Hello hello! Surpresinha para quem estava com saudade de nossa CEO e nosso pediatra. Um extra de leve para vocês.

E quem está com saudade das minhas história, estou postando no Wattpad agora. Só procurar por "Jeu Guanabara" por lá e acompanhar meu perfil.

Beijos


Uma das coisas que mais me deixava feliz na vida era saber que Bree confiava em mim. Ela tinha uma relação maravilhosa com os pais e o irmão, fazendo questão de envolvê-los em tudo que acontecia em sua vida, mas quando ela queria algum conselho ou precisava desabafar era a mim que recorria. Não como mãe biológica, mas como a mulher do seu irmão, uma amiga que não iria julgá-la e daria a opinião de uma adulto.

Já sabia reconhecer quando ela queria falar sobre algum assunto sério e não sabia exatamente como abordá-lo. Geralmente ela ficava rondando meu escritório em casa quando passava o final de semana com a gente, passando algumas vezes pela porta aberta e olhando rapidamente pra mim, desviando quando eu a encarava. Ela não sabia disfarçar ou eu a conhecia muito bem, sabendo que era a hora de intervir.

- Vou ficar tonta com você passando pra lá e pra cá dessa forma. - falei fechando a tampa do meu laptop e a encarando. - Pode entrar, Bree.

- Não estou te atrapalhando, não é? - ela perguntou correndo para sentar no pequeno sofá que tinha no local.

- Estava, mas eu sei que você só sossegará quando conversar sobre o que está te perturbando.

- Sou tão transparente assim?

- Te conheço há tempo suficiente para saber isso. Qual o problema dessa vez?

- Você é a única pessoa que eu sei que posso conversar sobre isso e não ser julgada ou recriminada.

- Obrigada pela confiança.

- E eu só vou fazer isso depois que conversar com alguém e entender tudo que acontecerá ou que pode dar errado, porque eu quero estar preparada.

- Bree, para de dar voltas e vai direto ao assunto.

- Ok… - ela respirou fundo e me encarou ainda sentada na cadeira de escritório. - Quando você teve certeza de que era a hora de… transar?

O grande dia tinha chegado. Pensei que fosse demorar muito tempo ainda e que Bree jamais fosse tocar no assunto, mas não tinha mais como evitar: ela iria fazer sexo. Bree já tinha quase dezoito anos e namorava o mesmo garoto há mais de dois anos. Era um namoro inofensivo de adolescente, eles nunca saíam sozinhos e passavam mais tempo na sala da casa dos Cullen vendo TV do que na casa do Ben, onde a supervisão não iria ser tão grande. Mas eu lembrei o que era ter dezessete anos e cheia de hormônios, no meu caso hormônios da gravidez causada pela irresponsabilidade tanto minha quanto do Jacob naquela idade. Eu não tive a maturidade de Bree e procurei me informar antes de começar a vida sexual, o que me deixava menos preocupada por surgir esse interesse nela.

- Por que você quer saber isso? - retruquei enquanto levantava para sentar ao seu lado. - Porque você acha quer fazer sexo ou porque o Ben quer que você faça?

- Ben nem toca nesse assunto, por isso que eu estou perguntando. Nós já namoramos há um bom tempo e ele nunca tentou nada, nem mesmo segunda base. Mas cada vez mais eu sinto vontade de fazer outras coisas com ele e isso me deixa confusa, como se estivesse fazendo algo errado.

- Bree, deixa eu te contar uma coisa: já tive sua idade e sei como qualquer coisinha vira uma tempestade na nossa cabeça, principalmente quando o assunto é sexo. Ben pode não tocar no assunto, mas tenho certeza que ele pensa e muito sobre isso.

- E por que ele nunca falou sobre isso comigo, que sou a namorada dele?

- Porque ele deve está tão confuso quanto você sobre isso. Garotos dessa idade ficam tão nervosos quantos as garotas antes de perder a virgindade.

- Eu não estou nervosa, propriamente dizendo. Só acho estranho eu, que sou menina, pensar tanto no assunto e querer tanto fazer sexo quando ele, que é menino, parece não ter esse interesse todo.

