Capítulo VIII

- Vamos sair daqui Lene! – correu Lily puxando Marlene para fora da sala.

Ela seguiu segurando o braço da amiga pelo corredor escuro, banhado pela luz da lua que estava redonda e magnífica destacando-se no céu, até estar longe o suficiente para não ouvir nem ver James Potter.

Não foi como se tivesse feito algo errado. A sensação de quero mais ainda corria pelos seus nervos e cérebro, fazendo com que sua maior vontade fosse voltar para aquela sala, tirar James dos braços de Jennifer e continuar o beijo que nunca deveria ter sido interrompido. Ela queria voltar para o aberto forte e confortante de James a sua cintura, queria sentir a maciez de seus quentes lábios nos dela, queria sentir a textura dos cabelos dele entre seus pequenos dedos, o doce aroma másculo por ele exalado. Lily tentou afastar de sua mente todos os pensamentos parecidos com esses.

Primeiro de tudo, ele tem namorada, pensou ela. Sim Jennifer ficaria arrasada ao saber desse acontecimento, ela é completamente apaixonada por ele. Além disso, James nunca havia namorado alguém antes. Lily não queria ser a culpada por estragar tudo, mesmo que esse parecesse o mais certo a ser feito.

E ela ainda tentava lembra-se de que James, apesar de ter aparentado estar mais maduro e diferente, ainda não passa de um galinha, com o maior ego existente. Esse evento só comprova mais esses fatos.

Enquanto Lily andava sem rumo pelos negros corredores, Marlene a acompanhava apenas olhando as suas expressões confusas que se modificavam constantemente. Ela parecia estar mais perdida do que quando começou suas aulas de runas.

- Lily? – tentou Marlene.

Lily não respondeu. Seus pensamentos mudavam a cada minuto.

- Lily! –repetiu mais alto.

Desta vez a ruiva levantou a cabeça e encarou Marlene, mas com o olhar distante, ainda na sala que ficara presa. Marlene encarava a amiga preocupada, não sabia o que havia acontecido naquela sala, mas sabia que não poderia ter sido algo bom.

- Para onde estamos indo? – insistiu Marlene.

Como se acordasse de um transe, Lily olhou ao redor e, mesmo com a luz fraca do luar, logo reconheceu as armaduras prata e polidas do corredor e os quadros que tentavam dormir. Seus pés haviam levado-a para a torre de astronomia. Ela costumava ir para lá quando estava confusa ou triste e queria um lugar para ficar sozinha e pensar.

- Não sei – respondeu com sinceridade.

- Olha eu não sei o que aconteceu naquela sala, mas já está tarde e acho que devemos voltar para a Torre da Grifinória – Marlene concluiu – Imagina se pegam você, monitora, aqui à uma hora dessas?

- Você está certa, é melhor voltarmos.

Viraram na direção da torre, porém Marlene foi parada por um barulho alto e estranho.

- O que foi isso? – ela perguntou assustada.

- Acho que foi a minha barriga – disse Lily, jogando o cabelo para trás.

Depois de tudo que aconteceu Lily havia perdido toda a fome. Esqueceu-se que antes de encontrar Pirraça sua barriga já estava a roncar.

- Por Merlin, Lily! O que você vai comer? Já não tem mais jantar.

- Podemos ir à cozinha! – sugeriu dando de ombros.

- E você por acaso sabe onde fica a cozinha? – Marlene parecia injuriada com a proposta da amiga.

- Sei.

- Como você descobriu onde fica? E por que nunca me contou? – nesse momento rugas se formavam na pele branca de Marlene.

- Bem, digamos que um dos planos de Potter para tentar sair comigo, acabou dando na cozinha – Lily passou a andar guiando a amiga – Longa história.

- Você tinha que ter me contado – falou Marlene coçando o nariz – Você não me conta as coisas direito. O que aconteceu naquela sala?

- Não quero falar sobre isso – Lily desviou seu olhar para as janelas – E não venha dizer que eu não conto as coisas, porque você não me conta mais nada também! – sua barriga roncou novamente fazendo-a apertar o passo.

- Como assim não te conto mais as coisas? – Marlene estava um pouco para trás – Do que está falando?

- Estou falando exatamente do que você está pensando.

- O que eu estou pensando?

Lily começou a se irritar. Não era possível que iria brigar com Marlene por isso. Já tinha brigado com Alice por um motivo bobo, não repetiria este erro.

- Lene eu vi você com o Sirius – Lily parou de andar e encarou a amiga.

