N/P (Nota da Parceira;)): Oi gente, tudo bem com vocês? Estou aqui pra me apresentar, eu sou outra tradutora que vai ajudar a Prongs 182, sou a Snaps 'n Limes ( u/4278702/Snaps-n-Limes) . Espero que gostem do capítulo!

N/A: Tem partes desse capítulo que até mesmo eu admito amar. Espero que vocês concordem!

Amantes de Frank e Alice: não temam, pois eu, também, adoro esse casal-feito-um-para-o-outro! Entretanto, todo amor fictício merece drama!

Capítulo 5 – "O Que Está Por Vir"

Ou

"Revolução"

A noite se esticou em um magnífico retrato de veludo preto. Acima da floresta algumas nuvens se agruparam e um vento suave passou pelo terreno, a grama oscilou e todas as folhas sussurraram. Lily fechou seus olhos, respirando profundamente e se inclinando levemente sobre a moldura da janela. O frio, a escuridão, as estrelas, as luzes salpicadas no lago cristalino – eram lindos. Eles faziam parte das coisas mais lindas que Lily poderia imaginar. Ela estava apaixonada pelo cenário, mas isso tinha que acabar.

"Lily, você tá acordada?" perguntou Marlene, e Lily se virou para ver a amiga, que espionava através das cortinas de sua cama. Ela ainda estava praticamente dormindo. "É a quarta noite seguida."

Era a terceira, mas Lily não argumentou. "Volte a dormir, Mar."

"Lily..." Mas a loira já obedecia, fechando as cortinas e se deitando nos travesseiros, fazendo Lily ouvir o fraco ruído thump. Ela sorriu fracamente.

A terceira noite seguida.

A linda e tediosa terceira noite sem sono.

A sétima daquele mês.

Duas semanas atrás, Lily havia observado a chegada de Outubro por aquela mesma janela no dormitório feminino, e dali duas semanas ela iria – sem dúvida – assistir o final do mês a favor de Novembro. Suspirando, Lily descansou o queixo nas suas mãos e fechou os olhos, implorando por um pouco de sono... Só cinco ou seis horas...

"Lily!" chamou a voz vinda do abismo, e Lily virou a cabeça. Ela não queria prestar atenção. Ela não queria ser tirada daquele... "Lily, são oito e meia!"

Droga.

Lily abriu os olhos rapidamente, e Carlotta Meloni estava lá, suas mãos na cintura fina enquanto uma sobrancelha morena se arqueava. "Você dormiu no parapeito da janela de novo, Lily." Disse Carlotta, enquanto Lily se levantava.

"Droga. Oito e meia você disse?"

Carlotta acenou.

"Onde estão as outras?"

"Elas desceram para o café quarenta minutos atrás. Elas me pediram pra te acordar as oito, mas eu estava no chuveiro e..."

"Não tem problema."

Lily olhou em volta do dormitório, tentando encontrar seu uniforme. Carlotta, com um leve sorriso nos lábios rosados, apontou para o malão de Lily. "Valeu," disse a monitora, pegando suas roupas e se dirigindo para o banheiro. Ela começou pela maquiagem.

"Sabe," começou Carlotta, sentando-se numa cama. "eu tomaria cuidado se fosse você."

"O que quer dizer?" perguntou Lily, sem prestar muita atenção. Ela passou o pince do rímel rapidamente por seus cílios espessos.

"Bem, uma vez eu li num livro que se você está perdendo o sono sem motivo é porque seu espírito sabe que algo está prestes a acontecer".

Lily olhou para Carlotta através do reflexo do espelho. "Algo ruim?"

"Provavelmente," disse a morena. "Com certeza algo grande."

"Ah. Bem, provavelmente não tem nada a ver com isso... Quer dizer, a escola tem sido bem estressante ultimamente."

"Certo." Concordou Carlotta, passando a mão pelo seu cabelo negro e macio. "Com certeza não é nada demais." Ela ficou quieta por um tempo.

Lily mordeu o lábio. "E você, Carlotta? Você tem... perdido o sono?"

"Ah, não, estou bem." Mas a voz de Carlotta parecia um tom mais alto do que de costume. "Nada sério considerando... Você sabe, o que aconteceu em Setembro."

Sabendo que estava atrasada, mas também sabendo que ela tinha certa obrigação para com a garota que a acordara aquela manhã, Lily pressionou: "Qual o problema, Carlotta? Algo de errado com a escola?"

"Não, não... É só... besta. Problemas com garotos, você sabe."

"Problemas com garoto? Você? Carlotta... querida... teve algum garoto que já rejeitou você?"

A morena riu (até mesmo isso era perfeito). "Eu passei um tempo com esse cara nas férias," ela começou, completamente radiante. "Ele é... fofo e fantástico, mas... Eu não faço o tipo dele."

"Ele é gay?"

"Não."

"Então você faz o tipo dele, Carlotta."

"Então você acha que eu deveria... ir atrás?"

"Se você gosta dele, e se você acha que ele gosta de você, por que não?"

Carlotta se iluminou. "Obrigada, Lily. Eu não posso falar com Shelley sobre esse tipo de coisa... Ela não consegue entender como alguém pode estar afim de um cara que não seja James Potter."

"Ela ainda não superou essa obsessão?" Suspirou Lily. Carlotta balançou a cabeça.

"Te vejo na aula, Lily."

"Certo, até mais."

"E... Lily... Tenho certeza de que nada ruim vai acontecer."

Ela deslizou para fora do quarto, e Lily a viu partir. Sozinha, a ruiva olhou para o espelho e encarou seu reflexo privado de sono. Carlotta tinha muitas ideias estranhas... Essa coisa de "não dormir" deveria ser só mais uma delas. Provavelmente era só...

Oito e trinta e quatro.

"Merda," xingou Lily, terminando de maquiar o outro olho. Se ela não se apressasse, algo ruim com certeza aconteceria, sem dúvida nenhuma...

(Alguma coisa)

"Você está atrasada," disse McGonagall enquanto Lily escorregava para uma carteira.

"Só um pouco," apelou a Grifinória. McGonagall a lançou um olhar repreendedor, mas não disse mais nada a respeito.

"Como eu dizia antes da interrupção," a bruxa mais velha continuou, "Feitiços Não-Verbais de transformação são particularmente difíceis. Porém, mesmo que seja mais fácil verbalizar as palavras, há menos espaço para erro quando usamos um feitiço não-verbal. Portanto, a tentativa de transformação humana através de feitiços vocais pode ser mais difícil, mas não será mais perigoso. Foi por isso que decidi que vocês irão começar nessa semana, a princípio, com exercícios de transformação humana e depois prosseguir para feitiço não-verbal de transformação humana na próxima quarta-feira. Agora, eu sei que a maioria de vocês ainda iria preferir recorrer a feitiços vocais, mas como alunos do sexto ano, não é mais aceitável que esse seja seu único meio de fazer magia. Todos os professores irão implementar feitiços silenciosos em suas aulas, quando possível..." Nesse momento, a maior parte da sala gemeu. "... e irão aparecer nos N.I.E.M's no ano que vem. Peguem seus cadernos..."

Ela desembainhou a varinha e deu um aceno – um pedaço de giz apareceu, e começou a rabiscar no quadro negro. Lily pegou seu caderno e se virou para Mary, com quem ela dividia a mesa.

"Ótimo – sou péssima em feitiços não-verbais e agora teremos eles em todas as aulas."

