Lily engoliu mais uma colher de sorvete, o gosto de morango invadindo sua boca, ela sorriu e logo depois desviou seu olhar para a porta aberta do salão principal, tendo uma bela visão dos jardins. A neve caia delicadamente sobre a grama e os arbustos e Lily sabia que daqui a poucos dias ela e suas amigas estariam brincando de guerra de neve.

Sentiu um perfume familiar, uma mistura de flores, como rosas e lírios, Lily adorava esse perfume. Virou seu rosto para ver uma bela garota de cabelos negros se sentar ao seu lado, ela tinha grandes olhos azuis com cílios que batiam na mesma forma que ela intensificava seu sorriso.

-Sorvete de morango?

Marlene perguntou sentando ao seu lado, Lily assentiu ainda prestando atenção a neve lá fora. Escutou sua melhor amiga cantarolar e virou seus olhos para ela, para logo depois fitar o frasco que a garota tinha em mãos.

Lily não pode disser direito, parecia um frasco de perfume, tinha um brilho perolado e ela sabia que já vira aquele brilho em outra hora de sua vida, sentiu vontade de se aproximar, mas continuou a tomar seu sorvete tranquilamente.

-O que é isso, Lene?

Marlene colocara o frasco de lado e pegava algumas torradas para colocar em seu prato, mas logo respondeu ao olhar de Lily.

-Uma poção do amor.

E Lily teve que se segurar para não cuspir seu sorvete na cara de sua melhor amiga.

-Marlene, você está louca?

-Não me chame assim, sabe que não gosto que me chamem de Marlene, parece minha mãe brigando comigo quando eu...

Mais Lily a interrompeu mais uma vez, por que simplesmente não passava pela sua cabeça que Marlene fosse capaz de fazer uma poção do amor, não por ela ser péssima em poções, mas pelo fato de Marlene não precisar de poção do amor nenhuma para fazer qualquer garoto se apaixonar por ela.

-Você vai usar isso em alguém? Não pensei que você fosse capaz disso Marlene.

-Já disse para não me chamar de Marlene e não, eu não vou dar isso para ninguém.

Mas Lily não ficou mais aliviada, ela segurou Marlene pelo rosto fazendo a mesma morder o ar ao invés da maça que tinha na mão.

-Como você conseguiu isso? É ilegal Lene, se Filch souber...

-Eu não vou levar uma detenção, por que não fui eu que fiz isso.

Então ela soltou o rosto de Marlene e suspirou um tanto aliviada.

-Não?

-Claro que não, eu peguei de algumas garotas no banheiro feminino, elas queriam dar isso a um dos marotos.

Os olhos de Lily se arregalaram e ela sorriu um tanto maliciosa.

-Seria perfeito se dessem isso ao Potter.

-Ouvi meu nome?

As duas garotas se viraram para ver James Potter, um dos marotos, se sentar a mesa da Grifinoria. Lily ficou momentaneamente vermelha, não de vergonha, mas sim irritada pela intromissão dele.

-Você tem a imaginação muito fértil, Potter.

Ela mentiu com vontade de se levantar da mesa e deixá-lo falando sozinho.

-Não seja tão rude Lily – pediu Marlene.

James sorriu ao ver Lily revirar os olhos, então fitou Marlene e logo depois o frasco na mão dela.

-Nunca achei que você precisasse de uma poção do amor Lene.

A garota deixou seus ombros caírem, já cansada de explicar.

-Eu não vou dar isso a ninguém.

-Para quê fez então? - Ele perguntou confuso. Ela estava pronta para responder, mas alguém sentou a mesa olhando-os com um tom animado.

-Para quê fez o que?

Marlene se inclinou na mesa, fitando o garoto a sua frente.

-Eu salvei sua pele Sirius.

Ela disse indicando a poção ao lado dela, Sirius a olhou confuso e segundos depois notou que não era uma poção comum, eles haviam aprendido a fazê-la há um mês atrás.

-Me explique essa historia direito, senhorita Mckinnon.

Ela suspirou, então começou a contar a historia.

