perfeitos, cabelos escuros e despontado para todas as direções, parecia uma fada com suas feições delicadas, seu caminhar era gracioso como se dançasse. Ao seu lado um garoto alto, loiro, bem forte, mas menos musculoso que o primeiro, seus cabelos cacheados iam até seu queixo, lembrava um querubim.

Quando o quinto entrou, meu coração falhou uma batida voltando a bater descompassado, nunca em minha vida havia posto meus olhos em alguém tão lindo. Ele era alto, o mais alto entre os três e o mais magro com certeza, seus músculos eram evidentes, mas nada exagerado como o primeiro e nem tão forte como o segundo. Seu rosto era de uma perfeição digna de Michelangelo ou algum artista da época. Nem mesmo entre os anjos havia tamanha beleza, seu nariz era afinalado, seus olhos cobertos por cilios grossos, suas sobrancelhas largas e seu cabelo possuía um tom tão incomum. Era um tom acobreado, minuciosamente bagunçado, só havia uma palavra para defini-lo... Perfeição!

- O que você tanto olha? – disse Jéssica me chamando á atenção.

- Como? – soltei ainda encantada com a beleza daquele garoto.

- Para onde estava olhando? – insistiu meio impaciente, se virando para onde eu olhava. - Ah! Não se iluda querida, aqueles são os Cullen eles não se misturam com niguém. – então aqueles eram os Cullen? Estava explicado o porquê de tamanha beleza e perfeição.

- Então esses são os Cullen? – assim que proferi o nome Cullen o garoto olhou pra mim.

- Estes mesmo, são filhos adotivos do Dr. Carlisle e sua esposa, eles moram todos juntos, a baixinha é Alice e o loiro ao seu lado é Jasper, aquele grandão é o Emmett e a loira Rosalie e por incrível que pareça eles estão juntos mesmo, como casais. – dizia Jéssica com certo veneno, além de invejosa, era fofoqueira e preconceituosa.

- Está sendo preconceituosa Jéssica! – a repreendi, detestava qualquer tipo de preconceito, sofri muito com ele e segundo Beth foi esse sentimento deplorável que quase exterminou nossa raça e matou meus pais.

- E quem é aquele? – falei indicando com a cabeça o mais belo deles.

- Aquele é Edward Cullen... – sua voz saiu um tanto afetada, notei que assim que proferiu seu nome o garoto olhou como se ela o tivesse chamado, claro que eu sabia perfeitamente que eles conseguiam ouvir um simples sussurro do estacionamento.

- Não se empolga não, ele é lindo, mas um tanto metido! Deve pensar que ninguém aqui é boa o suficiente pra ele, está sempre sozinho ou com os irmãos, nem mesmo as mais gatas do colégio tiveram chance. – havia certo despeito no tom de Lauren.

- Se você diz. – falei dando de ombros.

Voltei a olhar para aquele grupo sentado há algumas mesas de nós, por toda minha vida ouvi dizerem que vampiros fossem seres monstruosos, vingativos e que matavam sem escrúpulos, era muito difícil lutar contra um vampiro e mais ainda matá-lo, mas não impossível. Os odiava com todo o coração pelo que haviam feito aos meus pais, mas ali diante de mim havia cinco vampiros, em meio a centenas de humanos... Pareciam estar confortáveis entre eles.

Alice tinha um jeito delicado, passava ternura, carinho assim como Emmett, apesar de seu jeitão. Jasper era o único que parecia desconfortável de certa forma, já Rosalie parecia mais preocupada consigo mesma, admirando seu próprio reflexo. Mas o que mais me intrigou foi Edward, sentia emanar dele uma energia pura, muito pura, como um vampiro poderia emanar tal energia?

Me perdi em meus próprios pensamentos sem tirar meus olhos dele, mal toquei na comida, o surpreendi me olhando, parecia frustrado com algo e seus olhos eram negros, diferente dos outros que tinham olhos cor de âmbar. Era um olhar intenso e penetrante, meu coração batia tão rápido e forte, cheguei a pensar que saltaria pela boca a qualquer momento. O sinal tocou me despertando e Ângela me acompanhou, já que também teria aula de biologia avançada, chegamos e o professor já estava na sala.

- Senhorita Weber, atrasada? – pelo tom que usou, ela não costumava fazer aquilo. E você é? – disse se dirigindo a mim, o que me deixou completamente sem graça.

- Sou Isabella! Isabella Swan, senhor. – entreguei a ele o papel da secretaria.

