Don't Stop Believing It

Capítulo 01 –

O ar irrespirável

- 10 de setembro de 2007 –

Apologize – One Republic

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O sol brilhava do lado de fora da janela, não ia desperdiçar o dia ficando em casa, trancado dentro de seu quarto.

Percy andou até o guarda-roupa, vestiu um moletom fino, com capuz, agarrou a sua bola de basquete.

Olhou para a televisão ligada, era da manhã, ele não estava ligando para o noticiário, tinha acordado cedo mesmo após uma viagem cansativa e estava querendo aproveitar o dia, treinar um pouco e saborear a vitória da noite anterior, seu time havia mandado muito bem.

Colocou a bola embaixo do braço, colocou os fones de ouvido, ligou o seu Ipod e partiu para as ruas de Nova York, havia esquecido a televisão ligada...

- Estamos aqui diretamente de Londres, exatamente no aeroporto de onde partiu o voo5318 com destino a NovaYorkdizia repórter segurando o microfone em frente à câmera, as pessoas transitavam no fundo sempre apressadas para chegarem em seus destinos – No entanto, esse é o único voo que não foi localizado no banco de dados deste aeroporto, nem mesmo tivemos notícias se pousou em algum outro aeroporto, tudo nos leva a crer que está apenas sumido do mapa mas não podemos afirmar nada ainda.

Era óbvio que o avião tinha sumido do mapa por um motivo. Ele havia caído – seja lá onde for, ele não estava nos ares nem mesmo de Londres, nem mesmo de Nova York ou em qualquer outro lugar do mundo.

- Existem possibilidades remotas de que o avião tenha pousado em algum outro aeroporto por emergência, mas também não podemos descartar as possíveis probabilidades do avião ter feito um pouso de emergência na água ou em alguma ilha deserta – dizia a repórter.

É possível ver o celular de Percy vibrando insistente em cima da cômoda. Na tela piscando, podemos ver o nome de "Hermione Granger" – ao parar de piscar, podia notar que havia 04 chamadas perdidas seguidas.

Sua colega de sala, de alguma forma, parecia preocupada...

- 10 de setembro de 2007 –

O barulho de pessoas andando pelo piso do aeroporto com seus sapatinhos de trabalho não era nenhum incômodo para Sra. Chase, ela estava apreensiva em uma sala exclusiva de embarque – desde que vira o noticiário não conseguia tirar as suas dúvidas da cabeça "a sua filha estava viva?".

Tinha que estar, não conseguia respirar se acontecesse alguma coisa com Annabeth.

Apenas explicando em miúdos: Annabeth Chase, filha de Atena Chase, estava viajando em Londres por um período de intercâmbio, havia ficado muito famosa trabalhando em teatros, saindo em capas de revistas, só que no entanto havia enjoado dessa vida, queria voltar para os braços de seus amigos e família em Nova York. Só que para o seu azar, Annabeth estava naquele voo, no mesmo em que era comentado por todos os noticiários do mundo - o voo em que havia desaparecido completamente do mapa!

Hermione vinha correndo da fila de embarque com os seus cabelos encaracolados pulando, fora barrada por um segurança antes de entrar na sala exclusiva dos familiares das vítimas do voo 5318.

- Eu sou amiga da família – justificou – Annabeth Chase, uma das vítimas, é a minha melhor amiga, é como se fôssemos irmãs.

- Então pode entrar! – disse um dos seguranças liberando a sua passagem mas barrando a passagem de alguns repórteres que a qualquer custo queriam falar com os familiares.

Hermione passou correndo pela segurança, foi avistada por Atena que estava com a mão na boca, cobrindo os soluços de tanto chorar.

- Hermione, você veio!

- Desculpa a demora, Sra. Chase, eu vim o mais rápido que pude, tive problemas na alfândega! – ela soltou do abraço – Escuta, tudo vai ficar bem, eu sei que Annabeth deve estar bem, se Deus quiser vamos falar com ela o mais rápido possível e ela não vai ter entrado naquele voo. Vamos torcer!

- Ela entrou – disse Atena aos prantos – Ela fez o check-in!

