OS EVENTOS A SEGUIR OCORREM ENTRE MEIA-NOITE E UMA DA MADRUGADA.
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Com uma nota final, o soprano terminara o último ato em uma curvatura dramática em direção ao público que ele não conseguia ver. O silêncio que se seguiu chegou a ecoar por alguns segundos quando as luzes do palco também se apagaram mergulhando todo o estádio na mais completa escuridão. O estádio Bowman Wright, que a princípio havia sido construído para a Copa Mundial de Quadribol, agora, além de jogos do esporte mais populoso do mundo dos bruxos ele também recebia shows, apresentações e até mesmo óperas como aquela que acabava naquele exato momento: "O Pacto de Dorian".
As potentes luzes dos refletores começaram a acender e a apresentar todos os artistas para a saudação final enquanto o som arrasador de milhões de palmas batendo ecoou pelo estádio. A acústica dali era impressionante. Aos poucos, os bruxos e bruxas presentes se encaminhavam lentamente para as saídas enquanto os artistas se retiravam do palco.
O som ensurdecedor despertou Carl Krane; com os olhos pesados de sono ainda, ele tentou entender onde estava e o que estava acontecendo. Estava desorientado e sentia-se estranhamente confuso. Aos poucos foi entendendo onde estava, pelo jeito havia adormecido em seu posto, embora não entendesse como isso podia ter acontecido. Levantou-se de sua cadeira e, verificando que as portas do corredor a sua esquerda e a sua direita se abriam, e as pessoas dos camarotes iam se retirando, concluiu que a apresentação havia terminado. Virou-se, bateu na porta em que estava montando guarda, e entrou.
O Excelentíssimo Ministro da Magia Kingsley Shacklebolt estava sentado em sua poltrona na mesma posição em que o Carl o havia deixado. Pensando que o Ministro também acabara adormecendo, encaminhou-se até ele para acorda-lo.
–Sr. Ministro, eu acho que podemos ir...
Quando chegou ao seu lado, porém, parou horrorizado. Seus olhos se negando a acreditar naquilo que estava vendo. Sua boca caíra, preso em um grito de terror que jamais saiu.
Kingsley Shacklebolt estava sentado em sua poltrona, a cabeça pendida, os olhos fixos saltando das órbitas. Seu queixo caído pelo último esforço em respirar. O Ministro da Magia, um dos símbolos da última década, estava morto!
Carl Krane, perdeu a noção da realidade por alguns momentos. Então, tentando retomar o fio do pensamento, saiu correndo do camarote de honra, precisava fazer algo.
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O cheiro de terra molhada foi entrando pelas narinas de Pomona Sprout. Abrindo os olhos, a velha senhora teve a estranha impressão de que o mundo estava invertido. Após alguns segundos percebeu que estava de cabeça pra baixo como se estivesse presa pelo tornozelo por correntes invisíveis. Cada músculo do seu corpo doía só de lembrar as terríveis torturas que havia passado nos últimos dias. Como queria que tudo aquilo acabasse. Como queria que tudo aquilo terminasse de uma vez.
A porta do aposento se abriu com um estrondo e uma silhueta negra surgiu na moldura da porta. Tendo a consciência de quem era e sabendo o que a esperava, a professora de Herbologia teve ânsias de gritar, mas seu queixo, como tantas vezes antes, estava petrificado. A única coisa que conseguiu pronunciar foi um som indistinguível!
–HMMMMM!
Quando o bruxo chegou perto o suficiente dela para toca-la, ergueu a varinha e disse:
–Lumus!
A luz ofuscante e repentina a cegou por um momento. Enquanto sua visão se acostumava à claridade pode ouvir a voz de seu seqüestrador.
–Enfim, chegou o momento! Meu objetivo foi alcançado... Obrigado por sua preciosa ajuda, ficará feliz em saber que seu sofrimento chegará ao fim.
O campo visual da professora conseguiu entrar em foco, mas não por muito tempo. A única coisa que conseguira ver foi aquele olhar, e por trás dele, apenas a maldade.
–Avada Kedavra!
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Tiago Potter dormia a sono solto. Os lençóis que o cobriam subiam e desciam lentamente de acordo com sua respiração. À porta do quarto, Harry Potter contemplava o sono de seu primogênito com um misto de orgulho e receio ao mesmo tempo. Amanhã, naquele mesmo horário, o filho já não estaria mais com ele. Embarcaria para Hogwarts no dia seguinte e, embora soubesse o quanto significava para uma criança bruxa aquele momento, Harry não podia deixar de sentir como se estivessem roubando alguma coisa dele.
