Ele não consegue descer para o café da manhã no dia seguinte.

Ele não é capaz de assumir sua culpa tão cedo, então se demora no dormitório até o horário da aula, e quando chega às masmorras ele a vê, o rosto dela apoiado nas mãos e parece que ela estava chorando, mesmo que ele não escute o choro.

Ele recua silenciosamente pelo corredor e corre para longe, um covarde.

Ganha tempo indo até o banheiro e lavando o rosto, mas quando ele volta a aula já começou e é somente ao lado dela que ele encontra um lugar para se sentar.

Ele mal consegue espiá-la e seu coração parece querer pular para fora do peito, e ele não consegue direcionar mais do que duas palavras a ela, há um nó em sua garganta.

Acidentalmente ele bate contra a mão dela enquanto adiciona os ingredientes à sua poção e os olhos deles se encontram por meio milissegundo, e é a pior metade de milissegundo da sua vida, porque os olhos dela estão cheios de lágrimas e seu cabelo está encrespado, e ele não consegue evitar a culpa corroendo seu peito.

Quando o sinal toca, anunciando o final do período, ele se levanta tão rápido que ela não consegue dizer "desculpa", ele apenas joga um breve "tchau" para ela pelas costas.

Seus amigos o encaram por todo o almoço e ele apenas os ignora.

Ela está sentada no ponto mais distante possível dele e ele está grato por isto.

Ele deixa o Salão Principal com Emmeline Vance.

Ele é um idiota.

Um idiota estúpido, egoísta e hipócrita.

Não existem palavras que expressem melhor o que ele é.

Há algo doendo em seu peito e quando ele observa o rosto de Emmeline precipitar-se para beijá-lo, ele fecha os olhos com força, porque tudo o que consegue ver e sentir é ela, a visão de seu rosto abatido fixo em sua retina.

- James, você pode me ajudar um pouquinho aqui? – A voz de Emmeline parece distante, seu cabelo é de um loiro fraco e seus olhos de um azul pálido, e tudo o que ele consegue ver é vermelho e verde.

Ele pisca, perdido, para ela e limpa a garganta.

- Desculpe, e-eu preciso ir. – Ele se levanta e pega suas roupas, quase tropeçando em seus tênis.

Ele para quando alcança a porta e olha para a garota, confusa, levando a mão ao cabelo.

- Desculpe. – Ele murmura de novo e torce para conseguir dizer isso a ela. E se conseguir, que ela pelo menos o escute.

Ele olha para ela novamente.

Ele não lhe direcionou uma palavra desde a aula de Poções, duas semanas atrás, e ele pode dizer o quão enervada ela está porque ele a está encarando.

Ela muda de lugar, batendo o pé no chão, rola os olhos e reclama com Alice, e isso o diverte.

Ele a encontra de novo alguns dias depois na biblioteca, em um sábado, e se senta de frente para ela, do outro lado do cômodo. Ele a fita novamente e pode sentir que ela fica apreensiva, e ele fica feliz por ver que ainda a deixa nervosa.

Ele escreve a palavra "desculpe" em um aviãozinho de papel e envia para ela, ocupando-se com um pergaminho qualquer quando ela olha em sua direção, suspeita.

Assim que ela abre o papel, ele resolve sumir.

Ele está dormindo quando ela o encontra.

Ele fica surpreso ao vê-la e seu coração mal bate em seu peito, porque ela está ali e seus olhos são tão vivos e verdes que ele não consegue desviar o olhar do rosto dela.

- Me desculpe. – Ele sussurra, encostando seus dedos levemente nos dela. Ela olha para as suas mãos e lentamente as enlaça, e ele torce para que ela não as afaste.

- Eu não… Eu não sei porque… – Ele murmura, puxando-a para si e passando a mão pelos cabelos dela, encostando seus narizes de leve, sem saber ao certo o que diz. – Eu fui um idiota, eu não sei por que eu fiz isso com você, eu não... – Ele está ofegante e seus lábios se contraem contra os dela e ele está falando em sua boca, sem fazer sentido para si mesmo, e ele pode senti-la estremecer e beijá-lo de volta, sentando em seu colo e deixando seus braços envolve-lo. – Eu não consigo acreditar que eu fui tão imbecil... – Ele o impede de continuar a falar, de novo, e ele se convence de que ela não quer ouvir suas explicações.

As mãos dela seguram o rosto dele e as dele percorrem o cabelo dela e ela respira com dificuldade contra a pele dele, e a pela dela é tão macia e tenra que ele não consegue parar de tocá-la.

Seus dedos descem as costas dela, massageando seu clitóris e pressionando-o contra a sua ereção, e seus lábios provam do seu pescoço, mordendo-o e sentindo seu sabor delicado.

- Eu senti a sua falta. – Ele cochicha na orelha dela antes de mordiscá-la e ela fica arrepiada, soltando um gemido profundo, suas mãos agarrando a camiseta dele, pressionando-o contra si, e ele tem a impressão de que ela ainda está muito longe dele.

Essa impressão passa assim que ele a despe de suas roupas íntimas e seus corpos ficam subitamente tão próximos, quentes e entregues, e ele solta um suspiro alto.

- Eu senti a sua falta, – Ele cochicha novamente, agora contra os lábios dela, o movimento lento e tortuoso dos lábios dela contra os dele, arfando em seu ouvido – muito...

Ele a abraça apertado contra o seu peito, beija-a profunda e languidamente, e ela é a garota por quem ele se apaixonou mais uma vez, o coração dela batendo contra o seu, e ele acha que será sempre ela.


NA: Aqui está, finalmente, a continuação de "Her". Espero que vocês gostem. Pessoalmente, eu não gosto, porque é "Him" mais uma vez, mas acho que é isso que dá escrever a mesma história em um POV diferente. Eu gostei que foi a perspectiva de um garoto, no entanto. Acho que é uma boa mudança. De qualquer forma, espero seus comentários! Muito amor.

NT: Eu adorei, mesmo que ela não tenha gostado tanto assim hahaha Espero que tenham gostado da tradução, pessoas, fiz um esforço daqueles para tentar deixá-la digna como a original, espero ter conseguido =) Deixem reviews para que eu as traduza e envie para a autora, sim? Beijos.