Título: Love (amor).
Classificação: +18
Gênero: Romance / Comédia / pwp / Lemon.
Sinopse: Quando Alec finalmente teve coragem de mostrar a todos o que sentia pelo alto bruxo do Brooklyn, finalmente sentiu como se um peso fosse tirado de suas costas. No entanto, agora era um outro obstáculo que ele deveria enfrentar para garantir sua felicidade ao lado do jovem bruxo...
Obs: Não dá pra escrever lemon E drabble. NÃO. DÁ. Se algum de vocês um dia conseguir eu juro que me tornarei fã para sempre -q
Essa história está de alguma forma entre o final de COG e o início de COFA. Eu até falaria da viagem, mas já ficou grande pra caracóis então não me estendi mais.
Boa leitura :)
Alec deitara-se na grande e fofa cama, dramaticamente.
Não sabia quantas vezes haviam chegado àquele ponto, ou quantas vezes ele evitou ter "a" conversa.
Fazia algumas semanas que o jovem caçador de sombras havia exposto aos seus familiares — e para toda a clave, no mesmo instante — seu relacionamento com Magnus. Havia sido um passo chocante, mas necessário a ser dado. E agora que todos sabiam sobre eles, sentia-se milhões de vezes mais leve.
Então, porque parecia tão apavorado com a possibilidade de tornar tal relacionamento, digamos, um pouco mais íntimo?
Não que Magnus não houvesse tentado — oh, ele houvera. Estava tão feliz em finalmente ter o merecido reconhecimento que por pouco não agarrara Alec na pequena casa do feiticeiro Ragnor Fell, nos limites de Idris.
Mas o jovem o fez parar, dizendo que apesar de amá-lo o mesmo tanto e de estar feliz e aliviado com a possibilidade de ambos poderem finalmente prosseguir com aquele relacionamento sem máscaras, ainda não se sentia pronto.
Afinal, aquele era um grande passo.
E, por mais que amasse o namorado, o que mais sentia naquele momento era medo.
Medo de não ser correspondido o tanto que gostaria. Medo de se deixar levar demais e, lá na frente, sofrer uma decepção maior. Medo daqueles beijos que pareciam enfeitiçados se tornarem um vício em sua breve vida.
Alec passou a mão pelos cabelos muito negros, frustrado. Queria unir-se a Magnus há tempos. Então o que lhe preocupava tanto?
Não que a teoria fosse tão fácil quanto a prática, pensou resignado.
Continuou, em meio à sua languidez, a regar as mais inúteis inseguranças em sua mente que acabou por cansar-se.
E, cansando-se, na cama fofa e convidativa do amante, adormeceu.
Seria a maior das mentiras dizer que Magnus não o desejava.
Por certo que sim, mas treinava sua paciência como se treina um animal — o animal selvagem que residia em si mesmo a cada vez que seus lábios tocavam e as carícias começavam a ficar intensas...
... E então, Alec fugia.
Não que ele saísse correndo em desespero — muito embora Magnus desconfiasse que ele o faria se pudesse, dado o pavor que rodeava os olhos muito azuis. Contudo, o jovem caçador parecia deveras temeroso em desenvolver sentimentos ainda mais intensos pelo bruxo.
Semanas se passaram antes que a relação deles viesse a público. Magnus temia o quanto demoraria dessa vez para que finalmente pudesse ouvir sua resolução final.
Suspirara. Não que fosse o tipo de namorado forçador de barra, no entanto ainda possuía necessidades.
Necessidades essas que já não se resolviam quando ele tentava aplacá-las sozinho.
Havia acabado de retornar de um de seus serviços. Abrira a porta e encontrara o apartamento em completo silêncio...
Alec havia lhe dito que o esperaria... Desistira?
O bruxo chamou por seu amado, no entanto não obteve resposta. Outro suspiro. Sentia-se como um leão feroz que não podia sequer encontrar os olhos da caça que os instintos o alertavam à atacá-lo.
Não queria que fosse desse jeito, mas já estava atingindo seu limite.
Ao passar pelo quarto principal, percebera a figura deitada num sono relaxado — a respiração fazia o peito tamborilar numa cadência tão doce e tão familiar...
Magnus não pôde evitar o riso — em meio às suas missões e problemas, Alec sempre parecia exausto. Dia desses o pobre garoto desmaiaria quando estivessem no meio de uma "sessão de amassos"!
Virou-se em direção ao chuveiro para tirar todo aquele stress e sujeira provindos das ruas de Nova York.