Tiago era bem parecido com o pai, mas quanto a personalidade herdara apenas o seu lado mais impetuoso e indisciplinado. Não possuía a curiosidade ingênua de Alvo, ou a doçura de Lílian. Um leve sorriso de canto de boca surgiu nos lábios de Harry ao pensar no trabalho que o filho mais velho provavelmente iria dar a Professora Minerva McGonagall, a nova diretora de Hogwarts.
–Sem sono, amor?
Harry virou-se ao ouvir o sussurro às suas costas. Gina estava linda, usava uma camisola branca, quase translúcida. E seus cabelos vermelhos radiantes caíam pelos ombros contrastando com sua pele pálida. Gina havia desabrochado em uma mulher lindíssima, como ele gostava de constatar todas as noites.
–Apenas vim ver se ele estava bem – respondeu Harry, também aos sussurros enquanto Gina abraçava o seu braço.
–Mamãe sempre disse que a partida para Hogwarts era muito injusta. Enquanto doem nos pais, os filhos não estão nem aí... e eu sempre achei que ela estava apenas exagerando...
Harry não respondeu. Não era preciso.
–Ele vai ficar bem – falou Gina, tentando acalma-lo.
–Eu não estou preocupado com ele – respondeu Harry. Gina olhou-o pelo canto dos olhos – É sério! Eu estou mais preocupado com os professores!
Ela riu. Também sabia que o filho não era fácil.
–Você se lembra de quando tínhamos a idade dele? – perguntou Harry.
–Sim – respondeu Gina, com uma certa nostalgia na voz – você já tinha complexo de Super-Homem e eu era uma bobinha apaixonada... mesmo você não dando a menor bola.
–Ah... – Harry gaguejou – Não era assim também... eu... bem, eu era muito novo...
Gina silenciou-o com pondo o dedo em seus lábios.
–Tudo bem... Você não conseguiria dar bola pra mim mesmo, sendo tão retraída... O que importa é que nos momentos que eu mais precisei você estava lá!
Os dois se beijaram apaixonadamente, depois ela pediu.
–Vem, vamos para cama... amanhã o dia vai ser longo...
–Eu já vou – respondeu Harry – eu estava indo na cozinha pegar um copo de leite, te vejo lá, ok?
–Ta bem, mas não demore – respondeu Gina com outro beijo. Depois virou as costas e se encaminhou para o quarto deles.
Harry fechou cuidadosamente a porta do quarto do filho e desceu as escadas do Largo Grimmauld nº12 em direção a cozinha. A casa, que um dia fora do seu padrinho Sirius Black, agora era a sua residência oficial desde que fora completamente restaurada, três anos após o término da Segunda Guerra.
Contornando as cortinas que escondiam os restos em cinzas do quadro da mãe de Sirius (Rony certa feita, estressado com os gritos da mulher, havia incendiado o quadro com um feitiço), Harry chegou a cozinha que estava impecavelmente brilhando. Monstro, apesar de uma idade bastante avançada, ainda fazia o máximo por seu amo "protetor dos elfos".
Harry estava se servindo de leite quando tomou um susto e deixou a jarra cair. A lareira as suas costas havia acendido repentinamente com uma rajada de chamas verde esmeraldas, ao mesmo tempo que um grito ecoava pelo cômodo.
–Haaaarry!
Ele se virou instantaneamente, a mão tateando inutilmente em busca da varinha que havia deixado no quarto. Pairando nas chamas estava o rosto de seu melhor amigo Rony. Algo em seu rosto deixava bem claro que algo não estava bem. Estava muito pálido e seus olhos arregalados pareciam focar Harry com alguma dificuldade, como se estivessem desorientados.
–Rony... o quê... o que houve?
–Cara... Precisamos de você aqui... Aconteceu algo... é urgente.
–Rony... acalme-se... o que está acontecendo? Onde você está?
O ruivo tentou respirar fundo.
–Estou no Estádio de Quadribol Bowman Wright... Carl e Monique estão aqui também... o resto do pessoal está vindo...
–Estádio Bowman W... mas porquê? O que está acontecendo?
–Kingsley Shacklebolt foi assassinado.
