Senhor das terras altas Hannah Howell

Capítulo XXII

— Gina!

— Meus irmãos! — Gina exclamou abandonan do-se na cadeira enquanto Rony, Gui e Carlinhos cami nhavam em direção da mesa, acompanhados por Hermione e Fleur.

Harry se levantou enquanto a família de Gina se aproxi mava. Apesar do olhar de fúria de Rony, Harry sentiu alguma coisa que o tranquilizou. Rony Weasley era grande, ruivo e tinha cicatrizes. Era um homem duro, um homem que lutara para sobreviver e participara de muitas batalhas. Era um homem que poderia entender Harry, se quisesse, pois de algum modo eram parecidos.

Harry teve de lutar para não dizer a Rony que esperasse um pouco, pois ele precisava conversar com Gina naquele exato momento. Todas as suas preocupações sobre cicatri zes, sobre seu temperamento circunspecto, desapareceram. Harry sabia, sem nenhuma dúvida, que tais coisas realmente não eram importantes para Gina. Na verdade, ela provavel mente sentia-se mais à vontade com esse tipo de homem do que qualquer outra mulher que ele conhecia. Fora criada por homens, no meio de homens.

Tão calmo quanto possível, considerando que enfrentaria um homem que tinha gana de bater nele, Harry executou as apresentações e ofereceu cadeiras para a família de Gina.

— Estamos celebrando o casamento do meu pai — ele declarou, sentando-se novamente e olhando de frente para Rony.

— Falando de casamento... — Rony começou.

— É tão bom ver você — Gina murmurou, olhando e sorrindo para o irmão. — Eu achava que ainda se passariam meses até vocês virem aqui.

— Moça, esse jogo não funcionará. Quero falar com seu marido. Depois falarei com você sobre moças que montam em um cavalo selvagem e se afastam de casa, sabendo da existência de um homem cruel que a persegue em todos os cantos que vá.

— Não vá fazer um sermão agora, Rony. Sou uma mu lher casada. Apenas Harry pode ralhar comigo.

—- Você não é uma mulher casada antes que eu confirme esse casamento.

Gina vacilou diante de uma declaração que ela julgava tola. Então, desviou o olhar para Mione, que olhava para Harry. Gina pensou em perguntar a opinião da cunhada, no momento em que Mione lhe dirigiu o olhar e sorriu para ela. A piscada que Mione deu fez com que o coração de Gina se tranquilizasse.

— Agora, sente-se e fique quieta — Rony ordenou, ignorando o olhar severo que Mione e Fleur lhe endereçavam — enquanto eu tenho uma conversa com esse tolo.

Gina foi tentada a discutir com o irmão, mas Harry pegou sua mão e a apertou levemente. Por agora, deixaria tudo nas mãos do seu marido. Causara muita preocupação ao irmão com suas ações e por não tê-lo avisado há mais tempo de que estava bem. Rony tinha o direito de ficar bravo, mas não deixaria que ele desrespeitasse Harry.

— Li a sua carta e admito que você é uma boa escolha para minha irmã — Rony afirmou, mantendo o olhar fixo em Harry.

— Obrigado — Harry murmurou. — Foi impossível avi sá-lo mais cedo.

—Como você explicou, não tivemos problema em chegar aqui.

— As coisas mudaram um pouco desde que eu escrevipara você. O pior dos nossos inimigos está morto e seu clã já esboçou um pequeno gesto de paz. O novo líder dos Riddle está tão cansado quanto nós de tantas brigas. Eram eles que faziam com que qualquer viagem para Deilcladach fosse muito traiçoeira e perigosa.

— Uma vez que minha irmã foi sua refém e aqui não havia nenhum parente para aprovar o casamento ou para protegê-la de ser forçada a se casar, eu posso terminar essa união.

Harry sentiu o sangue lhe gelar nas veias, mas antes que pudesse falar, uma vozinha se fez ouvir ao seu lado.

— Você não vai tirar minha mãe daqui,

Harry olhou para Ciaran. que enfrentava Rony com um olhar furioso, e teria rido não fosse o receio que as palavras de Rony haviam despertado nele.

— Calma, Ciaran, ninguém a levará.

— Isto ainda não foi decidido — Rony olhou para o menino. — Esse menino não é filho de Gina, por que a trata como se ela fosse sua mãe?

— Porque ele é meu filho e ela é minha esposa.

— Sim, — interveio Ciaran. — E ela ficará aqui ou eu terei que ficar muito bravo.