"Hmm..." Mas Mary não parecia estar escutando. "Lily, quem é aquele cara que tem andado com Adam McKinnon ultimamente?"

Lily olhou para a área a qual Mary estava interessada e notou o garoto da Lufa-Lufa, magro e de olhos grandes, a qual havia esbarrado do lado de fora do escritório do Lathe semanas atrás. "Eu não sei o nome dele," admitiu Lily. "mas eu acho que ele é o menino que flagrou o Adam tentando pular da Torre de Astronomia. Eu só falei com ele uma ou duas vezes. Por que pergunta?" Quando Mary não respondeu de imediato, Lily acrescentou: "Ele não é exatamente o seu tipo, é?"

"Não. Claro que não." Mary estremeceu. "Não é isso... Mas ele me olhou de um jeito muito estranho quando eu entrei na sala hoje de manhã."

"Silêncio, por favor," pediu McGonagall irritada, e toda conversa na sala foi silenciada. "Obrigada."

Quando o sino tocou indicando o fim da aula, Lily se levantou com os outros e – com eles – lutou para chegar à porta. O corredor estava abarrotado de gente, mas Lily não estava com pressa: ela tinha um período livre e planejava passá-lo cochilando no Salão Comunal. Ela soltou um bocejo e esperou o tráfego melhorar. Ela havia acabado de chegar ao sexto andar, quando notou um grande grupo de alunos reunidos em volta do quadro de avisos.

"Será que anunciaram os testes pros times de Quadribol?" Donna, que andava do lado de Lily, perguntou em voz alta. Mary tinha desaparecido para visitar um Corvinal com quem andava saindo, e Marlene não estava à vista. "Faz uma semana que Potter nos tem feito praticar sem apanhador. Vamos lá dar uma olhada."

As duas garotas abriram caminho em direção ao quadro.

"Alguém tire isso daí!" uma garota dizia em voz baixa. "Se o Dumbledore vir isso..."

"Bobagem, Dumbledore já deve estar sabendo." Um menino mais velho respondeu. "Nada acontece sem que Dumbledore fique sabendo..."

"Não seja ingênuo, Bertie," disparou outra pessoa. "Temos que tirar isso!"

"Não sei qual o grande problema. Afinal, é só a opinião de alguém."

"Cale a boca, Kelly. Tire daí, Bertie. Você é um Monitor!"

"Tirar o que?" Lily perguntou em voz alta, mas sua pergunta foi respondida enquanto ela alcançava o quadro de avisos. Uma dúzia de pergaminhos estavam pregados, cobrindo toda a superfície, com letras em negrito que diziam:

O LORDE DAS TREVAS ASCENDE.

O coração de Lily falhou. Então, respirando fundo, ela arrancou um dos papéis. Arrancou mais um, e outro, e com a ajuda de Donna, tirou todos eles em alguns segundos. Se virando para os outros ela disse friamente: "Se algum de vocês virem mais algum desses, comuniquem um professor imediatamente, entendido?"

Todos estavam quietos. Depois de alguns segundos, um Monitor do quinto ano, Bertram Aubrey, pigarreou e disse: "Lily, você... você tá falando sério?"

"O que quer dizer?"

"Você não viu...?"

"Viu o que?" perguntou Lily, impaciente.

"Os... os sinais." Ele apontou para o final do corredor. A parede, perpendicular ao corredor em que estava, estava coberta, do chão ao teto, com os sinais. O Lorde das Trevas Ascende.

"Eles estão na nossa Sala Comunal também." Disse uma segundanista.

"Por que os professores não viram?" perguntou Lily.

"Eles não estavam ai de manhã," alguém disse. "Só os vi depois do primeiro período."

"Eu também."

"É, eu também."

"Alguém devia contar aos professores." Disse Donna.

"Eles estão dando aula," disse Bertram. "O sinal vai tocar daqui a pouco."

"Você não acha que talvez isso seja um pouco mais importante que alguns minutos de aula?" perguntou Lily secamente. Bertram corou. "Certo, todo mundo – vão para sua próxima aula. Temos um período livre agora; informaremos os professores."

A multidão se dispersou aos poucos. Lily se virou para Donna. "Eu tenho um trabalho pra você, você não vai gostar, mas se serve de consolo, não vou gostar nem um pouco do que eu vou fazer."

Donna franziu o cenho. "Eu definitivamente não gosto do som disso."

Knock, Knock.

O punho de Donna bateu rapidamente na porta do escritório, e um momento depois, uma voz cansada veio do outro lado: "Sim?"

Ela abriu a porta e entrou. Jack Lathe estava sentado na sua mesa, uma mão no cabelo e a outra folheando uma grossa pilha de papéis.

"No que posso ajudar?" ele perguntou, sem tirar os olhos do seu trabalho.

"Tem uma coisa... ahn... uma coisa está acontecendo na escola, achei que você devia saber."

"Tem alguma coisa a ver com a investigação da Srta. Meloni, do Sr. McKinnon, e..."

"Não."

"Então porque eu precisaria saber?" ele perguntou, olhando para cima e erguendo as sobrancelhas. Donna puxou um papel dobrado de dentro do bolso, desdobrou, e colocou na mesa. As cinco palavras negras encararam Lathe, e ele as encarou de volta. Então cruzou o olhar com Donna e perguntou sério: "Onde?"

"Por toda parte."

Lathe se levantou, pegando o casaco e vestindo-o. "Alguém informou isso ao Dumbledore? Aos professores?"

"Alguém... alguém está contando a Dumbledore agora."

(Não Me Decepcione)

A excursão até o escritório de Dumbledore foi a caminhada mais silenciosa que James jamais tivera. O passo de Lily era brusco, sem dúvida com duas intenções: alcançar o escritório do Diretor o mais rápido possível e se manter a frente da sua companhia. O silêncio entre os dois era tão desconfortável que nem chegava a se constrangedor. Era apenas silencioso. Eles chegaram à estátua com o grifo, onde, ambos sabiam ser a entrada do escritório de Dumbledore.

"Muito bem, então," disse Lily depois de um momento. "Você vai... você sabe...?"

"Ah, certo." James pensou um pouco. "Sapos de Hortelã," disse finalmente. Eles esperaram. O grifo permaneceu imóvel.

As mãos de Lily foram para seus quadris. "Achei que você tinha dito que sabia entrar."

"Essa era a senha na semana passada!" Replicou James defensivamente. "Não surte comigo. Você veio e me arrastou de uma excelente partida de xadrez..."

"Remus estava acabando com você, e isso é mais importante. Além do mais, você mentiu pra mim..."

"Eu não menti pra você, Snaps. Você perguntou se eu sabia como entrar no escritório do Dumbledore – o que eu sei – e se eu sabia a senha – que eu achei que sabia."

Lily balançou a cabeça."Ótimo. Ótimo, volte para sua preciosa partida de xadrez, e eu vou atrás da McGonagall."

James cruzou os braços. "Você vai desistir assim tão fácil? Patético."

"O que?"

"Eu não sei a senha, e daí?"

"E daí que não podemos entrar."

James ergueu a cabeça. "Ah, tenha um pouco de fé." Ele se virou para o grifo. "Lesma Gelatinosa." Nada aconteceu. "Varinha de Alcaçuz. Bombons. Caldeirão de Chocolate... Caldeirão de Baunilha. Er..."

"Sério, Potter? É esse seu plano?"

"Para de reclamar e ajuda."

Lily franziu o cenho. "Ratinhos de Sorvete," disse ela. Nada aconteceu. "Isso é ridículo. Vou chamar a McGonagall."

