N/A: Essa fic é dedicada á minha amiga Larissa Moura. Uma das poucas que me escuta contar sobre todos os personagens dos livros que eu leio. Que me aguenta falando de Harry por horas e que reclama comigo por não existirem garotos perfeitos, como nos livros da Meg, sendo nossos vizinhos, ou estudando na nossa escola. Espero que gostem. E Larissa, Feliz aniversário...
O Idiota do Príncipe Encantado
Albus abriu a carta endereçada a sua prima e disse:
– Rose, o professor Longbottom está esperando-a nas estufas. Sem mais nenhuma especificação.
Rose saiu e disse á Albus que deveria ser algum dever estranho da monitoria e dirigiu-se ás estufas. Antes de sair do castelo, alguém a chamou:
– Weasley! Espera.
Rose virou-se surpresa ao reconhecer a voz rouca. O que Scorpius Malfoy, da Sonserina, queria com ela? Tudo bem que os dois não levavam as antigas rixas da família á sério, mas isso não os fazia amigos.
– Você está indo para as estufas? – ele perguntou, assim que a alcançou.
– Estou sim. Por quê?
– Porque mandaram avisar que o professor Longbottom queria falar comigo lá.
– Para mim mandaram uma carta.
– Posso ir com você Weasley? A não ser que você ache que eu possa lançar um feitiço em você no caminho.
– Deixa de ser bobo Malfoy. – ela respondeu sorridente – Você nunca conseguiria me acertar.
Ele bufou. E continuaram andando. Não tinham mais nada para conversar, e aquilo incomodava Rose absurdamente. Não era do feitio dela ficar ao lado de alguém em silêncio.
– Então... – ela tentou começar, já no meio do caminho.
Rose não percebeu que durante todo o percurso, Scorpius esteve observando-a.
– Não precisa fazer isso Weasley. – ele disse.
– O quê?
– Eu estou vendo que o silêncio te incomoda, mas não precisa ficar se matando para tentar encontrar um assunto.
Rose enrubesceu. E olhou para a lua. Por que diabos o professor os havia chamado depois do jantar?
– Desculpe. – pediu, sem nem saber por quê – É que você tem razão, o silêncio incomoda. Acho que é porque numa família como a minha, o silêncio é impossível. A gente sabe que existe, mas nunca viu.
– Sério? Na minha casa habita o silêncio.
Scorpius aproximou-se dela e continuou baixinho, em um tom conspiratório:
– Cada sussurro pode ser ouvido.
– Eu nem imagino como deve ser. Você não acha ruim mesmo?
Ele deu de ombros.
– Sempre foi assim. Eu me acostumei.
Rose não sabia que conversar com o Malfoy era fácil assim, e acabou falando:
– Então você tem que passar as próximas férias lá na minha casa. Mas barulhenta mesmo é A T'oca, a casa dos meus avós. No natal, a família toda vai para lá...
Rose não continuou, porque o Malfoy estava sorrindo para ela. Ele ficava bonito assim. E ela se deu conta do que estava falando.
– Você deve estar me achando uma idiota. Você nunca iria querer passar as férias conosco.
Rose e Scorpius estavam descobrindo que se davam bem. Mas haveria sempre uma barreira. O sobrenome deles. Weasley e Malfoy. Querendo os dois ou não, as duas famílias não se davam bem. Os Malfoy eram sangues-puro, e Rose era filha de uma nascida-trouxa. Ela se orgulhava muito de sua origem, mas isso não faria Scorpius querer visitá-la.
– Bem... – ele ainda sorria – Eu acho que poderia ser divertido. E o Teddy sempre vai pra lá. Só que a sua família teria que esquecer o meu sobrenome pra me aceitar.
– Você sempre tem razão em tudo Malfoy? – Rose perguntou divertida.
– Geralmente.
– E eu aposto que modéstia é o seu apelido.
– Mas foi você que disse que perguntou se eu estou sempre certo. – falou em uma falsa indignação.