- Esse sentimento de culpa por pensar demais em sexo vem da sociedade machista que nós vivemos, em que mulheres não podem ter desejo sexual, quanto mais expressá-los. A questão aqui não é a hora certa de iniciar sua vida sexual, mas saber se você está realmente preparada e quer isso.

- Eu quero, Bella. Eu gosto do Ben e quero fazer isso com ele.

- É extremamente importante que você não faça nada porque se sente pressionada pelo Ben ou por suas amigas que já estão fazendo sexo.

- Minhas amigas não falam sobre isso. O interesse veio de mim.

- Ótimo. Agora eu preciso ser a adulta entre nós duas e falar sobre as consequências disso.

- Não precisa falar sobre camisinha…

- Precisa sim. Você nasceu porque eu fui irresponsável e achei que isso jamais fosse acontecer comigo. Na hora é tudo muito bom e você esquece todas as informações dadas na aula de educação sexual, além de cair no papo do seu namorado que é tão desinformado quanto você. Pois saiba que quando ele diz que vai gozar fora você pode sim engravidar.

- Bella… - ela resmungou com uma expressão de nojo, afinal, estava escutando sobre seus "pais" fazendo sexo.

- Você não quis conversar comigo sobre o assunto? Então vou ser sincera e falar realmente o que acontece quando você começa a fazer sexo. Porque a partir do momento que você perde sua virgindade as coisas mudam, Bree.

- O que exatamente muda? - ela perguntou demonstrando como estava perdida sobre o assunto.

- Muita coisa. Sua relação com o Ben mudará porque agora vocês terão esse novo tipo de intimidade e vão aprender muitas coisas juntos. Você precisará tomar cuidados novos com sua saúde, como iniciar um método contraceptivo e usar camisinha toda vez que for transar para não pegar alguma doença sexualmente transmissível. Sexo não é uma brincadeira que você pode se arriscar e se algo der errado é só consertar. Quando dá "errado" você termina grávida ou doente.

- Eu imaginei que você fosse me fazer desistir disso…

- Não quero que você desista. Estou falando a verdade para que você esteja preparada porque, se algo der errado, você não poderá dizer que foi por falta de informação.

- Entendi.

Ela respirou fundo e levou alguns minutos processando as informações novas, me dando tempo para também me acostumar com a novidade. Em minha frente não estava mais aquela garotinha que conheci há mais de cinco anos, que adorava desenhos da Disney e não podia comer açúcar. Agora ela era quase uma mulher, com um piercing de argola no nariz e o cabelo ligeiramente mais claro nas pontas. Bree era tão parecida comigo naquela idade que não era raro algumas pessoas se referirem a ela como minha filha quando nos via juntas e Bree explicava que o irmão a amava tanto que fez questão de casar com alguém parecida com ela, chocando quem escutava sua piada particular que só eu entendia. Seu senso de humor era de Jacob, não podia negar. Eu assisti aquela menina crescer tanto que agora estávamos conversando sobre sexo, vendo que não tinha mais volta e eu precisava aceitar que ela era quase adulta.

- E dói tanto assim quanto as pessoas falam? - ela quis saber após algum tempo em silêncio.

- Dói, mas não é insuportável. Se você sentir que está doendo demais e não quiser continuar, é só mandar o Ben parar.

- Ok. Posso te pedir uma coisa?

- Claro.

- Quando acontecer e eu precisar ir a um médico para verificar se está tudo bem com meu corpo, você pode me levar? Eu poderia pedir a Tanya para me examinar, mas é constrangedor demais porque ela me conhece desde pequena e eu jamais pediria para mamãe me levar. Só confio em você para esse tipo de coisa, Bella.

- Mas é claro que eu te levo no médico, Bree. - falei a abraçando forte e beijando seu rosto. - Só me falar quando que eu te acompanho.

- Obrigada, Bella. Você é a melhor cunhada que eu poderia ter.