Hermione sentiu uma pedra cair no estômago, se ela estivesse mesmo nesse avião, só tinham que acreditar que tudo estivesse bem, que o objeto grande e pesado teria pousado na água e todos sobrevividos – o que era uma hipótese muito remota.

- Sr. Chase – ela avistou Frederick quieto em um canto, abraçando o seu filho Nico nos braços. Os dois estavam mudos. Ela o abraçou em solidariedade – Espero que tudo termine bem – sussurrou mas até mesmo ela duvidava de que haveria alguma esperança.

O clima era muito pesado naquela sala improvisada, os familiares estavam em prantos – havia muita gente ali, todos chorando, inconformados com o ocorrido, outros até mesmo fora de si falando palavrões de baixo-calão. Tinham alguns esperançosos (eram a maioria, na verdade) e por isso ficavam quietos. Enquanto não confirmassem a queda do avião, a esperança seria a última que ia deixá-los...

Hermione se sentou ao lado de Frederick, pai de Annabeth, pegou o celular e tentou várias outras vezes falar com Percy, no entanto ele não atendia.

Percy e Annabeth costumavam namorar no colegial, só que mesmo se amando, os dois eram tontos demais para se perdoarem e voltarem a ficar juntos (longa história que será detalhada mais para frente).

Hermione, no entanto, não desistiu, ficou ali tentando falar com ele durante um bom tempo. Após, sentou-se ao lado de Atena para trocarem algumas conversas, não ia abandonar nunca a família de sua melhor amiga.

Se Annabeth estivesse mesmo morta, Hermione ia passar o resto de sua vida ao lado dos pais dela tentando consolá-los, porque eles eram praticamente uma família, praticamente a suafamília.

- fim da música Apologize –

- 10 de setembro de 2007 –

- Que ideia ridícula é essa? – perguntou Thalia abrindo o e-mail em seu celular enquanto caminhava no parque, em seguida, leu – Asvagasparalíderesdetorcidamasculinoestãoabertas?– ela arregalou os olhos – O QUE?

Rony caminhava ao seu lado, riu.

- Diferente dos anos anteriores, esse é o nosso sênioryeare resolvemos fazer algumas modificações, vocês mulheres serão jogadoras de vôlei, enquanto nós homens seremos líderes de torcida.

- É a história mais gay e confusa que já ouvi na vida. Nenhum colégio faz isso! – reclamou indignada – Sem contar que sofro de péssimas coordenações motoras e não é culpa minha, é genético, peço desculpas pelo futuro desastre que vou causar!

Rony ria ao seu lado, os dois andavam sem direção pelo Central Park, era de manhã, o sol ainda estava fraquinho.

- O basquete não vai acabar, creio que o nosso timinho não vai deixar isso acontecer, Percy e Luke estão revigorados desde que venceram o time de Londres – comentou Rony – Aliás, eu também estou, foi muito bom! – e viajou-se por alguns segundos se lembrando do ocorrido.

Thalia parou de caminhar, olhava para Rony, que ficou sem entender.

- O que houve?

- Os boatos... Estão dizendo que Percy e Hermione estão juntos, quero dizer, de alguma forma isso não o afetou, né? Você gosta de Hermione há séculos!

Rony gargalhou falsamente.

- É passado, o que tivemos foi muito bom, mas não estou disposto a sofrer tudo novamente – ele colocou as mãos no bolso – Se ela realmente estiver namorando Percy, não quero imaginar quais serão as consequências. Annabeth voltará de Londres dentro de alguns dias...

- As coisas vão ficar bem quentes por aqui e é a primeira vez que eu não sou a periguete da vez – Thalia riu com o próprio comentário, deu um soquinho no ombro de Rony, eles voltaram a caminhar rindo – Não sou a mesma pessoa que eu era antigamente, não sou a vilã dessa história!

Rony a olhou de lado, os dois explodiram em gargalhada, abraçaram-se como velhos amigos.

- Venha, vamos tomar um café da manhã reforçado, não quero me preocupar no que estão dizendo... – e os dois atravessaram a rua indo para uma padaria na esquina muito famosa em Nova York.

- 10 de setembro de 2007 –

Someday – Nickelback

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Entre as risadas e conversas das pessoas que caminhavam no parque, era possível escutar um balanço de correntes toda vez que a bola adentrava o aro da cesta de basquete, havia um garoto com moletom fino, atirando a bola. Percy estava treinando sozinho, quando Grover aproximou, tímido, com as duas mãos dentro do bolso.

