Capítulo 9 – Final – As Férias Chegam Ao Fim

Então, era isso. Dia 1º de setembro. Naquele dia, eu ingressaria no último ano em Hogwarts.

Machucada, arrependida, era assim que eu me sentia, enquanto colocava meus últimos pertences no malão. É, estava tudo acabado. Acabou tão rápido que poderia nem ter acontecido, mas minhas lembranças não permitiam que nada caísse no esquecimento.

Dei uma última olhada ao redor.

- É hora de ir, filha. – mamãe apareceu na porta.

Fiz que sim com a cabeça, fechando o zíper do malão. Carreguei a bagagem até o andar de baixo, encontrando lá não só meus pais como era de se esperar, porém, Albus e James também.

- Vocês vão junto? – estranhei.

- É claro! É a última vez que um Potter irá embarcar no Expresso, pelo menos num futuro próximo. – respondeu Albus.

- Além disso, é última vez que você, trasguinha, irá para lá. – James afagou minha cabeça, estragando meu penteado. Lancei um olhar ameaçador.

- E você já pode aparatar! –lembrou meu pai, animadamente.

Dei um leve sorriso.

- Tudo bem, vamos logo. Já são dez e quarenta e cinco! – minha mãe avisou.

Com uma mão segurando o malão e a outra o braço de Albus, desaparatamos.

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Assim que chegamos lá, comecei a tossir. A quantidade absurda de fumaça que o trem soltava estava praticamente me sufocando!

- Tudo bem, Lilian?

- Sim, mãe. – recuperei o fôlego. – Acho melhor eu ir entrando e colocando as coisas no compartimento de bagagem. Aliás, se eu demorar demais, todas as cabines serão ocupadas!

- Ah não, espere mais um pouco. Seu primo Hugo já deve estar chegando com seus tios e...

- Mais um motivo! – a cortei no meio da frase, me amaldiçoando por não ter segurado a língua. Ela me encarou, espantada.

- Aconteceu alguma coisa? – questionou, suspeitando da minha atitude.

- Nada demais. – eu disse rapidamente, me esforçando para passar tranquilidade a ela.

- Harry, Ginny!

Nós cinco nos viramos. Eram tio Ron e tia Hermione se aproximando em passos rápidos e com um ar de preocupação.

- Vocês viram o Hugo? – minha tia estava aflita.

- Como assim? Ele não está com vocês? – papai perguntou.

- Não, ele simplesmente sumiu! – tio Ron falou, inconformado. – Onde esse moleque se meteu que é a questão!

- Imaginamos que ele tivesse vindo pra cá, porque afinal de contas, o trem parte às onze. - completou tia Hermione, começando a soluçar.

- Calma, Mione, ele vai aparecer. – papai pousou a mão sobre seu ombro.

Fiquei momentaneamente dispersa, imaginando aonde ele teria ido. Por que havia inventado de sumir numa hora daquelas? Hugo nunca fora tipo que desaparecia para fugir dos problemas ou algo do gênero. Não demorei a pensar nas piores das hipóteses. Ai meu Deus, e se ele tivesse feito alguma besteira? Algo sério teria acontecido?

Hugo, seu idiota! Por que queria torturar a todos nós? Eu já estava começando a ficar desesperada, tentando não demonstrar para evitar o caos, quando...

A silhueta do rapaz que eu tão bem conhecia surgiu na cortina de fumaça. Eu estava com o olhar fixo no garoto, devia ser a única que havia o notado.

Bufei, revoltada. Como ele se atrevia em pregar um susto daqueles?

- Mas que estupidez! – eu berrei, marchando na direção de Hugo. – Quer matar alguém do coração, é?

Finalmente, o restante dos meus parentes reparou no que acontecia ("Por Merlin, ele está bem!" ouvi tia Hermione suspirar, aliviada).

A expressão calma no rosto de Hugo me irritava. Como ele podia não mostrar nem um pingo de arrependimento?

- Você se preocupou, não foi? – ele perguntou a coisa mais óbvia do mundo.

Minha boca se abriu em indignação.

- O quê? Mas é claro! É até idiotice perguntar! O que estava fazendo, afinal?

- Pensando.

- E não podia fazer isso sem desaparecer?

- Eu precisava ficar sozinho pra refletir, só isso.

- Só isso? Bom, pois na próxima vez não faça "só isso" sem avisar ninguém...

Então, Hugo segurou meu rosto firmemente entre suas mãos, me forçando a olhá-lo nos olhos. Fiquei estática, encerrando meu discurso pela metade. Mas o quê?

Aqueles olhos azuis, eu me perdi neles. Minhas pernas fraquejaram, ameaçando uma queda. Como que ele fazia aquilo comigo eu nunca saberia, mas eu não podia evitar.