Bree foi a melhor coisa que aconteceu em minha vida, mesmo eu negando isso por anos. Só depois de conhecê-la de verdade e ver como ela tinha sido criada de forma maravilhosa por seus pais eu pude finalmente entender que as escolhas que fiz na vida foram difíceis, mas essenciais. Agora que ela fazia parte totalmente de minha vida, principalmente desde que comecei a namorar Edward e entrei de vez naquela família, e eu não me arrependia de nada. Ela teve a vida que mereceu e eu podia participar de sua criação sem a pressão de ter que ser a responsável legal de alguém nesse mundo. Ser sua cunhada já era um papel maravilhoso pra mim.

O assunto "sexo" não foi mais tocada nas semanas seguintes e eu fingi que aquela conversa nunca aconteceu, não sendo louca de comentar com Edward sobre aquilo. Ele era tão ciumento com a irmã mais nova, mais até que Carlisle e Jacob juntos, que eram seus pais e deveriam implicar daquela forma com o namorado de Bree. Edward fazia esse papel e não dava um minuto de sossego para a pobre menina. Ser adolescente já não era fácil e para Bree era pior quando ela tinha praticamente cinco pais. Não é atoa que ela era tão responsável e certinha, porque não dava para dar um passo fora da linha que ia ter sempre alguém a cobrando para continuar sendo aquela garota com futuro brilhante.

Desconfiei que alguma coisa tinha acontecido quando Bree chegou ao meu escritório muito calada. Quando ela ia passar o final de semana com Edward e eu, sempre saía da escola e ia direto para agência para me esperar sair do trabalho. Ela se ocupava com o dever de casa ou falando com alguma amiga no telefone, passando horas tagarelando sobre várias besteiras. Mas naquela tarde ela ficou quieta encarando a janela atrás de mim, algo que não combinava com sua personalidade.

- Aconteceu alguma coisa? - perguntei tentando não pressioná-la demais.

- O quê? - ela retrucou saindo do estupor e me encarando.

- Eu perguntei se aconteceu alguma coisa porque você está muito quieta.

- Não aconteceu nada… - ela encarou as unhas pintadas de azul e mexeu no polegar.

Claro que tinha acontecido algo, porque eu a conhecia muito bem para saber que era só dar um tempo que logo era me procuraria para conversar. Com Bree era preciso ter paciência e deixá-la tocar no assunto. Se a pressionasse demais ela se fechava e isso era um problema quando se tratava de uma adolescente. Era preciso ficar com os olhos bem abertos durante aquela fase da vida que ela estava passando, sempre um passo a frente para estar preparado quando Bree precisasse de ajuda.

Até durante o caminho para casa ela continuou calada e manteve a atenção na rua enquanto dirigia. Desisti completamente de voltar a dirigir quando Bree tirou a carteira de motorista, já que quando não estava com Edward para me levar aos lugares ela fazia o papel de motorista particular e eu podia continuar trabalhando no celular sentada na segurança do banco de passageiro. Com ela eu ficava um pouco mais de olho no trânsito porque Bree ainda não era uma grande motorista e às vezes se distraía com algo. Não dessa vez. Ela foi super prudente e dirigiu devagar, o que nos fez demorar muito mais até ela estacionar na garagem do meu prédio.

Edward mandou uma mensagem avisando que estava levando pizza quando eu ainda estava a caminho, mas demoramos tanto para chegar que ele já estava nos esperando na cozinha.

- Estava muito engarrafado? - perguntou me dando um beijo e olhando confuso para a irmã, que passou direto para o quarto. - O que ela tem?

- Não sei. Está assim desde que chegou da escola e não quis conversar sobre o assunto.

- Será que ela está doente?

- Não vamos pressioná-la demais. Uma hora Bree vai contar o que está acontecendo ou vai mudar de humor e voltar ao normal. Vou chamá-la para comer.

A porta do seu quarto estava fechada e eu bati antes de abri-la, encontrando Bree deitada na cama abraçada a um travesseiro.

- O jantar está pronto. - falei colocando apenas a cabeça para dentro. - E pronto eu quero dizer; seu irmão trouxe pizza.

- Ok. - ela murmurou soltando o travesseiro e levantando.

Antes que ela saísse do quarto, eu segurei sua mão e a fiz parar me encarando. Seu olhar era tão triste que eu estava ficando preocupada de verdade.