"Depois de ter se esforçado tanto pra adivinhar a senha?" Perguntou James sarcasticamente. "Cacho de Baratas? Vamos lá, Snaps, de uma chance."

"Está bem. Ameixa de Fadas."

"Nada mal. Goles de Caramelo."

"Fios dentais de menta."

"Nojento. Picolés Ácidos."

"Dragões de Chocolate."

"Chicles de Baba e Bola."

"Feijõezinhos de Todos os Sabores."

"Penas de Açúcar."

"Moscas de Chocolate."

O grifo rangeu. Lentamente, ele começou a girar, revelando uma escadaria. James fez uma mesura. "Parabéns, Snaps."

Lily sorriu. Depois se interrompeu. "Pare com isso," pediu ela. Ele ergueu as sobrancelhas.

"Parar com o que?"

"Ser gentil."

"Quer que eu seja escroto?"

"Quero que você seja consistente."

"Quando fui escroto?"

"Não vou dignificar isso com uma resposta."

James deu de ombros. "Ótimo. Tanto faz." E simplesmente assim, o James mal-humorado estava de volta. "Te vejo por ai, Snaps." Com as mãos no bolso, ele começou a se afastar.

"Você não vai – não vai ver o Dumbledore?" Perguntou Lily.

Ele parou, olhando para ela com indiferença. "Por que me importaria se um Sonserino idiota está fazendo propaganda do Voldemort? 'Palavras não me atingem', certo?" Havia um traço daquele sorriso torto no rosto dele enquanto ele se afastava.

"Achei que se chamasse 'lutar pelo que é certo,'" Desafiou Lily. James balançou a cabeça.

"Não. Você se confundiu... Se chama 'escolher suas batalhas.'"

"Acho que nunca escolheremos as mesmas batalhas, você e eu." Disse Lily.

"Acho que não."

(Um Dia Na Vida)

"Você tem dormido direito, Lily-Flôr?"

Isso veio de Luke, enquanto o casal se sentava na biblioteca sexta à noite. Lily olhou para o namorado, mordendo o lábio. "Por que a pergunta?"

"Marlene disse que você tem ficado acordada," replicou ele, tomando sua mão.

"Ah. Ah, certo. Não, só eu estou com um pouco de insônia."

"Há algo de errado?"

Lily percebeu que Luke queria conversar, então ela não teria oportunidade de terminar sua redação de Transfiguração. Ela empurrou os livros pro lado e descansou o queixo na mão, seu cotovelo apoiado na mesa que o casal dividia. "Acho que é o estresse da escola. E com esses pôsteres aparecendo por ai... foi um pouco assustador, sabe?"

"Ah, você não deveria deixar isso te afetar," disse Luke. "Sério, Flor, é bobagem, são só um bando de entusiastas tradicionalistas." Vendo que o problema era de pouca importância, Luke voltou para sua lição. Lily estava menos que satisfeita.

"Luke," começou ela devagar. "o movimento dos Comensais da Morte é mais do que 'um bando de entusiastas tradicionalistas', e eles estão por aí pregando papéis nos quadros de avisos... você sabe disso, certo?"

"Hm... Só um pouco. Você sabe quais as três poções que podem ser usadas para aliviar os sintomas de Varíola de Dragão?"

"Luke," pressionou a namorada, "Esse bruxo, o Voldemort... ele está falando sério. Ele tem apoio suficiente que poderia impor uma ameaça séria ao..."

"Lily, seus seguidores são um bando de velhos bruxos ricos e alguns adolescentes de sangue quente. Você não tem nada com o que se preocupar."

"Eu tenho muito com o que me preocupar," protestou Lily. "Luke, essas pessoas tem apoio sério. Você sabia que antes dos assassinatos começarem, quarenta e dois por cento da população bruxa disse que achava que Voldemort estava certo?"

"Isso é apenas estatística. Flor." Disse Luke, afagando a mão dela tranquilamente. "É sério, você tem que entender que há muitos bruxos que acham que nosso mundo seria melhor se todos fossem iguais, e você não pode culpá-los..."

"Iguais," repetiu Lily friamente. "Sangue-Puro, você diz? Ninguém é igual, Luke. A vida é assim. O que deveriam fazer – matar os nascidos trouxas?"

"Não, Lily, é claro que não! Não!"

"Silêncio na biblioteca!" Exigiu a bibliotecária, a Sra. Sevoy, indo na direção da mesa deles. Eles abaixaram o tom, e Luke continuou:

"É óbvio que é impossível fazer todos serem iguais," sussurrou ele. "Mas tudo seria mais simples se tivesse um jeito..." Lily abriu a boca para protestar, mas ele prosseguiu: "de fazer com que todos fossem puro sangue... ou então que os trouxas não pudessem herdar o gene mágico, não haveria mais guerra no nosso mundo. Você tem que ver que isso atrai algumas pessoas, Flor."

Lily precisou de um momento para encontrar sua voz. "Luke," disse ela lentamente, porque fazia um tempo que ela não sentia tanta raiva, "se os 'trouxas' não pudessem herdar o gene mágico, como você diz, eu não estaria sentada aqui agora."

"Bem, isso é tudo hipotético, então o que importa? Você está sentada aqui agora... isso é o que importa." Ele sorriu para ela.

"Não é hipotético – desculpe, Sra. Sevoy – não é hipotético, você não vê? Esta acontecendo... Voldemort, os Comensais da Morte... Essas são as manifestações dessas ideias. E você não pode fazer todos serem iguais... As pessoas sempre serão diferentes de várias maneiras... inteligência, talento, opinião. Isso significa ser humano... diferenças, defeitos..."

"Mas, Lily," disse Luke como se estivesse falando com uma criança, "nós não somos apenas humanos. Somos mágicos. Somos bruxos e bruxas... Isso é diferente do que só humano."

"Ainda temos defeitos," disse Lily, seu tom completamente duro agora. Ela se ergueu da mesa.

"Aonde você vai, Lily-Flor?" o Corvinal perguntou, genuinamente confuso.

"Eu... fiquei com muita fome. Vou jantar."

"Não são nem cinco e meia!"

Mas Lily enfiou o material pra dentro da mochila e saiu apressada da biblioteca. Andou bruscamente pelo corredor, sem ter certeza pra onde estava indo. Como alguém poderia ser tão estúpido? Como alguém poderia entender o mundo completamente errado? Como ele poderia acreditar, de verdade, que a magia resolveria todas as falhas de uma espécie? Como poderia ser tão ignorante?

Ela estava quase correndo quando alcançou o terceiro andar, e foi então que notou um grande grupo de quartanistas, conversando em voz alta. A Monitora diminuiu o passo para recuperar a compostura, e enquanto passava pelo grupo, ela ouviu seu nome.

"Lily!" Um menino com cabelos encaracolados, a quem Lily reconheceu como sendo o irmão mais novo de Alice Griffiths a alcançou. "Lily, tem mais..."

Ele apontou para um quadro de avisos, que até aquele momento havia sido bloqueado pelos quartanistas. Com o mesmo tipo de pergaminho, a tinta preta, uma nova mensagem estava escrita.

O LORDE DAS TREVAS VIRÁ A HOGWARTS.

Quando Lily encontrou McGonagall cinco minutos depois no térreo, a professora já sabia. "Eles estão por todo o castelo," suspirou a professora cansadamente. "Estamos tirando-os agora. Se alguém entrar em pânico, tente acalmá-lo e mande-o para o Curandeiro Holloway pra receber uma poção. Sinto muito, Lily, preciso ir..."