- Ei, Percy, tudo bem com você?

Percy pegou a bola que quicava, segurou-a nos braços e encarou Grover, ele parecia meio esquisito, não costumava se fazer de tímido na frente de seu melhor amigo.

- Tudo bem, Grover, aconteceu alguma coisa? – perguntou franzindo o cenho.

- Meio que aconteceu – Grover virou os olhos de um lado para o outro, antes que Percy perguntasse o que era, Grover emendou a fala – Eu soube das novidades!

Pelo o que havia dito, parecia óbvio, mas não tinha entendido.

- Quais novidades? – perguntou Percy sem entender.

- Soube que os seus pais foram para o interior, e como Hermione deixou a casa dos Chases, vocês estão combinando de morar juntos.

Percy sacou tudo muito rápido – Grover estava com certo receio da aproximação repentina entre os dois. Ele era apaixonado por Hermione desde o primeiro momento em que a vira.

- Grover, não é nada disso, cara... – ele se aproximou sacudindo a cabeça.

Grover deu uma risadinha irônica.

- São duas pessoas morando juntos, nós somos amigos, e você sabe que eu sou apaixonado por Annabeth, não sabe? Nós somos só amigos! – repetiu tentando convencer Grover.

Ele abriu uma risadinha de confiança, Percy deixou escapar um suspiro aliviado.

- Eu nunca trairia o meu melhor amigo – Percy deu um soquinho em seu ombro, Grover arrancou a bola dos braços dele e marcou cesta.

Os dois começaram a correr na quadra pulando atrás da bola. Tudo parecia bem.

- 10 de setembro de 2007 –

O quarto de Annabeth estava intacto, a luz apagada, a cama bem arrumada, o computador no lugar, estava tudo muito quieto e silencioso – era como se o espírito de Annabeth estivesse naquele lugar.

Ela parou na porta sem força nas pernas, olhava para o local com um olhar perdido, não podia acreditar que a sua filha tinha partido, o seu coração se enchia de lágrimas de sangue.

Em passos de tartaruga, ela se aproximou do guarda-roupa em formato de espelho, correu a porta de lado e viu as roupas de Annabeth, todas lá penduradas no cabide, as suas preferidas, coloridas.

Atena pegou uma delas e cheirou – o perfume de Annabeth permanecia nas roupas. As lágrimas não suportaram ficarem guardadas, começou a chorar ali mesmo enquanto segurava uma blusa da filha, era a sua única filha – e agora estava morta, o corpo provavelmente boiando em alguma das ondas na imensidão do Oceano Atlântico...

Perdeu toda a força nas pernas, caiu sentada entre o vão do guarda-roupa e a cama, deixou as costas escorregarem na parede, chorando sem controle.

- Sra. Chase... – Hermione se aproximou, entrou no quarto e ficou preocupada em ver a Atena naquele estado, sentou-se ao lado dela, puxou-a para um abraço dela. Era como se fosse a sua primeira mãe, uma vez que a sua mãe verdadeira era a pior vilã de todas, maltratava-a até o possível. Era exatamente por esse motivo que Hermione tinha se mudado para Nova York – era reconfortante ter encontrado uma família como os Chases.

Ao se lembrar da morte de Annabeth, parou para refletir o quão as suas vidas estavam bagunçadas dali para frente.

- Se tem uma coisa que Annabeth me ensinou, foi acreditar, foi ter esperança – murmurou Hermione encarando o teto – Nós precisamos ter força, Atena, ela não ia gostar de ver a nossa derrota, não podemos perder as esperanças...

Atena chorou em seu ombro, molhando-a.

Embora estivesse consolando Atena, Hermione não tinha forças para tal, começou a chorar também, tentou abafar o barulho do choro colocando a mão na boca mas foi impossível, as duas se agarraram em abraços, chorando, juntas como se fossem mãe e filha de verdade.

- fim da música –

- 10 de setembro de 2007 –

How to save a life – The Fray

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- O seu ponto foi decisivo no jogo de Londres – comentou Tyson trazendo dois copos de café na mesa, um para ele e outro para Luke.