- Quando? – Marlene tinha os olhos arregalados.

- No sábado, no jardim. Vocês estavam se beijando encostados numa árvore.

- Ah sim!

- Então quer dizer que era o Sirius mesmo? Porque eu vi vocês de longe e não deu para saber exatamente quem era.

- Não, não era o Sirius – Marlene voltou a andar.

- Não? – Lily a acompanhou indignada – Por Merlin Lene, quem era então?

Marlene não respondeu. Apenas continuou andando encarando o chão de pedra fria e dura. Lily a encarava, vendo que estava perdida em pensamentos, fazendo a lembrar-se de si mesma e de seus próprios problemas, distraído-se também até chegarem ao quadro da passagem para a cozinha, onde Lily voltou a realidade e fez cosquinha na pêra, para abrir a passagem à cozinha.

Assim que entraram vários elfos felizes correram a sua volta para oferecer o que elas quisessem. Lily pediu apenas que a servissem com o que sobrara do jantar. Seguiu com Marlene para uma das longas e idênticas mesas do Salão Principal, sentando-se na que parecia ser a da Cornival. Ficou a observar os elfos animados a trabalhar, preparando a sua comida e uma grande, e desnecessária, quantidade de doces, que logo foram colocados a sua frente.

Depois de servir-se de um pouco de tudo, lembrou-se de sua pergunta não respondida.

- Então Lene – Marlene pareceu despertar – Vai me dizer quem era ou não?

A amiga a encarou com a mesma cara, ainda indecisa. Lily teve dó, não gosta de ver suas amigas sofrendo.

- É complicado – começou Marlene – Sei que vai ser estranho se eu te contar, pode mudar nossa amizade.

- Que isso, nenhum menino pode mudar nossa amizade.

- Não, mas pode abalá-la – as sobrancelhas de Marlene faziam um arco triste.

- Seja quem for, vamos superar!

- Já que você quer mesmo saber...

- Por Merlin, diga logo! – Lily fez Marlene dar uma risada nervosa.

- A pessoa que estava comigo naquele sábado a tarde era o Amos – Marlene terminou a frase analisando as expressões que se formavam no rosto de Lily.

- O Amos Diggory? O meu ex namorado? – Lily parou de comer perdendo a fome novamente.

- E-ele mesmo – gaguejou – Ta vendo, eu não devia ter te contado - Marlene já estava arrependida.

- Não, que isso! Fez muito bem em me contar – Lily não encarava a amiga – O que tem demais? Como eu disse ele é o meu EX namorado.

- É, então, é por isso mesmo que eu não queria te contar.

- Mas me conte, como? – Lily agora encarou Marlene lenta e cuidadosamente.

- Bem eu não estava bem com essa história do Sirius e tal, e ele já tinha se aproximado de mim.

- Mas eu pensei que já estava tudo bem entra vocês – Lily voltou a comer.

- E está! É por isso mesmo que eu estou com o Amos. Voltar a ser amiga do Sirius só me fez ver mais claramente que eu não posso ter nada com ele. Ele é apenas meu amigo – Marlene concluiu, pegando um doce.

- Hum – Lily disse com comida na boca.

Marlene riu, deixando seu nervosismo fluir.

- Agora é sua vez!

- Minha vez de que? – Lily já acabara, e passara para a sobremesa.

- De contar o que aconteceu – Marlene se contorceu na cadeira ansiosa.

- Ah não foi nada demais. Você sabe, eu não me dou bem com o Potter – mentiu Lily.

- Vai me dizer que você ficou com essa cara por nada?

- Não sei de que cara você está falando, mas sim, não aconteceu nada.

- Ai Lily, faça-me o favor! – Marlene pegou mais um doce entediada.

Mesmo que devesse esse segredo a Marlene não o contaria nem tão cedo. Não estava preparada para pensar nele, quanto mais para contá-lo a alguém. Precisaria de um tempo para decidir o que fazer e depois, enfim, pensar em contar. Lily só esperava que James fizesse o mesmo.

Depois que comeram quase todos os doces, os elfos trouxeram mais para que os levassem consigo. Lily e Marlene guardaram o máximo de doces que conseguiram em suas vestes e saíram da cozinha silenciosamente já que já passavam da meia noite.

Pé ante pé, elas foram lentamente subindo para a Torre da Grifinória. Lá pelo segundo andar, encontraram um James Potter que passava distraído, com suas vestes rasgadas a luz do luar. Pelos rasgos Lily consegui ver parte no peitoral malhado, fazendo um rápido arrepio passar por seu corpo e desejando novamente voltar para os seus braços.