- Seja bem vinda senhorita Swan, aqui estão seus livros e a senhorita vai precisar de um parceiro... – o homem levou a mão ao queixo olhando pela sala. – Pelas suas notas creio que deva sentar-se com o senhor Cullen, farão uma bela dupla. – mal pude crer no que ouvi e pela cara de Edward, ele tão pouco.

Puxei o ar com força indo para a mesa que ficava na segunda fileira do lado esquerdo da sala, próxima a janela, meu coração batia completamente descompassado, estava tão nervosa que acabei tropeçando no pé de uma das cadeiras caindo com tudo, me levantei rapidamente sentindo meu rosto queimar, me sentei ao seu lado e sua reação foi surpreendente.

Estava o mais distante possível de mim, sentado tão longe quanto o espaço permitisse, tampava levemente o nariz como se eu estivesse fedendo ou algo assim. Levei uma mecha de cabelos ao nariz e exalava um perfume agradável de morangos e minhas roupas cheiravam ao óleo de banho que eu usava. Seu olfato era super aguçado e algo o estava incomodando, só não sabia o que.

- Até que em fim terá uma parceira senhor Cullen!- comentou o professor, olhei para Edward que me olhou de um jeito assustador, como se me odiasse ou coisa parecida. – A senhorita Swan parece ser tão boa quanto o senhor, serão parceiros até o final do ano letivo. – aquela noticia pareceu não agradá-lo muito, o modo como me olhava me incomodou e muito.

- Sente-se bem? – ele me olhou espantado eu diria, não respondeu, me ignorou por completo abrindo o livro concentrando-se em sua leitura. Um nó se formou em minha garganta, me segurei pra não pagar o mico de chorar na frente dele e assim que o sinal tocou Edward disparou porta a fora como se eu tivesse algo contagioso me deixando totalmente sem ação.

- O que você tem? Parece chateada? – perguntou Ângela com preocupação.

- Não foi nada, tenho que ir a secretaria, entregar esse papel. – ela assentiu indo para o estacionamento, ao entrar na secretaria, ele estava lá. Fiquei recostada a parede, aguardando a moça me atender, Edward pareceu não notar minha presença ali.

- Não tem como mudar o curso? – sua voz parecia impaciente.

- Infelizmente não senhor Cullen. – respondeu a moça.

- Qualquer outra coisa, menos biologia avançada. – com certeza estava irritado, novamente engoli o nó em minha garganta, não entendia aquela reação. Uma garota entrou com tudo trazendo consigo uma rajada de vento, Edward ficou tenso, virou-se me lançando um olhar mortal.

- Deixa isso pra lá, não vai adiantar de nada mesmo, droga! – praguejou furioso saindo de lá com tudo batendo a porta. Fiz um esforço sobre humano para não deixar as lágrimas saírem, entreguei a moça o papel e sai dali com tudo indo para o estacionamento, acabei passando por ele e seus irmãos que estavam na entrada. Os ignorei por completo passando direto, podia sentir o olhar dos cinco em mim, entrei no carro saindo de lá o mais rápido possível. Não conseguia entender por que o fato dele agir daquela forma me afetava tanto? Afinal ele era um vampiro, quanto mais distante melhor, certo?

POV EDWARD

Mais um dia de aula entediante, o segundo grau era mesmo uma tortura, pelo menos pra alguém como eu. A grande maioria dos pensamentos girava em torno da aluna nova vinda de outra cidade, não se falava de outra coisa, os garotos já fantasiavam com a pobre garota.

"O que houve Edward?" – Alice perguntou mentalmente.

- Já estão fantasiando com a novata, são uns idiotas mesmo, nem sequer a conheceram, como podem... Humanos! – usei um tom que somente nós pudéssemos ouvir. – Viu alguma coisa? – minha amada irmã imortal fez cara de paisagem.

- Não vi nada não. – disse dando de ombros, em sua mente vislumbrei imagens de uma coleção de sapatos nova, Alice estava me escondendo algo, disso não tinha dúvidas. Sentia-me tão entediado que nem vi as aulas passarem, estava indo em direção ao refeitório, para o teatro de sempre.

Jazz e Emm estavam animados armando uma contenda no vídeo game mais tarde, meu irmão mais novo tentava se distrair, seu dom o deixava muito estressado, ainda mais em um lugar como este, com centenas de adolescentes com os hormônios em fúria. Sem contar os sentimentos contraditórios típicos da idade. Deixei que entrassem na frente, ao entrar todos aqueles pensamentos invadiram minha mente de uma só vez, me concentrei em meus irmãos para que minha cabeça não explodisse.