A notícia foi recebida como um soco. Harry ficou sem ar durante alguns segundos, como se o chão estivesse rodando... Rony continuou:
–Monique mandou chamar todo o Esquadrão. Precisamos de você aqui...
Harry tentou respirou fundo tentando se controlar.
–Eu estou indo para aí, imediatamente!
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Gina já estava na cama quando escutou os passos de Harry se aproximando pelo corredor.
–Já pensei que não vinha mais... – ronronou a ruiva, rolando na cama. Parou, porém, quando olhou para ele. – O que houve?
Harry irrompera pelo quarto, pálido como mármore. Abrira a porta do guarda-roupa e começara a selecionar algumas roupas.
–Kingsley foi assassinado!
Gina horrorizou-se. Sentou-se na cama com um pulo
–O quê? Não!...
–Rony acabou de entrar em contato comigo. Monique La Roche quer todo o esquadrão lá imediatamente.
Gina ainda estava perturbada com a informação. Parecia que as palavras demoravam a fazer sentido em sua mente.
–Lá... lá aonde?
–No Estádio da Copa Mundial... eu não sei... eu também não entendi direito... ele estava muito transtornado – Ele acabara de se vestir e pegara sua varinha. – Me desculpe, eu tenho que ir.
Gina estava sentada na cama. Ainda em choque com a notícia, por fim falou:
–Eu também vou!
–Não! – Harry já esperava por esse comportamento. Era bem típico "Gina Weasley." – As crianças não podem ficar sozinhas...
Ela abrira a boca para contestar, mas calara-se. Sabia que ele tinha razão.
–Assim que eu puder eu prometo que volto com notícias – falou Harry. Virando-se, saiu do quarto as pressas.
Gina ficou ali, sentada na cama, ainda tentando acreditar nas informações que acabara de receber.
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A aldeia de Tinworth era uma antiga localidade britânica. Era um vilarejo peculiar pois, entre os seus moradores, vivendo clandestinamente, várias famílias bruxas se infiltravam entre os trouxas. Nesse lugar um tanto afastado, em uma casa situada numa das ruas mais pacatas e silenciosas, uma mulher dormia tranquilamente.
Hermione Granger Weasley ressonava, coberta apenas por um lençol. O luar entrando pela janela aberta iluminava as curvas que seu corpo deixava nele. Ela dormia sem problema algum, mas um leve movimento de seu corpo a fez despertar...
Ao estender o braço e tatear a procura de um corpo que não estava ali, Hermione acordou. Acostumada já como estava de dormir acompanhada, não conseguia mais dormir sem que Rony estivesse lá. E o menor sinal de que o amado não estivesse presente já era o suficiente para faze-la acordar.
Ainda tonta de sono, Hermione olhou em volta pelo espaçoso quarto, procurando-o com o olhar. Ao constatar que ele não estava no aposento, chamou-o:
–Rony?
Ninguém respondera. Ela se sentou na beirada da cama e tateou com os pés a procura de sua pantufa. Quando as encontrou e calçou-as se levantou para procura-lo pela casa. Mas ele não estava nem no banheiro, nem no quarto das crianças: Hugo e Rose. Também não estava na sala. Ao voltar para seu quarto, já preocupada com o que o ruivo poderia estar aprontando, seu olhar recaiu sobre um bilhete deixado encima da escrivaninha e que ela havia ignorado por completo:
"Querida, me desculpe... Mas fui chamado pelo QGA, para uma emergência. Espero já estar de volta quando ler isso, caso não esteja saiba que estou bem. Beijos, Rony".
O coração de Hermione se apertou. Desde que Rony passara a integrar as missões em campo do Quartel General dos Aurores, ela tentara se controlar e não se preocupar toda a vez que ele saía para uma emergência. No entanto, ele nunca havia sido chamado no meio da noite... O fato de não a ter acordado a incomodava também. Sabia que provavelmente, foi para não a deixar preocupada. Mas Rony nunca fora tão cavalheiresco... O que será que estava acontecendo?
Foi então que o cérebro super-acelerado de Hermione entrou em ação. Se Rony havia sido chamado, Harry também teria sido. Talvez Gina soubesse de alguma coisa... Ela olhou para o relógio e hesitou. Já passava da meia-noite. Será que a amiga ainda estaria acordada?
–Não custa tentar – falou Hermione, pegando um robe e saindo do quarto.
