N.A.: Primeiramente, nenhum dos personagens e cenários me pertencem, só pra deixar claro que a fic é somente para recreação. Essa fic se passa depois de Fur Elena (no meu profile), então aconselho a lê-la primeiro para fazer mais sentido; também se passa algum tempo depois da abertura da tumba. A fic é centrada em Elena, Damon e Stefan e a plotline é praticamente igual à série, salvo alguns detalhes. Ainda não acabei de escrever Alvitre, mas estimo que terá aproximadamente 15 capítulos, começando com este. Divirtam-se e revisem!

"O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba; mas havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará; porque em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos. Quando porém, vier o que é perfeito, então, o que é em parte será aniquilado." Coríntios 13. 4-10

Alvitre

Capítulo 1: Duradouro

Stefan entrou pela janela do quarto de Elena sem muita dificuldade e logo a contemplou deitada em sua cama, envolvida em lençóis brancos. Ele se aproximou e sentiu seu cheiro leniente, que trazia paz até nos momentos mais difíceis.

Ele levou um dedo até uma mecha de cabelos aparentemente fora do lugar, mas o dedo logo se esqueceu do que foi fazer ali e se desviou para pele macia que se encontrava tão perto. Ela estava excepicionalmente linda hoje; ou era devido ao fato de ele ter ficado 2 dias longe dela? Ele não ficou pensando muito sobre o assunto e logo estava sentado ao lado da moça.

Assim que Stefan se sentou perto a face dela, ele viu algo aos arredores das mãos de Elena. Era um bloco de folhas com a aparência envelhecida; pegou nas mãos vagarosamente e começou a folhear sem fazer barulho.

Era uma partitura, sem dúvidas. Stefan concluiu segundos após olhar as folhas. Seu pai, Giuseppe, fizera questão de que ambos os filhos fossem exímios tocadores de piano. Damon e ele tinham aulas diárias desde muito novos e com o tempo passaram a gostar muito de tocar; não só porque seu pai os abrigava, mas porque era um momento somente deles, onde suas mentes podiam ir aonde quer que fossem e pessoa alguma faria objeções.

Ele olhou as notas e interpretou uma música triste, quase melancólica. Seus olhos leram a notação musical com a agilidade de anos de experiência e ficou impressionado não com a terminação dos movimentos, mas com a flutuação deles. Sem começo e sem fim. Era difinitivamente um bela música; seus olhos percorreram toda a grade e chegarem a uma inscrição na última página com uma caligrafia que ele conhecia muito bem.

O nome, Fur Elena.

Posso tocá-la sem a ajuda disso.

D.

Stefan sabia que D. era abreviação para Damon e o sentimento imediato que ele teve foi tristeza. Estavam eles se envolvendo em uma relação maior que só amizade? Ele não sabia, e também não estava muito interessado em descobrir no momento. A única coisa que Stefan sabia era que se ele tivesse que saber de algo, Elena nunca esconderia dele.

A partitura foi para cima do criado mudo perto do diário de Elena e Stefan escorregou um pouco na cama para plantar um beijo silencioso na bochecha dela, mas o esforço para não acordá-la foi em vão, pois seus olhos piscaram repetitivamente enquanto se acostumavam com a luz e logo ela se fez ciente do que estava acontecendo. "Stefan?"

"Oi," ele respondeu com um sorriso tranquilo no rosto. "decidiu cabular aula hoje?" Stefan falou num sussurro, aproximando seu rosto do dela para lhe selar os lábios.

Ela devolveu o beijo com um sorriso. "Segundas deveriam ser finais de semana ainda." Elena adicionou enquanto o puxava para mais perto, fazendo-o se deitar junto a ela.

Elena inspirou o ar para sentir o cheiro de Stefan e se sentiu mais confortável e segura do que nunca. "Senti sua falta." Stefan falou depois de alguns minutos de silêncio, olhando-a nos olhos.

Ela notou que os olhos dele estavam mais claros e brilhantes do que nunca; deveria ser por conta da caça. "Eu te amo." Elena dirigiu sua resposta à sentença anterior, e viu os olhos do vampiro a sua frente piscar devagar com o entendimento e conhecimento daquelas palavras.

