Capítulo 28: A Conversa

"Onde está o dispositivo?" a voz fria e vazia de emoções da mãe de Elena soou cortante contra o ar gelado que os circundavam na praça aberta. Damon e Stefan, lado a lado, a alguns metros de distância de Elena. E Isobel escoltada por um casal de vampiros de procedência desconhecida, que encaravam Elena de forma concentrada e avaliadora.

Elena não queria se mostrar intimidada para aquela pessoa obtusa à sua frente. "Onde está Jeremy?"

"Você acha que estou negociando?" Isobel não hesitou ao perguntar, enquanto dava um passo a frente para ficar ainda mais próxima à Elena. Os cães de guarda se moveram em uníssono à dona, mas Elena, não moveu um músculo.

"Não entregarei nada enquanto não souber que meu irmão está a salvo." Elena declarou gravemente.

Isobel fez uma careta que se assemelhou a um sorriso torto. "Sabe, esses dois aqui, logo atrás de mim, estão aqui por uma razão." Ela insinuou perigosamente.

Elena olhou nos olhos daquela mulher, sua mãe, sangue do seu sangue, ameaçando sua vida. Aquilo era triste, felizmente não para ela, mas para Isobel. Elena não sabia o que sentir com a situação. Apesar de toda história e de todas as provas de que Isobel era realmente sua mãe, ela não sentia o vínculo. As ameaças dela não eram maiores e mais doloridas somente pelo fato de Elena e ela dividiam metade de seu DNA. Elena se sentiu gelada por dentro, e não era por conta do vento.

"Então vai me matar e pegar o dispositivo?" Elena enfrentou a ameaça, que ela tinha quase certeza ser vazia.

"Não, eles vão segurar Stefan e Damon enquanto eu tiro o dispositivo de você." Com essas palavras, o homem e a mulher que estavam parados e taciturnos atrás dela deram um passo a frente e descruzaram seus braços.

Elena ouviu outros passos atrás dela e deduziu serem os irmãos Salvatore, que não queriam que ela corresse risco algum. Ela ficava grata, mas não era isso que ela precisava agora. O que ela precisava era resolver essa situação sozinha; assim, no momento em que Elena levou uma mão aberta no ar, os dois pararam de andar, e ela ficou grata pela compreensão.

"Por que presume que está comigo?"

Isobel assistiu à cena atentamente e sorriu com desdém para Elena. "Você não tem uma mente intrincada, Elena." Ela sorriu e voltou a olhar para os irmãos atrás da filha. "Uau, eles realmente te amam, Elena." Ela declarou sarcasticamente. "Mas um pequeno conselho; você não deveria estar com eles. Eles trarão sua morte." Isobel pareceu séria de um momento para outro. "E quando morrer, você vai desejar não acordar uma vampira, mas nós sabemos que isso já não será mais possível. Enquanto estiver envolvida com eles, seu futuro é um só."

Em parte, ela sabia que aquilo era verdade, mas tudo parecia tão distante, que não pareceu importante para Elena naquele momento. "Não fale sobre minha vida como se você me conhecesse." Elena não poderia ter sido mais fria. "Onde está meu irmão?"

Isobel cerrou os olhos por alguns segundos, não esperando aquela reação; colocou as mãos nos bolsos e trocou o pé de apoio. "Ele está em sua casa. Se quiser, pode ligar."

Elena tinha o pressentimento de que Isobel não o machucaria, e num rápido julgamento, ela percebeu que a mulher dizia a verdade ao falar que seu irmão estava em casa. Elena colocou uma mão no bolso e pescou o dispositivo que causou tantos problemas nos últimos dias, colocando na palma de Isobel.

"E se eu estiver mentindo?" Isobel provocou Elena, que parecia confiante.