—- Quieto. Ciaran, — disse Gina, puxando o menino para seu lado. — Tudo acabará bem, mas deixe os homens con versarem e, se eles disserem coisas estúpidas, mais tarde poderemos mandá-los embora.

— Que gentileza da sua parte, Gina — murmurou Rony.

— Estou sendo paciente — ela respondeu, sem esconder a irritação que sentia. — Sou uma mulher casada e mãe, e é importante aprender a ser paciente. E é também uma qua lidade útil para conversar com os homens.

Um brilho de contentamento passou pelo olhar de Rony, mas ele ainda não foi capaz de relaxar.

— Paciência? Eu não sabia que essa palavra fazia parte do seu dicionário, Gina. — Rony voltou a olhar para Harry. — Isso tudo não me agradou. Eu não conhecia seu clã, mas as informações que colhi não me deixaram sosse gado a respeito desse casamento. Histórias sobre assassinato e bruxaria, o fato de vocês terem guerreado com quase todos os clãs mais próximos e problemas com os Delacour, tudo isso me deixou muito apreensivo.

— Não vou considerar essa afirmação — disse Sigimor, mas foi ignorado por Rony.

— Ela é um rico prémio e eu quero saber se ela foi rou bada ou forçada a se casar.

— Um pouco dos dois — Harry respondeu, abruptamente.

— Um pouco de força é o suficiente para que eu anule o casamento.

— Sugiro que não tente.

— Chega — gritou Gina. — Esta é uma festa de casa mento. Sir James acabou de se casar com Lily.

— Pelo que tenho ouvido, Sir James casa-se com muita facilidade, — resmungou Rony.

Gina o ignorou.

— Não deixarei que essa confrontação arruine a celebra ção. — Gina olhou para as cunhadas e ficou feliz ao ver que elas meneavam a cabeça, apoiando-a. — Meu casamen to com Harry não foi forçado. — Quando Harry ameaçou falar alguma coisa, ela pôs dois dedos sobre seus lábios. — Não quero mais essa conversa de anular meu casamento. Você até pode fazer isso, mas eu não obedecerei.

— Não?

— Não. Ele é meu marido, eu o amo e nós vamos ter um bebé — Gina percebeu que Harry ficou tenso. — Acredito que isso resolva tudo. Portanto, vamos nos conhecer e... — Gina parou quando Harry se levantou de repente, pegou-a nos braços e caminhou até as portas. — Harry — ela come çou a protestar, corando sob os risos e gritos de todos os convidados.

— Fique quieta, — Harry ordenou. — Apenas por um momento.

Como seus irmãos não haviam desembainhado as espadas e não os seguiam, Gina parou de falar. Um rápido olhar para a sala revelou que seus irmãos também estavam rindo e Gina ficou desconfiada. Queria saber se Rony pressio nara Harry a se manifestar. Se tivesse, teria falhado, pois fora ela que se declarara dizendo a Rony coisas que ele já sabia. Confessara seu amor por Harry na carta que escre vera ao irmão. Naquele momento, olhou para o marido e ficou em dúvida se seu irmão tinha realmente falhado. Per maneceu em silêncio, pois logo descobriria porque essa reação de Harry tinha obviamente deliciado Draco.

— Agiu muito bem — disse Sigimor, sorrindo a Rony.

— Obrigado, — Rony respondeu, quando começou a se servir da comida farta que cobria a mesa. — Eu esperava algumas palavras do tolo do meu cunhado, mas está tudo bem.

— Meu filho gosta muito dessa mulher — afirmou sir James.

— Parece que sim, — concordou Rony. — Mas o senhor deve perdoar um homem que tem sido mais um pai do que um irmão e que deseja ver a irmã feliz. Pelo que eu soube através da carta que ela me escreveu, ele não teve completo sucesso. — Rony piscou para Hermione. — Às vezes um homem precisa ser pressionado contra a parede para que comece a perceber certos fatos.

— Isto quer dizer que o senhor não vai levar minha mãe embora? — Ciaran perguntou, subindo na cadeira de Gina.

— Não, — respondeu Rony. — Acredito que seu pai não permitiria.

— Sim, e nem eu. Então vocês também são meus tios?

— Somos, embora você já tenha vários tios.

— Gosto de família grande. Suspeito que vocês também vão querer ficar aqui durante algum tempo.