Elena não mais precisava ouvir as mesmas palavras saírem da boca dele, pois ela sabia a verdade, e a verdade era somente uma. Stefan Salvatore a amava mais do que ele amava sua própria existência. Ela se moveu para frente e o beijou somente para terminar a troca de palavras. Eles se beijaram e se beijaram, como se não o fizessem há séculos. Distância era sempre um fator importante para duas pessoas apaixonadas, pois fazem-nas dar maior valor quando juntas.

As mãos de Stefan foram até a camiseta de Elena e a retirou com facilidade, assim que a situação tomou outra dimensão. Roupas caíam pelo chão enquanto beijos eram trocados e logo os amantes se encontravam perdidos um no outro. Eles tomaram seu tempo e apreciaram cada toque e cada troca de intimidade até o clímax.

Com a respiração irregular eles se abraçaram satisfeitos e ficaram deitados por mais alguns minutos. Quando Elena estava quase adormecendo novamente, ela ouviu um sussurro. "Eu tenho que ir para minha casa, mas quero te ver de novo. Eu ligo." Stefan se levantou e colocou agilmente suas roupas agora amassadas, e antes de sair por onde entrou, voltou para perto de Elena e falou algumas últimas palavras. "Eu te amo."

Elena somente sorriu com os olhos ainda fechados e voltou a pegar no sono.

Algumas horas se passaram e Elena se virou na cama, abrindo os olhos devagar; ela olhou para seu criado mudo em busca das horas, mas o que viu foi a partitura da música que tocara com Damon na noite anterior. Também lembrou do sonho que tivera com Damon e como ele estava diferente e como tudo aquilo que ela sonhou pareceu ter sido verdade. Ela respirou fundo enquanto realizava que havia uma chance de Stefan ter visto a paritura e até mesmo a nota de Damon. Ela provavelmente teria que contar a Stefan o que acontecera este final de semana. Mas o que acontecera, na verdade? Ela foi até a mansão, encontrou Damon, eles tocaram uma música e ela veio embora. Isso era o que seu cérebro estava lhe dizendo, mas no fundo, ela se recusava a acreditar naquilo tudo. Damon não daria o nome dela à uma música somente pelo fato de eles terem-na tocado juntos. Algo estava fora do lugar, ela sabia.

Elena sabia que aquela nota de Damon, e o vazio que ela sentia conectava-se diretamente à noite anterior; a problemática era o porquê. Somente uma pessoa saberia dizer porque, mas ela não queria ver Damon tão cedo na manhã. A dúvida podia esperar até a próxima vez que ela o visse. Elena se levantou e foi diretamente para o banheiro tomar uma ducha.

A moça lavou seus cabelos e os secou; entrou em um jeans e um top, vestiu uma jaqueta e desceu as escadas. O cheiro de café ainda pairava sobre a cozinha, então ela pegou uma xícara e rapidamente tomou seu café da manhã. Ciente de quão impaciente estava, Elena se dirigiu para o hall de entrada, pegou suas chaves e saiu para uma caminhada.

Elena andou até um parque ali perto de sua casa. O clima não estava propenso para uma longa caminhada, ela pensou enquanto observava as pesadas nuvens no céu. Elena não se contentou com aquilo; já estava inquieta com toda a situção que envolvia Damon que a única coisa que ela queria fazer era esquecer tudo por um momento, mas o cenário cinzento e o ar gélido que ele trazia não contribuía em manter sua mente vazia. Então sentindo-se derrotada, ela sentou em um banco ali da praça e se entregou aos seus pensamentos.

Elena fechou os olhos e se deixou transportar para a noite anterior. Ela buscou por memórias específicas como ponto inicial, como quando os dois tocaram a música que ganhou seu nome. Lembrou-se deles se sentando juntos na mesma banqueta, e da partitura sendo colocada no apoio; e quando a música começou, ela se lembrou de ter sentido paz e conforto. E quando a música acabou, ela se lembrou de ter se sentido triste, mas não parecia uma tristeza só pelo fim de uma música, parecia ser algo tão maior e tão mais importante e então ela lembrou de uma exaustão imensa, e de se levantar e ir embora. Elena se sentiu tão robotizada com aquela última parte de sua memória que nem acreditou que poderia ter sido tão rude assim, de dar as costas e sair, sem nem mesmo um tchau.