- Você sabe que pode conversar sobre tudo comigo, não é?

- Eu sei, Bella. - ela forçou um sorriso que não me convenceu muito. - Eu só estou cansada.

A caixa com a pizza já estava na mesa de centro da sala e a TV ligada no canal de esportes. Bree se serviu com uma fatia de pepperoni e sentou no sofá, nem mesmo reivindicando o direito pelo controle e o canal que assistiríamos. Isso foi a gota d'água para Edward.

- Sério Bree; o que está acontecendo? - ele perguntou a encarando mastigar a pizza lentamente.

- Nada.

- Nada? Você está toda estranha e não reclamou que eu não trouxe sua pizza de abacaxi, nem que estou assistindo o canal de esportes.

- Eu… Eu não quero falar sobre isso. - ela disse encarando a TV para evitar o assunto.

- Então alguma coisa aconteceu.

- Edward, para. - eu pedi antes que ele apertasse demais a mente de Bree e estragasse tudo.

- Não, Bella. Bree não pode simplesmente se fechar dessa forma quando alguma coisa séria aconteceu e eu quero saber o que foi.

- Você não precisa saber tudo que está acontecendo em minha vida. - Bree retrucou começando a ficar nervosa.

- Preciso sim quando te deixa dessa forma. O que aconteceu, Bree? Foi algum problema na escola?

- Não tem nada a ver com a escola.

- Foi com nossos pais então?

- Não!

- Foi, sei lá… Com o Ben?

Quando Edward mencionou o nome de seu namorado, Bree ficou calada novamente e eu notei que seu lábio inferior tremia. Ben era o motivo para aquela mudança de humor repentina, o que também significava outra coisa. Algo tinha acontecido e eu desconfiava o que era, me preparando para mandar Edward parar de encher o saco da irmã antes que ela cedesse a pressão e falasse demais.

- O que Ben fez? - Edward insistiu e não aceitou o silêncio que ela continuou. - Bree, eu juro por Deus que se aquele moleque fez alguma coisa contra sua vontade…

- O Ben não fez nada contra minha vontade, tá bom? - ela esbravejou ficando em pé. - Eu quis fazer. Eu queria muito, por isso deu tudo errado.

- Eu não estou entendendo nada. O que deu errado?

- Eu transei com o Ben! - Bree gritou e rapidamente se arrependeu, tapando a boca com a mão.

- Você o quê? - Edward disse no mesmo tom e eu afundei no sofá já esperando a briga que estava por vir.

- Esquece isso, Edward. - ela pediu tentando sair da sala, mas ele a segurou.

- Não vou esquecer. Você fica toda estranha da noite pro dia, depois diz que fez sexo e quer que eu esqueça?

- Eu não quero falar sobre isso.

- Mas você vai falar!

- Edward, deixa Bree em paz. - me meti naquela briga vendo que sua agressividade não ia resolver nada.

- Mas…

- Mas nada. Bree, vai para o quarto que depois nós conversamos.

Ela correu para o quarto assim que se livrou do irmão e Edward caiu sentado no sofá enfurecido. Acho que de toda a família, ele era o que mais iria sofrer quando soubesse que Bree tinha perdido a virgindade e pelos motivos mais ridículos do mundo. Ele não tinha só medo dela engravidar na adolescência como aconteceu comigo, mas de perder a irmãzinha para sempre. Como se o fato de Bree começar a fazer sexo fosse afastá-la da família, segundo a lógica do meu marido neurótico. Era algo que mais cedo ou mais tarde ela iria fazer e ninguém podia impedi-la, apenas orientar Bree para ser responsável.

- Eu não acredito nisso... – Edward murmurou balançando a perna direita com nervosismo.

- Sua irmã não é nenhuma criança para você ficar chocado dessa forma porque ela fez sexo.

- É sim! Bree só tem 17 anos, é nova demais para até mesmo pensar nisso.

- Eu vou ignorar o que você está falando porque inacreditável é você pensar dessa forma.

- Você acha que é normal ela já está fazendo sexo?