A semana que se seguiu, passou o mais lenta possível. O outono chegava ao fim, dando início ao longo inverno. Os dias foram nublados e frios deixando as aulas mais cansativas e chatas. Muitos alunos passaram a chegar atrasados por conta da preguiça de sair de suas quentes, aconchegantes e macias camas. Os professores intensificaram os deveres e trabalhos, obrigando os alunos a estudarem mais.

Porém a Grifinória e Cornival não pareciam ligar muito para isso. A primeira partida de quadribol se aproximava e as duas casas pareciam entrar em um clima de rivalidade e nervosismo. Desafios e apostas eram feitas por todo o castelo. A Grifinória em especial parecia mais confiante. O time daquele ano estava realmente bem treinado e com os melhores jogadores. A Cornival, por outro lado, receava aquele jogo. Seu melhor jogador era o apanhador Amos Diggory, que carregava as esperanças da casa.

Lily por sua vez, não ligava muito para quadribol. Ela até ai aos jogos para se divertir e distrair-se, porém essa semana, além de ter mais deveres que o normal, ela não queria chegar perto do Potter. Os dois passaram a semana sem se ver. No máximo uma troca rápida de olhares durante a monitoria, que já dizia tudo que precisavam.

O incidente a deixara perturbada e confusa. Ainda não contara nada a ninguém, e não pretendia fazê-lo tão cedo. James também não tentara nenhuma aproximação, o que Lily achou particularmente estranho, mas ao mesmo tempo compreensivo. Ela achava que ele não queria que Jennifer soubesse de nada. Dava graças a Merlin por essa atitude dele, o que ela menos precisava agora era colocar as cartas na mesa.

O sábado chegara junto com a partida de quadribol. Amanhecera nublado, como nos outros dias da semana, e com uma leve brisa que trazia o cheiro de chuva consigo. Lily acordara cedo para um sábado.

Saiu de sua cama e silenciosamente seguiu para o banheiro olhando para suas amigas que ainda dormiam. Parou ao chegar à cama de Alice. Fazia tempo que não a olhava direito, já que ainda estavam brigadas. Ela estava com sua face serena. Lily a admirou por alguns segundos percebendo o quanto ela fazia falta em sua vida.

Seguiu para sua higiene básica e vestiu um jeans apertado e um casaco verde não muito leve nem pesado, descendo em seguida para o café da manhã. Às sete horas da manhã não havia muitas pessoas no Salão Principal. Comeu suas torradas com suco de abobora sozinha, observando o céu que estava branco como neve.

Logo depois que acabou Lily observou o time da Grifinória chegar aos poucos à mesa. Era de costume que antes dos jogos, nervosos, os jogadores acordassem cedo. James foi o terceiro a chegar. Ele entrou olhando para o chão cabisbaixo, o que não era nada comum já que o Potter sempre era confiante. Seu cabelo preto estava sem vida e amassado da noite mal dormida, seus óculos a ponta do nariz quase caindo. Sentou-se na outra ponta da mesa junto com os outros jogadores já uniformizados.

Achando que nada mais lhe restava a fazer ali, subiu de volta a torre. Como decidira que não ai ao jogo, queria aproveitar o silencio da Sala Comunal enquanto todos estariam na partida, para fazer seus deveres. Até porque depois da mesma, seria impossível estudar, a não ser que fosse para a biblioteca, pois a festa que seguia os jogos deixava qualquer um desconcentrado.

Logo que passou pelo retrato viu Marlene ao lado de Sirius. Ela parecia estar tentando animá-lo.

- Vai dar tudo certo! – disse Marlene confiante.

- Espero que sim – Sirius coçava os olhos que tinham uma mancha roxa em baixo de cada um.

- Olá – Lily cumprimentou – Nossa parece que alguém dormiu mal essa noite – ela analisava Sirius.

- Nem me fale! – ele encarou o chão – Vou tomar café.

- Acho que o time todo já está lá embaixo, é bom você ir mesmo – falou Lily.

Sirius saiu pelo retrato arrastando os pés e ainda encarando o chão. Marlene seguiu para o sofá mais próximo e sentou-se.

- Não vai tomar café? – perguntou Lily juntando-se a amiga.

- Não estou com fome. Vou descer só depois, para o jogo.

- Ah sim.

Lily levantou-se lembrando de que tinha que pegar seus deveres. Subiu para o dormitório e pegou tudo que precisava em seu malão, voltando exatamente para onde estivera sentada. Marlene vendo os livros enrugou a testa.