Seus olhos se abriram assim que ela sentiu o vento gelado encontrar seu rosto.

"Posso saber por que não está no colégio?"

"Deus do céu..." Elena quase saltou para fora do banco quando viu Damon Salvatore sentado ao seu lado.

"Pensei que você já estava acostumada com minhas aparições repentinas." Ele falou com desdém.

"Eu também." A moça respondeu acalmando sua respiração.

"Então," ele recomeçou "o que faz aqui?"

Elena escolheu as palavras muito bem antes de responder. "Nada. Só sem muita paciência para aulas hoje."

Ele não se mostrou contente com a resposta. "Algum problema?"

"Não, nada de errado."

"Ah, qual é Elena. Eu conheço você melhor que isso. Diga-me a verdade."

Como se não tivesse escutado uma palavra proferida por Damon, Elena se virou para ele. "Ei, quando foi que você deixou a partitura no meu quarto?"

Damon franziu o cenho e tentou associar a pergunta com o que estava acontecendo, mas não foi capaz. Então tentou responder do jeito mais sensato possível. " Hm, hoje... de manhã."

"Antes ou depois do Stefan ir me visitar?"

Como ele não percebeu que Elena estava jogando verde? "Antes?"

"Ah é, que horas?"

"De madrugada, não sei, não olhei o relógio."

"Mas você disse de manhã. Não sabe mais diferenciar dia de noite, Damon?"

"Hmpf, você me pegou."

"O que está escondendo de mim, Damon? Diga-me a verdade."

"Ok, ok, eu deixei a partitura ontem à noite, quando te levei para casa."

"Você me trouxe para casa? Eu me lembro de ter vindo sozinha. Como isso é possível?"

"Não é possível." Damon a olhou sério e piscou devagar enquanto esperava o entendimento acertá-la.

Ele viu a realização assentar na mente de Elena assim que percebeu o cenho dela enrugar de frustração e seus olhos negarem a meia informação dada. "Você me compeliu?" ela perguntou incrédula "Por quê?".

Damon suspirou e desviou o olhar. "Não sei... talvez porque fomos inconsequentes demais com relação a algumas coisas."

"Desde quando isso é um problema pra você?"

"Não é um problema pra mim, Elena. Acredite, se você não estivesse envolvida, eu não moveria um músculo para mudar a situação."

"Que situação? Diga-me o que aconteceu!"

"Não." Damon a encarou.

"Por que não?" a voz dela já estava alterada há muito tempo.

"Porque você não está pronta para ouvir!" Damon respondeu incisivo, olhando-a profundamente nos olhos.

Ela silenciou por alguns segundos antes de continuar num sussurro quase inaudível. "O que quer dizer?"

"Exatamente o que entendeu." Ele respondeu calmo e respirou profundamente como se aquilo fosse de extrema dificuldade para ele fazer. "Elena," Damon levou um dedo até o queixo dela e trouxe seu pequeno rosto para olhá-lo. "esqueça sobre isso por ora. Eu te direi tudo no momento certo." O pedido foi sincero e sem esperar por uma resposta, Damon quebrou o toque, levantou-se e sumiu por entre as árvores.

Ele andava entre as árvores com uma respiração pesada e sua vontade era a de socar um delas, e assim ele o fez, cortando sua mão no processo; o sangue que manchou sua pele logo foi limpo, mostrando uma pele já sem cortes. "Mas que droga!" ele decididamente tinha que parar de ver Elena.

Toda aquela situação estava indo para um caminho que ele não tinha certeza se queria enfrentar. Ele sabia exatamente porque a fizera esquecer de tudo que eles haviam passado na noite anterior, ele a fizera esquecer única e exclusivamente pelo fato de que ela se arrependeria de tudo se soubesse a verdade. Elena se sentiria culpada ao ver Stefan e contaria tudo a ele. Damon não queria arrependimentos, isto é digno de pena. Se aquele fosse a única forma de deixar aquela memória intacta, então o vampiro preferiria que aquela noite ficasse somente em sua mente.

Damon avistou a mansão e logo chegou à porta, abrindo-a e indo até a sala para se servir de um copo de uísque. O copo foi levado para uma poltrona perto da lareira, onde ele se sentou e deixou memórias esparsas invadirem sua mente.