- Na idade dela eu já tinha a colocado pra fora do meu útero, Edward. Não estou dizendo que isso significa que ela vai engravidar e ter um filho antes de entrar na faculdade, mas que é sim normal adolescente fazer isso. Até parece que você não passou por isso.

- Passei quando já tinha idade para arcar com as consequências.

- Quer dizer que você só perdeu a virgindade tarde porque estava sendo responsável, não porque era tímido demais para falar sobre isso com uma garota?

- Tá, eu era um tapado nessa idade e me assusta que Bree não seja assim, que já esteja fazendo sexo com aquele moleque.

- Saiba que sua irmã só transou com o namorado porque ela quis muito, não porque ele insistiu.

- Você já sabia? - ele perguntou tão ofendido que parecia que eu estava dizendo que fiz sexo com outro homem.

- Com quem você acha que ela conversou sobre isso?

- Você, claro. - ele aceitou a derrota e respirou fundo.

- Porque Bree sabe que eu não vou fazer esse escândalo todo e vou tratá-la como adulta, como ela quer ser tratada. Agir dessa maneira que você fez hoje só a afasta mais.

- O que você queria que eu fizesse? Comemorasse?

- Não, mas procurasse saber o que aconteceu mesmo para ela está dessa forma depois de perder a virgindade. Alguma coisa não foi como ela imaginou e Bree precisa de alguém pra desabafar, não para julgar. Vá conversar com sua irmã.

- Eu não sei se sou capaz de fazer isso sem perder a paciência.

- Eu te acompanho, mas você que vai falar e vai se controlar quando eu disser que está extrapolando.

- Ok.

Edward foi na frente e bateu na porta do quarto de Bree, entrando assim que ela deu permissão. Fiquei parada na porta e ele se aproximou da cama para sentar no espaço disponível enquanto ela ainda ficava de costas pro irmão.

- Posso conversar com você? - ele perguntou.

- Conversar ou brigar?

- Conversar. - Edward respondeu e antes de sentar na cama ela me olhou em busca de confirmação.

- Ele vai se comportar. - eu garanti.

Sentando na cama, ela continuou abraçada ao travesseiro e encarava o irmão com uma expressão rígida. Era a mesma expressão que eu tinha quando estava emburrada e Edward notou a semelhança, se vendo em um verdadeiro inferno quando as mulheres de sua vida o olhavam como se fosse arrancar sua cabeça se ele dissesse a coisa errada.

- Eu quero saber o que aconteceu, Bree. Perdi a cabeça daquela forma porque fiquei preocupado por te ver assim e não nos contar.

- Se eu contasse você iria reagir da mesma forma.

- Desculpe. Eu não quero brigar com você e quero te ajudar com esse problema. O que aconteceu pra você achar que ter feito… isso com o Ben foi errado?

- Eu… bem…

- Pode contar sem medo ou vergonha, Bree. - falei me aproximando e sentando do outro lado do seu corpo.

- O Ben não queria transar comigo, mas eu insisti tanto que ele fez mesmo dizendo que ainda não estava preparado. E foi horrível.

- Nem toda a primeira vez é maravilhosa. - tentei melhorar sua situação e lancei um olhar pra Edward me ajudar.

- É… - ele limpou a garganta sem jeito. - A minha foi bem... sem graça.

- Como sexo pode ser horrível para um homem? - Bree perguntou confusa. - Vocês não adoram fazer isso?

- Pode ser horrível porque… Sei lá... Porque pode acabar rápido demais e… Só é legal quando você faz com alguém que você realmente gosta.

- Eu gosto do Ben e achava que ele gostava de mim.

- Por que você acha que não gosta mais de você?

- Porque ele terminou comigo no dia seguinte. Disse que não gostou de minha atitude e por eu ter tanto interesse em sexo quando ele não tinha. Segundo ele, garotas de respeito não devem agir da maneira que eu agi querendo tanto transar.

- Não acredito que esse moleque disse isso de você. - Edward disse entre os dentes, começando a perder o controle como eu temi. - Quem ele acha que é pra te julgar assim?