"Você não está." A filha falou para mãe sem maiores dúvidas. Elena virou-se e andou até Stefan e Damon, mas antes de chegar até eles, ela girou dos calcanhares, olhando uma última vez para Isobel. "Fique longe da minha vida." As palavras foram finais e assim que chegou aos irmãos, declarou que estava indo para casa. Não pediu a compainha de ninguém, muito menos deu algum sinal de fraqueza; somente andou com passos firmes até seu carro, deixando dois irmãos estonteados para trás.


Assim que Elena desapareceu pelas ruas de Mystic Falls, os dois Salvatores se entreolharam, dando à atmosfera que os circundava outro peso. Damon foi o primeiro a desviar o olhar, colocando a mão no bolso, enquanto olhava para onde o carro de Elena estava estacionado logo antes dela sair.

"Você acha que ela vai ficar bem?" ele perguntou.

Stefan suspirou profundamente e balançou a cabeça sutilmente. "Hm-mm, ela só precisa de um tempo com a família dela..." Stefan declarou.

Damon o olhou atentamente e aceitou a resposta. Os dois ficaram parados no meio da praça, agora vazia, por alguns minutos; nenhuma palavra foi trocada nesse meio tempo, e isso pareceu aceitável para ambos.

A noite estava estrelada com uma bela lua crescente sem nenhuma nuvem para esconder seu brilho. Era uma linda noite, e Stefan nunca se esqueceria da deslumbrante noite que tirou quase todo o sentido de sua vida, a noite em a decepção regia os movimentos e as palavras tristes podiam explicar os acontecimentos.

"Precisamos conversar." A voz de Damon soou pesada e, podia-se ouvir um tom de receio.

Stefan olhou o irmão por alguns segundos antes de desviar os olhos para a lua, que era dominante no céu. "Sim... precisamos..." ele respondeu num mero sussurro.

"Você quer... hmm... beber alguma coisa no Grill?" Damon ofereceu amistosamente.

Stefan sorriu sem humor, pensando no teor de álcool que seu próprio sangue já carregava, no momento. "Não. Não é disso que eu preciso agora..." ele disse, enquanto andava até o banco de concreto mais perto que encontrou, sentando-se no encosto casualmente.

Damon o seguiu e copiou os movimentos. Ambos sentaram-se em silêncio novamente, no aguardo de quem começaria a falar primeiro.

"Você tinha planos em me contar em algum momento?" Stefan deu início, referenciando o romance do irmão e da amada, Elena.

Damon olhava para as próprias mãos, evitando o olhar do irmão. "Eventualmente." Ele respirou profundamente. "Mas na verdade, não saberia dizer o que está acontecendo..."

"Vocês estão apaixonados, isso que aconteceu... isso é muito fácil de ver para nós, meros espectadores..." Stefan riu com a ironia de ter realmente virado um espectador do que poderia ser essencialmente sua vida.

"Eu n-"

"O que-, realmente, aconteceu?" Stefan cortou a sentença de Damon.

Damon hesitou um momento, pensando na resposta "Nos beijamos." Falou ele e virou-se para o irmão esperando uma reação descontrolada; no entanto, em retorno, recebeu silêncio. Stefan olhava para frente, para o nada. Considerando o silêncio como encorajamento, Damon continuou. "Não foi premeditado, nem nada... só aconteceu..." aquilo não fora somente o que aconteceu, mas ele nunca seria tão frio a ponto de dizer ao irmão realmente tudo o que aconteceu, principalmente o fato de Elena e ele terem uma conexão mental. Ele preferiria omitir a machucá-lo mais ainda.

"Você sabe que eu nunca faria isso com você, não sabe?" Stefan declarou, soando frio.

"Sei, sua honra e tal..."

"Não." Ele explicou. "Não só minha honra. Você é meu irmão, eu não te trairia dessa forma."

"E o que me diz de Katherine?" Damon sentiu a discussão tomando proporções perigosas.

"Eu não o traí quanto Katherine. Aquilo foi consensual, ambos os lados sabiam o que estava acontecendo e ambos os lados concordaram. Mas o que aconteceu entre vocês, não... vocês tomaram uma decisão e agiram..."