McGonagall passou por ela e subiu a escadaria de mármore. Lily nunca a tinha visto tão pálida.

Agora sozinha com um grupo de alunos, a ruiva procurou em volta atrás de uma de suas amigas. Ela localizou Alice Griffiths e Frank Longbottom perto do Salão Principal e andou até eles.

"Frank e eu os encontramos primeiro," explicou Alice. "Estávamos voltando da enfermaria – Frank estava com dor de cabeça – e notamos eles pelas paredes. Fomos nós quem encontramos McGonagall..."

"Como será que eles podem simplesmente aparecer pelo castelo no meio do dia?" Questionou Lily. Alice ficou em silêncio e Frank balançou a cabeça. Suspirando, Lily seguiu o par até o Salão Principal. Ela já sabia que não teria sono naquela noite.

(Não Vai Demorar Muito)

EM BREVE, PUREZA DOS SANGUES

"Bem, temos que admitir," apontou James Potter, lendo a nova mensagem que aparecera durante o almoço na Segunda-Feira. "Não é tão ameaçadora quanto as outras."

Lily olhou por cima do ombro para onde James estava, encostado casualmente contra a parede, e ela amassou o pergaminho que havia pego. Os funcionários já estavam no meio do processo de remover o restante por mágica.

"Na verdade," ele continuou, enquanto ela descia o corredor, e ele seguia em seu encalço, "se você tirar do contexto, seria uma bela referência a cura de doenças ou sei lá. Em breve, nosso sangue estará livre de doenças..."

"O que você quer, Potter?" Lily perguntou com um suspiro.

"Na verdade, estou feliz só em te encher," ele admitiu. Lily não disse nada. "E aí, Snaps, o que há com você, afinal?"

Lily parou. Ela desamassou o pergaminho, e leu em voz alta: "Em breve, pureza dos sangues. Por Merlin, Potter, o que você acha que há comigo?"

"Não estou falando disso... Parece que faz um ano que você não dorme."

"Então andou falando com a Marlene também? Gostaria que ela parasse de contar a todo mundo que..."

"Marlene não disse nada pra mim. É que você ta um caco."

"Que meigo."

"Foi só um comentário."

Eles viraram a esquina, no outro lado a Professora McGonagall e Jack Lathe – o auror – confidenciavam quietamente. Lily os notou antes que eles tivessem a chance de vê-la, e a jovem bruxa imediatamente recuou, puxando James consigo.

"Meu Deus, Evans, não vai nem me pagar um jantar antes?"

"Silêncio!" Sussurrou Lily, espreitando o corredor.

"O que você está fazendo?" Sussurrou James.

"Espionando."

"Hm, quanta classe."

"Shhh!"

Lily se aproximou um pouco mais da esquina. "Minerva, eu entendo sua posição," Lathe dizia, "mas eu não acho que isso se encaixe na minha investigação. Essas mensagens são brincadeira de criança... doentio e repugnante, sim, mas tenho quase certeza de que não cabem a minha investigação."

"Quase certeza, Sr. Lathe," disse McGonagall.

"Não posso. Eu não tenho nenhuma pista na primeira investigação..."

"Será que essa não pode ser uma pista?"

"Não."

"Sr. Lathe..."

"Escute, Professora McGonagall, se eu conseguir um tempo pra investigar isso enquanto estou..."

"Obrigada."

O som dos sapatos de McGonagall no chão de pedra podiam ser ouvidos se afastando. Lily sondou na esquina bem a tempo de ver Lathe indo na direção deles. Ela se recostou na parede, mas Lathe continuou reto e passou por eles, sem lhes prestar atenção.

James olhou para ela. "Normalmente, Snaps, quando espionamos, estamos tentando descobrir uma informação que não seja completamente inútil."

"É por isso que tudo o que você diz é inútil?" perguntou Lily docemente. "Para evitar que alguém espione?"

"Sabe o que eu acho estranho?" Disse ele, com as mãos no bolso e uma expressão pensativa. "O fato dessas mensagens aparecerem no meio do dia, em horários completamente ao acaso, e ainda assim, ninguém os vê sendo colocados lá. Na verdade, ninguém ao menos os vê aparecendo."

Lily ficou em silêncio, então ele prosseguiu naquele tom um tanto apático. "Me faz achar que estão sendo colocados durante a noite, sabe? Sim, seja lá quem estiver fazendo isso, sai as escondidas pelo castelo no meio da noite – escapando dos professores e das patrulhas do Ministério, o que não é nada difícil já que são tão complexos quanto o cuidado que o Snivellus tem com o próprio cabelo – então os fazem desaparecer... temporariamente, fazendo-os reaparecer no exato momento que ele ou ela queiram." James olhou para Lily pelo canto do olho, sabendo que ela prestava total atenção nele.

"Você tem pensado nisso," acusou ela. "Achei que tinha dito que não se importava com algumas propagandas estúpidas."

"Não me importo," disse rapidamente. "nem um pouco. Mas é claro, alguém que se importa, nem que seja um pouco, provavelmente gostaria de dar uma olhada depois do toque de recolher."

"Essa pessoa," respondeu Lily, parando de andar e se virando para encarar Potter olho no olho. "teria que possuir completo conhecimento sobre o castelo e sobre as, aparentemente, nada complexas patrulhas, para não serem pegos."

"De fato, ele ou ela teria sim." Concordou James.

"Me pergunto onde alguém poderia encontrar tal pessoa... uma pessoa com a motivação e a perícia."

"Certamente, é uma raridade."

"Mas não uma impossibilidade."

"Não, não uma impossibilidade."

Eles ficaram em uma trégua temporária. Depois de um tempo, Lily continuou: "Seja esse o caso, acho que se alguém realmente possuir a perícia, a motivação seria facilmente... incitada... a si mesmo."

"Temo ter que discordar. Eu acho que se alguém tivesse as motivação, tudo que essa pessoa teria de fazer é pedir a alguém com perícia por um pouco de aprendizado."

"E esse alguém com motivação conhece alguém com a perícia que esteja disposto a compartilhar a tal perícia?"

James deu um meio sorriso, então balançou a cabeça. "Acho que não."

Lily acenou. "Não esperava que conhecesse."

"Mesmo?"

"É. Tais pessoas tendem a escolher batalhas diferentes."

(Olá, Adeus)

Lily tomou seu lugar na aula de Poções na Terça-Feira, despreparada caso ocorresse algo dramático durante a aula. Ela ficou, portanto, completamente surpresa, quando quem sentou em sua mesa não foi Mary Macdonald, mas Severus Snape. Lily olhou em volta pra descobrir Mary tentando se afastar de fininho.

"Mary."

"Lily," disse a morena, se virando lentamente, "eu acho que vai ser bom pra você e seu... amigo..." disse ela mal conseguindo pronunciar a palavra, "se acertar, pro bem ou pro mal."

Lily franziu o cenho. "Quanto ele te pagou para dar seu lugar?"

"Lily, eu jamais..."

"Mary."

"Cinco-galeões-não-me-odeie-eu-realmente-preciso-de-sapatos-novos." Sorrindo esperançosamente, Mary apressou-se para encontrar outro lugar, e Lily não fez contato visual com seu novo colega de mesa. Ela começou a descarregar seu material de poções, carrancuda.

"Lily, você tem que falar comigo."

"Bom, é reconfortante saber que eu valho dez galeões."

"Então é isso – você simplesmente não vai mais me perdoar?"