- Obrigado – murmurou Luke, não sabia se pelo elogio ou pelo café – Foi realmente muito bom ter o apoio de todo mundo, poder olhar para a plateia e saber que eles estavam lá, todos me apoiando!

Tyson sorriu – estava mesmo, mais do que ninguém.

Os dois trocaram um sorriso mas foram interrompidos pelo noticiário informando que um avião havia caído no Oceano Atlântico pela madrugada e que vinha de Londres.

- Caracas, ainda bem que não foi o nosso – comentou Tyson.

- Deve ter sido um dos próximos do nosso, poderíamos ser nós – comentou Luke olhando preocupado para o noticiário.

Tyson olhou para Luke, meio assustado com a possibilidade, poderia ter mesmo acontecido.

- É triste quando isso acontece, não é mesmo? Quantas famílias não se perdem no meio disso tudo? Quantas pessoas inocentes não acabam morrem nesse desastre aéreo, não é mesmo?

- Pois é – Luke olhou no fundo de seus olhos – Podia ter sido algum de nós, não é mesmo?

Tyson assentiu, calado.

- Ei, quer dar uma volta?

- É, para onde?

- Ver o por do sol em algum lugar – disse Luke com um sorriso gracioso de lado.

Tyson deu os ombros e os dois deixaram a cafeteria para trás, o sol estava fraquinho naquele final de tarde, o dia estava indo embora.

- 10 de setembro de 2007 –

Atena estava no sofá chorando, Frederick abraçou-a, beijou-a no topo da cabeça, confortando-a em seus braços.

- Ela deve estar em algum lugar...

- Eu espero que sim – disse ela deitada no peito dele, já não tinha forças mais para chorar.

- 10 de setembro de 2007 –

Percy estava colocando as chuteiras atrás do guarda-roupa quando Hermione entrou em seu quarto segurando um crucifixo nas mãos, tinha passado o dia na igreja rezando, os olhos ainda estavam marcados de tanto que havia chorado.

- Hermione, mas que... – ia terminar com "surpresa" mas o seu sorriso se desfez ao ver a expressão de sua amiga, ela parecia muito preocupada.

- Eu preciso te contar uma coisa, Percy.

- O que aconteceu? – ele se aproximou de Hermione muito preocupado.

- Annabeth deixou Londres logo depois do nosso voo, ela estava vindo para Nova York com a gente.

- Mas isso é ótimo! – murmurou Percy abrindo um sorriso de lado, o seu coração até apertou no peito de saudade, ele ainda era apaixonado por ela – e sempre seria.

Hermione não mudou a sua expressão, foi nesse momento em que Percy voltou a se preocupar.

- O que houve...? Aconteceu alguma coisa? – as suas mãos começaram a suar, o seu coração foi parando ligeiramente.

- Houve um incidente... – Hermione engoliu em seco antes que voltasse a chorar novamente, era péssima para dar notícias ruins – E... Ao que consta, o avião que Annabeth caiu em alto-mar.

- Você quer dizer que...? – Percy começou a gaguejar incrédulo, os seus olhos ficaram vidrados e os seus lábios trêmulos, não sabia se ia agüentar ficar em pé por muito tempo.

- Ela ainda não foi identificada. Não sabemos se ela sobreviveu mas as chances são ínfimas...

Percy correu até Hermione, abraçou-a com os olhos cheios de lágrimas.

- Sem Annabeth, o meu mundo não faz mais sentido... Nada mais importa nessa vida, Hermione, nada mais – comentou ainda abraçado com ela, Hermione abraçou com força em forma de consolo.

- Eu sei, é difícil perder alguém que a gente gosta muito, mas no fundo nós precisamos ter força, Percy, precisamos acreditar que tudo vai terminar bem!

- Não vou conseguir sobreviver, Hermione, essa dor é muito maior do que eu mesmo – resmungou Percy se afastando e dando socos no peito. Em seguida, ele correu na direção da escrivaninha e varreu tudo com as mãos, livros, papéis, canetas, notebook. Tudo foi para o chão em um piscar de olhos, havia descontado toda a sua raiva, angústia contra a vida.

Hermione correu até, segurando-o pelo braço.

