Ato I: Draco
Nunca soube dar valor.
Nunca soube, porque ninguém nunca lhe ensinou. Sempre lhe incitaram a valorizar seu precioso sangue puro, sua descendência Slytherin, seu nobre sobrenome e os galeões guardados no seu cofre em Gringotts. Ele cresceu com esse aprendizado, e não estava preparado para a dor de quando Lucius e Narcissa se fossem. E eles partiram, de fato, e Draco sofreu porque eles não haviam ensinado como lidar com a dor.
E isso lhe dava ódio.
Começou a pensar nos pais, remoer memórias e lembranças enquanto olhava uma foto qualquer. Não haviam sido pais ruins, afinal de contas. Nunca foram ausentes, não no sentido literal da palavra; a palavra ausência propriamente dita não descrevia a sensação que Draco sentia de que estava faltando alguma coisa. Não era a cobrança, nem a superproteção, nem os presentes.
(Mais tarde, descobriu serem os valores certos).