-Eu estava passando por um dos banheiros femininos há pouco tempo e ouvi algumas garotas conversando, fiquei curiosa e tentei escutar a conversa, foi quando me dei conta que elas estavam falando em dar uma poção do amor a você.

-E como você conseguiu tirar a poção delas?

Marlene deu de ombros mordendo um pedaço da torrada, ainda era cedo e nem todos os professores haviam chegado para tomar o café da manhã.

-Usei meu poder de persuasão.

Lily levantou uma sobrancelha, ainda incomodada com a presença de James, que havia se sentado ao lado dela para escutar a conversa.

-O que você fez com essas garotas Lene?

-Bem, elas não quiseram me escutar – Marlene tirou uma mexa do rosto que a impedia de ver – então apenas usei a velha azaração de impedimento.

Lily duvidava que Marlene tivesse feito apenas isso, mas assentiu e se voltou novamente a olhar James Potter com seu olhar maligno.

-E você vai fazer o que com essa poção?

-Devolver a Slughorn é que não vou, mas não se preocupem que nenhum dos marotos vai estar em perigo enquanto Marlene Mckinnon estiver aqui.

Sirius soltou sua risada canina e todos voltaram a comer. Lily tentou ver pelo lado positivo, pelo menos estava nevando e ela sinceramente amava neve, mas também estava chegando fevereiro e Lily simplesmente não suportava aquele mês do calendário.

Mas ela logo se esqueceu disso quando Marlene a acordou de seus pensamentos, dando um tapa na cara dela.

-Por que fez isso?

-Você me ignora Lily, agressão é um dos melhores jeitos de fazer uma pessoa prestar atenção em você.

Ela revirou os olhos e logo as duas estavam subindo as grandes escadas de Hogwarts em direção a sala de feitiços, primeiro horário com a Cornival. Marlene caminhava ao mesmo tempo em que fazia passarinhos de papel voarem por entre ela e Lily, a garota de cabelos ruivos prestou atenção na varinha de sua melhor amiga e logo depois estava procurando pela sua em seus bolsos e por entre os livros.

-O que foi Lily? Perdeu alguma coisa?

-Não consigo achar minha varinha. – Respondeu ela um tanto decepcionada.

-Deve estar no quarto, eu acho que a vi quando Emmeline me derrubou da cama essa manhã.

Lily sorriu e se separou de Marlene indo em direção ao seu salão comunal. Perguntou-se se Emmeline ainda estaria no dormitório, mas Emme sempre saia logo depois de acordar Marlene.

-Creme de canários!

Exclamou para a mulher gorda que ainda reclamava sobre como os alunos sempre esqueciam suas coisas, não deu muito ouvidos e subiu para seu dormitório, procurou por alguma das garotas, mas o dormitório feminino do sétimo ano estava completamente vazio. Foi até sua cama, olhou entre os lençóis, fitou sua mala, olhou embaixo da cama, revirou seus livros. Sua varinha não estava em lugar nenhum. Será que ela havia esquecido em algum outro lugar? Mas Lily nunca se esquecia de nada! Principalmente sua varinha, era uma aluna aplicada e esquecer um objeto mágico como esse em qualquer lugar era quase que inimaginável.

-Procurando por isso?

Escutou uma voz fina e se virou para olhar a dona dela. Parada a porta estava uma garotinha, de pelo menos nove anos, de cabelos loiros como ouro, completamente cacheados, a pele tão braça quanto a sua e olhos azuis celestes que a olhavam com um tom de malicia e brincadeira. Não, ela não era uma aluna de Hogwarts, a garota não usava uniforme, era nova demais para estar ali e Lily como monitora chefe nunca a havia visto na vida. Mas o mais importante não era se a garotinha não estudava em Hogwarts, o mais importante é que ela segurava a sua varinha e parecia não ter boas intenções.

N.A: Já ouviu aquela história de "deixe uma reviw, salve um autor"? Pois é, espero que alguém tenha apresso pela minha vida. E para quem não se lembra de mim, mudei meu nickname, que antes era Zix Black, ok? Bem, eu estava com saudades de escrever.