Os dois riram e Rose perguntou sobre Teddy. Ele era afilhado do seu tio Harry e fazia parte da família. Ela não sabia, ou nunca havia prestado atenção, entretanto Teddy era primo em segundo grau do Malfoy.
Os dois chegaram ás estufas e estranharam por não verem o professor. Assim que Scorpius entrou na primeira estufa, Rose viu algo vindo em direção aos dois e tudo apagou.
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Rose abriu os olhos com dificuldade e percebeu que estava do lado de fora do castelo, mas ainda assim longe das estufas. Olhou para o lado e viu o Malfoy esparramado no chão e duas varinhas perto deles. Uma ela reconheceu como sendo sua. Rose meio que se arrastou até ele e assim que tentou acordá-lo viu que as suas mãos estavam sujas de tinta vermelha e preta.
Scorpius achou estranho a Weasley tê-lo acordado e levou um susto. Olhou-a confuso, perguntando em silêncio o que estava acontecendo. Ela deu de ombros e ajudou-o a se levantar. Percebeu que as mãos dele também estavam sujas.
Malfoy olhou para o horizonte e disse, meio grogue:
– O sol já está nascendo. O que você fez Weasley? Quando você disse que era boa em magia eu achei que estava brincando.
– Deixa de ser idiota Malfoy. Eu não fiz nada.
A cara dele deixava dúvidas á respeito disso, mas Rose parecia tão mal quanto ele. O uniforme estava amassado, o cabelo, nem se fala. Ele sempre achou bonito o cabelo ondulado que ela tinha. Só porque eles não conversavam, não queria dizer Scorpius nunca tinha reparado na colega. Só que o cabelo dela estava em um emaranhado difuso.
Ela acompanhou o olhar dele e sorriu derrotada:
– Não fala nada. Toda manhã ele fica assim, sempre tenho que acordar mais cedo que minhas colegas.
– Eu gostei. – ele zombou – Bem selvagem.
– Cala a boca. – ela fez língua para Scorpius e ele retribuiu – E eu nem posso dizer o mesmo. Seu cabelo está perfeitamente normal. Intocável, como sempre.
– Eu acho que eu passava tanto gel quando era mais novo que hoje ele nem bagunça mais – o garoto deu uma espreguiçada – Mas por que estamos discutindo isso quando estamos do lado de fora do castelo, com as mãos manchadas de sei lá o quê, e com uma baita dor de cabeça?
– Você não me deu nada para beber não é Malfoy? – Rose perguntou séria, mas brincando.
– Até parece. E dormir aqui? No chão? Eu acho que não.
– Eu não tenho a mínima ideia do que aconteceu.
Eles recapitularam o ocorrido e obviamente chegaram á uma conclusão:
– Alguém armou pra cima da gente.
– Mas quem? – perguntou a garota.
– Não sei. E o mais importante? Por quê?
– Não andou atacando ninguém por aí não, não é Malfoy?
Ele olhou para ela e fingiu falsa indignação.
– Eu sou monitor. Tenho que dá exemplo Weasley.
– Tem razão. – ela concordou – Porque monitores nunca fazem nada errado não é?
– Eu não faço.
– Tudo bem Malfoy.
– E agora?
– Não sei bem, a gente pode entrar – Rose ainda tentava entender o que poderia ter feito para acabar ali – Fingimos que não aconteceu nada. E durante o dia, nós prestamos atenção em tudo. Á noite, a gente se encontra na sala da monitoria, e vê o que descobriu.
– E agora temos que tomar cuidado.
– Por quê?
– Não podemos deixar ninguém nos ver. E em relação aos colegas, os meus não vão estranhar. Digo que dei uma saída com uma amiga.
Rose levantou as sobrancelhas enquanto pegava as varinhas dos dois.
– Amiga?
– Você entendeu Weasley – ele retrucou nervoso – E você?
– Sei lá. Invento qualquer desculpa. – eles começaram as e dirigir á entrada do castelo – É só que você é monitor, sabe, achei que não fizesse nada errado.