- O que você tanto olha? – ouvi Jéssica Stanley perguntando para alguém, reconheci a voz, pois aquela vivia fantasiando ao olhar pra mim. Já estava acostumado, infelizmente causávamos esse efeito nos humanos.

- Como? – aquela voz era diferente, puxei em minha memória e com certeza jamais a tinha ouvido antes. Jéssica parecia impaciente, em sua mente pude ver uma garota diferente, nunca vi aquele rosto por aqui antes, seria ela a novata?

- Ah! Não se iluda querida, aqueles são os Cullen eles não se misturam com niguém.

- Então estes são os Cullen? – olhei na direção da mesa e meu olhar encontrou o dela, era uma garota de aproximadamente dezesseis ou dezessete anos, muito bonita, uma beleza diferente eu diria... Nada de extraordinário, mas havia algo nela que me chamou a atenção.

- Estes mesmo, são filhos adotivos do Dr. Carlisle e sua esposa, eles moram todos juntos, a baixinha é Alice e o loiro ao seu lado é Jasper, aquele grandão é o Emmett e a loira, Rosalie e por incrível que pareça eles estão juntos mesmo, como casais. – disparou Jéssica, a garota ainda me olhava intensamente.

- Está sendo preconceituosa Jéssica! – me surpreendi ao ouvi-la falar daquela forma, não somente eu, como meus irmãos também.

"Ela está nos defendendo?"- Emm pensou surpreso.

"Quem é essa garota?" – se perguntava Rose a olhando com desdém.

"Então essa é a novata."– pensava Jazz olhando na direção dela.

- E quem é aquele?

- Aquele é Edward Cullen. – por reflexo olhei na direção da mesa e novamente meu olhar encontrou o dela. Tentei ler sua mente e nada, me concentrei forçando ao máximo, mas não via nada absolutamente nada, a garota era completamente muda pra mim o que me deixou intrigado e frustrado.

- Não se empolga não, ele é lindo, mas um tanto metido! Deve pensar que ninguém aqui é boa o suficiente pra ele, está sempre sozinho ou com os irmãos, nem mesmo as mais gatas do colégio tiveram chance. – dizia Lauren Malory, outra que vivia fantasiando comigo e meus irmãos, mal sabiam elas o quanto eram sortudas por não se envolverem conosco.

- Se você diz. – a garota disse dando de ombros.

Sua pele era tão branca quanto a nossa, seu rosto em forma de coração era moldado por longos cabelos castanhos, seus olhos em um tom castanho, comum não fosse o brilho intenso que havia neles, muito expressivos, incomum em olhos naquele tom. Seu nariz era arrebitadinho, seu lábio inferior era um pouco mais cheio que o superior, uma boca tentadora, ela mordia levemente o lábio inferior, prendendo minha atenção naquele pequeno gesto.

O sinal tocou e ainda teria que encarar duas aulas, fui em direção ao prédio onde teria a aula de biologia avançada, não entendia o porquê a imagem daquela garota não saia da minha mente, estava tão absorto em meus próprios pensamentos que me surpreendi ao ouvir sua voz, ela falava com o professor, Ângela Weber estava ao seu lado.

"Aluna nova? Humm... pelas notas é muito inteligente."– pensava o professor Molina.

"Essa garota é bem gostosinha."- pensou Tyler analisando o corpo dela, assim como Ben Cheney, me senti enojado com o modo como a viam.

- Seja bem vinda senhorita Swan, aqui estão seus livros e a senhorita vai precisar de um parceiro... – "Pelo seu currículo creio que o Cullen seja o mais indicado."- aquele pensamento chamou minha atenção. – Pelas suas notas creio que deva sentar-se com o senhor Cullen, farão uma bela dupla. – pela cara dela parecia chocada com o que acabara de ouvir, conforme vinha em minha direção uma rajada de vento soprou trazendo seu cheiro.

Travei as mãos na mesa sentindo minha garganta queimar como o próprio fogo do inferno, minha boca automaticamente se encheu de veneno, nunca em minha existência havia encontrado um cheiro tão chamativo, tão apelativo... A vontade de cravar minhas presas em sua jugular era sem tamanho. Em fração de segundos eu já havia escolhido as melhores veias e as melhores artérias onde o sangue fluiria ainda mais rápido.

Aquilo me assustou, o mostro dentro de mim rugiu satisfeito, eu a desejava, desejava seu sangue mais que tudo naquele momento. Isabella tropeçou no pé de uma das cadeiras caindo com tudo, foi um tombo e tanto, levantou-se rapidamente e o tom avermelhado em suas bochechas piorou ainda mais a situação.