- É difícil, é doloroso mas não podemos parar de viver! – ela o segurava, sabia que ia se arrepender no dia seguinte de ter quebrado tudo.

- VOCÊ FALA ISSO PORQUE NÃO AMAVA A MENINA QUE EU AMO, EU A PERDI PARA SEMPRE, ENTENDEU? SE ANNABETH MORREU, EU TAMBÉM QUERO MORRER COM ELA! – berrava grosseiro e saiu correndo do quarto, deixando Hermione para trás.

- Percy, não vá fazer uma besteira... – murmurou Hermione com a voz morrendo, ela não tinha forças para correr atrás dele, o seu dia tinha sido desgastante, então deixou que ele partisse sozinho, precisava absorver toda aquela intensidade.

Quando ele viu que estava sozinha no quarto, sem ninguém ao redor, ainda encarava a porta, sozinha, completamente vazia.

- Se você olhar ao seu redor, não está sozinho, Percy... – mas sabia que estava falando aquilo mais para si mesma.

- fim da música –

- 10 de setembro de 2007 –

Thalia Grace estava conversando com alguns amigos em seu notebook, quando começaram a contar a ela sobre o acontecimento com Annabeth, ela ficou em estado de choque.

Correu até a cômoda pegou o celular e discou para Rony.

- O que houve? – perguntou do outro lado.

Thalia passou a mão nos cabelos, preocupadas.

- Annabeth... Estão noticiando a sua morte através da internet!

Ela começou a chorar ali mesmo.

- 10 de setembro de 2007 –

Someone Like You – Adele

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- Estaremos fora do time esse ano – comentou o Luke, capitão do time de basquete para Tyson, os dois estavam assistindo ao pôr do sol do Empire State Building – Nós demos duro, mas agora o time será formado pelas meninas – informou-o.

- Isso quer dizer que...?

- Os garotos serão líderes de torcida, dá para acreditar nisso? – perguntou Luke olhando para Tyson, este riu – Dá para acreditar que seremos obrigados a se vestir como veados? – Luke voltou a olhar para o sol – Eu preferia morrer a ser uma bicha!

O sorriso de Tyson se desfez imediatamente, ele encarou o sol na mesma direção que Luke, sem saber o que dizer.

- É a história mais ridícula que eu já vi... Que nojo!

O sol estava se pondo.

- 10 de setembro de 2007 –

Percy estava com a testa na cadeira da frente, segurava um crucifixo nas mãos, chorando.

- Você não pode morrer, Annabeth. Você tem que voltar para mim... – ele chorava enquanto rezava – Por favor, que nada de ruim tenha acontecido a você. Não suportaria te perder novamente...

- 10 de setembro de 2007 –

O telefone tocou, Atena ainda estava abraçada com o marido no sofá, correu ansiosa e o atendeu, tentando controlar o choro.

- Boa noite, poderia falar com a Sra. Chase?

- Sou eu mesma, é do aeroporto? Descobriram alguma coisa?

- Senhora, ainda não saiu no noticiário por questões confidenciais, porém descobrimos alguns sobreviventes em uma ilha próxima, o resgate está a caminho.

Atena sorriu, esperançosa, colocando a mão no peito.

- Não me diga que...

- A sua filha pode estar entre os sobreviventes, gostaríamos que a senhora comparecesse ao aeroporto para confirmações.

Atena desligou o telefone, o coração explodia de esperança no peito. Era a sua última chance...

- 10 de setembro de 2007 –

- Uma passagem para Nova York, por favor! – pediu uma mulher no balcão, o seu cabelo estava penteado para trás, usava um colar de pérolas, os brincos eram caríssimos, parecia uma perua malvada.

- A senhora não está com medo depois de todos esses acontecimentos? – perguntou uma passageira na fila de trás – Quero dizer, caiu um avião.

- Vazio ruim não quebra – respondeu grosseira.

- O seu nome, por favor? – perguntou a comissária de bordo.

- Helena Granger, estou indo buscar a minha filha! – anunciou no balcão e colocou os óculos escuros na cara dando um ar ainda mais sombrio, parecia uma bruxa.

