Jefferson abaixou-se para pegar o cajado da Rainha de Copas que jazia esquecido no chão.
- Tome – disse ele, entregando-o para Regina. – Isso levará vocês de volta a Storybrooke.
- Obrigada – disse Regina, recebendo o cajado. – Você é um grande amigo, Jefferson.
O chapeleiro sorriu de orelha a orelha.
- E um pouco louco, é claro – acrescentou, fazendo-o alargar ainda mais o sorriso.
- Chapeleiro – soou uma voz ao longe. Uma garota loira vinha correndo em direção a ele e acabou gritando de horror ao ver Cora sem a sua cabeça. – O que houve?
- Alice – exclamou Jefferson ao vê-la. Então sacudiu a cabeça repetidas vezes, voltando ao normal. – Ah, a Regina se livrou dela. A maldição foi quebrada.
- Bom – disse Regina. – Acho melhor irmos andando, não é? – segurou a mão de Morgana e posicionou o cajado. – Espero vê-los novamente – acrescentou, olhando de Alice para Jefferson.
- Quando menos esperar!
Uma espécie de fumaça envolveu Regina e Morgana, fazendo-as girar sem parar, voltando a ver ao seu redor apenas quando chegaram à árvore por onde caíram no buraco que as levou para o País das Maravilhas. Morgana sentiu uma ânsia de vômito, vendo tudo ainda girar.
Depois que voltaram ao normal, Regina e Morgana seguiram até a casa da prefeita. Foi quando Regina começou a pensar em que horas eram.
- Henry – disse de repente.
- O Henry está bem – disse Morgana. E Regina compreendeu o que a garota quis dizer. Agora sabia como Emma se sentia com relação ao seu filho e compreendeu. – Está com a Emma.
"De quem o Jefferson estava falando quando disse que algo voltaria para você?" perguntou Morgana.
Regina deu um sorriso e respondeu:
- Do seu pai.
Estavam na frente da casa da prefeita quando Regina parou, no meio da rua, com os olhos vidrados em alguém que estava parado na frente da sua casa: era um homem com os cabelos castanhos e curtos, olhando para os lados como se estivesse procurando por alguém. Ela conhecia aqueles cabelos, conhecia aqueles olhos, aquele jeito, tudo.
Os olhos de Regina brilharam como nunca haviam brilhado antes. Seu coração acelerou e seu estômago revirou.
- Daniel – gritou. No mesmo instante o homem virou-se para ver quem estava chamando-o e sorriu ao ver quem era.
- Regina – disse ele. Era tudo que ela queria ouvir. Ele se lembrava. Ele não a esquecera.
Regina correu até ele e o abraçou. Desejou nunca mais largá-lo e acabar perdendo-o novamente. Mas era tão boa a sensação de sentir seu cheiro, seu toque, poder sentir que ele estava realmente ali, com ela.
Sem querer perder mais tempo, deixaram os lábios se encontrarem, se confundirem, as línguas brincarem. Tudo que queriam era recuperar o tempo perdido.
Morgana encostou-se no muro, com os braços cruzados, admirando os dois. Sua família finalmente estava reunida. Ela podia sentir a felicidade da mãe.
Regina deixou suas lágrimas caírem. Não conseguia acreditar que ele estava ali, que não era um sonho.
- Acho que esse é o nosso final feliz – disse Morgana, desencostando-se do muro e indo ao encontro dos dois.
Daniel paralisou ao ver Morgana.
- Ela é...
- Nossa filha – completou Regina. Daniel quase não acreditou. – Morgana.
- Morgana – repetiu, tomando o rosto da garota em suas mãos.
Morgana o abraçou. Foi seu primeiro contato com o pai. Ela não podia estar mais feliz.
- Acho que isso merece um bom prato de lasanha – disse Regina.
- Com certeza! – disseram Morgana e Daniel juntos.
Os três, então foram para casa. Tinham muito tempo juntos pela frente. Poderiam agora aproveitar o máximo e recuperar o tempo perdido.
Henry acabou tendo sua liberdade total para com Emma. Regina notara que estava sendo egoísta em relação a Emma e decidiu concordar com ela.
As palavras de Regina nunca foram em vão: um beijo de amor verdadeiro pode quebrar qualquer maldição.