– Por favor. Se não te pegarem, não é errado. Ou você acha que eu não sei que você encobre o seu priminho Potter?
Rose suspirou.
– Ganhou Malfoy.
Ele só riu.
Assim que entraram no castelo, Rose pensou em como seria ótimo ter o Mapa do Maroto ou a Capa de James.
Caminharam em silêncio e perdidos em pensamentos e por isso não viram Madame Nor-r-r-a, a gata horrorosa do Filch, até ela estar em cima deles. E o zelador estava na virada do corredor.
Scorpius e Rose fizeram a única coisa que veio á mente deles naquele momento. E eles admitiram que não foi nada inteligente. Correram.
Infelizmente Filch viu os uniformes da Grifinória e da Sonserina, além do cabelo loiro do Malfoy e o ruivo de Rose.
– Entra aqui Weasley – Scorpius puxou Rose para dentro de um armário de vassouras.
– Ai meu Deus! – exclamou Rose – Será que ele viu quem éramos nós?
– Aposto que não. – Scorpius se mexeu desconfortável – Será que barra está limpa?
Rose deu uma risadinha.
– Algum problema Weasley? – perguntou o Malfoy nervoso.
– Nada. Mas para alguém que os amigos não se surpreenderiam caso chegasse de manhã você parece não se sentir bem preso em um armário com uma garota.
Ele não se deixou abalar.
– Bom, eu devo dizer que armários de vassoura não são os meus lugares preferidos para encontros – Scorpius virou-se com dificuldade, mas ficou de frente para Rose – Eu prefiro ter a garota contra uma parede, ou em cima de uma mesa – a cada palavra ele debruçava na medida do possível sobre Rose – Isso sem mencionar o lugar óbvio...
E só Deus sabe o que teria acontecido depois, mas a porta foi escancarada e por incrível que pareça um James Potter muito surpreso estava segurando a maçaneta. Ao lado de Alice Longbotton, a monitora perfeitinha da Corvinal.
Rose arregalou os olhos e nem foi porque o primo dela pegou-a em um armário de vassouras com o Malfoy, mas porque a sua amiga Alice estava com James. Eles sempre diziam que não se suportavam.
– Eu disse que tinha gente aqui Jay. – falou Alice como se encontrar gente em armários de vassoura fosse normal.
– Ninguém seguiu vocês? – perguntou o Malfoy saindo do armário.
– É claro que não. Eu tenho uma capa de invisibilidade é pra isso mesmo. Mas o que realmente está me interessando é o que você e a Rose estavam fazendo aí, á essa hora da manhã. Dever da monitoria que não é.
Scorpius estava prestes á inventar uma desculpa quando...
– Alguém armou para cima de mim e do Malfoy. – disse Rose e explicou mais ou menos a história.
– Sério Rose. Eu pensei que você fosse mais romântica, do tipo que espera o príncipe certo, e que não inventasse tantas histórias. – falou James como se estivesse repreendendo uma criancinha mentirosa.
O Malfoy revirou os olhos e Rose ficou vermelha, de raiva.
– Porque eu mentiria? Não sou tipo que diz que vai á Hogsmeade e se dirige á Torre da Corvinal – disse a Weasley olhando para o primo antes de se virar para a amiga: – Ou que diz que vai estudar quando na verdade, está recebendo visitas de alguém que nem gosta, certo Alice?
Longbotton apenas enrubesceu.
– Acho que você está errada Weasley.
– Por que Malfoy? – perguntou Rose, a ponto de matar alguém, ela não conseguia acreditar que nenhum dos dois havia contado que estavam juntos.
– Porque a Longbotton que foi para a Torre da Grifinória e não o contrário. Ela está com uma blusa grande da sua Casa porque outro motivo? Além de o Potter estar acompanhando-a, se ele tivesse dormido na Corvinal, a sua amiga não estaria aqui.
– Por que você sempre tem razão? – perguntou Rose sofrida.
– E o que você está fazendo aqui? De verdade Rose. – perguntou Alice.