Despertara.
Por quanto tempo havia dormido? Não sabia.
Sentou-se num ímpeto e, por um instante, sentiu a cabeça girar. Coçou os olhos para espantar a sensação de si e percebera que seu cabelo deveria estar uma bela bagunça.
Em adição, percebera que alguém mais parecia acompanhar-lhe à viagem nas terras de Morfeu.
Magnus.
O warlock parecia deveras cansado. A pele cor de oliva brilhante, como se houvesse saído do banho e caído na cama. Alec não pôde impedir a mão roçar o rosto do amado — quando dormia, Magnus parecia ser apenas um adolescente de 19 anos, não o alto bruxo com séculos de vivência e um passado mais badalado que o quarto de Paris Hilton numa madrugada qualquer.
Não que Alec soubesse quem diabos era Paris Hilton. Só ouvira o mago referir-se a si mesmo desta forma uma vez.
O outro abrira os olhos verde-dourados, as pupilas felinas ajustando-se à claridade de fim de tarde. Alec tentou afastar sua mão, contudo o namorado a apertou, forte, com a sua. Permaneceram se encarando por vários minutos — talvez horas — desse jeito.
— É... Bem-vindo de volta. — O caçador dissera, embaraçado.
— É bom estar de volta — Magnus sorrira, depositando um pequeno beijo na mão do mais novo.
Permaneceram mais alguns segundos em silêncio até o bruxo acrescentar:
— Sua mão está fria, querido.
— Está...?
— Sim, está. Todo o seu corpo parece estar. Deixe-me esquentá-lo para você.
E o que se seguiu fora uma confusão de mãos em todos os lugares, roupas sendo tiradas e respirações aceleradas misturadas ao ar frio do sol poente. Magnus ficou por cima de Alec — agora apenas em seus trajes íntimos — um brilho voraz nos olhos felinos.
— M-Magnus... Por favor...
O bruxo obedecera, a língua passando pelo pescoço do outro com propriedade. Sentia Alec arquear ao contato, as unhas arranhando suas costas. Quando o beijara novamente, as línguas num louco carnaval, murmurara entre uma arfada por ar e outra:
— Eu já não consigo me segurar.
— Bom, então não se segure — ouviu o outro murmurar em resposta, os dedos bagunçando seus cabelos.
Magnus parou. Encarou o namorado por algum tempo antes de prosseguir.
Arqueara uma sobrancelha.
— Alexander... Tem certeza de que é isso que você quer?
— Eu não acho que tenha firme certeza sobre muita coisa — admitiu, corado.
— Porque eu posso entender se você não quiser.
— Não é isso, Magnus. É só...
— Eu posso parecer desesperado para fazermos... Isso. Mas saiba que eu só irei mais além com você se assim você o quiser. — Pontuou o warlock, de forma óbvia.
— Sim, e eu agradeço sua paciência, mas...
— Eu tenho minhas necessidades, mas estou completamente de acordo com qualquer coisa ...
— Oh, cale a droga da boca — Alec reclamou enquanto puxara Magnus para outro beijo.
O bruxo havia reclamado da pele fria do namorado, porém ele não parecia numa situação muito diferente, Alec ponderou. Sentiu o corpo ferver, a pele de porcelana tornar-se vermelha tal qual um bule em ebulição enquanto as mãos do amado tateavam às escuras por todo tórax e peito perfeitos. O corpo arqueara quando Magnus, num ímpeto de audácia enfiou uma das mãos dentro da cueca de Alec e começou a acariciá-lo mais... Intensamente. As mãos frias e largas contra a região sensível e... Quente.
Fogo e gelo, Alec pensou.
Eram opostos — morte e imortalidade, timidez e ousadia, monocromático e arco-íris, meio anjo e meio demônio...
Mas nada disso parecia realmente importar quando se amavam daquele jeito. Magnus, impaciente, retirou a cueca do caçador enquanto este se empertigava ao toque cada vez mais íntimo — através de uma coragem que não sabia existir em si, havia aceitado ir até o fim com o namorado naquela noite; através de uma coragem que talvez nunca houvesse verdadeiramente possuído, sentiu suas mãos ganharem vida própria ao descer pelas costas morenas do bruxo e agarrar-lhe as nádegas — como se estas já lhe fossem seu domínio há muito, muito tempo...
Quando percebera que ambos estavam, por falta melhor de palavras, nus, Magnus realizara que não havia mais volta. Sentira o coração explodir em milhares de fogos de artifício tão coloridos e brilhantes como àqueles que tomara emprestado aos céus e punha em seu longo, espevitado cabelo num rompante de felicidade que nunca antes existira há séculos atrás...
