Sumário: A verdade sobre Susan Pevensie.

Nárnia não me pertence.

Essa fanfic não foi betada, então perdoe os erros.


Esfinge


"Que criatura pela manhã tem quatro pés, ao meio-dia tem dois, e à tarde tem três?"
"O homem, que engatinha quando bebê, anda sobre dois pés na idade adulta e caminha com uma bengala quando velho".

Sófocles, Édipo Rei (Tradução)


Nasceu como Susan Pevensie.

Nasceu para ser uma estrela, seus pais sabiam. Era a filha mais educada, assim como a mais bonita. Tinha uma personalidade agradável, mas realista demais para uma criança. Acreditou em poucas coisas; a maioria delas relacionadas às ciências, às tecnologias, às descobertas filosóficas e às guerras. Dizia não ter tempo para pedir coisas ao Papai Noel, nem para procurar ovos de chocolate na Páscoa. Fazia-os, entretanto, por culpa de seus dois irmãos mais novos, que mereciam acreditar em fantasias, ainda que elas fossem desaparecer com o passar do tempo.

(ela queria acreditar)

Cresceu uma vez como Rainha Susan, a Gentil.

Cresceu com um coração dourado e uma coragem sem igual. Era aquela que atraía os olhares e negava com paciência e educação os pedidos de casamento. Era casada com seu povo e com seus três irmãos, muito embora não negasse a paixão de outros. Sabia lutar, mas preferia a dança e o canto e os costumes pacíficos de seu povo. Gostava de jogar xadrez com Edmund antes de dormir, de andar a cavalo com Peter assim que acordasse e provar guloseimas com Lucy depois do almoço. Se alguém falasse enquanto ela estivesse no recinto, seria ouvido. Era dura com a irresponsabilidade daqueles que deveriam saber o que era melhor para os menos afortunados e sabia sorrir para as crianças que lhe entregavam flores. Era a irmã favorita de seus três irmãos, porém mentia quando dizia não saber escolher entre eles.

(ela sempre gostou de xadrez)

Morreu como Susan algum-sobrenome.

Morreu por último, mas a única Pevensie que morreria sem este sobrenome. Ela foi bonita até depois de envelhecer, e morreu quase-feliz, porque é difícil saber o que era felicidade depois de sua família inteira morrer em um acidente de trem. Morreu como uma mulher educada, cética e petulante em pequenos níveis, dependendo da situação. Era justa e cega e tinha uma queda por vestidos bonitos e maquiagens caras. Gostava de dançar e beber e falar baixo com todo mundo. Agradecia pelo respeito e tentava dá-lo também, exceto quando lhe era citado os nomes de seus irmãos e o paraíso. Tinha aversão a igrejas, a religiões e a qualquer comentário que envolvesse deus e seu filho. Possuía grande raiva da vida por razões pessoais e as pessoas não a culpavam. Era difícil culpar alguém que perdeu todos os familiares em um único dia. Morreu sem filhos, sem marido e sem vontade de perdoar. Morreu com angústia e com medo, mas com coragem o suficiente para continuar a não acreditar em Nárnia, em Aslan ou em seu pai.

(ela sempre soube que morreria sozinha)

X

Ela era a garota que queria ser amada pelo que havia se tornado, não pelo que uma vez foi.

(eles morreram antes de perceber)


N/A.: Porque é a Susan, cara. Susan, como eu a vejo, como eu sempre a vi e como eu sempre a verei. E, não, Lewis, eu não te perdôo! (and that's a lie!)

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