Damon andava por entre os cômodos da casa abarrotados de gente, procurando rostos conhecidos. Ele tinha se esquecido de como essas festas das famílias fundadoras podiam ser chatas. Pudera, pois há mais de cem anos que não ia a uma. Seu andar confiante sempre chamava atenção das pessoas onde quer que ele estivesse, e ali não era diferente. Damon fingia não ver mocinhas adolescentes, e mulheres maduras o medirem das cabeças aos pés assim que ele passava ao lado delas. Ele estava acostumado a atenção que chamava; não era uma questão de ego, mas sua forma vampiresca era muito mais atrativa do que se ele fosse somente um humano.

Ele chegou à uma sala e imediatamente avistou Elena olhando para um relógio de madeira bastante familiar pendurado na parede; ela em um vestido prata e seus longos cabelos presos em um elegante rabo de cavalo.

"Sabe, esse relógio foi do meu pai."

Ela virou o rosto para olhar quem chegara ao seu lado e piscou delicadamente. "Eu imaginei" seu dedo viajou até uma etiqueta logo abaixo do relógio mostrando o nome que ela supunha ser o pai Salvatore.

"Então, onde está Stefan?"

"Ele está a caminho, eu tive que vir antes para fazer alguns últimos preparativos."

Os dois ficaram em silêncio por alguns segundos enquanto olhavam para o relógio e ouviam o tic-tac das engrenagens.

"Você está linda."

Ela o olhou desconfortável. "Damon..."

"Não se preocupe, não há segundas intenções atrás dessas palavras." Ele era ótimo com mentiras.

Ela abaixou a cabeça momentaneamente eu o brilho do brinco que ela estava usando passou pelos olhos de Damon. "Obrigada."

Era uma gema arredondada transparente com uma estrela ordenada com uma pedra azulada que ele não sabia o nome. Era simples, pequeno, delicado e adequado para ela. Elena encarou Damon e viu que seus olhos estavam pousados em sua orelha. Ela levou os dedos até o brinco e deu um sorriso com o canto da boca. "Era de minha mãe."

Damon se virou para ir embora, mas não sem antes dizer algumas últimas palavras para Elena. "É perfeito."

Damon olhou para seu copo vazio encima de sua perna e ponderou porque sempre que não tinha nada para fazer, ficava se lembrando dos momentos que tivera com Elena. Aquilo era auto-flagelação e não entendia porque o fazia.

Ele lembrou-se de que nessa última memória, ele ainda não havia descoberto toda a verdade sobre Katherine e que Elena ainda não confiava muito nele. Então ele não tinha certeza se toda a admiração que ele sentiu no momento em que a viu foi por causa do sentimento que ainda guardava por Katherine ou se era somente pelo o que ela era.

"Então," Damon ouviu uma voz vinda de perto do arco de entrada da sala de estar. "você e Elena se divertiram esse final de semana?"

Damon detectou as notas de ciúmes saírem da voz do irmão mais novo. "Por que não pergunta à ela?"

"Oh, você sabe, eu esqueci. Nós estávamos tão ocupados fazendo..."

"Ok, ok, não preciso de detalhes." Damon cortou a sentença antes de sua conclusão.

Stefan andou até o sofá em frente a poltrona onde Damon estava sentado e sentou-se também. "Você compôs uma música para ela?"

"Não," Damon fez questão de enfatizar. "eu compus uma música há 100 anos, e decidi colocar um nome ontem."

"E decidiu dedicar à ela." Stefan corrigiu.

"Tanto faz, o que quiser chamar, porque nada disso vai fazer você ficar menos na defensiva." Damon concluiu.

"Eu só não quero que você a machuque."

"Eu não vou." Damon se levantou e foi até seu quarto.

O que Stefan não sabia era que quem estava mais machucado ali era Damon. Seu irmão mais velho sentia cólera e dor ao ver o casal junto; realmente doía o fato de ela não ter escolhido ele pelo menos uma vez.

Bom, aquilo não era verdade. Mesmo Elena não sabendo, ela escolhera Damon uma vez. E isso, ele nunca esqueceria.

N.A.: Desculpe pelos erros de gramática, mas estou sem beta e meu office está sem corretor em português.