- Vai fazer dever agora? Mas o jogo é daqui a pouco!

- Já te disse que não vou ao jogo!

- E eu já te disse que você tem que ir – Marlene pegara os livros e os jogara para o lado – Você tem que dar suporte para sua casa.

- Eles já têm suporte demais, não precisam de mim!

- Mas e se acontecer qualquer coisa lá e você, monitora, não estiver para ajudar? James vai estar jogando, então toda a responsabilidade vai ser sua!

Marlene julgou que conseguira convencê-la pelas suas expressões preocupadas. Nesse momento Alice passou junto com Jennifer sem ao menos olhar para elas. Jennifer estava, como sempre, desnecessariamente produzida. Uma grossa camada de maquiagem cobria suas pequenas imperfeições faciais. Seu cabelo castanho liso-escorrido esvoaçava com seu andar aprumado até demais, numa tentativa de aumentar seu busto. Usava um vestido que aparentava ser extremamente caro e dispensável para a ocasião. Como era a única filha de pais bem sucedidos, puro sangue, sempre vestia roupas caras. As duas conversavam entretidas sobre qualquer besteira que Lily não achou interessante o suficiente para prestar atenção.

- Você não vai fazer as pazes com ela? – Marlene perguntou.

- Não.

- Por Merlin, vocês têm que deixar de ser tão teimosas! Vocês são melhores amigas e brigaram por algo muito estúpido!

- Mas ela está muito bem com sua nova amiguinha, não precisa de mim – Lily deu de ombros.

- Ah não começa Lily, você sabe que a Jennifer é legal e que a Lice acabou se aproximando dela por causa do Frank – Marlene a encarava nos olhos.

- A gente tem mesmo que falar sobre isso?

- Tem, porque você tem que se tocar e pedir desculpas antes que não tenha mais volta!

- Ah que seja – Lily passou a ignorá-la.

Ela sabia que tinha que fazer as pazes com Alice, mas não gostava quando alguém lhe dizia o que tinha que fazer. Admitia que sentia muita falta da amiga. Alice era insubstituível. Ninguém podia ser tão engraçada e positivista quanto ela. Mas não pediria desculpas a ela. Seu orgulho era maior.

- Sabe o que eu lembrei agora? – Marlene voltou a falar – O que o James estava fazendo naquela noite com a roupa toda rasgada?

- Lene a gente já deve ter falado disso umas dez vezes só ontem! – reclamou.

- Sim, mas a gente não falou hoje – a morena riu.

Lily lembrou-se de James passando no corredor. Já era mais de meia noite e ele passara com a roupa rasgada nos lugares mais atrativos. Seu peitoral malhado aparecia pelos rasgos fazendo Lily se arrepiar só de lembrar. Seus sedosos cabelos esvoaçavam com a brisa da noite e seus olhos brilhavam a luz da lua redonda que passava pelas janelas.

- Não sei o que ele poderia ter ido fazer – concluiu Lily.

- Eu acho que ele estava traindo a Jennifer com uma menina da Sonserina! – as duas riram alto – Para voltar com a roupa rasgada naqueles lugares e com a o cabelo todo bagunçado, só podia ter sido uma menina violenta!

- Não duvido muito, o Potter do jeito que é – disse Lily – Sabia que não ia aguentar esse namoro por muito tempo.

- Pois é! A maioria das meninas não acreditou quando souberam que ele estava namorando.

Lily sentia-se mal, por ter sido ela a culpada por desvirtuar o namoro dele. Pensou em algo rápido para mudar o assunto.

- Você vai torcer para quem hoje? – Lily levantou uma sobrancelha.

- Como assim?

- Ué, você é da Grifinória, mas seu "namoradinho" é da Cornival, como fica?

- Eu vou sempre ser leal a Grifinória! – Marlene ficou injuriada com a dúvida da amiga – Além disso, eu posso consolar o Amos depois que ele perder – Lily e Marlene riram.

- Lily, já são nove e meia! A gente tem que ir rápido para pegar lugares bons! – disse Marlene olhando para o relógio.

Marlene arrastou a ruiva para fora da Sala Comunal, que já se encontrava vazia. Correram o máximo que puderam. Ao se aproximarem do estágio havia já uma pequena aglomeração na entrada. Empurraram e foram empurradas até chegarem às arquibancadas da Grifinória, onde sentaram, graças à insistência de Marlene, e para infelicidade de Lily, perto de Alice e Jennifer.