Já havia participado de tal ritual com tantas outras pessoas. Mas nenhum delas o tinha feito se sentir tão vivo, tão alquebrado, tão humano quanto Alec o fazia sentir.
Era como se tivesse seus dezenove anos de novo. Não que se lembrasse de verdade por onde andara naquela época.
O corpo todo de Alec palpitava sob o seu numa urgência desesperada. O olhar lânguido e apaixonado que o mais novo lhe oferecera quando se encararam numa das pausas entre beijos fizera seu mundo girar num ângulo circular completo. Magnus começou a explorar a pele do caçador de sombras com os dedos, depois com os lábios e com a língua. Alec arfava e gemia, as mãos trêmulas tentando percorrer, timidamente, toda extensão do outro em igual.
Embora houvesse uma região que necessitava cuidados e estava sendo negligenciada, Magnus pensou.
— Alec, querido — disse, em meio a pouca sanidade que lhe restava àquele ponto.
— H-Hm...?
— Olhe para mim.
O outro o encarou. As faces muito brancas estavam coloridas num vermelho tão intenso que fazia Magnus ter vontade de mordê-lo.
Ah, mas isso ele reservaria para mais tarde.
— Ma-Magnus... O-O quê...?
O bruxo delicadamente estalou os dedos e Alec viu sua mão encher-se de algo pegajoso. O jovem arqueou uma sobrancelha em confusão e logo depois em desespero ao ver o sorriso que pairava os lábios do namorado.
— Confie em mim, Alexander. Você confia...?
Sem esperar que sua voz funcionasse devido à timidez, apenas assentiu.
— Ótimo.
Então, delicado, Magnus começou a passar em sua entrada o conteúdo daquilo que besuntara a mão misteriosamente. Era gosmento, Alec pensou. E gelado.
— Isso é gelado... E incomoda — reclamou.
— Vai esquentar, acredite... — Magnus continuou a encarar o outro, como se o devorasse com os olhos, suas íris escurecidas.
Alec corou um pouco mais — como se isso fosse possível.
Com a mesma delicadeza de antes, Magnus introduziu um dos longos dedos na entrada de Alec, aos pouquinhos, como forma de prepará-lo. O caçador estranhou a reação invasiva de início, sentindo-se um tanto vulnerável. Quando começara a se acostumar — e até a gostar — da sensação Magnus introduzira outro dedo e o desconforto voltara.
Havia algum jeito de aquilo se tornar... Bom?
Eles ainda se encaravam, o único movimento proveniente dos dedos do bruxo. Alec fechou os olhos por um momento, quando pareceu que o mais velho havia atingido seu ponto fraco. Magnus sorrira.
— Alexander...
— Hmm...?
— Olhe para mim.
Relutante, ele olhou.
— Toque-me...
Alec tentou traçar uma linha suave com os dedos sobre o rosto do outro, mas o que recebera foi um sinal de negação.
— ... lá...
O jovem caçador de sombras tornou-se vinho como uma beterraba — Magnus estava sentado sobre suas pernas, os dedos ainda trabalhando. Suas ereções se misturavam, juntas, como se estivessem prestes a explodir.
Lentamente, Alec o alcançou. Ele começara tímido, com pequenas carícias no membro do outro, com medo de machucá-lo. Mas ao ver o sorriso de deleite cada vez mais óbvio que desabrochava dos lábios finos do feiticeiro Alec sentiu-se impelido a continuar. Tomado pelo desejo, sua mão o apertava cada vez mais forte e rápido, fazendo pequenos gemidos escaparem, roucos, de ambos.
Três dedos.
Alec arfou. A sensação de quentura em seu corpo e em suas regiões mais privadas tornava-se cada vez mais intenso. Sentia-se como se o membro fosse estourar em deleite a qualquer momento agora — parecia ridículo e improvável, mas era assim que se parecia — a rigidez tão viva que doía de forma insuportável.
Quatro dedos.
Não só sua abertura, mas todo o quarto parecia absurdamente quente agora. Alec fazia movimentos num vaivém louco no membro do outro, beirando à insanidade. Quando a longa mão de Magnus que o acariciava intimamente até então pousou sobre a sua o shadowhunter percebera que era chegado o momento,
O grande momento.