– Nada Alice – já que Alice e James não acreditaram na história dela, o que ela podia fazer? – Eu e o Malfoy já estamos saindo.
Scorpius só deu de ombros. Não queria se meter, então só acompanhou a Weasley. Depois que viraram em um corredor qualquer, ele disse:
– A gente se vê na primeira aula?
– Claro Scorpius. – sorriu.
– E Weasley – Malfoy disse, antes que ela fosse para as escadarias – Seus amigos vão explicar, deve ter um motivo para esconderem o romance. Eles se odiavam, e agora se adoram. Mr. Darcy e Miss Elizabeth Bennet talvez?
– O quê? – perguntou Rose – Você conhece romances trouxas? Não acredito que leu Orgulho e Preconceito.
– Longa história. Deixa para mais tarde. É constrangedor demais.
Rose riu e foi para seu quarto se arrumar para o café da manhã.
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Scorpius encontrou-se com Rose quando estava indo para o Salão Principal. Nenhum dos dois conseguiu tirar as manchas de tinta das mãos.
Conversavam quando perceberam uma multidão de alunos junto á porta do Salão. Todos pareciam com medo de entrar. Eles abusaram um pouco da posição de monitores para conseguirem passar na frente de todos. E não acreditaram no que viram.
Nas paredes do Salão havia todos os tipos de xingamentos e ameaças aos alunos que não fossem sangue-puros. Todo o Salão estava manchado de tinta.
Scorpius segurou nos braço de Rose quando se deu conta, o Salão estava pintado de vermelho e preto. Tudo aquilo foi feito durante a noite. E os dois haviam sumido de seus dormitórios.
Alguém realmente havia armado para cima deles. Scorpius sussurrou para a Weasley:
– Não deixe ninguém ver suas mãos.
Rose imediatamente escondeu as mãos nas vestes e foi conversar com os outros monitores.
Droga!
Quem foi o maluco que havia feito aquilo? E pior, por que queriam incriminar logo a Rose e o Malfoy? Por que os dois estavam juntos nessa?
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Os alunos já haviam se sentado em suas mesas e os professores analisavam as paredes com as ameaças. A diretora Minerva chamou a atenção de todos e disse:
– Isso aqui é muito sério. Essas pinturas só seriam possíveis através de magia, portanto durante o dia os professores estarão revistando a varinha de cada aluno deste castelo.
– Por que a senhora não mostra como é esse feitiço, começando aqui com os monitores senhora? – perguntou Filch analisando a mesa da Sonserina.
– Tudo bem Filch. – disse a diretora, á contragosto. – Os monitores-chefe podem vir...
– Com sua licença senhora – interrompeu o zelador – Que tal começar com os monitores do sexto ano, assim eles podem ajudar os professores á revistar os outros alunos.
A diretora suspirou, mas chamou quatro alunos mesmo assim:
– Sr. Malfoy, Sr. Cooper, Srta. Longbotton e Srta. Weasley venham á frente, por favor.
Através do feitiço Priori Encantatem, a diretora fez recriarem os feitiços usados recentemente nas varinhas da Alice e do Cooper. Chegou a vez do Malfoy e Rose. O professor Longbotton revistou a varinha de Rose e a diretora a do Malfoy. Assim que começaram, o último feitiço realizado por aquelas varinhas se mostrou feitiços para a pintura das paredes.
Todos os alunos ficaram surpresos, os Weasley não conseguiram acreditar que Rose havia feito alguma coisa assim. Os próprios professores ficaram boquiabertos, afinal Scorpius e Rose eram alguns dos seus melhores alunos. Rose sabia que era isso que aconteceria, e Scorpius até revirou os olhos com todo o burburinho.
– O Sr. e a Srta. têm algo á dizer? – perguntou a diretora, incrédula, e decepcionada.
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N/A: Bom, esse foi o primeiro capítulo pessoal. Vai ter mais dois ou três apenas. O que acharam hein? Larissa, parabéns princesa...