"Nós não tomamos decisão alguma... -aconteceu, como eu já disse. Nós não pensamos..."

"Claramente não pensaram!" Stefan o cortou. "Ela estava comigo!"

"Não, Stefan, você começou a perdê-la no momento em que não soube se controlar! Você é um vampiro de 160 anos que não consegue olhar para sangue! Quão patético é isso!?"

"Isso mudou. Eu estou sob controle agora." Stefan tentou explicar.

"Agora é um pouco tarde demais." Damon enfatizou. "Talvez perder Elena foi a lição que você precisava para mudar..."

"Você está errado. Eu mudei para pior. Antigamente, eu te perdoaria pelo que fez, mas agora eu só quero matar você." Stefan declarou calmamente.

Damon encarou o irmão, absorvendo as palavras ditas e decidiu que seu irmão realmente não era o mesmo. "Eu a amo. Pode me matar se quiser, agora." Ele desafiou.

"Eu a amo também, e esse é o único motivo pelo qual não vou acabar com você, por que isso acabaria com ela. Ela perderia você e eu seria excluído da vida dela..."

Damon riu desacreditado. "Você realmente está falando sério..."

"Sim, eu estou. Mas mais importante do que isso, nós precisamos saber qual o plano de John e Isobel, eles não vão desistir se o dispositivo não estiver funcionando, e eu vou proteger Elena enquanto eu for capaz. Quando tudo estiver resolvido e Elena estiver a salvo, eu deixarei a cidade." Stefan falou incisivo.

"Você não precisa ir embora. Eu mudo da casa, você pode ficar lá, se esse é o inconveniente." Damon pareceu somente ter ouvido a última parte.

"Damon," Stefan olhou para o irmão, e este retornou o olhar. "não há nada mais para mim aqui."

"Você se surpreenderia." Damon não precisou pensar para responder. "Fique. Tire férias se quiser, mas volte."

Stefan não respondeu. Olhou para frente de novo e respirou fundo, pensando nas palavras do irmão. Elas não eram profundas, mas eram verdadeiras. "Vou pensar." Ele disse, levantando-se e andando sem direção.

Naquela noite, Stefan não dormiu na mansão.

N.A.: Olá gente, tá acabando... ainda tô apanhando pra achar o melhor final, não quero decepcionar ninguém, hahaha, mas parece que toda vez que eu vou acabar, ela aumenta mais um pouco, aiaiai.

Bom, quero agradecer de novo JoySalvatore e cellysantos por lerem esse capítulo, como já havia dito por PM. E Bruna também por ter tirado um tempinho para ler, fico muito grata! E também para todas as outras pessoas que leêm! Valeu mesmo. Eu geralmente agradeço nas reviews, mas isso tava aumentando a contagem, então decidir parar.

Gente, só pra deixar claro, não tá gostando da fic, pode soltar o verbo. Eu não tinha notado aquele comentário do "Guest" até alguns dias atrás, que diz que eu só tô copiando as falas da série. Bem, sim, grande parte das falas são bem próximas das falas da série, mas eu tendo a sempre escrever capítulos com cenas inéditas, aliás, grande parte dos capítulos são bastante distantes da séries, exatamente pelo fato de ser uma fic delena, que se passa na primeira temporada, onde eles não tinham praticamente contato algum. Mas eu entendo sua crítica, talvez você (Guest), esteja procurando outro tipo de fic. Eu entendo que seguir o roteiro da série ao pé da letra também fica um pouco entediante, mas cada vez que eu escrevo, eu tento reverter isso. Sinto por não ter atendido às suas expectativas, talvez numa próxima fic vc goste mais. E não tenha receio de mostrar seu nome, vc tem todo o direito de criticar e eu tenho toda a obrigação de receber uma crítica de cabeça aberta.

Até o próximo capítulo, gente.