Magnus trocou as posições, fazendo Alec ficar em cima de si — agarrando-o pela cintura, ele o posicionou. O feiticeiro recostara na luxuosa e vitoriana lombada da cama, trazendo o amante para mais perto. O olhar em seu rosto parecia tomado de desejo, pronto para o ápice — mas também como se procurasse a confirmação final nos olhos azuis.
Alec assentira.
Devagar, o bruxo o posicionara e começara a introduzir o membro sob ele — a dor da entrada parecia excruciante e Alec teve de cerrar os olhos e agarrar-se ao outro para suportar. As pequenas unhas cravadas, apoiadas à cintura do mais velho parecia começar a machucá-lo.
Com uma paciência e brandura mais incomuns que o normal, Magnus continuava com os esforços para preenchê-lo, pouco a pouco — o bruxo começara a espalhar pequenos beijos pela face do outro, como forma de consolá-lo.
Vagarosamente, Alec afinal sentiu-se preenchido em totalidade pela primeira vez. Ainda sentia-se dolorido e confuso, no entanto, a sensação de costume e deleite que os dedos de Magnus o fizeram sentir havia retornado. Ele abriu os olhos pausadamente e o aperto no outro relaxara. Quando encarou o namorado, viu um amor que nunca antes avistara transbordar-se, como se transformasse em rio e os afogasse em meio a um tudo relativo, sem direção. Alec passou os braços em torno de Magnus e o beijou.
O beijou com a doçura do primeiro beijo. O espanto, a descoberta. Em seguida, sentira a língua de o outro pedir permissão entre seus dentes — como pedira permissão à sua entrada, como pedira permissão para estar, e permanecer, em sua vida.
Assim como das outras vezes, Alec o aceitara. O contato fluiu doce, com as mãos um do outro explorando seus corpos, como se fosse um algo novo. O beijo tornou-se feroz e desesperado a medida que as estocadas do bruxo se tornavam cada vez mais fortes e mais rápidas.
Era um sentimento agridoce, esse de sentir Magnus, finalmente, completá-lo em sua totalidade — a dor misturava-se ao gozo e Alec percebera que, enfim, ele havia alcançado a parte boa disso tudo; estava cada vez mais perto.
O caçador de sombras arqueou e arranhou mais uma vez as costas do outro quanto sentiu Magnus beijar e morder-lhe o pescoço. Os gemidos teimavam em escapar dos lábios, o arrepio fluía-lhe da pele a cada entrada e saída, a cada beijo, a cada carícia. Experimentava em meio àquela tempestade o efeito de um vulcão que por décadas parecera inativo e solitário, e, agora que descobrira sua fonte de calor e magma, parecia próximo à erupção.
Ouviu o feiticeiro gargalhar, rouco, em seu pescoço e agarrou-se ainda mais a ele, como se sua existência dependesse disso, puxando os longos cabelos negros, forçando o amante a encará-lo.
— Ma... Magnus, hnnng
— Não se force demais, docinho... — o outro sorriu, a respiração falha — O que há?
— Eu te amo.
— Alec, seu bobo. Eu também te amo. Mas acho que isso já ficou bem óbvio, uh? — Ele sorrira malicioso, dando outra estocada. O outro correspondera.
E com um beijo, juntos, eles chegaram ao final.
Depois de ouvir os protestos do bruxo em continuarem deitados da mesma forma — porque gostava de sentir a quentura do outro sobre ele, Alec foi ajeitar-se ao seu lado, ouvindo as batidas de seu coração misturar-se às dele. Os ritmos sempre pareceram desiguais — O de Magnus sempre parecia mais lento em comparação a si próprio.
Não soubera o porquê, mas hoje, naquele momento específico, ambos pareciam dançar ao som do mesmo ritmo, na mesma proximidade. Alec pegou-se sorrindo como um tolo.
Aconchegou-se mais ao amado pela primeira vez na escuridão do espaçoso quarto, da espaçosa cama — o dia parecia misteriosamente cheio de primeiras vezes — inspirando seu cheiro.
Magnus o abraçara quase inconsciente, murmurando algo numa língua que Alec nunca escutara na vida:
— Aku cinta kamu.
— O-O quê...?
Mas o feiticeiro já havia sucumbido ao cansaço.
Alec deu de ombros e beijou-lhe a testa, tenro, antes de cair no sono da mesma forma.
Não percebera quando nem de como, no entanto, em algum momento durante seu sono, sentiu-se sorrindo.
*Aku cinta kamu = eu te amo em indonésio :)
Magnus, Alec e seu amor épico pertencem à Cassandra Clare