- 10 de setembro de 2007 –

Percy abriu a porta da sala, a luz do abajur estava acesa, viu Hermione dormindo no sofá com as mesmas roupas do corpo, estava destruída depois de um dia tão puxado como aquele.

- Percy...? – murmurou ela abrindo os olhos – Estive aqui preocupada – ela se sentou, com o rosto todo amarrotado como quem só tinha dormido durante 15 minutos a noite toda.

- Eu... Eu não sei o que fazer sem ela, Hermione, essa é a verdade. Eu a amo!

- Eu também, Percy, eu também – repetiu, os dois se encararam em silêncio. Ela deu duas palmadinhas no sofá pedindo para ele se sentar ao seu lado, Percy se aproximou e o fez.

Ela o abraçou de lado, ambos completamente perdidos, eles entrelaçaram as mãos.

- Hermione... – ele virou na direção dela rapidamente.

Não soube como aconteceu, eles se beijaram, foi rápido, foi como um clique, como uma luz que se apaga e se acende.

Ela sacudiu a cabeça, afastando-se dos pensamentos.

- Hermione... – ele virou na direção dela rapidamente.

- O que foi? – perguntou ela olhando-o bem próximo de seus olhos.

- Não me abandona essa noite?

Ela deu um sorriso forçado.

- Essa noite e nenhuma outra, Percy – e apertou a sua mão, deitando a cabeça no peito dele – Muita coisa ainda está por vir nessa vida, Percy, e nós temos que vivê-la, nem que seja juntos até o último segundo!

- 10 de setembro de 2007 –

Frederick estava abraçado com Atena, os dois estavam de volta na sala de espera do aeroporto, olhando para o lado de fora, aguardando ansiosos para a chegada do voo que estava trazendo os sobreviventes à tragédia. Os familiares ao redor pareciam bem apreensivos também.

O avião pousou na pista, saindo fumaça das rodinhas, ele aterrissou no aeroporto, o coração de Atena estava explodindo em desespero para que aquela porta fosse aberta o mais rápido possível. Annabeth estaria viva?

Continua...

NotadoAutor: Primeiramente gostaria de agradecer a todos que comentaram e deixaram reviews, a história está se tornando um sucesso graças a vocês, obviamente.

Bom, para quem me conhece, sabe que o drama só está começando, nós temos muito o que contar nessa terceira temporada, é o ano do vestibular, é o ano dos personagens escolherem as suas carreiras, faculdades, é o SENIOR YEAR!

Teremos muita história, teremos uma pitada de alegria, uma pitada de tristeza, teremos de tudo um pouco, tá? Teremos o casamento tão esperado do ano que é de Atena e do Frederick e teremos um capítulo especial baseado no filme "Se Beber Não Case", teremos a Lady Gaga como uma das protagonistas deste capítulo, muitas descobertas...

E essa coisa do Percy e da Hermione, ein? Aonde isso vai terminar? E o que a Helena Granger vai fazer ao chegar em Nova York? Enforcar a filha? Não duvidaria disso, bebês.

Por enquanto, esse é só o primeiro capítulo e eu espero de coração que tenham gostado. Vou tentar postar o segundo em breve, ok?

Para quem ainda não sabe, estou viajando para Wilmington (Carolina do Norte) e Nova York daqui 20 dias, sim, sempre quis conhecer tais lugares, pois é, estou com as passagens compradas, hostel, hotel, tudo pago, só faltando embarcar mesmo... Vou poder conhecer "todo o cenário" que eu escrevo, mas que eu na verdade nuncavivi. Pois é, vou poder escrever das próximas vezes com mais detalhes, e isso vai ser ótimo para história!

Com certeza vou andar pelo Central Park e ver o Percy e a Annabeth correndo de um lado para o outro (coisa doida de autor, HAHAHAHA), bom, é isso.

DEIXEM REVIEWS para eu entender o que vocês estão sentindo sobre o primeiro capítulo!

Perguntaram se teriam uma quarta temporada...

Resposta: eu tenho ideia para uma quarta temporada, basta saber se vocês querem uma quarta temporada... Eu sempre quis escrever o casamento do Percy e da Annabeth, mas convenhamos que não posso casá-los agora no terceiro colegial, né? Então, prometo casamento se houver uma quarta (ou quinta) temporada, ok? Beijos!