— Pelo menos até ter a chance de conversar com minha irmã — declarou Rony, que sorriu e ergueu sua caneca para fazer um pequeno brinde. — Acredito que vá demorar um pouco até isso acontecer. O modo como aquele tolo olhou ao carregar minha irmã para fora da sala me faz pensar que eles vão se ausentar por algum tempo.

— Já era tempo — disse Lily, que corou quando todos se puseram a rir.

Gina se viu nua e deitada na cama de Harry antes que pudesse pensar em alguma palavra para dizer.

Logo teve sua atenção desviada quando, já nu, Harry dei tou-se ao seu lado. Fizeram amor freneticamente e logo ela estava perdida de paixão e desejo. Harry a fazia dizer pa lavras desconexas e não deixou um só lugar do seu corpo sem ser acariciado e beijado. Gina estava tremendamente alegre por ser tão desejada pelo marido. Os dois chegaram ao clímax juntos, com gritos e sussurros pronunciados em uníssono.

Harry se aninhou nos seios de Gina para se recobrar da loucura que o possuíra. No momento em que ela dissera que o amava diante de todos na grande sala, seu corpo todo cla mou de necessidade de fazer amor com ela. Gina era sua, toda sua, e carregava seu bebé. Com delicadeza, Harry pôs a mão na barriga de Gina.

— Você tem certeza? — Harry perguntou.

— Sim — ela confirmou, passando os dedos pelos cabelos do marido, rezando para que ele não tivesse reagido dessa maneira por causa da criança. — Eu sei há algum tempo, mas queria ter certeza de que o bebé estivesse firme no meu útero. Lily disse que está. E você... Está contente?

— Céus, claro que estou, mas também tenho medo. Você é tão pequena.

— Rony diz que eu sou exatamente como minha mãe e ela teve seis filhos saudáveis sem nenhum problema. Lily diz que eu tampouco terei problema.

— Eu quero a criança, mas quero mais a você.

— Verdade, Harry?

Harry olhou para Gina embevecido, apoiou-se sobre um dos cotovelos e se achegou ainda mais a ela.

— Sim, moça. — Ele a beijou e sussurrou: — Diga no vamente que me ama.

— Amo você.

Harry encostou sua testa na testa dela e fechou os olhos para poder saborear completamente aquele momento de fe licidade extrema.

— Eu tinha esperança de que isso acontecesse um dia se eu tentasse lhe dizer galanteios e fazê-la feliz.

— Você me faz feliz, Harry.

— Não completamente, Gina. — Ele a abraçou. — Pude perceber. Meus irmãos também perceberam. Tentei muito manter distância de você. Fui um covarde, com medo de sentir mais do que paixão. Tentei isso uma vez e não queria sentir aquela dor novamente.

— Eu não sou como Bellatriz — Gina disse, muito séria. Ele sorriu e beijou-lhe a testa.

— Não, você não é, mas perdoe um homem tolo por seus medos. Eu sabia que você não era como ela desde o início. E aí é que estava o problema.

— Mas por quê?

— Porque sou um idiota, — Harry sorriu. — Eu sabia que queria você mais do que quis a ela. Também percebi rapi damente que você poderia me magoar muito mais do que ela — ele acrescentou em voz baixa.

— Eu nunca o magoaria, Harry. Não de propósito. — Gina o abraçou e beijou seu peito.

— Sei disso. Cheguei a essa conclusão semanas atrás. Aí comecei a fazer planos para começar a cortejá-la e a dizer galanteios, para conquistar seu coração.

— Você me teve em suas mãos desde o início.

— Mas eu não tinha certeza. Sou um homem moreno e cheio de cicatrizes.

— Você é um homem muito bonito.

— Bem, poderemos discutir seu ponto de vista mais tarde. — Gina deu uma gargalhada e Harry percebeu o quanto adorava quando ela ria.

— Você é linda, meu amor. Fisicamente e no coração. E eu não entendo como pode me querer. Ainda fico atónito quando a tenho em meus braços. Depois, devagar, passo a acreditar que Deus me concedeu a graça de ter seu amor. Preciso deste amor, pois também amo você. — Ele ergueu o queixo de Gina para que ela o fitasse. — Oh! isto a fez chorar.

Gina o beijou e passou os braços ao redor dele.

— Estou chorando de felicidade, de alegria, de alívio. Quando você percebeu que me amava?

— Quando Malfoy a levou. Eu não classificava de amor o que eu sentia, mas naquele momento percebi que sem você não existiria futuro para mim. Então, Ciaran apareceu e eu temi perdê-la novamente. Quando você foi ajudar no meu resgate, percebi que realmente devia me amar e comecei a criar coragem para confessar meu amor. Eu ia dizer esta noite, depois da festa.