"Eu perdoei você. Você está perdoado. Siga em frente."

"Você não é assim."

"Bem, eu ouvi dizer que os Sangues-Ruins podem ser imprevisíveis às vezes, Sev."

"Não diga isso. Faz você parecer... um deles."

Lily olhou para ele. "Deles quem? O que isso quer dizer?"

"Não sei... Só... soou... soou como algo que um dos... Marotos diria." Lily notou que seu antigo amigo lançou um olhar hostil para os quatro Marotos, sentados do outro lado da sala. A Grifinória rolou os olhos.

"Ridículo," insistiu ela. Severus não disse nada, e com a chegada do Professor Slughorn, a sala não teve oportunidade nem necessidade de conversar.

Eventualmente, a explicação terminou, e o professor de poções instruiu a classe a começar a preparar suas Poções Estimulantes.

"Escuta, Lily," disse Snape enquanto ela começava a organizar seus ingredientes (era como nos velhos tempos, sentada com ele), "Só estou preocupado com você."

"Que conveniente você estar preocupado comigo no dia em que Mulciber está na Ala Hospitalar resfriado."

"Não é isso," disparou Severus. "São os pôsteres que estão por ai... você deveria tomar cuidado, com coisas assim acontecendo. Só... Tome cuidado." Lily ficou quieta.

"Você sabe alguma coisa sobre esses pôsteres?" perguntou ela depois de um tempo. "Quero dizer, você tem ideia de quem seja responsável por eles?"

"Você parece achar que eu sei," ressaltou o outro, ressentido.

"Eu só não me surpreenderia se um membro da sua casa fosse responsável," replicou Lily. "Bem... Você sabe de alguma coisa?"

A expressão de Severus era mordaz. "Não somos amigos, Lily. Você vive dizendo. Mesmo assim, agora que você quer algo, vem falar comigo. É assim que funciona?"

"Eu não sabia que você fazia a coisa certa só por causa da nossa amizade," replicou a Grifinória. "Esqueça, Severus. Não adianta discutir."

O Professor Slughorn caminhou até a mesa deles lentamente, sua face envelhecida praticamente brilhando de antecipação enquanto espiava os caldeirões. "Excelente, excelente," murmurou orgulhosamente. "É tão bom ver os dois juntos em Poções de novo. A equipe dos sonhos finalmente reunida. Continuem o ótimo trabalho." Sorrindo, ele se moveu para a próxima mesa ("Sinceramente, Sr. Cattermole, você tem que aprender a acrescentar seus ingredientes numa sequência melhor!").

Enquanto isso, Lily pegou um recipiente cheio de folhas verdes, e começou a adicionar pequenas porções dos ingredientes dentro dos caldeirões.

"Você está adicionando a raiz de lua muito cedo," informou Severo.

Lily balançou a cabeça. "Não faz diferença se você deixa infundir por dez minutos ou adicionar a raiz de lua direto," ela disse. "Não para a Poção Estimulante."

"Os outros ingredientes não vão ferver adequadamente." Argumentou o Sonserino.

"Vão sim. Eu já tentei."

Ele a encarou, surpreso. "Você já fez a Poção Estimulante antes?"

Ela assentiu. "Várias vezes. É muito útil. Assim quando o inverno chega você não precisa correr pra Enfermaria o tempo todo."

Severus também assentiu. Ele ficou quieto pelo restante da aula, e embora Lily tenha notado a tentativa dele de chamar sua atenção quando o sino tocou e ela reunia os ingredientes, a Grifinória não falou com ele de novo.

(Aja Naturalmente)

"Repetindo, se alguém tiver qualquer informação sobre essas terríveis mensagens," resmungou a Professora Babble, a bruxa de meia idade que ensinava Runas Antigas, "espero que se apresente."

A última ameaça aparecera Quinta à tarde.

SANGUES-RUINS E TRAIDORES DO SANGUE TERÃO O QUE MERECEM.

O sino tocou, indicando o fim do período, e Lily e Donna começaram a recolher seus livros e anotações. "Qual a probabilidade de que alguém nessa classe tenha alguma informação sobre as mensagens?" Bufou Donna, jogando a mochila por cima do ombro. "Além de nós tem uns Corvinais politicamente corretos e uns Lufa-Lufas entediantes. E Lupin, claro."

Lily sorriu fracamente. "Eu queria que alguém soubesse de alguma coisa. Sei que é estúpido, mas não consigo deixar de me preocupar com tudo isso."

"Você está certa," concordou Donna, "É estúpido." Elas começaram a descer a escada. "Bem, por que não pergunta a Snape? Talvez ele saiba de algo."

"Acredite ou não, eu meio que perguntei. Ele tocou no assunto," acrescentou ela rapidamente, "mas eu joguei uma dica não-muito-sutil que eu achava que talvez ele soubesse de alguma coisa."

"O que ele disse?"

"Que eu estava usando ele," replicou a Monitora.

Donna revirou os olhos. "Como se ele se importasse."

"Nesse momento eu odeio os homens," informou Lily, cruzando os braços. "Sabe, acho que estou brigando com todos os homens na minha vida."

"Por isso tem andado tão fria com o Príncipe Encantado?" perguntou sua amiga.

"Assumo que queira dizer Luke?"

"É."

Lily acenou. "Eu gostava mais dele quanto ele não falava sobre política. Então teve Sev sendo completamente cruel durante a aula de Poções, e James Potter sendo... James Potter. Eu realmente detesto homens."

"Junte-se ao clube, gênio," replicou Donna. "E Adam McKinnon? Frank Longbottom? Você não pode odiar todos eles."

"Não odeio," admitiu Lily. "Se bem que não estou muito feliz com Frank no momento. Ele tem agido estranho. Primeiro, achei que estava tendo problemas com Alice, mas na reunião de monitores outro dia ele estava tão... agitado."

"Não notei nada."

"Chocante."

Donna entendeu o sarcasmo e fez uma careta. "Ah, por falar nisso, você tá indo pro Salão Comunal?"

"Estou faminta," disse Lily, "acho que vou direto pro Salão Principal... vou levar meus livros pro dormitório mais tarde."

"Por mim tudo bem." Elas continuaram a descida, encontrando Marlene, Miles e Mary no Saguão de Entrada, enquanto o grupo voltava da aula de Trato de Criaturas Mágicas.

"Graças a Deus," suspirou Mary, ao avistar Donna e Lily. "Sanidade!" Lily lhe mandou um olhar inquisidor, e Mary apontou com a cabeça em direção a suas duas companhias.

"Pela décima sexta vez," Marlene dizia a seu namorado, "me desculpa. Eu não sabia que você tinha alimentado ele, se não eu não teria feito!"

"Bem, você devia ter perguntado!" Disparou Miles. "Ele vomitou nos meus sapatos!"

"Bem, me desculpa! Foi um acidente!"

"Dizer 'foi um acidente' não resolve nada," replicou ele. "Nossa, Marly, tem um motivo por você não pertencer a Corvinal. Te vejo mais tarde." Miles entrou no Salão Principal amargamente.

As outras ficaram em silêncio por um momento. "Marlene," começou Mary quietamente, mas a loira não queria ouvir.

"Não... Só, não. Eu... Eu não estou com fome. Vejo vocês no Salão Comunal." Com isso, Marlene subiu apressada a escadaria de mármore.

Ela se fora, e Donna parecia confusa. "É permitido falar merda desse tipo pra Marlene agora? Porque toda vez que eu digo alguma coisa do tipo, Lily me diz pra ficar quieta..."