- Bree, sabe que isso foi até bom? - interrompi o ataque de fúria dele antes que ficasse pior. - Porque você percebeu que Ben era um babaca machista que não aceitava uma mulher bem resolvida como você. Ele que se ferrou nessa história porque você agora vai poder conhecer alguém realmente legal e que vai achar muito bom que você gosta de sexo sem medo de assumir isso.

- Eu não sei se gosto de sexo. - ela murmurrou envergonhada. - Transar com Ben foi muito sem graça, diferente do que eu imaginei. Acho que eu gostava mais de pensar em sexo do que realmente fazer.

- Você teve uma primeira vez ruim, simples assim. Mas não deixe que isso te impeça de querer conhecer outros garotos e tentar outra vez. A pior parte de perder a virgindade já passou.

- Nem doeu tanto assim…

- Isso é demais pra mim. - Edward anunciou ficando de pé. - Eu estou triste que seu namorado tenha feito isso com você e por você ter perdido a virgindade de uma forma que não gostou, mas escutar detalhes é informação demais.

- Não vamos entrar mais em detalhes. - falei pegando a mão de Bree e fazendo carinho. - Só queremos saber se você vai ficar bem agora.

- Vou. Acho que vou.

- O importante é isso. Terminar um relacionamento nunca é legal, mas eu quero que você saiba que expressar seus desejos não é errado. Errado é julgar uma mulher da forma que Ben fez com você. A opinião dele só mostra que ele é inseguro e se sente intimidado por você ser tão decidida. Nunca deixe de ser assim por causa de um homem, Bree.

- Obrigada, Bella. - ela me abraçou forte e encarou o irmão em pé em frente à cama. - Você também, Edward.

- Só mais uma coisa: vocês usaram camisinha? - perguntei para encerrar o assunto de vez e ela confirmou com a cabeça. - Graças a Deus você não puxou a mim nesse aspecto.

Bree pediu para ficar sozinha depois da conversa e nós respeitamos sua vontade. Guardei alguns pedaços de pizza na geladeira para caso ela sentisse fome durante a madrugada, encerrando a noite de sexta. Eu estava cansada depois de uma semana intensa no trabalho e Edward teria que trabalhar cedo no dia seguinte, nos fazendo ir para cama logo em seguida. Havia sido um dia cheio e uma noite ainda mais complicada com uma adolescente lidando com tanta coisa então, quando deitei ao lado de Edward na cama não pude evitar o suspiro de cansaço que dei.

- Me sinto tão mal que Bree esteja passando por isso. - falei enquanto ele procurava um canal para deixar na TV.

- Eu também. Minha vontade é de colocar aquele moleque no lugar dele.

- Mas você sabe que Bree precisa passar por isso, que faz parte do amadurecimento nessa idade não é?

- Sei. Infelizmente...

- Eu nem acredito que ela já tem idade para ter o coração partido.

- Isso te faz se sentir estranha? - ele perguntou colocando o braço ao meu redor para me aconchegar.

- Um pouco. Mesmo depois de tantos anos convivendo com Bree e a vendo crescer, ainda não me acostumei com o fato de, na verdade, eu estou vendo minha filha crescer. Às vezes eu esqueço e acho que ela é apenas sua irmã mais nova, mas aí ela faz algo parecido comigo e eu lembro qual é minha função em sua vida.

- Ter começado a vida sexual cedo é algo que te fez lembrar isso?

- De certa forma, sim. Não me arrependo de ter transado cedo de maneira irresponsável porque isso trouxe muitas coisas boas para minha vida alguns anos depois. Só não quero que ela passe por isso. Bree tem um futuro brilhante que uma gravidez fora de hora irá atrapalhar então, espero que ela continue sendo responsável e não me faça ser avó antes da hora.

- Se você virar avó cedo demais, isso significa que eu serei tio/avô dessa criança... - ele murmurou com a confusão que nossa família era. - Deus do céu, não é a toa que sua mãe faz confusão até hoje como nossa família funciona.

- Mas eu gosto dessa loucura toda. - disse o beijando e sentindo as borboletas em meus estomago como se ainda estivesse no começo e ninguém fazia ideia sobre nós dois.