O dia estava como o céu do Salão Principal. Branco de nuvens que não aparentavam chuva. Um vento forte passava no alto levantando e despenteando o cabelo da maioria das meninas. O cheiro de chuva e orvalho chegava ao nariz de todos. Da onde Lily estava ela conseguia avistar o topo das árvores da Floresta Proibida, que escondiam as misteriosas criaturas que ali viviam.

Ainda faltavam quinze minutos para o jogo começar e Lily já queria ir embora. Primeiro porque não aguentava mais esperar, depois porque não conseguia ficar ouvindo a conversa de Jennifer e Alice. Isso era insuportável. Levantou várias vezes fazendo menção de ir embora sempre sendo segurada por Marlene e repreendida com seu olhar.

Quando os jogadores finalmente entraram no campo, a arquibancada estremeceu e todos ficaram de pé instantaneamente. Os gritos começaram e o narrador, se apresentou, mas Lily não conseguiu ouvir seu nome por causa do barulho. Desnorteada levantou-se e percebeu que a partida já havia começado. Os gritos diminuíram um pouco permitindo que ouvisse a voz do narrador. Era um homem.

- A goles está com o Carton, passou para o Lenn, voltou para o Carton, arremessou para o gol, e Gloria da Grifinótia devende! - A torcida urrou.

Rapidamente tudo passou a ser muito desinteressante. Era sempre assim, passa para um, passa para outro, passa para um terceiro... Nada emocionante aconteceu pelos próximos vinte minutos de jogo. A Cornival ganhava de vinte à zero. Até que a Grifinória marcou um ponto e os berros tronaram-se insuportáveis. Lily levou as mãos aos ouvidos pressionando-os para impedir a passagem do som. Seus olhos lacrimejaram. O que ela não daria para sair daquele lugar. A voz do narrador voltou a chamar sua atenção.

- Amos Diggory avistou o pomo! Eles está descendo em alta velocidade! Mas Potter não está o seguindo! – Lily prestou mais atenção ao ouvir o nome Potter, subiu na ponta dos pés na esperança de enxergá-lo – Amos sai de sua rasante sem o pomo, era apenas uma distração para enganar o Potter! Parece que não foi dessa vez Diggory!

Lily resolveu sentar. Mesmo que tentasse, não conseguia ver nada, todos a sua frente eram muito maiores. Passou apenas a ouvir.

- A goles agora está com Dominick, passou para Judith! Olha o balaço! Black entrou na frente e mandou essa para longe! Foi por pouco! – A torcida fez barulho, Lily não entendeu porque, se levantando com esperança de compreender o que acontecia – Parece o balaço foi rebatido errado e esta indo em direção a arquibancada da Grifinória! Cuidado gente!

Só deu tempo de Lily ver todos se abaixando e sentir Marlene puxar com força o seu braço para baixo. O balaço passou fazendo um som alto cortando o ar.

- Por Merlin Lily presta atenção! – Gritou Marlene voltando a se levantar e prestar atenção ao jogo.

Lily levantou-se e encarou Marlene com um olhar raivoso. Nunca mais iria a um jogo. Já não gostava deles e agora quase fora atingida. Isso seria motivo suficiente para faltar os próximos dois jogos do ano, pensou Lily.

A partida durou mais meia hora, que Lily pensou ter sido a meia hora mais demorada de sua vida, quando James capturou o pomo e a Grifinória ganhou de duzentos e dez à cinquenta. A torcida parecia ter enlouquecido para a "felicidade" de Lily. Os gritos eram mais altos, e a sensação de surdez chegara ao extremo.

Carregada pela multidão, Lily agarrou-se em Marlene que comemorava feliz, e foram levadas até a Torre da Grifinória, para a festa de comemoração.


N/A: Eu sei que devia ter postado semana passada, mas eu não estava em casa então não deu para escrever. O brigada pelos reviews! (:

Tinylittlelouie: Brigada! De todos os reviews os seus são sempre os mais importantes!

Carol Potter: Obrigada! ;)

AnneBlackPotter: Coitada mesmo, mas o James é da Lily, fazer o que? Haha

Jen: Brigada, nunca vou abandonar a fic!

Raissa: O James não vai terminar com a Jennifer, pelo menos não agora, hahaha! Brigada linda! *-*

Vanessa S.: Hahaha, isso já aconteceu comigo! Só que a menina não postava há um ano! :/

Beatriz: Brigada!

M. Dora T: Mais capítulos saindo! Hahaha brigada!

Paola Lovegood: Aqui está o próximo! Brigada *-*