"Isso é loucura," resmungou Mary, enquanto as garotas se dirigiam a mesa da Grifinória. "Alguém tem que conversar com a Marlene. Ela não pode aturar essa baboseira."

"Nós dizemos a ela o tempo todo," lembrou-lhe Lily. "Bom... a Donna diz, pelo menos. Ela não é burra. Ela tem que perceber que o Miles é um babaca..."

"Honestamente," suspirou Donna. "É como se o feminismo nunca tivesse acontecido. Não vejo porque as adolescentes sentem a necessidade de se entregar nesses relacionamentos estúpidos e imaturos."

"Na maior parte é pelo sexo," Mary disse a ela.

"Você não precisa de um relacionamento pra fazer sexo," replicou Donna.

"E você me chama de pervertida."

"Eu não sou uma..."

"Pare de se irritar," disse Lily. "Estou começando a achar que você está certa, Mary."

"Que Donna é uma pervertida?"

"Eu não sou uma..."

"Não, sobre Marlene," interrompeu Lily. "Talvez nós devêssemos dizer algo a ela sobre... ahn, olá, Adam." Corando levemente, Lily sorriu para Adam McKinnon, enquanto ele se sentava em frente as três garotas.

"Oi," respondeu ele. "Esse... esse assento não está reservado pra ninguém, está?"

"Não," disse Mary.

"Não, não está," concordou Donna. "Na verdade, é bom que você tenha sentado aqui, porque estávamos falando sobre..."

"Sobre como faz tempo que não nos falamos," adiantou-se Lily. "Quero dizer... Como está se sentindo? Como vai... a vida?"

Mary escondeu uma risada; Donna parecia confusa.

"Ah, eu estou bem. Tudo está de volta ao normal, mais ou menos." Ele se serviu de batatas. "Então... ahn... Onde está Marlene? Ela não está pulando o jantar por causa daquela dieta estúpida de novo, está?"

"Sim," disse Mary, ao mesmo tempo que Donna tentou dizer 'Não.' "Sim. Marlene e suas... dietas estúpidas. Nós estávamos... pensando em levar um jantar pra ela mais tarde, na verdade. Forçar comida a ela... Talvez usemos tubos."

"Estávamos pensando nisso?" Perguntou Donna.

"As pessoas boas entre nós, estavam sim."

Adam sorriu. "Bem, eu posso fazer isso. Ela está no Salão Comunal, certo?"

"Provavelmente," disse Lily. Ele pegou um prato.

"Acham que ela vai querer pão?"

"Não, ela não come pão," disse Mary.

"E sobremesa?"

"Ela não come sobremesa," disse Lily.

"Legumes?"

"Só se estiverem crus."

"Aquela garota é louca," notou Adam, mas 'louca' não parecia ser a palavra que ele queria usar. Quando ele terminou de preparar a refeição, Adam deu tchau e foi na direção do Saguão de Entrada.

"Por que vocês mentiram pra ele?" Exigiu Donna. "Estou tão confusa com essa 'linguagem feminina' que vocês duas usam."

"A gente não podia contar ao Adam que o Miles estava sendo um babaca com a Marlene," disse Lily. "Isso a humilharia."

Mary suspirou, descansando seu queixo na mão. "Não acho que esse garoto tenha um defeito sequer. Acho que é bem possível que ele seja completamente perfeito. Juro, se a Mar não dormir com ele logo, eu vou."

"Pervertida," disse Donna.

"Cala a boca."

(Com Uma Ajudinha Dos Meus Amigos)

"Estou dentro," disse Sirius.

"Eu também," disse Peter rapidamente.

"Bem, claro que estou dentro," disse Remus. "Vamos fazer algo útil, pra variar. Como poderia ficar fora dessa?"

"Ignorando a condescendência do Moony," disse James, puxando sua capa e colocando um pacote de cigarros na mesa do dormitório, "ótimo. O único problema é, não sei como nós quatro iremos caber embaixo da Capa de Invisibilidade. Todos crescemos um pouco desde o primeiro ano."

"Ele tem razão," disse Sirius. "deveríamos nos separar."

"O castelo vai estar no escuro," apontou Peter. "Vocês acham que um feitiço de desilusão esconderia dois de nós?"

Remus disse que achava que iria. "Então, se há mais de uma pessoa a ser seguida, Wormtail e eu poderíamos seguir uma, enquanto Prongs e Padfoot seguem a outra."

"Excelente," disse Sirius. "Que horas deveríamos ir?"

"Espera um pouco," interviu Peter, "como sabemos que hoje é a noite certa pra procurar? Quero dizer, até agora tudo tem sido um tanto aleatório."

James balançou a cabeça, despreocupado. "É hoje à noite. Confie em mim." Ele sentou-se na sua cama, se inclinou por sobre a borda e vasculhou seu malão atrás de alguma coisa. Depois de um tempo, o Maroto localizou o objeto de sua procura. Ele puxou e desdobrou o pedaço de pergaminho. "Quanto à questão de que horas sair – não sabemos quando vai ser. Teremos que usar o mapa." Ele acenou para o pergaminho.

"Como numa investigação," disse Sirius, animado. Ele pegou o mapa das mãos do amigo. "Parece ser divertido. Quando começamos?"

"Isso não é divertido," suspirou Remus, esfregando a parte de trás do seu pescoço dolorido. "Prongs, você não mencionou nada sobre termos que esperar na sala de História da Magia. Aqui tem cheiro de asilo."

"Tá mais pro necrotério de um asilo," disse Sirius, esticado em cima da mesa do Professor Binn.

"É o lugar perfeito," replicou James. "É o quarto andar – do lado das escadas. Se algo aparecer no mapa, conseguiremos chegar lá rapidinho."

Peter bocejou. "São duas e meia da manhã," disse ele. "Tem certeza que é hoje à noite, Prongs?"

"Sim." Mas a confiança naquela afirmação começava a diminuir. James encarou o mapa em cima da mesa diante dele. A imagem apresentada era praticamente imóvel, com algumas exceções. Os pontos representando Argus Filch e Rubeo Hagrid continuavam a perambular pelos corredores (longe da sala de História da Magia).

"Ninguém saiu de seus Salões Comunais?" Perguntou Sirius, desenhando figuras no ar com sua varinha.

"Não," disse James. "Missy Lewis e Daniel Strout acabaram de liberar o armário no segundo andar e estão voltando para o Salão da Lufa-Lufa."

"Mas já?" riu Sirius. "Eles entraram lá faz uns dois minutos. Me lembrem de zoar Strout mais tarde."

Até Remus sorriu com o comentário. "Escute, Prongs, talvez devêssemos traçar prazo. Se nada acontecer até às três horas, então..."

"Estou vendo ele."

"O que?"

Sirius rolou da mesa, e os outros dois Marotos se levantaram para se juntar a James ao lado do mapa. "Onde?" Perguntou Peter. James apontou.

"Roland Urquhart?" perguntou Remus. "Algum de nós conhece ele?"

"Ele é um veterano," forneceu Sirius. "Fez teste pro time de Quadribol da Sonserina durante nosso... quando foi? Quarto ano? Foi o ano que espionamos os testes, que por sinal, se mostrou ser uma grande perda de tempo, porque nada interessante acontece lá. Esse cara, Urquhart, não entrou pro time. Era um péssimo voador. Ele também convidou minha prima Narcissa para um encontro, mas ela o rejeitou."

"Você sabe algo no qual ele não tenha falhado?" Perguntou Remus, divertido.