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Harry acabara de aparatar na trilha entre a floresta que levava até ao estádio. Algumas luzes colocadas entre galhos de árvores aqui e ali iluminavam o caminho através da escuridão. Não precisou caminhar muito até distinguir na distância o vulto colossal do Estádio se erguendo diante dele. Uma verdadeira obra faraônica, não só em altura como também em extensão. Mais impressionante ainda, era que, graças aos feitiços de proteção muito acima dos níveis normais de bruxaria, os trouxas nunca haviam descoberto sua existência.
Andando mais um pouco, Harry divisou ao longe uma figura solitária vindo em sua direção para recebe-lo. Rony Weasley caminhava rápido e parecia que havia levado uma bordoada na sua cabeça.
–Harry... – foi apenas o que o ruivo conseguiu falar quando eles ficaram a passos de distância.
–Rony, o que houve? – perguntou Harry. Agora que estavam mais próximos ele pode perceber o quanto que o amigo estava transtornado. Seus cabelos ruivos estavam embaraçados como se tivesse sido tirado da cama no meio da noite e, poderia ser apenas reflexo das luzes nas árvores, mas suas bochechas possuíam um leve aspecto esverdeado de náusea. A última vez que ele o vira daquele jeito fora quando o amigo vomitara lesmas no segundo ano.
–Kingsley havia decidido vir assistir a ópera – começou Rony tentando resumir. – Krane havia sido destacado para fazer a sua proteção esta noite. E por isso ficara de guarda do lado de fora da porta do camarote... mas, bem... ele adormecera
Harry estacou.
–Como assim... adormecera?
–Ainda estamos apurando isso. Monique o estava interrogando quando saí.
Harry respirou fundo. Eles continuaram.
Monique La Roche, também conhecida como "A Francesa" era chefe do Quartel-General dos Aurores e líder do Esquadrão Alpha, a elite do QGA. Precisa e observadora, a mulher sabia fazer seu trabalho como ninguém, além de ser imbatível no duelo com varinhas. Viera da França para Inglaterra na época da Segunda Guerra para engajar nas fileiras contra Voldemort. Seu desempenho fora tão marcante, que o Ministério pedira para ficar e fazer parte do QGA. Ela aceitara e há 2 anos já estava no comando da maior força bruxa de combate treinada da Grã-Bretanha. Ela própria fora uma das treinadoras de Harry e Rony na especialização para aurores.
–Bem – continuou Harry – o que aconteceu depois?
–Krane, acordou ao final do espetáculo e, como o Ministro não saía do camarote, ele resolveu entrar e...
Rony pelo visto não podia continuar. Harry compreendeu.
–Tem certeza que foi... assassinato?
O amigo balançou a cabeça.
–Harry... você conhece Kingsley, ele tinha uma saúde de ferro... tinha tudo para alcançar Dumbledore, ou minha tia-avó Muriel que está quase com 200 anos... tudo indica que foi assassinado... a Maldição Imperdoável.
Eles enfim, chegaram ao paredão que contornava todo o estádio. Olhando para cima, Harry mal conseguia divisar onde terminava a construção e começava o céu estrelado.
Contrariando as expectativas, Rony dobrara a direita e não à esquerda como Harry esperava.
–Não vamos entrar pela entrada principal?
–Bloqueada. Ninguém entra e ninguém sai por ali. Ordens de Monique. De qualquer forma não teria como passar, a multidão que estava assistindo o espetáculo está se afunilando ali. Há uma enorme possibilidade de que o assassino esteja entre eles.
Harry não podia deixar de admitir que havia uma lógica no raciocínio. Embora seu instinto dissesse que, se alguém cometesse um assassinato, primeiramente trataria de fugir para bem longe dali.
Eles entraram por uma pequenina porta, quase escondida pelas sombras da noite e foram parar numa espécie de elevador antigo, parecido com aqueles que os trouxas usam em construções. Uma pesada corda estava amarrada no centro dele e se erguia ereta até o teto, longe demais para se ver.
–Subindo... – disse Rony, dando um toque com a varinha na corda. Com um tranco, eles começaram a subir.
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O Esquadrão Alpha era composto da elite do QGA, era preciso de 5 anos de treinamento e passar por uma bateria de testes de grande pressão para se tornar um auror de elite. Atualmente, o Esquadrão Alpha era composto por 8 aurores e quase todos eles estavam reunidos numa salinha improvisada, dentro das instalações do Estádio. A saleta havia sido usada como vestiário na época da Copa Mundial e camarim para artistas nos anos que se seguiram. Agora, era uma versão em miniatura de uma sala de reuniões.