Ela sentou-se ao meu lado e o cheiro era ainda mais intenso, prendi a respiração, pela minha visão periférica a vi levar uma mecha de cabelos ao nariz, assim como a blusa. Novamente o monstro rugiu dentro de mim, naquele momento eu a odiava com todo meu ser, por ter trazido a tona algo que julgava enterrado no fundo do meu ser.

- Até que em fim terá uma parceira senhor Cullen!- dizia o professor, podia sentir o olhar dela em mim, não pude deixar de notar a decepção em seu olhar, podia não ler sua mente, mas seus olhos eram muito expressivos. – A senhorita Swan parece ser tão boa quanto o senhor, serão parceiros até o final do ano letivo.

"Ótimo!" – retruquei mentalmente com ironia.

- Sente-se bem? – perguntou me pegando de surpresa, eu estava tentando não matá-la ali mesmo e ela me pergunta se eu estava bem? Não respondi, abri o livro e tentei me concentrar torcendo para que aquela maldita aula acabasse o mais rápido possível.

Eu não respirava e pela minha visão periférica a vi me olhando por várias vezes, estava sentida e aquilo de certa forma mexeu comigo. Assim que o sinal soou me levantei saindo dali, precisava de ar puro, fui para o estacionamento puxando o ar com força por várias vezes, nem assisti à última aula, quando o sinal tocou fui à secretaria, precisava mudar a aula, não poderia me arriscar a ficar perto daquela garota outra vez. Usei de todo o meu poder de persuasão para tentar convencer a senhorita Fletcher a mudar meu horário, mas a mulher estava irredutível.

- Não tem como mudar o curso? – minha paciência estava por um fio.

- Infelizmente não senhor Cullen. - "Deus do céu, se eu fosse mais nova ele não me escapava." – seus pensamentos a meu respeito estavam me deixando ainda mais irritado.

- Qualquer outra coisa, menos biologia avançada. – insisti, ouvi a porta ser aberta e uma rajada de vento trouxe aquele cheiro de volta, me virei automaticamente e Isabella estava recostada à parede, me olhava assustada.

Não havia notado sua presença ali, novamente o monstro dentro de mim rugiu alto, cheguei há calcular quanto tempo levaria para me livrar da mulher e da outra garota, ou talvez pudesse convidá-la para me acompanhar até a floresta, será que aceitaria? Meneei a cabeça tentando dissipar tais pensamentos, o que aquela garota estava fazendo comigo?

- Deixa isso pra lá, não vai adiantar de nada mesmo droga! – falei saindo de lá o mais rápido possível, assim que cheguei ao corredor o cheiro se dissipou e minha garganta parou de queimar.

"Eu vi meu irmão, sinto muito." – pediu Alice ao lado de Jazz que automaticamente usou seu dom em mim, me acalmando.

Eu e meus irmãos estávamos na entrada do estacionamento quando Isabella passou direto por nós, nos ignorando por completo, não poder ler sua mente era muito frustrante, queria saber o que pensava, que segredos escondia. Isabella entrou em uma chevy ano 53, coberta de ferrugem, uma verdadeira carroça e saiu de lá.

- Vamos embora, preciso caçar. – falei entre os dentes.

- O que ta rolando? Você está muito estranho cara. – Emm era mesmo lento às vezes.

- Não tenho nada. – meu irmão deu de ombros indo para a M-3 de Rosalie, sai do estacionamento e em poucos minutos estávamos na rodovia, Alice e Jazz estavam comigo.

- Não sentiu quando estava no refeitório? – perguntou Jazz quebrando o silêncio que havia no carro.

- Não, havia muita gente e ela estava distante, mas quando entrou na sala de aula... – soquei o volante com raiva. – Quase coloquei tudo a perder... Eu só queria sugá-la até a última gota.

- Sei como é irmão. –sim ele sabia perfeitamente como era.

Alice de repente perdeu o foco e a imagem de Isabella apareceu em sua mente, estava em sua casa, deitada em sua cama, eu estava ali parado a olhando fixamente. Sacudi a cabeça tentando dissipar a imagem da garota sem vida em meus braços.

- Não, não, não tem que ser assim. – soltei me odiando pelo que sou.

- E não será! – olhei pra Alice sem entender.

- Mas...

-Não vai matá-la Edward, de certa forma o destino de vocês está se entrelaçando...

- Como assim entrelaçando?

- Aquela garota é o seu destino meu irmão.

- Você enlouqueceu Alice? Ela é humana... Por pouco não a matei hoje. – cuspi furioso.

- Isso não vai acontecer. – afirmou convicta.

- Você viu?