"Bem, até agora ele conseguiu confundir os funcionários um pouquinho," disse James.

"Não sabemos se é ele quem está fazendo isso," disse Moony lentamente. "Quero dizer, talvez ele só esteja dando uma volta e..."

"Vou seguir ele," interrompeu James, pegando sua Capa.

"Culpado até que se prove o contrário, Prongs?"

"Isso mesmo, Moony."

Remus começou a protestar, mas Sirius apontou para o mapa. "Olha como ele anda, Lupin... Está parando no segundo andar..." o ponto rotulado 'Roland Urquhart' de fato parara por uns trinta segundos, antes de se mover para o próximo corredor rapidamente.

"Você está certo... você deveria segui-lo," cedeu Lupin. "Deixou a tinta e o pergaminho para a carta?"

James apontou para a mesa onde os tais artigos estavam. "Pode começar. E fique com um dos espelhos com você, assim poderemos dizer exatamente o que escrever, certo?"

"Certo," disse Peter.

Sirius ajudou James a desdobrar a Capa da Invisibilidade. "Vocês dois vão conseguir fazer o feitiço de desilusão? Não quer que nós façamos assim podem usar a capa?"

"Não somos crianças," respondeu Remus. "Vá. E leve o mapa."

"Fique com ele," replicou James, empurrando o Mapa do Maroto para as mãos de Moony. "Estou olhando pra essa coisa faz horas. Já memorizei a rota dos guardas. Vocês vão precisar mais do que eu."

"Mas vocês precisam pra saber seguirem Urquhart. E se perderem ele de vista?" James franziu a sobrancelha, percebendo que Remus estava certo. "Não se preocupe, eu também prestei um pouco de atenção. Acho que sei qual a rota."

"Vamos logo," disse Sirius. James pegou a ponta da capa e jogou por cima dele e de seu melhor amigo. Eles desapareceram. Segundos depois a porta da sala abriu e fechou.

Remus se virou para o pergaminho, tinta e pena que o aguardavam. "Quer escrever, Peter, ou faço eu?"

"Você," respondeu o outro. "Caso chequem a letra."

Remus revirou os olhos, mas estava sorrindo quando pegou a pena e começou a escrever.

Enquanto isso, Sirius e James andavam escada abaixo, cuidando para que não andassem muito abaixados para que a capa não arrastasse no cão. Sirius manteve os olhos no mapa. "Ele fez uma última parada no segundo andar... Acho que vai para o terceiro depois disso."

"Eu acho que tem um degrau falso naquela escadaria," sussurrou James, sorrindo.

Se movendo o mais rápido possível, os dois chegaram ao segundo andar. Um rapaz magro com olhos fundos estava não muito longe, acenando sua varinha como se conduzisse uma orquestra. Em resposta a seu aceno, dezenas de papéis de pergaminho dançavam pelo ar, eventualmente pousando contra a parede numa larga formação. Urquhart parou, cruzando os braços e observando seu trabalho com satisfação, antes de erguer a varinha novamente e acenar outra vez para a parede. A parte branca da parede de repente desapareceu, não deixando a mostra nada além da pedra normal.

"Eu adoro estar certo," suspirou James. Sirius revirou os olhos.

"Não fique convencido. Não terminamos ainda. Vamos lá."

Enquanto Urquhart levitava um enorme saco parecido com o do Papai Noel (o qual James suspeitava nãoi estar cheio de presentes) e andava pelo corredor indo na direção deles, os dois Marotos voltaram e subiram as escadas, tomando cuidado para não pisar no degrau falso o qual estavam tão familiarizados. Alcançaram o andar de cima, se escondendo numa esquina, ao mesmo tempo em que Roland Urquhart subia o primeiro degrau.

"Pronto?" Perguntou Sirius. Em resposta, James puxou a capa, apenas o suficiente para apontar sua varinha. Então, se inclinando levemente pela quina do corredor, James esperou.

Urquhart – com uma expressão de homem de negócios na sua face pálida – subiu pela escada. Quando alcançou o quinto degrau, o Sonserino pausou, pronto para pular o degrau em falso, mas antes de fazê-lo, James acenou sua varinha, e Urquhart tropeçou. Ele derrubou o saco, e uma dúzia de papéis brancos voou. Urquhart soltou um gemido, mas se recuperou, antes que sua perna tocasse o degrau. Sirius xingou, mas James não hesitou. O Grifinório acenou a varinha novamente, e os olhos de Urquhart começaram a fechar. No momento seguinte, ele estava dormindo.

"Brilhante, cara,' murmurou Sirius, puxando a capa. "Vou dizer ao Moony." Ele pegou os espelho de seu bolso traseiro e encarou a superfície, dizendo: "Remus Lupin."

O rosto de Remus apareceu um momento depois, e enquanto James corria escada abaixo na direção de Urquhart, Sirius disse a seu amigo mais distante: "Pegamos ele. Ele vai estar preso no degrau falso entre o segundo e o terceiro andar."

"Certo," disse Remus. "Nos vemos no Salão Comunal em dez minutos."

"Boa sorte."

Sirius devolveu o espelho e seguiu James. O Maroto estava manobrando a perna de um Urquhart inconsciente para dentro do degrau.

"Quer uma ajudinha?" Perguntou Padfoot.

"Ponha uma das mãos dele no corrimão, pra ele não cair direto, pode ser?"

Sirius obedeceu, forçando o braço de Urquhart pelo corrimão. "Será que ele vai acordar na hora certa?"

"Praticamente," replicou o outro. "Ele vai achar que foi nocauteado quando tropeçou, mas não vai ter tempo de pensar numa fuga antes de ser pego."

"Excelente."

Os dois garotos se endireitaram, inspecionando seu trabalho por um momento. Sirius pegou um dos pergaminhos soltos, lendo em voz alta: "Tourjous Pur." Ele olhou para James. "É o mantra da minha família, quer dizer, da Família Black." Franzindo o cenho, Sirius acrescentou: "Você não acha que...?"

"Não."

"Como pode ter certeza?"

"Porque Regulus não é um idiota. Ele pode não ser o cara mais legal, mas ele não é um solitário esquisito que acha que pode assustar as pessoas com palavras de ameaça tão medíocres. Além do mais, ele não escreveria o lema da sua família num papel a menos que quisesse ser descoberto. Seria a mesma coisa que assinar com suas iniciais."

"Você está certo," concordou Sirius. "Reg é um babaca, mas ele não é tão estúpido."

"Temos que ir."

"Certo."

Sirius largou o pergaminho. "Te vejo mais tarde, Roland."

Eles se apressaram pela escadaria, e se cobriram com a Capa da Invisibilidade. Outra vez com a capa, eles voltaram para o Salão Comunal.

"Vou colocar na porta," disse Peter. Remus ergueu uma sobrancelha (não que seu amigo pudesse ver já que estavam transparentes).

"Tem certeza?"

"Bem, você escreveu. Eu deveria correr algum risco, não deveria?"

"OK, vai nessa."

Peter se apressou para frente, um pedaço dobrado de pergaminho na sua mão, ele colocou o pergaminho contra a porta de madeira diante deles. Então, apontando sua varinha diretamente para o pergaminho, Peter murmurou um feitiço. Quando se afastou, o papel ficou grudado na parede.

"Pronto pra correr?" Perguntou Peter.

"Sim."