Monique La Roche era alta, ruiva de cabelos encaracolados e olhos amendoados. O magnetismo de sua personalidade era tão forte que era impossível não nota-la quando estava presente. Sentava na cabeceira de uma mesa e estava analisando vários mapas do Estádio Bowman Wright junto com outro auror, Terêncio Boot, quando Harry e Rony entraram na sala. Os dois ergueram os olhos para os recém chegados e Monique observou, satisfeita:
–Muito bem, agora o time está completo.
Harry correu os olhos pela salinha, assim que ela falou isso. Além dele, de Rony, de Monique e de Terêncio, os outros quatro membros do Esquadrão Alpha também estavam presentes: Carl Krane estava perto de um espelho, seu rosto conseguia estar mais abalado do que o de Rony. Ter deixado aquilo acontecer com a sua hora da guarda certamente deveria ser a maior desonra que já poderia lhe acontecer. Agora contava sua história para Ernesto McMillan e Justino Finch-Fletchley que o ouviam antentamente. No canto mais afastado da sala estava o último integrante do Esquadrão Alpha. O espinho no pé de Harry e a pulga atrás da orelha de Gina Weasley: Cho Chang.
A oriental havia sido a última admitida no Esquadrão Alpha. No início, Harry achava um pouco desconfortável a presença da ex-namorada, mas por fim se acostumou. Quem não se acostumara era Gina que quase explodia literalmente a casa quando se lembrava dela. A oriental por sua vez, nunca dera motivos para esses ataques de ciúmes e sempre respeitara o estado civil do colega de trabalho, embora Harry sempre tivesse a impressão de que ela gostaria de falar algo.
–Harry, Ronald, sentem-se! – falou Monique, indicando cadeiras ao lado dela. – Imagino que Ronald já o tenha colocado a par de tudo, Harry.
Os dois se sentaram.
–Sim... – Harry respondeu – ele contou sobre o... acontecido.
Monique assentiu, e Harry pode ver pela primeira vez, um quê de emoção passar pelo rosto da auror.
–É uma enorme perda para o mundo bruxo sem dúvida. O próprio tempo vai nos encarregar de mostrar a falta que ele irá fazer... Infelizmente o tempo para prestarmos o luto devido não é este. Temos trabalho a fazer!
Um soco na mesa foi ouvido, Carl Krane parecia insano no seu sentimento de culpa.
–É tudo por minha causa! Se eu não tivesse adormecido!
–Acalme-se, Krane! Não é hora de você se sentir culpado... você mesmo me afirmou que não sabe como pôde adormecer do nada. – Afirmou Monique, um tanto ríspida demais – Acredito que seu sono foi produto de um feitiço, provavelmente do próprio assassino. Temos que acha-lo.
–E como vamos fazer isso? – perguntou Terencio Boot, e Harry percebeu que ele estava dando prosseguimento a uma discussão que havia sido interrompida com a chegada deles. – Há milhares de pessoas lá fora, não podemos simplesmente pegar a varinha de um por um e fazer Priori Incantatem!
–Estamos reunidos aqui justamente para bolar um plano de ação, Boot! Uma daquelas milhares de pessoas lá fora é um assassino!
–Ou não – falou uma voz no fundo da sala, todos se viraram. Cho Chang estava mais branca do que deveria, por causa do pensamento que acabara de passar por sua cabeça – vocês estão esquecendo de um fato importantíssimo.
–Qual? – perguntou Ernesto McMillan.
–O Camarote de Honra do Ministro da Magia, assim como a própria sala dele no Ministério, é revestido com um feitiço de retenção poderosíssimo que interfere no poder mágico de outros bruxos. – explicou Cho Chang.
–E onde você quer chegar, Cho? – perguntou Terencio.
–Apenas Aurores além do próprio Ministro da Magia conseguem produzir feitiços dentro daquela sala.
Um silêncio mórbido passou por eles, enquanto eles compreendiam a gravidade do caso. Cho Chang olhou para todos eles, um por um e o que ela falou, pesou no ar como uma sentença.
–Apenas um Auror poderia ter matado o Ministro Shacklebolt. Temos um traidor entre nós.
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