- Algo me diz que não será assim, há algo especial naquela garota... - Alice abriu sua mente e nela a garota estava abraçada a ela, sorria feliz da vida, Isabella era uma de nós.

- Isso não vai acontecer Alice.

- É o destino dela Edward.

- Não se eu puder evitar. – falei freando com tudo, estávamos próximos a estradinha que levava para a mansão.

- Você não pode mudar o destino Edward, por mais que tente, ele dará um jeito de fazer sua vontade. - disse séria.

- O destino não está escrito a ferro e fogo Alice, jamais vou condená-la a essa vida, muito menos correr o risco de matá-la. – insisti.

"Não vai resistir, irá voltar muito antes do que pensa." insistiu mentalmente. - Te vejo em alguns dias. – disse saindo do carro acompanhada por Jazz.

- Não sei se volto. – afirmei.

"Vai voltar Edward, está curioso demais, aquela garota mexeu com você muito mais do que pensa, meu irmão." – achei melhor simplesmente ignorá-la, manobrei o carro sentido a Forks, precisava ver Carlisle. Contei a meu pai o que aconteceu e o meu medo em voltar a ser aquele monstro.

-Vá filho, leve meu carro que é mais veloz, fique o tempo que achar necessário, explicarei aos outros.

- Obrigado Carlisle. – o abracei forte, sabia que ele me entenderia.

"Vamos sentir sua falta meu filho." – seu pensamento me fez intensificar o abraço.

- Também vou sentir falta de todos, pai. – ele assentiu me soltando, fui para Denali, lá me distrairia, precisava tirar aquela garota da minha cabeça.

- O que o trás a Denali, querido? –Tanya disse assim que me viu.

- Vim passar um tempo aqui, preciso me ausentar de Forks.

- Por quê? Aconteceu alguma coisa? – contei a ela tudo que houve.

- Está com medo de matá-la?

- Não quero me tornar um monstro novamente Tanya. – estávamos sentados em uma mureta.

- Você nunca foi um monstro querido, só ficou meio perdido durante um tempo, só isso. – sorri sem humor, ela sempre me dizia aquilo. - Se quiser posso fazê-lo esquecer esse problema. – ofereceu acariciando meu rosto.

-Achei que seriamos somente amigos. – falei divertido.

- Podemos ser amigos com benefícios, o que acha?

- Que a senhorita está muito moderninha, Tanya Denali. –brinquei estalando um beijo em seu rosto, ela se virou tomando meus lábios em um beijo intenso, mas ao fechar meus olhos aquele par de olhos castanhos me veio à mente, o que me fez romper o beijo e me apartar de Tanya.

- Acho melhor não. – Tanya somente assentiu me deixando sozinho, por mais que eu tentasse aquele par de olhos castanhos não me deixavam em paz, toda vez que fechava meus olhos aquele rosto angelical invadia minha mente.

Por várias vezes Tanya tentou me distrair, mas não era justo usá-la daquela forma, não que ela se importasse muito. De onde veio aquela garota? Quem seria aquela humana que me desconcentra e desorienta, que me fez fugir dela como um covarde e me afastar de minha família? Durante os cinco dias que fiquei em Denali, com aquelas perguntas ecoando em minha mente.

- Só há uma maneira de saber, voltando a Forks e encarando o problema de frente. – falei pra mim mesmo.

"Vejo que tomou uma decisão." –Tanya pensou se aproximando.

- Vou voltar.

- Vai correr o riso? Sabe que pode ficar aqui, comigo. – insistiu.

- Sabe que isso não daria certo, já tentamos uma vez, está lembrada?

- Como esquecer... – disse divertida. – Você é inesquecível Edward, deveria saber disso. – sussurrou em meu ouvido, estalei a língua revirando os olhos.

- Preciso voltar, não vou fugir, vou encarar o problema de frente. – ela sorriu enlaçando meu pescoço.

- Está intrigado com aquela humana, não é? Ela o deixou curioso de certa forma. – dizia roçando seus lábios aos meus.

- Você está falando igual à Alice... – sorri com a careta que fez. - Adeus Tanya. – a abracei de forma carinhosa.

- Vou estar aqui te esperando. – disse depositando um beijo em meus lábios. – Sempre. – concluiu.

- Sabe que não vou voltar.

- Uma garota pode sonhar. – brincou piscando de um jeito sexy, sorri estalando um beijo em seu rosto. Eu estava voltando para Forks e teria que aturar Alice em meu ouvido, aproveitei para caçar, não correria o risco de me aproximar daquela garota novamente sem estar muito bem alimentado.