Sem dizer nada mais, Hugo se inclinou ligeiramente e eu, enfim, pude senti-lo. O moreno selou meus lábios com o seus delicadamente. Como eu senti falta do seu toque! As rugas de preocupação logo sumiram da minha expressão. Levei as mãos aos seus cabelos, matando as saudades que eu tinha de despentear seus cachos soltos. Depositei todo sofrimento pelo qual havia passado nas últimas semanas naquele beijo, mas a urgência que eu tinha em compensar o tempo perdido pareceu superá-lo.

Me separei ainda meio atônita, não sabendo bem o que dizer ou fazer. Foi então que olhei para o grupo a uns dois metros de nós. Oh, droga.

Todos os seis estavam boquiabertos e pasmos, até mesmo James que já sabia só faltava babar.

- Bem, er... – corei violentamente, e olhando de relance para Hugo pude perceber que ele não estava muito melhor.

Ouvi um agudo apito. O trem estava para deixar a plataforma.

- Explicamos depois...? – Hugo fez uma espécie de sugestão. Devido à falta de resposta, simplesmente pegou meu malão pela alça e me encarou, como se dissesse que estava apenas esperando por mim para ir.

O sentimento de culpa estava estampado no meu rosto, fiquei receosa em deixa-los daquele jeito.

- Ah, não é como se vocês não estivessem esperando por isso em algum momento... – Hugo disse, mas logo se arrependeu ao ver que meu pai e meus irmãos começavam a adquirir uma fisionomia assassina. – Ok, Lily, é melhor a gente ir. – ele sussurrou para mim, me puxando pela mão.

Mandei um último olhar de desculpas para eles e embarquei.

- Você é um louco! – eu disse, com os batimentos acelerados e a bochechas mais rosadas que o normal.

Hugo abriu a porta de uma cabine vazia, colocando minha bagagem num dos bancos. Assim que entrei, o garoto fechou a porta e baixou as persianas.

- Eu não dormi hoje, apenas pensando em você e não suportando mais a ideia de te ver e não poder beija-la, abraça-la ou toca-la como um dia eu pude. É, você me deixou mal acostumado... Então, vi que se eu quisesse te ter de volta, teria que tomar uma decisão ousada e deu no que deu, né. Agora não tem mais importância, que se foda essa coisa de sermos primos de uma vez! Não quero soar muito brega, mas olha, é só você que eu quero. Se eu não puder tê-la, nada mais vale a pena.

O abracei, me permitindo sorrir.

- Essa foi a coisa mais louca que já fizeram por mim. E ainda bem que fez isso. – eu ia me aproximar para beija-lo, mas antes comentei: – Por falar nisso, sabe que estamos totalmente ferrados, certo?

- Você me disse naquele dia era melhor terminarmos, porque tudo seria bem mais fácil... Pois é, seria mais fácil. Mas acho que prefiro receber ameaças do tio Harry e dos seus irmãos, do que ficarmos separados. Tem uma bela recompensa... – me beijou novamente, desta vez com mais empolgação por podermos ficar mais à vontade.

Claro que depois daquele dia muitos fatos se sucederam, tivemos nossos desentendimentos como qualquer outro casal, reatamos aos beijos e sofremos durante algum tempo com os olhares de desaprovação dos outros. Inclusive, aconteceu algo muito engraçado na formatura, mas essa e outras histórias deixarei para outro momento. O importante é que agora sabem o quanto aquelas férias de verão significaram para mim e como elas mudaram o rumo da minha vida.

Ainda bem que ele havia feito aquela loucura. Ainda bem que nos beijamos pela primeira vez naquela tarde de julho. Ainda bem que meus pais resolveram viajar numa segunda lua-de-mel. Ainda bem que... Bom, deu pra entender.

Fim.

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N/a: É, eu sou fã de carteirinha de finais felizes. Eu sei, o capítulo está curtíssimo, mas era assim que tinha que ser. Singelo, fofo e até mesmo clichê, pois nessa fic o relacionamento deles é exatamente assim... Não sei se convém escrever um epílogo, acho que não faria sentido. Gosto de ficar apenas imaginando no que teria dado esse romance de verão que acabou por ser bem mais que isso... Acho que deixarei por conta da sua imaginação. /é'eu'sou'má haha

Agradecimentos à Winnie Cooper, Andie Jacksonn, Bela Weasley Malfoy Granger, Don Jam, G. Fanfiction, Joana Patrícia, Bia997, Charlotte Lovegood, julia weasley e cammigryffindor pelos reviews que me incentivaram e me inspiraram a escrever – esse capítulo é dedicado a vocês! – e também a todos que leram mesmo que não tenham comentado, pois são igualmente importantes :D

Não sei quando postarei uma nova fic Lily/Hugo... Não tenho planos nem nada, mas nunca se sabe, né? Afinal, eu adoro escrever sobre esse shipper *-*

Um enooooooorme beijo, obrigada de novo por tudo!

Bye bye,

Anna Weasley.