Welcome Home.
N/A: Eu não possuo Alice no pais das maravilhas, sem fins licrativos. ^^
REVIEW!
Ouça a musica "Welcome home, son" do Radical Face enquanto lê.
As folhas das árvores balançavam com o vento que por ali passava. A garoa era fina, mas gelada e a mesa de chá tinha apenas três integrantes, como sempre. Todos pareciam tristes, menos a lebre de março, que ria de algo que muitos não achariam engraçado. O ambiente tinha ficado estranho depois que Alice se foi. Sim estava tudo bem e o reino tinha voltado às mãos da rainha branca que é o que todos queriam, mas faltava algo. Em uma das pontas da mesa, o Chapeleiro olhava fixamente para frente, para o lugar por onde ela, Alice, passou um dia e algum dia passaria de novo. A saudade era imensa. Mallymkum parecia preocupada com ele e isso era visível apenas por seu olhar. Mas era apenas porque as vezes, pouquíssimas vezes, ele murmurava o nome "Alice" e depois dizia coisas como "Eu não deveria ter deixado- a ir". O ruivo não comia muita coisa e não falava mais.
- Ela vai voltar – disse Mally fazendo-o olhá-la. Ele sorriu em sua direção, fracamente, ao qual ela retornou amavelmente, ou pelo menos tentou.
- Talvez não – murmurou uma voz e Chessur apareceu sentado na outra ponta da mesa.
- Achava que gatos tivessem medo de chuva – falou Mally irritada. O gato sorriu.
- Não de uma garoinha dessa – ele comentou.
A lebre de março olhou para o Chapeleiro e o viu de cabeça baixa.
- Ela volta – disse sem sorrir e parecendo até lúcida. – Ela prometeu.
- Isso mesmo. – sustentou Mallymkum e retornou seu olhar ao chapeleiro. Viu que ele estava dormindo profundamente. Suspirou e se voltou para a xícara a sua frente.
- Açucar? – a lebre perguntou e a pequena dormidonga, com algum esforço, colocou a xícara no alcance da outra. E então, passos. Os três se viraram para ver uma mulher, de aproximadamente vinte e dois anos. Tinha o tamanho apropriado e os cabelos loiros cacheados brilhando em suas costas, apesar de uma chuva fraca estar caindo. Ela se aproximava lentamente e quando chegou viu que sorriam e colocou o dedo sobre os lábios indicando silencio. Alice subiu na mesa e andou com algum esforço para não pisar em nada e fazer barulho. Chegou à ponta e se ajoelhou na frente do chapeleiro adormecido. Sua cabeça foi levantada pelas duas mãos da loira, uma de cada lado do rosto, o que o acordou. Ele arregalou um pouco os olhos azuis e tristes que se tornaram verde faiscante.
- É você mesmo? – ela assentiu e ele sorriu verdadeiramente. Era a primeira vez em três anos – E está do tamanho apropriado de novo, o que é realmente um bom tamanho e... – mas ela o beijou antes que pudesse terminar de falar. A chuva aumentou significantemente.
- Bem vinda ao lar, Alice – disse o gato, sorrindo, antes de desaparecer para um lugar mais seco.