"Ótimo." A animação estava óbvia em sua voz. Ele se virou para a porta novamente e bateu com força. "EI, VOCÊ! CHEQUE SUA CORRESPONDÊNCIA!" Gritou Wormtail a plenos pulmões. Houve um barulho de algo se mexendo dentro da sala, e Remus e Peter, mal contendo a risada, correram pelo corredor e viraram na esquina o mais rápido que conseguiam.

Houve silêncio no corredor por um momento, então a porta a qual os Marotos haviam prendido a carta se abriu. Lathe apareceu, obviamente tinha acabado de acordar. Ele olhou em volta, então avistou o recado. Desdobrando-o, ele se aproximou de uma tocha para que pudesse ler o que estava escrito.

CARO SR. LATHE,

SE ESTIVER CURIOSO A RESPEITO DE QUEM ANDA DEIXANDO AMEAÇAS PELA ESCOLA, ELE TROPEÇOU E CAIU NO DEGRAU FALSO DA ESCADA ENTRE O SEGUNDO E O TERCEIRO ANDAR. ACHEI QUE GOSTARIA DE SABER,

SICERAMENTE,

AQUELE QUE O CAPTUROU

Lathe entrou em seu quarto, voltando segundos depois com suas vestes e uma varinha.

(Garota)

Roland Urquhart foi suspenso pelo restante do outono.

"Eu o teria expulsado," afirmou Marlene indiferente, enquanto as notícias eram discutidas por um grande grupo no Saguão de Entrada na manhã seguinte (Quinta Feira).

"Eu também," disse Donna.

Pela primeira vez, elas concordavam em algo.

"Foi uma estupidez incrível ele ter sido pego naquele degrau falso," disse Mary. "Nem mesmo eu sou pega mais por eles."

Donna riu. "Exceto no natal passado."

"Nós concordamos em nunca mais mencionar isso de novo!" Mas até mesmo Mary reprimia uma risada.

Lily riu com as outras, até notar Severus Snape do outro lado do Saguão. Ele estava sozinho, e um sentimento de pena fez com que Lily fosse até ele.

"Roland Urquhart," começou desajeitadamente, enquanto se aproximava. "Quem diria, hein?" Severus não disse nada. "Ele não era um dos seus amigos," De novo, sem resposta. "Por que simplesmente não me disse que você não tinha nada a ver com aquilo?"

"Porque você achou que eu tinha, e eu estava bravo," respondeu Severus. "E você só queria agir como minha amiga sob a condição de que eu te ajudasse com isso."

Lily balançou a cabeça. "Não é verdade. Não queria agir como sua amiga."

Severus fez uma careta.

"Estava fazendo uma piada," ela informou a ele. Então, mais sério, ela continuou: "Mas acho que você está certo sobre uma coisa. Eu tenho que te perdoar. E... Eu quero fazer isso." Ela esperou. "Agora, de preferência."

Ele olhou para ela, confuso. "O que quer dizer?"

"Quero dizer que.. talvez..." Será que esse era um grande erro? "Talvez possamos ser amigos de novo."

O choque estava espalhado pelo rosto dele. "Sério?"

Ela assentiu com a cabeça.

"Ah. Certo... Okay."

"Okay."

"Okay."

"Certo."

"Então..."

"Então, te vejo por ai."

"Certo. Okay."

Lily se virou e voltou na direção das amigas. A multidão no Saguão de Entrada começava a entrar no Salão Principal, para começar o café da manhã, e Lily estava prestes a entrar, quando notou os Marotos conversando perto da escadaria de mármore. A Monitora teve uma ideia, e andou naquela direção, fazendo contato visual com James a certa distância. Ela havia cruzado metade do caminho, quando alguém pegou seu braço.

"Luke!"

"Lily," disse seu namorado, desesperadamente, e ele realmente parecia doce. "Lily, me desculpe, por favor. Escuta, eu falei com a Marlene ontem a noite, e ela me explicou porque você tem andado tão brava, e... Eu sinto muito. Eu só... claro que você estava certa sobre tudo. Eu não sei o que eu estava pensando. Eu só estava..."

"Tudo bem, Luke."

Ele sorriu (lindo sorriso). "Mesmo?"

"Mesmo."

Ela realmente não conseguiria ficar brava com ele. Ela não tinha energias o suficiente para dedicar sua raiva aquele rapaz. Ele a beijou gentilmente nos lábios.

"Te vejo depois do café, Flor."

"Até mais, Luke."

Lily sorriu para ele enquanto ele entrava no Salão Principal. Quando ele se fora, ela olhou para onde os Marotos estiveram. Três haviam ido, mas James ficara.

"E aí, Flor," disse ele, imitando o tom baixo e sério de Luke.

"Cala a boca. Luke Harper é o garoto mais gentil do mundo, e você jamais conseguiria entender isso."

"Ele beija bem?"

"Cala a boca." Eles ficaram em silêncio um tempo, então Lily começou. "Então..." ela cruzou os braços.

"Dormiu bem, Snaps?"

"Você dormiu?"

"Muito bem, obrigado."

"Engraçado, Potter, você parece cansado."

"Ah bem, eu tive um encontro."

"Entendi."

"É mesmo?"

Breve silêncio, então Lily continuou: "Eu tenho uma pergunta pra você."

"Manda."

"Se alguém com a perícia necessária para detectar Roland Urquhart também tivesse motivação para encontrá-lo, como exatamente essa pessoa saberia que noite ele escolhe para colocar aqueles pôsteres horríveis?"

"Bem, essa é fácil," respondeu James. "Tal pessoa, hipoteticamente, teria apenas que olhar o padrão o qual os pôsteres são colocados. Eles apareciam apenas nos dias seguidos das noites cujo Filch e Hagrid eram designados como vigias, diferentes do investigadores do Ministério com bem mais experiência. Uma rápida conversa com o Hagrid teria dito a essa criatura mítica de perícia e motivação que a próxima patrulha do meio gigante seria na quarta a noite e então... o resto seria história."

Lily concordou, mordendo o lábio para segurar um sorriso. "Sabe o que ouvi?"

"Não."

"Eu ouvi que Lathe está dizendo que alguém deu a dica a ele que ele encontraria Urquhart. Aparentemente, um aluno deixou uma mensagem pra ele. Anonimamente."

James pareceu surpreso. "É mesmo? Uau. Estranho. Quem você acha que poderia ser?"

"Não sei," Lily admitiu com um suspiro. "Sem dúvida alguém com..."

"Motivação e perícia?" suplementou James.

"Um caráter consistente e algo a provar," acrescentou a ruiva.

"Bem, eu não conheço ninguém assim."

"É... Nem eu."

"Mas estou com um pouco de inveja dessa pessoa," continuou James pensativamente. "Ele ou ela deve ter sido terrivelmente esperto."

"Bem," disse Lily, "não se preocupe. Talvez você pegue a próxima batalha."

"Improvável."

"Mas não impossível."

"Não, acho que não."

"Eu... te vejo na classe, Potter."

N/A: Espero que tenham gostado desse capítulo, porque eu gostei. Se está na dúvida em comentar por que você simplesmente NÃO sabe o que vai falar, escreva uma música. Sou uma completa vadia com relação a reviews... qualquer coisa serve. Estou brincando – feedbacks completam minha vida – mas só um pouco. Muito amor e felicidade pra todos que mandam review, e para os reviewers anônimos Katie (obrigada! Estou tão feliz que tenha gostado!) e underbabe (gracias – esse tem um pouco mais de Lily e James, certo?)

Reviews são iguais aos dias quando a MTV de fato tocava música.

Amor e biscoitos,

Jewels.