— Eu também pretendia confessar meu amor por você esta noite. E contar-lhe sobre o bebe.

— Por que esperou tanto para me contar? Você tem mes mo certeza?

— Sim, tenho, mas eu queria primeiro me certificar de que você não ia me querer apenas por eu estar carregando um filho seu. — Gina o beijou e sussurrou: — Mas você ainda não disse as palavras que eu quero ouvir.

—Amo você, Gina. — Ele a beijou com paixão. — Você é meu coração, meu futuro. Não sou bom para dizer palavras bonitas...

Gina o fez calar-se com um beijo.

— Não preciso de palavras bonitas. Não preciso de elo gios, poesias, canções ou presentes. Apenas preciso que vo cê diga, de vez em quando, que me ama.

— Isto não será difícil... se você fizer o mesmo. Eu achava que o amor me deixaria fraco, mas ao contrário, seu amor faz com que eu me sinta forte, muito forte.

— Como se uma parte de você finalmente está onde de veria estar, ela disse. No momento em que vi você eu soube que alguma coisa especial ia acontecer. E não demo rou muito para eu perceber que você era o homem da minha vida, o homem por quem eu sempre havia esperado. Depois que você me beijou, no herbário, eu soube que encontrara minha metade e estava determinada a fazer com que você também percebesse. — Gina suspirou fundo. — Eu só não tinha notado que você demoraria tanto tempo para entender.

Harry sorriu diante da provocação, mas estava profunda mente comovido com as palavras de Gina. Ele demoraria a aceitar que aquela mulher bonita o amava e o achava bo nito. Tinha que se acostumar com tantas dádivas.

Com muita delicadeza, Harry começou a fazer amor com ela novamente, beijando-a e dizendo-lhe palavras de amor e de carinho. Gina retribuía suas carícias proclamando seu amor por ele em palavras e gestos.

— Amo você, — Harry repetiu, dessa vez achando bem mais fácil.

— E eu amo você. — De repente, Gina o puxou e sorriu. — Mas amarei ainda mais se você se mexer.

Harry também riu e começou a se mover. Tentou fazer o ato perdurar por mais tempo, mas depois de alguns minutos, os dois atingiram o ápice juntos. Ficaram um nos braços do outro até se acalmarem e a respiração voltar ao normal.

— Eu deveria ter sido mais inteligente para perceber que não poderíamos nos amar com tanta paixão se não houvesse amor e uma emoção profunda. Nunca senti tal paixão antes. — Ele beijou-lhe a boca quando ela começou a falar. — Não, nem por ela. Era pura luxúria e talvez um toque de vaidade e orgulho. Não estive com muitas mulheres, sempre temi ficar igual ao meu pai. Você era uma ameaça, pois despertava a besta que morava dentro de mim, desencadeava uma paixão que eu não podia controlar.

— Eu gosto dessa besta, — Gina afirmou, com malícia.

— Eu também comecei a gostar dela, pois era um modo de eu ter você para mim. Mas era uma parte escura da minha personalidade, uma coisa que devia ficar enjaulada, acor rentada. Mas essa besta não me deu trégua. Toda vez que eu a via ela tomava conta de mim.

— Isso também acontece comigo, de vez em quando.

— Isso me intriga, Gina. — Harry acariciou a barriga ainda plana da esposa. — Tenho medo de ficar um homem descuidado como meu pai. Ele está mudando e cheguei à conclusão de que não era loucura e nem apenas luxúria. Percebi também que minha luxúria só é despertada por você, pelo que eu sinto por você.

— E é melhor mesmo que essa besta só seja despertada por mim, — Gina o avisou, tocando levemente o queixo dele com seu punho.

—Ninguém a não ser você, minha amada Gina-dos-dez-punhais.

— E eu nunca vou querer ninguém, meu guerreiro mo reno.

— Se você continuar a se mexer desse jeito, esse guerreiro moreno soltará a besta novamente.

— Meu plano era esse.

Harry riu e apertou Gina nos seus braços.

— Ame-me, minha doce Gina.

— Sempre.

F I M

N/A: Sei que demorei a postar, mas enfim mais uma adaptação completa. Tenho outras opções no PC, porém não sei se adapto ou crio uma em universo alternativo. Bom só poderei fazer isso em dezembro, kkk, faculdade em reta final de ano e serviço apertou tudo. Beijos e obrigada por acompanharem a história.

- 6 -